quarta-feira, janeiro 31, 2018

RIP Leonid Kadenyuk

Morreu Leonid Kadenyuk (1951 – 2018), o primeiro – e até hoje único – astronauta da Ucrânia independente, major-general de aviação, deputado e conselheiro da Agência Aeroespacial da Ucrânia.

O próprio Leonid Kadenyuk sempre reconhecia que não era o primeiro ucraniano que foi ao espaço, respeitando e conhecendo pessoalmente o cosmonauta Pavlo Popovich (1930-2009), este sim, o primeiro ucraniano no espaço.  

General Kadenyuk vivia em Kyiv, na avenida Lesya Ukrayinka, onde costumava fazer o jogging matinal e passeios tardios na companhia do seu filho. A informação preliminar indica que morreu durante uma seção de jogging, de ataque cardíaco, ainda antes da chegada de ambulância.
Na foto em cima, Leonid Kadenyuk cumprimenta a Diáspora ucraniana dos EUA, que veio, em peso, para o acompanhar na caminhada da sua viagem histórica, em 19 de novembro de 1997, ao bordo da nave espacial Columbia, na sua missão STS-87.  

RIP Leonid Kadenyuk, você começou a seu último voo espacial... 

Ucrânia apresenta o seu novo míssil de cruzeiro da KKB “Luch”

Decorreram os primeiros testes de sucesso no novo míssil de cruzeiro ucraniano "Neptun", com 300 à 500 kms de alcance, capaz de atingir, com precisão, os alvos terrestres e marítimos, com algumas as caraterísticas superiores dos seus concorrentes russos e ocidentais, escreve Censor.net.ua
Como inormou o Secretário do Conselho da Defesa Nacional da Ucrânia (RNBO), Oleksandr Turchynov, o novo míssil foi desenvolvido pelos designers da empresa estatal DerzhKKB “Luch”, em cooperação com outras empresas estatais e privadas do Complexo da Indústria da Defesa da Ucrânia. “Durante os testes que decorreram com sucesso, foram verificados as características do vôo e o funcionamento dos sistemas de míssil”, explicou Turchynov.
Oleksandr Turchynov também disse que RNBO, que neste momento está coordenando o programa nacional de mísseis, definiu a tarefa de desenvolver sistemas de mísseis de cruzeiro não apenas terrestres, mas também marítimos e aéreos”. “O alcance de nossos mísseis de cruzeiro e seus equipamentos de combate não contradizem os acordos internacionais assinados pela Ucrânia para esse tipo de armas”, acrescentou responsável ucraniano.
“Para a Ucrânia, este é um evento muito importante, porque em resultado do desarmamento total do exército ucraniano que ocorreu após a assinatura do Memorando de Budapeste, nenhum míssil de cruzeiro permaneceu no arsenal das Forças Armadas Ucranianas”, disse Turchynov.
“Com os testes de hoje, abrimos um novo estágio do programa de mísseis, segundo o qual as nossas Forças Armadas devem receber poderosos mísseis de cruzeiro de alta eficiência que podem atingir, à uma grande distância, os alvos inimigos”, afirmou o dirigente, acrescentando que os sistemas de mísseis desta classe “são um fator dissuasor importante para o agressor”.

domingo, janeiro 28, 2018

A origem da palavra “Ucrânia”

As discussões sobre origem da palavra “Ucrânia” reacenderam-se após Ucrânia se tornar o pólo de atenção mundial na sequência das duas revoluções cívicas que decorreram no país em 2004-05 e 2013-14. No entanto, a origem da palavra é mais antiga do que muita gente sequer consegue imaginar.

A historiografia russa, e como consequência alguma historiografia ocidental vê a palavra Ucrânia como derivado da palavra Okraina (margem, arredores), ou seja as margens do império russo. Dado que realmente durante algum tempo Ucrânia fazia parte do império russo.

No entanto isso não é bem assim, a palavra “Ucrânia” é mais antiga do que o império russo, surgindo nos tempos medievais e aparecendo nos mapas do século XVII.

