sábado, dezembro 30, 2017

Crise de reféns termina por bem em Kharkiv

Um homem que fez 11 reféns (9 adultos e 2 crianças) no edifício dos correios públicos da Ucrânia, “UkrPoshta”, na cidade de Kharkiv no dia 30 de dezembro de 2017 foi dominado e detido num esforço conjunto da Polícia Nacional da Ucrânia e do SBU, informa agência ucraniana UNIAN.
Foto do FB do Ministro do Interior da Ucrânia Arsen Avakov
Obrigado pelo serviço! escreveu o Ministro
O homem não identificado foi descrito, pelos reféns libertados como calmo, ele não fez nenhuma exigência e manteve o contato regular com a polícia através dos telefones dos reféns, contou o chefe da polícia regional Oleh Bekh, citado pela Reuters. Sabe-se que o atacante é uma pessoa com o passado crimial. As câmaras das TV´s ucranianas mostravam os policiais e bombeiros e as suas viaturas estacionadas em redor de um prédio branco e amarelo de dois pisos na cidade do Kharkiv. A área foi fechada ao tráfego.
Cerca de 18:10 (hora ucraniana), os negociadores ucranianos conseguiram convencer o atacante em libertar uma parte dos reféns (2 crianças de 11 e 13 anos e 3 mulheres, uma delas é idosa) e às 20:52 as forças ucranianas libertaram todos os reféns e detiveram o atacante. Sabe-se que os negociadores ucranianos usaram o pai do atacante para o convencer à se entregar. Os reféns libertados e os seus familiares receberam, de imediato, a ajuda dos psicólogos e médicos, escreve UNIAN.
Forças especiais da Polícia Nacional da Ucrânia, unidade KORD
O Departamento Investigativo da Polícia Nacional da Ucrânia abriu o caso criminal pré-julgamento na base da 2ª parte do Art. 147 (tomada de reféns) do Código Penal da Ucrânia. O atacante enfrenta uma pena de prisão de até 15 anos de cadeia efetiva.
Momentos finais da operação de resgate
Segundo uma das crianças, libertadas pelo atacante, este alegadamente vive na região de Kharkiv, na aldeia de Zhuravlivka e tem cancro/câncer de cérebro. “Ele constantemente oferecia café e chá, colocou [no corpo] o explosivo [um dispositivo com um líquido e lâmpadas ligadas ao corpo] e dizia que se a polícia não o escutar – iria se rebentar”, conta agência UNIAN.
O dispositivo do atacante | foto Євгеній Жуков
A foto do atacante foi publicada na página do Facebook do Ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, que escreveu: Os agentes da investigação criminal da Polícia Nacional acabaram de localizar o criminoso que tomou as pessoas como reféns em Kharkiv.
Obrigado pelo serviço!

Os prémios “idiota do ano” de 2016 e 2017

O prémio “idiota do ano” de 2016, com toda a justiça foi ganho pelo terrorista brasileiro Rafael Lusvarghi, detido na Ucrânia no dia 6 de outubro de 2016. O prémio de 2017 seguramente merece a dupla separatista de Donetsk, filho e a mãe, que se gabava publicamente de possuir os benefícios, pois a sua prole era o membro de um bando armado ilegal.   
Ler mais sobre o caso Lusvarghi
No posto de controlo “Novotroitske”, na linha de demarcação entre Ucrânia livre e os seus territórios temporariamente ocupados, no dia 27 de dezembro, foi detido um separatista, membro do bando ilegal armado “Oplot”, informa o Departamento de Comunicação da Polícia Nacional da Ucrânia.
Ler mais
O caso se deu quando uma cidadã, que se deslocava de Donetsk ocupada aos territórios da Ucrânia livre para receber a sua reforma, tinha dito, em voz alta, que tem direito aos benefícios, pois o seu filho é “comandante do blindado”. Os polícias ucranianos abordaram o cidadão que acompanhava a senhora, para a verificação de rotina.
Constatou-se que homem de 50 anos, fez parte dos efetivos do bando ilegal armado “Oplot”. Em 2014-15 ele estava na linha avançada de combates na aldeia de Yasne, nos arredores da cidade ocupada de Dokuchaivsk, da onde as forças russo-terroristas alvejavam as aldeias ucranianas.
O cidadão se juntou aos terroristas seguindo o seu vizinho. Após uma formação rápida, foi colocado para comandar o blindado T-64, as suas tarefas eram alvejar as forças ucranianas, apoiando a infantaria russo-terrorista. No início de 2015 a sua unidade foi deslocada para a cidade de Donetsk, onde estava aquartelada no bairro de Kirovsky, escreve Censor.net.ua
Após a detenção o separatista prestou o depoimento aos agentes da Polícia Criminal e aos órgãos da Justiça. O cidadão é acusado ao abrigo do Art. № 260 do Código Penal da Ucrânia: “Criação de unidades militarizadas ou militares, não previstas na lei”.

