Na página oficial da UEFA,
na curta guia turística sobre as cidades recetores do Euro-2012, foi escrito
que Lviv viveu uma longa ocupação. “Antes da II G.M., o Lviv esteve sob o
domínio dos polacos, em 1941 a cidade foi tomada pelos nazis e em 1944 pelos
soviéticos”.
Os jornalistas e
historiadores polacos protestaram e a Ministra do Desporto, Joanna Mucha, pediu
à UEFA para “corrigir” o texto. Em resultado, agora o texto diz que “Lviv mudou
vários nomes e dirigentes” (Lviv has been saddled with as many names as rulers)
e no seu tempo se encontrava “sob o protetorado da Polônia” (it became Lwow
when Poland took command).
Os polacos não gostaram
do termo “ocupação”, empregue sobre a cidade de Lviv. O historiador polaco Czeslaw
Partacz argumenta que Lviv foi incorporado na Polônia segundo as decisões da
comunidade internacional e como tal não se deve falar da sua ocupação. Já o
historiador e publicista ucraniano, Vakhtang Kipiani, explica
que o termo “ocupação” não se deve entender no contexto do direito
internacional, mas somente na qualidade do estado não independente de um
território, incorporado num outro estado. Desta forma, é possível chamar de
ocupação a situação da Galiza entre 1918 – 1939 e de toda a Ucrânia Soviética
até 1991, explica Vakhtang Kipiani, escreve Rádio Polônia.
Provavelmente pela mão
dos historiadores polacos a página da UEFA conta que a cidade de Lviv recebeu a
medalha Virtuti Militari “concedida pela Polônia pela heroica defesa de 1918” (Virtuti
Militari – a medal awarded by Poland for its heroic 1918 defence). E lembra,
claro, que “Lviv é o berço do desporto da região … então território polaco,
agora ucraniano” (Lviv is the cradle of sport in the region … then-Polish,
now-Ukrainian territory”).
Só para recordar, a “heroica
defesa” em novembro de 1918 resultou em ações em que a criminalidade polaca
organizada, os citadinos polacos e os militares do exército polaco aproveitaram
a ocasião para pilhar a cidade, pilhagens que resultaram na morte dos cerca de
340 civis, 2/3 deles eram ucranianos e os restantes eram judeus, acusados de colaborar
com os ucranianos. Entre 52 à 150 judeus foram assassinados e cerca de 500
lojas e comércios judaicos foram pilhadas.
Nada disso, impede aos
polacos concordar e não protestar com a ideia do que “a anexação de 1795 pela
Prússia reduziu a estatuto da Varsóvia ao capital provincial” (The 1795 ANNEXATION
by Prussia reduced Warsaw's status to provincial capital). Embora as Partições
da Polônia também decorreram das decisões da comunidade internacional…
Essa política polaca de “faça
que eu digo e não faça o que eu faço” já começa ficar insuportável. Quer
se queira, quer não, começa-se refletir sobre a Koliyivschyna.
Bónus
Bónus
A embaixada da Polônia
na Rússia recorda aos fãs russos que a exibição dos símbolos soviéticos é
proibida na Polônia, já que naquele país a ideologia comunista é equiparada ao
nazismo, escreve o jornal Rzeczpospolita.
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