quarta-feira, fevereiro 07, 2018

A petição francesa exigindo a libertação do cineasta Oleg Sentsov

Os artistas e fazedores da cultura franceses entregaram na embaixada da federação russa em Paris a petição com mais de 3.500 assinaturas, com exigência de libertar o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, escreve o serviço russo da rádio DW.
A recolha de assinaturas foi iniciada em novembro de 2017, na página change.org, onde é possível ler e assinar a petição, publicada em francês, inglês, russo e ucraniano: ASSINAR A PETIÇÃO

“Com base nas evidências falsificadas e falsos testemunhos, [Oleg] Sentsov, o ativista da Maydan [da Crimeia], foi acusado de preparar os actos de terrorismo” – declara a petição. Após anexação da Crimeia, as autoridades de ocupação acusaram Sentsov de criar e liderar um grupo que pretendia explodir o monumento do Lenine (acusação nunca provada) e colocar o fogo posto no edifício do partido russo “Rússia Unida” (a mãe do Oleg Sentsov pagou, na totalidade, o prejuízo causado, uma porta de madeira parcialmente queimada). Sem esquecer, claro, que todas as ações atribuídas ao Oleg Sentsov decorreram na Crimeia sob a jurisdição da Ucrânia, antes de ocupação, de facto, e como tal nunca poderiam ser julgadas segundo a lei russa.

Os signatários pedem liberar Oleg Sentsov “nas vésperas da provável reeleição de Putin” e do Campeonato/ Copa do Mundo de Futebol, que terá lugar no verão de 2018.
Olexander “Tundra” Kolchenko (25)
Na mesma altura e no mesmo caso, as autoridades de ocupação russas julgaram outro morador da Crimeia, anarquista e antifascista Olexander “Tundra” Kolchenko (25), figurante do “caso Sentsov”. Ele foi condenado aos 10 anos de prisão por “participação numa organização terrorista e preparação de atos terroristas na cidade de Simferopol”. Ele não se deu como culpado e de momento, está na colónia penal da cidade de Kopeisk, na região russa de Chelyabinsk.

Blogueiro: é de recordar que as autoridades de ocupação atribuíram ao Oleg Sentsov, contra a sua vontade expressa, a nacionalidade russa, e neste momento usam este pretexto para não permitir que cidadão da Ucrânia receba a assistência consular ucraniana. Além disso, apesar de Oleg Sentsov, ser o residente na Crimeia ocupada, condenado às 20 anos de cadeia, ele foi transferido para uma colónia prisional na cidade de Labytnangi, situada além do círculo polar. Tal, como nos piores anos de estalinismo soviético, o estado russo, continua usar a questão de clima e da posição geográfica, mas impor maiores sofrimentos aos seus prisioneiros políticos. Crescido na Crimeia, num clima subtropical, naturalmente, Oleg Sentsov se sente muito desconfortável num clima muito frio. A longa distância, não permite que ele seja visitado, com frequência, pela família. Em soma, temos a situação do novo Arquipélago GULAG, em pleno século XXI...

1 comentário:

Anónimo disse...

Voce tb poderia prestar informacoes aos seus leitores sobre como esta o caso Pavlo Hryb?