Blogueiro: como podemos ver, tal como terrorista Lusvarghi, o separatista, ora detido, não se separava da sua “caderneta militar”, emitida pela dita “dnr”. O que facilitou o trabalho da polícia ucraniana. Enquanto Lusvarghi será libertado nas próximas 113.880 horas, o nosso separatista, solteiro, com a formação superior, não se sabe quando novamente obterá a sua liberdade. De consolação, ambos ganham o prémio do “idiota do ano” do nosso blogue. Além disso, o nosso separatista realmente obteve um benefício real, foi gratuitamente levado à uma esquadra da polícia. É a lei da vida... 

sexta-feira, dezembro 29, 2017

Como na União Soviética se celebrava o Ano Novo (16 fotos)

A tradição soviética do Ano Novo, assim como a respetiva mesa festiva, se formaram apenas após a II G.M., antes disso, a festa era tolerada, mas vista como “atavismo burguês”, algo de que os cidadãos soviéticos, certamente, iriam prescindir nas futuras “amanhas cantantes” do comunismo triunfante.
  
A festa do Ano Novo na época soviética exigia dos cidadãos a procura árdua dos alimentos para a mesa festiva — maionese e outras “iguarias”, como a ervilha enlatada, eram compradas com meses de antecedência, mas ainda tinha que encontrar uma árvore de Natal Ano Novo decente, pensar onde e como conseguir obter presentes para familiares e amigos – movimento frenético que gerava o sentimento de um milagre e um feriado. Hoje, todas essas coisas são compradas na hora e em qualquer quantidade e qualidade, como tal, a festa é encarada de forma mais simples e sem o frenesim de outrora.

Árvore de Natal Ano Novo e TV

02. A celebração do Ano Novo na URSS foi permitida, de forma oficial, no período pós- II G.M., apenas em 1947 (o Avô Geada/Died Moroz e sua neta, Sniegurochka, foram permitidos desde 1935), neste ano, pela primeira vez na União Soviética, o dia 1 de janeiro foi declarado como feriado. Antes disso, acreditava-se que a árvore de Natal Ano Novo era colocada apenas por “pequenos burgueses”, que em segredo das autoridades soviéticas estavam celebrar as “velhas festas czaristas”.

03. Devolvida em 1947 a árvore, dentro de alguns anos se tornou a tradição. O que é interessante – até o fim da URSS, no país não surgiu a verdadeira “indústria da árvore do Ano Novo”, as pessoas “arranjavam” as arvores em mais diversos lugares – nas grandes cidades eram organizados os “bazares de árvores do Ano Novo”, mas na maioria das vezes vendiam apenas os restos – as árvores de Natal Ano Novo mais ou menos decentes provavelmente eram vendidas “aos amigos” com uma pequena sobretaxa e não chegavam ao comércio de massas.
Era bastante normal ir à floresta e cortar uma árvore de Natal Ano Novo – que, por vezes era escolhida ainda no outono ou mesmo no verão. [Cortavam mesmo as árvores decorativas nos parques urbanos, a polícia fazia as rusgas contra os pevericadores, em alguns locais as árvores eram pulverizados com a tinta pegajosa para desencorajas os bárbaros].

