quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Ukraine: l'Occident la peur au fusil

Cada vez há mais políticos franceses são à favor do fornecimento de equipamento militar à Ucrânia. A ideia é equilibrar as forças para forçar Moscovo buscar uma solução política para a guerra que federação russa preparou, patrocinou e desencadeou no leste ucraniano.

Os trechos do artigo de Marc Sémo, publicado no jornal francês Libération em 30.01.2015

Apesar dos temores de uma escalada, a questão da ajuda militar contra os separatistas apoiados por Moscovo surge agora.

Há muito tempo, a ideia de uma ajuda militar ocidental ao exército ucraniano em apuros contra os separatistas apoiados por Moscovo permaneceu mais ou menos tabu em Paris, como na maioria das capitais europeias.

Devemos fornecer suprimentos de defesa à Ucrânia para que o custo de agressão seja cada vez maior para Putin”, – diz Robert Mendez, o líder eleito do Comité de Relações Exteriores do Senado (francês).

Em vez de apostar tudo nas sanções que têm fortalecido politicamente Putin, com um efeito oposto ao pretendido, devemos apoiar a Ucrânia no coração de nossa estratégia: significa ajudar diplomaticamente, economicamente, mas também com armamentos”, – afirma François Heisbourg, assessor do presidente da Fundação para a Investigação Estratégica (Fondation pour la recherche stratégique, ver o seu Dossier Ukraine), que foi um dos primeiros em França, desde o verão passado, à abordar o problema publicamente. “Durante a Guerra Fria, a Aliança ajudou militarmente os países terceiros, como a Suécia ou a Jugoslávia de Tito”, diz o pesquisador.

O nosso papel não é o de alimentar o conflito e se transformar em co-beligerantes indiretos, mas uma medida como o fornecimento de equipamento militar não me choca, se faz parte de um plano de paz global e uma visão da relação da União Europeia com a Rússia. Em tal quadro, ajudando as autoridades legais para se defender é uma medida cautelar e um meio de restaurar o equilíbrio de poder no terreno, à fim de obrigar a Rússia a aceitar um compromisso sem se humilhar”, reconhece [mesmo!] Hubert Védrine [que ainda acredita na teoria da humilhação da Rússia pelo Ocidente que teria levado ao poder um personagem como Putin ...]

Arnaud Danjean, o deputado do partido UMP (de Sarkozy), acredita que essa não é uma solução para descartar. “Eu estava relutante, mas a Ucrânia é vítima de um assalto. Fornecer as armas  aos militares de Kyiv significa ajudar à se defender, porque o atual desequilíbrio das forças bloqueia qualquer solução política, estimulando a sensação de impunidade do Kremlin”. Danjean é um especialista em assuntos de inteligência, é muito crítico da “putinofilia” das elites francesas, incluindo no seu próprio partido.

Entregar ou não as armas ao Kyiv é uma decisão para cada um dos Estados-Membros da UE. Um elemento importante, mesmo que os europeus estão se tornando cada vez mais divididos sobre a questão das sanções vis-à-vis à Rússia.

Reunidos na noite de quinta-feira (29.1.2015), em Bruxelas, para marcar o início face a retomada da ofensiva rebelde no leste da Ucrânia, os ministros das Relações Exteriores têm apenas conseguindo chegar à um acordo mínimo sobre a ampliação da lista de 132 nomes visados pelo congelamento de seus ativos e proibições de vistos. Mas apesar dos esforços de Londres, Varsóvia e dos países bálticos, não se chegou ao acordo sobre o endurecimento das medidas económicas. A simples menção de possíveis “novas sanções” desapareceu do comunicado final...

Extrato por Ukraine Libre, a primeira foto @Evgeny Feldman.

Ler e escutar o artigo completo em francês:

Tragédia de Debaltseve

Nos arredores da cidade de Debaltseve os terroristas russos alvejaram os autocarros, usados pelas autoridades ucranianas para evacuar os cidadãos fora da zona de combates (FONTE), fotos de @Tim Zlatkin.

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