sexta-feira, março 31, 2017

O guia prático «Donbas em chamas» apresentado em Kyiv

Recentemente em Kyiv no Centro de Crise de Imprensa foi apresentado o guia prático Donbas em chamas. Guia da zona de conflito”, publicado pelo Centro de ambiente seguro Prometheus, com auxílio do Centro canadense de Apoio das iniciativas privadas e da comunidade OSINT InformNapalm.

A publicação é o resultado de meses de trabalho de grupo de autores de diferentes áreas de competência – o jornalismo de investigação, as áreas de estudos regionais e história. A publicação reúne a informação que será útil aos jornalistas, observadores e pesquisadores que trabalham diretamente na área de OAT. Entre outras informações o guia sistematiza as provas da participação da Rússia na guerra contra Ucrânia, recolhidas pela comunidade InformNapalm.

Ver o vídeo promocional do livro (legendado em português):

Na apresentação estava presente o Diretor do Instituto de Política Externa da Academia Diplomática do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Hrygory Perepelytsya. O diplomata agradeceu o valioso trabalho realizado pelos autores da publicação e observou que é muito importante que os materiais sobre Donbas sejam publicados em diversas línguas, sendo úteis aos jornalistas e investigadores estrangeiros.
Uma página da edição impressa ucraniana
A publicação já recebeu as críticas favoráveis de especialistas estrangeiros, caso do Hiroaki Kuromiya, o Professor na Universidade de Indiana (EUA), o autor de livros sobre história e política de Donbas, que escreveu sobre a obra:

Este é um guia conciso e excelente sobre o Donbas, a leitura essencial para qualquer pessoa interessada em compreender a região devastada pela guerra. Altamente recomendado”.

Os autores da publicação explicaram que a versão impressa será divulgada entre os jornalistas, diplomatas e investigadores. A versão eletrónica do livro já está disponível na página do centro Prometheus em formato PDF em inglês, russo e ucraniano (e em breve em alemão e francês).

quinta-feira, março 30, 2017

O eurodeputado português José Inácio Faria: “Je suis Ukrainien!”

Durante o debate “Prisioneiros políticos ucranianos na Rússia e situação na Crimeiana Sessão Plenária do Parlamento Europeu que teve lugar em Estrasburgo, o eurodeputado português José Inácio Faria (PPE) apoiou fortemente Ucrânia na sua luta para restaurar a integridade territorial. Ele condenou veemente a agressão militar russa contra Ucrânia e a anexação ilegal da Crimeia.

O eurodeputado José Inácio Faria expressou a sua solidariedade com o povo ucraniano, dizendo:
Faça um click para ver o vídeo 
Perante a ameaça expansionista da Rússia na Ucrânia, demonstrada uma vez mais com o assassinato de Denis Voronenkov (ex-deputado russo e crítico do Presidente Putin) a semana passada em Kyiv, partilho a minha intervenção na última Sessão Plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo.

A morte de Voronenkov, uma das principais testemunhas da agressão russa contra Ucrânia, constitui mais um triste episódio da campanha de perseguições, sequestros, tortura, prisões arbitrárias e execuções extrajudiciais para reduzir a península da Crimeia e os ucranianos que lutam pelos valores de Maydan ao silêncio e à submissão.

Je suis Ukrainien! (Sou ucraniano!) Spasybi! (Obrigado!)

Excelentíssimo senhor, José Inácio Faria, queira aceitar as palavras da nossa sincera gratidão pelo seu apoio do povo ucraniano! Glória à Ucrânia!

quarta-feira, março 29, 2017

A Guarda Nacional da Ucrânia cria companhia de montanha (8 fotos)

A Guarda Nacional da Ucrânia (NGU) criou uma companhia da patrulha de montanha que será baseada na região de Ivano-Frankivsk, escreveu no seu Facebook o ministro do interior da Ucrânia, Arsen Avakov.
“A unidade será baseada na região de Ivano-Frankivsk. Os seus militares irão ajudar às agências da lei e ordem na defesa da ordem pública nas localidades sitiadas nas montanhas”, – explicou Avakov.
Ministro também informou que a unidade da montanha está se preparando para as futuras tarefas no decorrer dos exercícios militares, pois no caso de necessidade, a companhia será usada para auxiliar na busca e evacuação dos cidadãos nas diversas situações de emergência.
“Já na primavera [à partir de março-abril de 2017] entrarão em missão de patrulha nos Cárpatos. A principal função da Companhia especial da patrulha de montanha da NGU será zelar pela segurança dos cidadãos e turistas na região da floresta montanhosa”, – informou o ministro.