04. Não havia à venda as bases para as árvores, uns faziam a base da madeira, outros colocavam a árvore num balde com areia e outros metiam a árvore numa panela, com água, amarrada a um tamborete — desta forma a árvore durava mais tempo. Num dado momento se tornaram muito populares as árvores de Natal Ano Novo, feitas de polietileno – um chique especial era árvore prateada, como na foto abaixo:

05. Na década de 1970 surgiu a tradição de celebrar o Ano Novo em frente da TV – naquela época os aparelhos da TV já se massificaram bastante, começaram aparecer os programas como Luzinha Azul (1962-1985 e desde 1997 até hoje na TV russa “Rossija”), em 1970, Brejnev, pela primeira vez na URSS, leu o seu “apelo ao povo por ocasião do ano novo”. Em 1986, aconteceu algo inédito – Gorbachev felicitou, por ocasião da chegada do Ano Novo, os cidadãos dos Estados Unidos e o presidente Ronald Reagan felicitou os habitantes da URSS:

Mesa festiva e défice
 
"Pelo Ano Novo" dizem os balcões frigoríficos praticamente vazios de uma mercearia soviética
06. Os cidadãos soviéticos começaram a preparar-se ao Ano Novo bastante antecipadamente, várias semanas, senão meses – os produtos “festivos” eram bens escassos e tinham que ser comprados com muita antecedência. Os “produtos clássicos” da mesa soviética do Ano Novo eram: ervilhas enlatada búlgara, espadilhas bálticas, lulas/polvo do Extremo Oriente soviético (mais tarde – “barras de caranguejo”), chouriço defumado, tangerinas de Abecásia, maionese sem falta e champanhe soviético.
Ocasionalmente, esses alimentos apareciam à venda livre nas vésperas do Ano Novo, geralmente eram “deitados/jogados fora” – “vá depressa, na mercearia na esquina jogaram fora as tangerinas!”

07. Outra regra de bom-tom era a presença na mesa de bolos e bolinhos comprados na loja – na maioria das vezes eram piores que a produção caseira (cozinhados com a margarina, na base de um creme oleoso gorduroso e decorados com rosas de cores ácidas), mas aqui não era apreciada a qualidade, mas o estatuto da iguaria, o bolo “comprado” era considerado uma delícia cara e de difícil obtenção.

08. A fila para comprar os bolos – a cauda da fila fica na rua e, no primeiro plano se pode ver como um comprador feliz sai da loja, levantando triunfalmente duas mãos com bolos honestamente conseguidos e ao muito custo – para que eles não fossem amarfanhados na saída. Também podemos ver duas velhotas exaltadas, que praticamente se empurram, na fúria de entrar na loja para conseguir comprar o bolo.

09. A venda do chouriço defumado também criava filas – este alimento era valorizado pelo facto de ter um alto teor de carne e poucos aditivos (como em salsichas ou mortadela), o que o transformava em um bom substituto da carne. O chouriço era comprado como uma iguaria para a mesa festiva e sob a forma de um presente – trazer consigo, numa visita social, uma peça de chouriço fumado e um bolo comprado na loja era considerado como algo semelhante ao bom-tom.
10. Afinal, o que componha a mesa soviética festiva? Se você passou, com sucesso, por várias filas para comprar chouriço e bolos, e também de antemão (ainda no outono), se preocupou de comprar os alimentos enlatados necessários, então a sua mesa de Ano Novo poderia ser algo assim: salada olivier (salada russa), arenque sob o casaco de pele, salada mimosa, 2-3 tipos de chouriço, sandes com espadilhas e caviar vermelho, legumes enlatados (legumes frescos na URSS era um dificit tremendo). Para a sobremesa – bolo, tangerinas e doces, de álcool – champanhe soviético, vodca e vinho tinto seco (se conseguir obtê-lo). Opcionalmente, se fazia algum prato quente – frequentemente galinha no forno com batatas ou carne fria de porco.
Na mesa havia muito pão – castanho e branco, na URSS, era um sinal de prosperidade e da vida plena.

Visitas e prendas 
Dois cavalheiros soviéticos à caminho de uma visita social
11. Na festa do Ano Novo da URSS costumava-se fazer visitas – o que também era preparado com antecedência. Na visita, era necessário mostrar o seu melhor lado – um homem deveria usar fato/terno ou, pelo menos, em uma camisa bem passada, e as mulheres tinham que arranjar o cabelo – nas vésperas de Ano Novo os cabeleireiros trabalhavam em um regime reforçado.

