sexta-feira, junho 01, 2018

Ucrânia e a preocupação profunda dos lamentadores profissionais

OSCE, Repórteres sem Fronteiras e Amnistia Internacional criticaram Ucrânia devido a encenação da morte do Arkady Babchenko. Os profissionais do ramo dos direitos humanos ficaram profundamente indignados, o jornalista não morreu, e eles perderam uma ótima oportunidade de lamentar e de ficarem preocupados.  

Na semana passada, os representante da mesma OSCE tinham dito que “fogo [ucraniano] na linha da frente em resposta aos bombardeamentos [terroristas] também é uma violação de acordo de Minsk-2”.

Naturalmente, essas ONG fazem questão de não reparar no facto de que Ucrânia esteja em guerra pelo quarto ano consecutivo. E se o país não disparar em resposta, se não abater os invasores, se não liquidar os terroristas, se não os colocar na cadeia, se não executar as operações de busca e destruição dos espiões e das suas redes, se não desinformar o inimigo, Ucrânia certamente perderá a guerra. Então milhares de ucranianos iriam morrer e milhões sofreriam as represálias. As ONG iriam emitir as suas lamentações do costume. Mas Ucrânia e ucranianos não desejam este futuro para si e para os seus, por isso, apenas podem dizer uma coisa à todas essas ONG´s: vão mas é para a puta que vós pariu e para um sítio que se rima com alho, vocês, juntamente com a vossa preocupação.

Além disso, a OSCE condenou a operação especial da SBU. Porque dizem que não se pode mentir ao seu povo. Mas sem desinformar o inimigo, Ucrânia não conseguiria desbobinar toda a cadeia do comando, desde o mandante, passando pelo coordenador até o executante e a mesma OSCE naturalmente acusaria Ucrânia de não fazer nada para investigar este e outros assassinatos.

A directora da Amnistia Internacional Ucrânia, Oksana Pokalchuk, considera que o assassinato do jornalista russo Arkady Babchenko, cometido em Kyiv, é uma trágica ilustração do fracasso das autoridades ucranianas em proteger a sociedade civil e a perigosa situação em que a liberdade de expressão se encontra agora”.

Isso naturalmente foi dito antes de saber que Arkady Babchenko estava vivo. Como podem notar, nenhuma palavra contra as forças que planeavam o assassinato do jornalista. Mas no dia seguinte, se soube que Babchenko está vivo, acham que agora o pessoal dos “direitos humanos” ficou contente? Oi, que não!
Arkady Babchenko responde às críticas da imprensa britânica
A organização NGO internacional “Repórteres sem Fronteiras”, está indignada com a operação especial do Serviço de Segurança na encenação do assassinato de Arkady Babchenko. Foi afirmado pelo secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, no seu Twitter.


Não podemos, nem devemos chamar Oksana Pokalchuk, nem Christophe Deloire de put@s, principalmente pelo respeito que merecem as profissionais do sexo.

Hoje em dia testemunhamos a quantidade descomunal de “idiotas úteis” que adoram ficar preocupados e de lamentar (sem ajudar em absolutamente nada, pois não podem perder a sua “imparcialidade”), quando matam os ucranianos. Mas quando os ucranianos respondem com sucesso, ai, minha nossa senhora, surge imediatamente uma onda de indignação da sua parte: “mas com que direito vocês, ucranianos, não morreram?!!”

Com que direito o coelho se atreve à se defender do lobo, significa que tinham pena dele em vão? Seria muito melhor se ele fosse inocente e fofo. Mesmo que morto.

O coelho não tem nenhum direito de se fazer de morto, para depois arrear o lobo na nuca. O coelho deve honestamente enfrentar o lobo, cara à cara,  numa batalha aberta, e então depois reconheceremos que o coelho estava certo, o apoiaremos moralmente e choraremos no seu túmulo. Traremos as flores.

...Mas não forneceremos ao coelho nenhuma arma mortal, apenas por precaução, porque o lobo se pode ofender.

Quem são coordenador (mandante) “G”?
O momento da sua detenção em Kyiv, 30/05/2018 | foto @SBU
No dia 31 de maio de 2018, o Tribunal do Bairro Shevchenko da cidade de Kyiv, divulgou o nome do suspeito em organizar o assassinato do jornalista Arkady Babchenko (acusado de acordo com a 1ª parte do artigo 14º, 3ª parte do artigo 27º, 3ª parte do artigo 258º do Código Penal da Ucrânia (organização de um ato terrorista)). O suspeito se chama Boris Lvovich German, tem 50 anos e é filho de um influente empresário ucraniano de origem judaica, Lev Berkovich German, que fez os seus primeiros capitais ainda sob a vigência do regime soviético.