Made in Ucrânia: blindado ligeiro BTR-3

A Fábrica de reparação de veículos blindados de Kyiv (KBTZ) está se dedicando à fabricação do blindado ligeiro ucraniano BTR-3, equipamento militar destinado às unidades aerotransportadas das FAU.
A maior parte dos trabalhos de soldadura ainda é feita na Fábrica de Forja Mecânica de Lozova (LKMZ), em Kyiv são feitos apenas alguns trabalhos de soldadura e toda a montagem final.
A Fábrica de Kyiv pertence ao Estado ucraniano, faz parte da corporação estatal UkrOboronProm e emprega mais de 1000 pessoas. Além disso, KBTZ investe no desenvolvimento das suas próprias capacidades produtivas, encomendando rampas especiais (produzidas na Ucrânia) para a montagem dos blindados, as câmaras únicas de remoção da tensão do metal (também produzidas na Ucrânia).
A produção de BTR-3 envolve a cooperação de cerca de 150 produtoras ucranianas, a absoluta maioria de módulos é fabricada na Ucrânia, incluindo no novo canhão de 30 mm. Para já o motor é Deutz; transmissão; aço e kevlar usados são de produtores europeus e americanos. Três anos atrás nem a montagem havia, escreve no seu Facebook o assessor do presidente da Ucrânia, Yuri Biriukov.