A palavra “Ucrânia” em forma de “Oucraina”, foi usada, pela primeira vez em 1187 na Crónica de Kyiv (descrevendo os acontecimentos dos anos 1118—1200). Na parte em que conta sobre a morte do conde do Principado de Pereaslávia  (Pereyaslav) – Volodymyr Hlibovych  (1157-1187). Segundo a crónica, o conde adoeceu e morreu aos 30 anos de idade, durante a ingressão militar contra os cumanos (polovtsi) e como reza a crónica, por ele «плакашасѧ» (choravam) não apenas «вси Переӕславцы» (todos os de Pereyaslav), mas também «ѡ нем же оукраина много постона» (toda Ucrânia gemeu [chorou] por ele):
Claro, sempre é possível argumentar que os dados medievais não são muito precisos e Crónica de Kyiv não apresenta nenhum mapa de tal “Oucraina”. Mas já nos meados do século XVII, nomeadamente em 1648, foi publicado o mapa do engenheiro e cartógrafo francês Guillaume Le Vasseur de Beauplan (cerca de 1600 – 1673), chamado Delineatio Generalis Camporum Desertorum vulgo Ukraina. Cum adjacentibus Provinciis, em que aparece Ucrânia (nas suas fronteiras próximas das atuais), mencionada como “Ukraina”.
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Também existe o mapa do cartógrafo alemão Johann Homann (1664 – 1724), criado em 1712, onde também esta claramente escrito “Vkrania”:
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É de recordar que império russo, como Estado, foi formado em 22 de outubro de 1721, como tal, afirmação de que a palavra “Ucrânia/Oucraina” apareceu no império russo ou mesmo na URSS é profundamente errado. Como vemos, este nome geográfico, e depois político, apareceu muitíssimo antes.

Mapas: Internet | Texto Maxim Mirovich e Ucrânia em África

Os crimes da resistência anticomunista polaca são revelados na Polónia

Em fevereiro de 2018, na Polónia, será publicado o livro histórico Skazy na Pancerzach: czarne karty epopei Zolnierzy Wykletych (Crostas na Armadura. Páginas negras da epopeia dos soldados amaldiçoados), dedicado aos crimes de guerra, cometidos pela resistência anticomunista polaca contra as populações civis belarusas, judias e ucranianas.

Na historiografia polaca, as forças nacionalistas polacas, que lutaram contra o regime comunista, tais como: Narodowe Siły Zbrojne (NSZ), Armia Krajowa Obywatelska (AKO), Wolność i Niezawisłość (WIN), receberam a designação geral de “soldados amaldiçoados”.

Como escreve no seu Facebook o autor do livro, historiador polaco/polonês Piotr Zychowicz: “Não há dúvida de que os “soldados amaldiçoados” lutaram corajosamente por uma causa certa. No entanto, isso não significa que todos eram heróis, como nos querem convencer os “bronzeadores” da nossa história”. Além disso, o jovem historiador exorta os seus concidadãos: “Não somos comunistas – não mentiremos sobre a nossa própria história”.

O livro conta a verdade histórica sobre os vários crimes de guerra cometidos por diversos comandantes conhecidos e destacados da resistência anticomunista polaca, ativos durante e após a II G.M.: Romuald Rajs “Bury”; Józef Kuraś “Orzeł” (desde junho de 1943 “Ogień”);  Zygmunt Szendzielarz “Łupaszka”; Mieczysław Pazderski “Szary”; Józef Zadzierski “Wołyniak”; Józef Biss “Wacław” e diversos outros “soldados amaldiçoados”.

Zygmunt Szendzielarz “Łupaszka” cometia os crimes contra populações civis belarusas e lituanas. Romuald Rajs “Bury” queimava e destruía as aldeias belarusas, juntamente com os seus moradores na região de Podlachia. Józef Kuraś “Ogień” é conhecido pelos pogroms e perseguição das comunidades judaicas, sobreviventes do Holocausto nazi (por exemplo, assassinato, à sangue fria, das 13 pessoas de etnia judaica nos arredores da aldeia de Krościenko nad Dunajcem em 2 de maio de 1946).