12. O que poderia ser oferecido aos anfitriões? Um bom presente era considerado uma delícia para a mesa – um bolo comprado, um conjunto de doces, frutas ou algum tipo de vinho. Também era possível trazer uma caixa de chocolates ou um saco de tangerinas.

13. Quem quisesse oferecer algo mais sério, teria que se empenhar um bocado – ficar algumas horinhas nas filas ou tendo um vendedor conhecido, se podia comprar de presente uma lata de uma boa conserva (especialmente caviar vermelho ou preto), bom chá ou algum perfume ou conjunto de maquilhagem [ao menos de origem de algum país ocidental socialista, como Polónia].
"Vocês são muitos e eu estou aqui SOZINHA!"
14. As donas de casa soviéticas levavam nos seus ombros todos as questões de preparação da mesa festiva e aprimoramento e limpeza do apartamento para a recepção de convidados, enquanto o marido estava preocupado com compras, correndo pelas lojas e vendedores conhecidos, “apanhando” tudo o que era necessário.

E vocês, os nossos queridos leitores, gostariam de passar um Ano Novo assim? Gostariam?!! Podemos vos ajudar, venham aqui!

Fotos: LIFE, Internet | Texto Maxim Mirovich e [Ucrânia em África]

Venezuela: um Natal sem brinquedos, sem carne e sem gasolina

Uma fila de carros numa estação de gasolina de Petróleos de Venezuela em Maracaibo (Venezuela). foto @EFE
Numa das piores festas do Natal na história de Venezuela, os venezuelanos comemoraram a Consoada sem a carne na mesa, sem brinquedos (os que vieram da China eram da péssima qualidade), sem remédios e sem a gasolina, escreve o jornal El Mundo.

O caso pernil

Os distritos populares de Caracas, incluindo militantes chavistas, saíram às ruas, para protestar por causa dos cinco quilos de pernil de porco por cada casa, prometidos por Maduro, dos quais não chegou nem o cheiro.

“O que aconteceu com o pernil? Nós sabotaram. Posso dizer um país, Portugal. Eu estava pronto, porque nós compramos todo o pernil de porco que havia em Venezuela. Tudo. Mas tivemos que importar e, assim, deu a ordem e assinei os pagamentos. Mas fomos perseguidos por contas bancárias e navios”, se justificava o “filho de Chávez”. A acusação do Maduro entrou em colisão com suas próprias declarações de 3 de dezembro, quando numa outra de suas constantes aparições na televisão ele afirmou que os primeiros 400.000 pernis, “os melhores do mundo”, chegaram de Portugal. [...]

O governo português [...] descartou as acusações de Maduro. “Nós certamente não temos o poder de sabotar o pernil de porco, o governo português não exporta carne de porco para a Venezuela ou para qualquer outro país do mundo, vivemos em uma economia de mercado”, disse Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

Diosdado Cabello, chefe da ala militar revolucionária, também culpou os EUA pelo fracasso na distribuição da carne de porco. Freddy Bernal, chefe do CLAP (mecanismo de distribuição de alimentos subsidiados, a versão venezuelana dos sistema cubano de cartões de racionamento), incluiu a oposição na nova conspiração, culpando “Julio Borges (presidente do Parlamento) e seus lacaios” pela sabotagem de 5.000 toneladas de carne de porco.

O caso dos brinquedos
Loja de brinquedos em Caracas (Venezuela), dezembro de 2017. Foto @Cristian Hernandez / EFE
Também o caso de 10 milhões de brinquedos, outro dos elementos de Natal, que irritou muito os venezuelanos. Um grande grupo de militantes chavistas se lançou às redes sociais para protestar contra a baixa qualidade dos brinquedos, vindos da China. Dos vários dos modelos entregues, uma vez procurados no Google, comprovou-se serem os brinquedos para cães e não para as crianças.

A falta de pagamento

“É a Venezuela que não tem cumprido pontualmente as suas obrigações de pagamento dos fornecimentos realizados em 2016”, pode ler-se num comunicado enviado pela Raporal, uma das empresas que fornecem pernil de porco à Venezuela. É que o pernil de porco — que a Venezuela importou a Portugal — não foi enviado devido a um atraso de pagamento no valor de 40 milhões de euros às empresas portuguesas.