terça-feira, março 28, 2017

Halyna Mazepa de Koval: a arte ucraniana com sabor venezuelano

107 anos atrás nasceu a artista gráfica e desenhadora ucraniana Halyna Mazepa de Koval, a filha do Isaak Mazepa, o primeiro-ministro da República Popular da Ucrânia que a maior parte da sua vida passou na Venezuela, que se tornou a “segunda pátria” dessa talentosa ucraniana, pertencente a uma geração inteira dos ucranianos e ucranianas geniais que deixaram o seu país e até a Europa, se salvando do comunismo soviético.
"As bruxas", 1977
Halyna era a filha caçula do jovem casal Mazepa, jovens social-democratas e estudantes, pai engenheiro agrónomo e a mãe médica bacterióloga. Nascida em 1910 em São Petersburgo, aos cinco anos se mudou para atul cidade de Dnipro, em 1920 a família emigra para Lviv e em 1923 se afixa em Praga.
"As lavadeiras", 1975
Mostrando, desde a pequena, o talento para o desenho, Halyna aprende a sua arte com os diversos artistas ucranianos que escolheram a Checoslováquia como um porto seguro, após a derrota da 1ª república ucraniana. Assim, após terminar o ginásio, Halyna Mazepa frequenta os Estúdios ucranianos de arte plástica, depois estuda arte em Escola de arte industrial e na Academia da Arte em Praga.
"Mavka", 1977
Sonhando com a viagem ao Paris, a jovem desenhadora ilustrava os livros infantis, colaborava com as revistas humorísticas e femininas (Pražаnka, List pani a dívek, Frauenfreude, Mädchenglück). No mesmo período conhece a arte popular ucraniana, recebendo os convites para criação de capas paras as revistas ucranianas, desenha os figurinos para os teatros.
A capa da revista ucraniana "Nova Hata" (Casa Nova), 1934
Em 1933 se concretiza o seu sonho, a jovem Halyna Mazepa visita a Paris, onde conhece o seu futuro marido, Volodymyr Koval.
O retrato do Volodymyr Koval, 1933
O seu trabalho torna-se rapidamente reconhecível graças ao seu próprio estilo moderno – “este modernismo se manifestava em um desenho simples, inexistente até ai entre nos e na mesma composição simples, ao mesmo tempo as obras eram marcadas pela ousadia e imaginação forte, eram ligeiramente estilizados, enquanto as cores ousadas, em contraste, muito bem harmoniosas reforçavam ainda mais essa impressão...” Halyna Mazepa fazia as exposições com sucesso em Lviv, Praga, Roma.
Cesto de fruta, 1937
Em 1939 ela casa em Praga com Volodymyr Koval, tragicamente os dois seus filhos, Volodymyr e Yuriy, juntamente com a avó, a mãe da Halyna – Natália Synhalevych-Mazepa, morreram em fevereiro de 1945 no decorrer do bombardeamento aliado da Praga. A tragédia obrigou a família se mudar de Praga para Alemanha, deixando por trás as suas obras e até os documentos pessoais. O destino posterior destas obras é desconhecido.
Menina com Scilla (1947) e Avô e avó (1947), Alemanha
No fim de 1947 a família Koval-Mazepa emigra para Venezuela, se estabelece em Caracas, onde Volodymyr Koval trabalha como engenheiro elétrico na construção civil e depois como professor na Universidade de Caracas. Já em 1948 Halyna começa a trabalhar na empresa cinematográfica Bolivar Films e na produtora ARS Publicidad que se dedicava aos desenhos animados. Em 1948 Halyna Mazepa de Koval (como é conhecida na Venezuela) realizou a sua primeira exposição individual na Venezuela, no mesmo ano participa no IX Salão Oficial, em que concorre na seção de artes plásticas com óleos e guaches e artes aplicadas como ceramista. Desde 1956 e durante 25 anos ela ilustra a revista popular de escolas primárias «Tricolor», publicada pelo Ministério de Educação da Venezuela. Com o ícone cerâmica “Proteção da Virgem” (protetora dos navios em uma grande tempestade), obteve em 1956 o Prémio Nacional de Artes Aplicadas, atribuído pelo Ministério da Educação da Venezuela. Halyna também se torna a colaboradora assídua das revistas “El Farol”, “Creole” “Revista Shell” e “Tópicos Shell”. Ilustrou os livros publicados pelo Ministério de Educação da Venezuela e do Instituto Nacional de Cultura e Belos Artes (INCIBA).
Autoretrato, 1950
A artista mantinha o contacto permanente com os artistas ucranianos dos EUA e do Canadá, expondo em exposições coletivas e individuais no Instituto da Ucrânia. Faz ilustrações para as revistas e os livros infantis e de poesia da diáspora ucraniana e em 1982 é lhe dedicada uma monografia do Ministério da Educação da Baviera da Alemanha Federal. Em 1991 a editora japonesa, “Kagyusha” publicou em japonês um livro com os temas indígenas infantis venezuelanos pintados pela artista ucraniana.
As capas dos livros ucranianos publicados na Diáspora
Além disso, Halyna se realizava em cerâmica artística, que estudou ainda em Praga – produzia em casa os pratos, placas, figuras humanas (caracteres do Vertep), mais tarde, as suas obras foram reproduzidos em duas fábricas de cerâmica. Com o dinheiro do prémio nacional pelo ícone “Proteção da Virgem” ela comprou um piano aos seus filhos, na Venezuela Halyna Mazepa novamente se sente a felicidade da maternidade: em 1945 na Alemanha nasceu Bohdan e já na Venezuela, em 1950 – Ivan).
(Cossacos) de Zaporizhia (1957) e Árvore da Vida (1959)
O casal Mazepa-Koval viajava muito, visitando os EUA, Canadá, França, Espanha, Itália, Áustria, Alemanha, Holanda e Bélgica, onde mantinham os contactos com os artistas plásticos ucranianos.
"Madonna" (1951)
Em 1986 no V Concurso internacional dos desenhadores ilustradores Noma (The Noma Concours for Picture Book Illustrations), organizado, de forma bianual sob patrocínio da UNESCO, o trabalho da Halyna Mazepa de Koval «Churun Meru» recebeu o prémio especial do júri.
"Churun Meru", 1986
Halyna Mazepa sempre se sentiu ucraniana até a sua última respiração trabalhou para a sua cultura nativa. Ela gostava de desenhar com a tinta de china, guache, óleo, tempera, mas quase não reconhecia as aguarelas. O tema principal de suas obras foram tradições familiares, histórias que encontrava em canções folclóricas, lendas, contos de fadas, a vida popular, motivos bíblicos. Sempre mantive o seu estilo único e não tinha medo de experimentar, tinha a habilidade infinita de misturar a fantasia com a realidade, nos seus trabalhos se sente o famoso sabor do café venezuelano que cativa os conhecedores com o sabor incomparável, variedade de sabores e notas delicadas leves...
"Madredeus", 1977
A artista permaneceu ativa até os últimos anos de vida. O seu coração parou de bater em Caracas em 1995, quando Halyna Mazepa-Koval caminhava ao seu 86º aniversário.
"A sonhadora", 1961
Texto e ilustrações @fonte1; fonte2

segunda-feira, março 27, 2017

Cinema ucraniano: “Alive” do Taras Khymych (ver online)