Mieczysław Pazderski “Szary” participou no ataque do grupo armado polaco Narodowe Siły Zbrojne (NSZ) contra a a aldeia ucraniana de Verhovyny, em 6 de junho de 1945, que resultou em assassinato bárbaro de entre 240 à 196 ucranianos – 45 homens adultos e 149 mulheres e crianças de todas as idades. Os nacionalistas polacos usavam as armas de fogo, machados, pás, enxadas, os assassinatos eram acompanhados pelas violações em massa (ler mais Zbrodnia w Wierzchowinach).
Combatente anticomunista polaco pousando sob os corpos dos ucranianos assassinados.
Aldeia de Verhovyny, 1945.
Józef Zadzierski “Wołyniak” é conhecido por comandar a unidade de NSZ que na noite de 17 à 18 de abril de 1945 queimou e destruiu a aldeia ucraniana Piskorowice, assassinando, de forma violenta, entre 160 à 400 ucranianos étnicos (ler mais). No total, entre 1944 e 1947 as diversas unidades da resistência anticomunista polaca/polonesa mataram na região de Piskorowice e nos seus arredores cerca de 700 civis ucranianos.
O comandante Józef Biss “Wacław” dirigia a unidade da Armia Krajowa (AK) que queimou entre os dias 2 e 3 de março de 1945 a aldeia ucraniana de Pavlokoma (Pawłokoma), resultante no assassinato de 365/6 ucranianos (entre eles 157 mulheres e 59 crianças menores de 14 anos, apenas os meninos até 5/7 anos e as meninas até 7/10 anos foram poupados neste massacre perpetuado pelos nacionalistas polacos). 
Monumento estatal polaco aos ucranianos assassinados pelos polacos em Pavlokoma/Pawłokoma:
"Memória eterna às 366 vítimas que morreram tragicamente na aldeia de Pavlokoma em 1-3 de março de 1945"
Não se menciona a etnicidade das vítimas, nem dos seus assassinos, nem se diz que os ucranianos foram assassinados.  
Monumento estatal polaco aos polacos assassinados e deportados pela URSS (Sic!) em Pavlokoma/Pawłokoma:
"Em memória dos polacos, moradores da aldeia de Pawłokoma que nos anos 1939-1945 foram mortos, das mãos dos nacionalistas ucranianos ou morreram na "terra desumana" 
(termo usado na Polónia para se referir ao GULAG ou Sibéria).
Já se menciona a etnicidade das vítimas, dos seus supostos assassinos, se diz que os polacos foram assassinados. 
“Os factos dramáticos descritos podem chocar muitos leitores. A verdadeira história, no entanto, foi mais complicada do que os livros de leitura patriótica, brancos e vermelhos [as cores da bandeira polaca/polonesa], adverte o historiador.

Notas sobre o autor:

Piotr Zychowicz (1980), nasceu em Varsóvia, é jornalista e historiador polaco/polonês. Desde 2013 é vice-editor do semanário Do Rzeczy e editor-chefe da revista mensal Historia Do Rzeczy.
Foto @FB do Piotr Zychowicz
É autor dos livros Pakt Ribbentrop-Beck. Czyli jak Polacy mogli u boku Trzeciej Rzeszy pokonać Związek Sowiecki (Pacto Ribbentrop-Beck. Ou como os polacos podiam vencer a União Soviética ao lado do 3º Reich), Obłęd '44. Czyli jak Polacy zrobili prezent Stalinowi, wywołując Powstanie Warszawskie (Loucura'44. Ou como os polacos fizeram oferta ao Estaline, começando a revolta da Varsóvia), Pakt Piłsudski-Lenin. Czyli jak Polacy uratowali bolszewizm i zmarnowali szansę na budowę imperium (Pacto do Piłsudski-Lenine. Ou como os polacos salvaram o bolchevismo e perderam o chance de criar o império), etc.
Os restos da igreja ucraniana na aldeia de Pavlokoma/Pawłokoma,
destruídos pelos populares polacos/poloneses em 1963
Blogueiro: o nosso blogue, durante uma década, se abstinha em “meter a lenha na fogueira” das relações polaco-ucranianos. Mas quando hoje, a Polónia definitivamente tenta ditar aos ucranianos quem pode e quem não deve ser o herói nacional da Ucrânia, chegou a hora de rever o passado e divulgar, com mais pormenor e de forma desapaixonada, os crimes cometidos pela Polónia e pelos polacos contra Ucrânia e contra os ucranianos. Para que estes crimes não sejam esquecidos ou repetidos... 

sexta-feira, janeiro 26, 2018

Cinema ucraniano: Lenda dos Cárpatos

No dia 29 de março na Ucrânia se estreia a “Lenda dos Cárpatos”, o filme do género ação histórica, baseado na vida do Oleksa Dovbush, o Robin dos Bosques ucraniano, que roubava aos opressores ricos para dar aos ucranianos pobres.
Pequenino, Dovbush se torna órfão, após um senhor feudal polaco manda matar a sua mãe. Amadurecendo nas montanhas, o herói volta como um líder guerreiro da resistência ucraniana local, conhecida como opryshky, para servir a justiça e vingar a morte da mãe. Embora o destino tem outros planos para ele...