Em nome do regime de Nicolas Maduro, o embaixador venezuelano confirmou na manhã desta quinta-feira (28/12/2017) que esse pagamento está em falta mas que será regularizado “até Março de 2018”, pode ler-se no comunicado.

Job for the boys

A principal empresa portuguesa que vende pernil à Venezuela chama-se Iguarivarius e tem várias ligações políticas influentes. O presidente do conselho de administração é socialista Mário Lino, que foi ministro de socialista José Sócrates [réu num megaprocesso de corrupção, tráfico de influências e enriquecimento ilícito]; e em novembro [de 2017] entrou também para a administração Manuel Mendes Brandão, que é amigo do [ex-ministro da Defesa de Portugal, democrata-cristão] Paulo Portas e foi seu chefe de gabinete no Ministério da Defesa. Há um ano, o Ministério Público abriu uma investigação à Iguarivarius.

quinta-feira, dezembro 28, 2017

Os inimigos ideológicos e civilizacionais da federação russa

A atual situação da “cidadela sitiada” em que a federação russa acredita ser perseguida pelos inimigos externos e ameaçada pela “quinta coluna” interna, é um terreno fértil para as mais diversas teorias de conspiração. A tese “As guerras híbridas na teoria geral da guerra” espelha essa visão, partilhada, parcialmente ou em todo, pela atual classe militar russa.

A tese “As guerras híbridas na teoria geral da guerra” foi apresentada oficialmente na conferência “As guerras híbridas do século XXI”, que decorreu na Universidade Militar (ex-Academia Político-Militar “Lenine”) do Ministério da Defesa da federação russa em janeiro de 2015. O seu autor é major-general Alexander Vladimirov – o presidente do Colégio dos peritos militares da Rússia, membro do Conselho da estratégia nacional, doutorado em ciências políticas.

As teses principais:
1. A Rússia está em guerra pela sua sobrevivência como civilização Ortodoxa, [potência] étnica superior e grande Estado;

2. A guerra contra a Rússia e contra Humanidade é conduzida sob a bandeira de seus principais inimigos ideológicos, que são:

– liberalismo radical, gerando o fascismo com o rosto cristão-benderista.
– islamismo político radical, gerando o fascismo com o rosto muçulmano-árabe.

3. Os estágios da guerra são a transição da guerra civil na Ucrânia para a guerra civil no território da Rússia; início de uma guerra híbrida no território da federação russa.

4. A fase militar da guerra no território russo será efetuada através da:

– A agressão direta das forças armadas da NATO/OTAN (China) com a participação de contingentes militares (regulares, voluntários, mercenários) dos Países Bálticos, Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, Moldova, Hungria, Roménia).
– Entrada da China nesta agressão, com os seus próprios propósitos, pode ocorrer em qualquer fase da fase militar da guerra.

5. A Vitória final nesta guerra será russa. O seu preço será excepcionalmente alto, as perdas populacionais russas podem chegar ao 30-40 ou mais por cento.

Ver a apresentação original:
http://www.clubvi.ru/news/2015/03/07/vladimirov//1.pdf

Cópia de reserva:
https://informnapalm.org/wp-content/uploads/2017/12/Gibridnie-Voini.pdf