German Júnior estudou em duas universidades ucranianas (Universidade Nacional Económica de Kyiv e Academia Inter-regional de Gestão do Pessoal); o seu advogado diz que German é “jurista de formação”. No final da década de 1980, ele serviu na marinha soviética, possivelmente no submarino nuclear K-21, baseado em Murmansk. De acordo com a publicação ucraniana Trust.ua, Boris German nasceu em Novorossiysk e se formou na Escola Superior Militar de Leninegrado de Tropas Ferroviárias.
A foto do Boris German, postada por ele numa das redes sociais
German é co-proprietário e gestor de algumas PME´s ucranianas e russas. Era co-proprietário da empresa russa “Starbeys” (comércio de roupa e calçados por atacado). A empresa foi fundada em 2015 e deixou de existir dois meses antes da prisão de German pelo SBU em 30 de maio de 2018.

Além disso, German é acionista minoritário da joint-venture ucraniano-alemã “Schmeisser”, especializada na produção de pistolas de gás e de sinalização, pistolas e revólveres para disparar munição de borracha e da própria munição de borracha. Em 2017 a Polícia Nacional da Ucrânia, o Ministério Público e SBU detiveram os funcionários da empresa pela venda de armas de combate com números da série apagados.
Boris German no tribunal, Kyiv, 31/05/2018 | foto @Volodymyr Hontar / REUTERS
No passado, German era assessor de dois deputados do parlamento ucraniano, um socialista e um membro do Partido das Regiões. Além do pai influente, Boris German é cunhado do ex-presidente do Tribunal Arbitral da Ucrânia, que em 2006-2012 se elegeu ao Parlamento da Ucrânia pelo Partido das Regiões. Em 2005 este deputado foi acusado de corrupção e ligações com Viktor Medvedchuk (o fundador e mentor do movimento pró-russo “Escolha Ucraniana”, representante especial da Ucrânia em conversações com as organizações terroristas “dnr”/”lnr”). Segundo a mídia, Vladimir Putin é o padrinho de filha do Medvedchuk, escreve a página Meduza.

... e o “killer” “Ts”?

O monge e ativista do “Setor da Direita” Oleksiy Tsymbaliuk é ex-ierodiácono da Igreja Ortodoxa Ucraniana (Patriarcado de Moscovo) e depois da Igreja Ortodoxa Ucraniana (Patriarcado de Kyiv). Ele se tornou o monge em 2006, adotando o nome de Aristarco. Mais tarde, desiludido com ambas as confissões religiosas, foi o monge eremita na região ucraniana de Transcarpátia, escreve Censor.net.ua.
Apesar do seu estatuto monástico, Aristarco decidiu se tornar um voluntário na guerra russo-ucraniana. Em algum momento considerou que não é tão santo para apoiar os militares ucranianos apenas com a sua oração, e seguiu para a linha da frente. O seu caminho no Donbas, Oleksiy “Aristarco” Tsimbalyuk começou na unidade voluntária paramédica do Setor da Direita (depois DUK PS), chamada Hospitallers.
Aristarco na unidade paramédica voluntária Hospitallers
Em janeiro de 2017, a história do monge Tsimbalyuk originou uma reportagem na TV ucraniana Hromadske.TV:

O nome do mandante principal

Na audiência preliminar para escolher a medida preventiva no processo relativo à tentativa do assassinato do Arkady Babchenko, Boris German, disse que estava em contato com cidadão russo Vyacheslav Pivovarkin (ou Pivovarnik), um ex-amigo seu, ex-cidadão ucraniano que mora em Moscovo e trabalha na Fundação privada do presidente Vladimir Putin.

O advogado do Boris German, não consegui explicar aos jornalistas a razão por que o seu cliente pagou 15.000 dólares (14.000 como sinal pelo assassinato e 1.000 pela compre de arma) ao “assassino” Oleksiy “Aristarco” Tsimbalyuk.

No fim, o Tribunal do Bairro Shevchenko da cidade de Kyiv decidiu a prisão preventiva do Boris German, por um período de 60 dias e sem direito à fiança.

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