Seguir as novidades do filme no Facebook.

quinta-feira, janeiro 25, 2018

Como os Estados Unidos alimentavam a União Soviética

O nosso blogue já contou como os EUA alimentaram o império russo no século XIX. No século XX a história se repetiu, em, pelo menos, três ocasiões os Estados Unidos forneceram ajuda alimentar à União Soviética, em larga escala, salvando as vidas dos milhões, algo que esquerda mundial faz questão de esquecer e fazer esquecer.
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1. Fome na região de Volga

Em 1921-22, a União Soviética foi avassalada por uma terrível fome, afetando principalmente a região do Volga – a fome foi causada pela política inepta do governo soviético, ceifando as vidas de cerca de 5 milhões de pessoas. Os Estados Unidos, que, na altura, ainda não reconheciam formalmente a Rússia soviética, decidiram ajudar as pessoas comuns e enviaram ajuda alimentar no valor de cerca de 80 milhões de dólares (largos bilhões aos preços atuais). O trabalho foi feito pela missão humanitária americana da American Relief Administration (ARA) – uma das maiores missões humanitárias do século XX.
Na foto acima, vemos o camião/caminhão da ARA na região do Volga. No verão de 1922, a comida em cantinas da ARA, tal como as rações especiais de milho, foi recebida por quase 9 milhões de pessoas e no final do verão de 1922 – por mais de 10 milhões. Nos meses mais ativos do seu serviço, ARA tinha cerca de 300 funcionários americanos, bem como cerca de 120.000 empregados, entre os cidadãos soviéticos.
Camponeses russos agradecem, de joelhos, a ajuda alimentar americana
Década de 1920, aldeia de Vasilievka
Milhões de cidadãos russos, com antepassados ​​de algum lugar da região do Volga – foram salvos da morte dolorosa pela fome, graças à ajuda humanitária americana.

2. II G.M. e Lend-Lease

Duas décadas após a fome na região do Volga, ocorreu a Segunda Guerra Mundial em que os EUA se opuseram à Alemanha nazi – em combates diretos em diversas frentes, mas o mais importante – os Estados Unidos forneceram imensa assistência material à URSS, que é conhecida como Lend-Lease.
Ler mais sobre Lend-Lease
Através do Lend-Lease, a URSS recebeu ajuda americana no valor de 9,4 bilhões de dólares (multipliquem N vezes para obter os valores atuais), cerca de 40% dessa ajuda consistia em equipamentos militares (armas de pequeno calibre, blindados, viaturas, etc.), o resto eram os diversos outros bens essenciais e alimentos. Os soldados soviéticos comiam guisado, manteiga, chocolate, ovos em pó e muitos outros alimentos americanos.
Até os botões do exército soviético eram produzidos em Chicago nos EUA
A esquerda (e não só) pró-soviética adora dizer que “lend-lease não era nada”, que os soviéticos venceriam na mesma, pois essa gente não entende nada nem de guerra, nem da economia – grande quantidade de batalhas foi perdida apenas porque as tropas na frente não possuíam o apoio logístico suficiente, não havia nada para comer ou reabastecer os seus equipamentos.

Outra deixa esquerdista é que os EUA de alguma forma “fizeram o dinheiro” com a URSS, vendendo os bens. Na realidade, de acordo com os termos do Lend-Lease, deveriam ser pagos apenas os bens que não foram usados durante a II G.M. Assim, a URSS pagou apenas 7% do custo total do estoque recebido, e mesmo assim, isso aconteceu anos após o fim da guerra.
Na foto de 1944: os camiões/caminhões americanos Studebaker numa base soviética nos arredores de Mojaisk:

3. Fim da URSS e as «pernas de Bush»

Nos derradeiros anos soviéticos, a URSS vivia uma escassez terrível de alimentos mais básicos. Os Estados Unidos vieram em auxílio, organizando a entrega da ajuda humanitária; mais, Mikhail Gorbachev acordou pessoalmente com George H. W. Bush o fornecimento à URSS de cochas de frango congelado – mesmo a comida tão simples como a carne de frango (amplamente considerada como comida dos pobres e também a fonte mais acessível de proteína animal) era um défice terrível na União Soviética. Graças ao acordo histórico informal entre Gorbachev e Bush, as cochas americanas eram conhecidas, não oficialmente, como “pernas de Bush”.

Curiosamente, mesmo depois da relativa estabilização da economia na década do [malfalado capitalismo] do Yeltsin, muitos ex-cidadãos soviéticos costumavam comprar as cochas de frango – estas continuavam sendo um produto protéico relativamente barato que até mesmo as pessoas de baixa renda podiam pagar – usando um par de “pernas de Bush” era possível, por exemplo, preparar a sopa para toda a família.
Na foto acima: a fartazana socialista nos derradeiros anos soviéticos.

Como podem ver, os “marvados” dos EUA, por três vezes serviram, no século XX, de bóia de salvação à pátria socialista...  