quarta-feira, dezembro 27, 2017

Terminou a grande troca dos POW. Libertados 74 ucranianos

"Os reféns ucranianos permanecem no país agressor. Vamos lutar por Sushchenko e Sentsov e todos os outros reféns que estão na Rússia e na Crimeia ocupada para serem libertados e devolvidos à Ucrânia.
O nosso coração dói por eles e estamos lutando pela sua liberação!"
twitter @poroshenko
No dia 27 de dezembro, decorreu a grande troca dos cidadãos detidos, entre Ucrânia e as organizações terroristas que operam nos territórios temporariamente ocupados de Donetsk e Luhansk. Foram libertados 74 cidadãos da Ucrânia, civis e militares, escreve a página ucraniana Novynarnia.com
Serhiy Hlondar e Oleksandr Korinkov
Alguns dos ucranianos estão no cativeiro terrorista já mais de 2 anos, como os dois militares do 3º Regimento do spetsnaz das FAU, Serhiy Hlondar e Oleksandr Korinkov. Eles foram capturados pelos terroristas em fevereiro de 2015, no decorrer dos combates de Debeltseve. Infelizmente, hoje os terroristas não os libertaram.  
Ombudswoman da Ucrânia (de vermelho), representantes da Procuradoria e SBU, junto à viatura
da Cruz Vermelha internacional e uma representante dos terroristas estudam as listas
foto @Iryna Herashenko
A troca decorreu no dia da Contrainteligência do SBU, secreta ucraniana diretamente responsável quer pela libertação dos POW e cidadãos ucranianos, quer pela captura dos separatistas e terroristas. Fisicamente a troca ocorreu no posto de controlo “Mayorsk”, nos arredores de Horlivka ocupada, os ucranianos libertados foram levados para Kyiv ao bordo do avião militar e foram esperados em Kyiv por volta das 19h00 (hora local).
Transporte dos POW, assegurado pela Ucrânia
A segunda etapa de troca poderá decorrer no início de 2018, pela fórmula 70 terroristas por 20 POW e civis ucranianos, explicou o representante da Ombudsman da Ucrânia, Bohdan Kryklyvenko.
POW libertado: Yevhen Chudnetsov, OZSP "Azov" (NGU), natural de Makiivka.
Numa conferência de imprensa, organizada pelos terroristas
Como informa o chefe do SBU, general Vasyl Hrytsak, os terroristas continuam a deter 103 cidadãos da Ucrânia: “conhecemos o nome de cada um deles. Não vamos parar até liberarmos todos. Também temos uma prioridade – a busca e a devolução às famílias as 402 pessoas desaparecidas”. Como explicou o general Hrytsak, contando com os cidadãos libertados hoje, desde início da guerra russo-ucraniana, Ucrânia já libertou ou recuperou os restos mortais de 3.215 cidadãos seus.

Os ex-terroristas que escolheram Ucrânia

Das 306 pessoas, requisitadas pelos terroristas, apenas 237 decidiram voltar aos territórios temporariamente ocupados. Os 69 deles escolheram à viver na Ucrânia.

Por exemplo, um dos que recusou à voltar à Donbas ocupada foi o ex-chefe do conselho municipal da cidade de Toretsk, Volodymyr Sleptsov, que se escondeu no autocarro/ônibus que transportava os cidadãos para a troca e, no último momento, se recusou à ser trocado, voltando, com os jornalistas, para Ucrânia livre.

Todos estes “dissidentes” serão entrevistados pelos representantes da Cruz Vermelha internacional, de forma individual e confidencial, para que eles confirmem claramente a sua decisão de não voltar aos territórios ocupados.

No entanto, mesmo o blogueiro militarista russo el-murid, profundamente anti-ucraniano no seu ódio à nova Ucrânia, reconhece a realidade dos factos: “Aparentemente, trata-se do facto de que, para essas pessoas, mesmo a prisão ucraniana parece melhor do que o lugar que defenderam há alguns anos com armas em suas mãos”.

Quem são os ucranianos libertados?
Adepto/torcedor do FC “Zoria” Vladyslav Ovcharenko interrogado pelos terroristas
Slogan nas costas (em russo): Luhansk é Ucrânia!
Entre os ucranianos libertados estão cientista Ihor Kozlovsky (a sua libertação foi pedida diretamente aos terroristas pelo presidente checo Miloš Zeman); ciborgue Oleksandr Morozov, blogueiro Eduard Nedeliaev, adeptos/torcedores do FC “Zoria” Vladyslav “Vlad” Ovcharenko e Artem Ahmerov (“culpados” e condenados às penas pesadas de 17 e 13 anos pela espionagem (Sic!) por queimar publicamente a bandeira terrorista). Uma ucraniana libertada hoje pelos terroristas acabou por não voltar à Ucrânia, pois apesar da posição absolutamente pró-ucraniana, em Donetsk ocupada vive a sua família.
Militar ucraniano Olexiy "Lys" (Raposo) Hordiychuk, 3 anos e 4 meses de cativeiro terrorista!
O último defensor ucraniano da colina Saur-Mohyla.
foto @Facebook do Rodion Shovkoshytnyi
Militar ucraniano Olexiy "Lys" (Raposo) Hordiychuk, 3 anos e 4 meses de cativeiro terrorista!
O último defensor ucraniano da colina Saur-Mohyla. Finalmente na Ucrânia livre.
foto @Facebook do Yuriy Butusov
Todos os cidadãos ucranianos libertados e a suas famílias receberão ajuda social e financeira, decisão confirmada pelo Primeiro-ministro da Ucrânia, Volodymyr Groysman.
foto @MOD da Ucrânia
foto @Yuriy Biryukov
O Ministério da Defesa da Ucrânia enviou para a zona próxima de troca o avião militar de transporte Il-76MD, que levara os ucranianos libertados para Kyiv. Como explicou o assessor do Ministro da Defesa, Yuriy Biryukov, os ucranianos liberados serão recebidos com chá, comidas leves, cobertores e bandeiras ucranianas, “o primeiro sinal de que estão em casa”. Os POW foram recebidos no aeroporto pelas famílias, amigos, voluntários e veteranos de OAT, os autocarros gratuitos levaram as pessoas do metro «Boryspilska» ao local do encontro, no aeroporto militar de “Boryspil”.
Os POW ucranianos recebidos em Kyiv | foto @Олег Слабоспицький
A vice-chefe do Parlamento da Ucrânia, Iryna Herashenko, publicou as fotos dos terroristas e separatistas que foram entregues na troca, como se pode ver nas fotos, alguns deles escondem as suas faces:

Alguns dos 16 POW´s e civis ucranianos que foram libertados do cativeiro da dita “lnr”:
Uma das páginas controladas pelos separatistas cita as palavras do Vladyslav Laktionov, o militar ucraniano libertado (batedor-operador de metralhadora da 92ª Brigada mecanizada das FAU) que mostra a vontade de voltar ao serviço efetivo no exército ucraniano: “Dependerá da saúde. Possivelmente voltarei ao serviço, continuarei o serviço militar sob contrato”.

Caso Lusvarghi
É de notar que o terrorista brasileiro Rafael Lusvarghi, preso na Ucrânia em outubro de 2016 e condenado em janeiro de 2017 aos 13 anos de cadeia, foi colocado previamente, na lista da possível troca. O mecanismo jurídico da sua possível troca-vs-libertação não é nada fácil e será abordado num outro texto. As primeiras informações indicam que brasileiro não foi libertado hoje, pode não ser libertado tão já, e só será, alguma vez libertado, em forma de “moeda de troca”, caso os terroristas libertem determinados POW ucranianos, cuja libertação é exigida pela Ucrânia. 
A zoeira da autoria do Lusvarghi e a zoeira real que o destino cruel preparou ao Lusvarghi...
As informações da última hora indicam que Ucrânia libertará Lusvarghi apenas em troca direta com o seu país da sua cidadania, Brasil. E a legislação brasileira, considera Lusvarghi como um terrorista, basta conferir a base legal, nomeadamente o Decreto da Presidência da República do Brasil № 5.938, de 19 de outubro de 2006 que promulgou o Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e Ucrânia, celebrado em Brasília, em 21 de outubro de 2003, e que estabelece a seguinte definição do terrorismo: “o atentado contra pessoas ou bens cometidos mediante o emprego de bombas, granadas, foguetes, minas, armas de fogo, explosivos ou dispositivos similares” (artigo № 3, alínea 5, ponto c) III).
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Bónus

Todos os nossos estão connosco. Respiramos.
Ontem eu chorei [no ombro] do carrasco:
“Trezentos deles pelos setenta nossos! Mas que proporção?! Parece Israel. Assim é injusto! Por que temos que entregar tantos deles?
Obteve uma resposta imperturbável:
– Não faz mal, apanharemos mais deles.
Nada para contra-argumentar.
Hurra! Arrancamos os nossos rapazes daquele pesadelo.
Simplesmente feliz.
(por Olga Halchenko

Blogueiro: o nosso blogue também está feliz. Mesmo os terroristas que tem a sangue ucraniana nas mãos podem e devem servir de moeda de troca para libertar os ucranianos cativos. A sua prisão não devolverá, às famílias, os heróis caídos da Ucrânia. Mas na troca, os terroristas servirão, para libertar os POW e cidadãos ucranianos das masmorras terroristas. Israel trocou o cabo Gilad Shalit por 1.027 terroristas. Temos que aceitar. Aceitaremos...