O diretor ucraniano Taras Khymych apresenta o seu novo filme Alive (Viva) sobre o destino incrível de uma mulher incrível. O roteiro é baseado nos factos reais que ocorreram na vida da ucraniana Anna Popovych durante os acontecimentos mais importantes e mais dramáticos na história da Ucrânia do século XX. 
Taras Khymych é um realizador conhecido sobremaneira pelos seus trabalhos no cinema documentário e dos vídeos musicais. Zhyva (Alive/Viva) é a sua primeira longa-metragem. A película conta a estória de uma jovem mulher ucraniana dos Cárpatos que possui os poderes sobrenaturais – vê os sonhos proféticos e o futuro. Ela é apanhada no turbilhão da II G.M., na luta da resistência ucraniana contra o poder soviético, numa altura em que a guerrilha OUN-UPA desesperadamente tentava à resistir. Membro da resistência, traída, ela sobreviveu a repressão, perdeu a família, mas não foi quebrada. Esta é a verdadeira história de Anna Popovych de Nadvirna, no coração dos Cárpatos ucranianos.

Ver o filme online que será disponível de graça apenas durante 30 dias à partir de 26/3/2017:

Os cinéfilos também podem ver o vídeo musical que faz a parte da trilha sonora do filme (composição Zakohani / Enamorados), da autoria do Sashko Polozhynskiy (grupo Tartak):

“Seus. Alheios. Os jovens ucranianos de Portugal”

As realizadoras ucranianas Khrystyna Zanyk e Kateryna Sorokopud apresentam o seu filme “Seus. Alheios. Os jovens ucranianos de Portugal” (2015); o filme tenta responder as questões como: Quem eles são? Como se sentem? O que para eles significa Ucrânia? Será que um dia pretendem voltar?
Pavló Sadokha, o chefe da Associação dos Ucranianos em Portugal
Pelas estatísticas portuguesas oficiais em 2015 em Portugal, o país no extremo ocidente da Europa, que dista cerca de 4.000 km da Ucrânia, viviam 35,779 ucranianos: 17,436 homens e 18,343 mulheres. Os ucranianos eram a 3ª diáspora estrangeira mais numerosa em Portugal, após brasileiros e cabo-verdianos, representando 9% de todos os imigrantes residentes em Portugal. Mais, pelos dados não oficiais, nas últimas duas décadas, cerca de 15.000 ucranianos receberam a cidadania portuguesa...
Os ucranianos em Portugal numa manif em apoio à Ucrânia
Ver o filme 26´47´´:

domingo, março 26, 2017

Dia de Liberdade: viva Belarus!

Dia 25 de março em Belarus é o Dia de Liberdade – o dia da formação da República Popular de Belarus em 1918, o dia de protesto contra última ditadura europeia que neste ano ultrapassa todas as medidas do razoável, pretendendo cobrar o imposto aos cidadãos desempregados, exatamente pela sua condição de improdutivos.
Em resultado das manif pacíficas contra o regime, só em Minsk mais de 1.000 cidadãos presos e espancados pela polícia OMON.

O “saber-fazer” ditatorial

O regime do presidente Lukashenka usa as táticas mais reles, para impedir a participação das pessoas nas manif absolutamente pacíficas:
1. Na imprensa oficial foi publicado o horóscopo que aconselhava, de abster-se no sábado da participação nos eventos públicos;
2. Várias páginas dos ativistas de oposição foram violadas e nelas publicado diverso lixo, histerias, os comentários são excluídos.
3. No decorrer de uma busca ilegal no apartamento do ativista da oposição Dima Dashkevich, a polícia/KGB viraram o apartamento de cima para baixo, roubaram todo o dinheiro e os objetos de valor que conseguiram encontrar e se apoderam do gato Leopold, morador de casa!
Leopld voltou e pai voltará!
4. Foi incendiada a entrada de um prédio, para obrigar os ativistas de oposição à sair do prédio.
5. No decorrer das buscas a polícia/KGB estão implantando a moeda ucraniana, as insígnias do regimento “Azov”, o livro sobre Hitler (fonte).

As pessoas desaparecem, são presas, espancadas de forma bruta, os filhos procuram pelos pais, os pais procuram pelos filhos nas cadeias de detenção preventiva (SIZO). Ficam felizes, quando os lá encontram (fonte).
A detenção dos "verdes" juntamente com os jornalistas
Foram detidos todos os ativistas dos “verdes”, que recolhiam o dinheiro e os alimentos aos ativistas previamente detidos (fonte).
A manif contra a corrupção que ocorreu em Moscovo (e 26 outras cidades russas)...