Foto: GettyImages | Internet | Texto: Maxim Mirovich

Bónus I

Desde janeiro de 1964, a União Soviética, que prometeu, nas palavras do Nikita Khrushev de “alcançar e ultrapassar os EUA”, começou as negociações longas e difíceis com os EUA para a compra de trigo e arroz – no total de cerca de 6 milhões de toneladas.
"Alcançaremos os EUA na produção de leite e da carne"
As compras acabaram por se realizar, em março de 1964, já após a queda do Khrushev. Pela decisão do Conselho de Ministros da União Soviética foram alocadas 407 toneladas de ouro puro e, em setembro desse mesmo ano, o Presídio do Comité Central do Partido Comunista da URSS concordou com a exportação [aos mercados ocidentais] das pedras preciosas e metais não ferrosos para obtenção de algumas dezenas de milhões de dólares.

Bónus II

Rússia proíbe A Morte de Estaline
Ler mais sobre o filme
O filme “A Morte de Estaline não vai passar em qualquer sala de cinema russa. O país proibiu a distribuição do filme, chamado pela diretora da Sociedade Histórica e Militar russa de “desprezível”, acrescentando que “é um mau filme, é um filme aborrecido e é vil, repugnante e nojento” (ler mais):

quarta-feira, janeiro 17, 2018

Igreja Ortodoxa Russa e nazismo alemão (14 fotos)

Apesar da extensa colaboração da Igreja Ortodoxa Russa (IOR) com as autoridades do 3º Reich no decorrer da II G.M., com o fim da guerra, a IOR reforçou a sua posição dominante em quase toda a União Soviética, conseguindo, por exemplo, absorver à força, e se apoderar de todos os bens, pertencentes à Igreja Greco-Católica Ucraniana (UGCC).

01. Os monges do mosteiro ortodoxo de Pskov-Pechersky (na atual Estónia) com oficiais civis e militares da administração de ocupação nazi. Os dias 15-28 de setembro de 1943.

02. A foto (não retocada digitalmente), impressa do mesmo negativo, proveniente do arquivo pessoal do reitor do mosteiro Pskov-Pechersky em 1941-1944, o hegúmeno Pavel Gorshkov (1867 – 1949?-1950?).
No outono de 1944, o hegúmeno Pavel (Gorshkov) foi detido pelo NKVD, acusado de colaboração com as autoridades nazis, condenado aos 15 anos dos campos de concentração soviéticos, morreu em 1949 ou 1950 no GULAG, foi reabilitado em 1997 e reconhecido como o novo mártir e confessor da IOR.

03. Com a permissão do Sicherheitsdienst (o serviço nazi dependente do RSHA), no decorrer da II G.M. a missão da IOR da cidade de Pskov cobria 200 paróquias, contando com 160 sacerdotes, 25 diáconos e 150 salmistas (fonte).

04. A entrega pelo exército alemão nazi do ícone da Mãe de Deus do Tikhvin aos cuidados da Missão ortodoxa russa da cidade de Pskov, março de 1943.

05. O hegúmeno Pavel (Gorshkov) com Obergruppenführer dos SA Karl-Siegmund Litzmann, o Comissário-geral (Generalkommissar) da Estónia (morreu em circunstâncias não esclarecidas em 1945 na Alemanha Oriental, na futura RDA).

06. O tenente-general do Wehrmacht, Helmuth von Pannwitz (executado em 16 de janeiro de 1947 em Moscovo por crimes de guerra e reabilitado pela procuradoria militar russa em abril de 1996), o general russo Pyotr Krasnov (executado em Moscovo por crimes de guerra em 16 de janeiro de 1947, acusado, pelas autoridades soviéticas, de “condução de atividades de espionagem – sabotagem e terroristas contra a URSS”, nunca foi reabilitado) e um padre ortodoxo russo.

07. O terrorista russo Igor “Stelkov” Girkin no seu gabinete, acompanhado pelo retrato do SS-Gruppenführer (general) von Pannwitz.

08. Os sacerdotes da IOR na visita ao Obergruppenführer Curt von Gottberg, o chefe da SS e da polícia nazi em Belarus (suicidou-se em 31 de maio de 1945 na Alemanha).

09. O capelão da IOR, pertencente ao 3º regimento do Corpo da Guarda russo (Russisches Schutzkorps Serbien), após a parada, com oficiais búlgaros e alemães na cidade jugoslava de Mitrovac (atual Sérvia), em 1943.

10. O arcebispo da IOR Filoteusz (Narko) (1905 – 1986) – o chefe da Igreja Ortodoxa russa em Belarus no decorrer da II G.M., posteriormente o bispo da IOR no Estrangeiro (ROCOR).

Ver no YouTube: “IOR e os alemães”: