quinta-feira, agosto 31, 2017

Ucrânia possui o 30º exército mais poderoso do mundo

As Forças Armadas da Ucrânia se tornaram o 30º exército mais poderoso do mundo, de acordo com avaliação anual, publicada no portal militar Global Firepower.

Segundo este rating, o primeiro lugar ocupam os EUA, segundo – a federação russa e terceiro a RP China. Além disso, na lista dos 10 exércitos mais poderosos estão presentes Alemanha, Grã-Bretanha, Egito, França, Índia, Japão e Turquia. O Brasil ocupa a 17ª posição, Angola a 51ª, Portugal é 62º e Moçambique 109º, no total foram avaliados os dados dos 133 países.

O rating Global Firepower avalia, em termos militares, cerca de 50 parâmetros, são tidos em conta não apenas os números, mas também a diversificação dos equipamentos militares, operados pelas FA nacionais. Rating também avalia a posição geográfica, as capacidades do sistema de transporte, recursos naturais, indústria e número dos militares.

As capacidades do arsenal nuclear dos países portadores não é tido em conta, os «membros da NATO/OTAN recebem um ligeiro bónus por causa da partilha teórica dos recursos da aliança».
É de notar que em 2015, numa lista de 126 países o Brasil ocupava 22º lugar, Ucrânia era 25ª, Portugal 57º, Angola 76ª e Moçambique era penúltimo na 125ª posição, à frente da Somália que fechava a lista.

Bónus

Um pequeno tributo às mulheres ucranianas que servem nas FAU.

quarta-feira, agosto 30, 2017

Ucrânia e os espiões norte-coreanos (fotos e vídeos)

Em resposta à uma campanha internacional de RP que pretende impedir a entrega, pelos EUA, das armas defensivas à Ucrânia, importa recordar a detenção e posterior condenação de dois espiões norte-coreanos, efetuadas pelos órgãos competentes ucranianos.

O canal televisivo CNN, publicou recentemente um texto, acompanhado pelas fotos e vídeos da detenção, pela secreta ucraniana SBU, de dois espiões norte-coreanos, que teve o lugar em 27 de julho de 2011 na cidade de Dnipro.
A troca e detenção, a filmagem do SBU (faça click para ver)
Dois operativos da secreta norte-coreana, Li Txe Kir e Ru Song Chol, agiam sem a imunidade diplomática (provavelmente para não atrair a atenção sobre as suas atividades), usando como a cobertura os seus supostos postos na missão comercial da Coreia do Norte em Belarus. Ambos dominavam a língua russa e visitavam Ucrânia constantemente, procurando pelos funcionários do Bureau de Construção Yuzhnoye, quer no ativo, quer os reformados, escreve o jornalista ucraniano Yuriy Butusov.
O aspeto do interior da colónia penal, onde cumpre a sua pena X5
O seu objetivo principal era a obtenção da informação classificada sobre “mísseis balísticos, sistemas de mísseis, construção de mísseis, motores espaciais, baterias solares, tanques de combustível de esvaziamento rápido, recipientes de lançamento móveis, acumuladores de pó e padrões militares estatais”, pertencentes aos mísseis intercontinentais balísticos, segundo os documentos do seu julgamento em 2012.
SS-24 Scalpel | RT-23 Molodets | foto @Wikipédia
Algumas das informações eram relacionadas ao míssil balístico intercontinental SS-24 Scalpel, também conhecido como RT-23 Molodets, um míssil de combustível sólido capaz de transportar até 10 ogivas que podem ser lançadas através de silos de mísseis ou à partir de vagões especiais, dissimulados por dentro dos comboios/trem de mercadoria.
A porta da cela do X5
Os espiões pretendiam comprar a diversa informação científica classificada, ofereciam dinheiro para adquirir os trabalhos académicos sobre os temas. Quando espiões contactaram um dos engenheiros do BCY, este imediatamente informou SBU. A secreta ucraniana lançou a operação de documentação das ações ilegais dos espiões. No dia 27 de julho de 2011, ambos foram detidos no momento da troca de informação classificada pela quantia monetária de 900 dólares.

As provas da sua culpa eram evidentes. No entanto, dado que os espiões não tiveram a oportunidade de prejudicar a segurança nacional da Ucrânia, ambos foram condenados às penas bastante brandas – 8 anos da cadeia cada, que neste momento cumprem em duas colónias penais de detenção corretiva № 4 (fechada) e № 8 (comum), ambas da cidade de Zhytomyr, a terra natal do pai do programa espacial soviético, Sergei Korolev, o prisioneiro do GULAG № 1442.
O trabalho prisional do X5, filmagem da CNN (faça click para ver vídeo)
Diversos outros norte-coreanos [tudo indica que já com a cobertura da imunidade diplomática], foram detidos e deportados da Ucrânia, tentando obter no país as “munições de mísseis, dispositivos de mísseis de localização de mísseis, em particular para os mísseis de classe ar-ar”, escreve a CNN.

Dois deles representavam a embaixada norte-coreana em Moscovo e foram detidos e deportados em 2011, o terceiro norte-coreano ligado ao mesmo grupo e incumbido ao transporte do material, também foi deportado. Outros cinco norte-coreanos foram deportados da Ucrânia em 2015, pelo seu papel na “assistência ao trabalho de inteligência da Coreia do Norte na Ucrânia”. A quantidade dos espiões norte-coreanos que tentavam penetrar na Ucrânia era de tal maneira significativa, que em 2016 as autoridades ucranianas proibiram a entrada dos cidadãos daquele país na Ucrânia.
O interior da cela do X5
O espião Li Txe Kir (identificado nos documentos do tribunal ucraniano e pela reportagem da CNN como X5), é de estatura magra, é mais velho, fala a língua russa com um sotaque bastante ligeiro e tudo indica que desempenhava o papel principal. Como tal, Li Txe Kir / X5 se encontra à servir na colónia de detenção do tipo fechado, embora no julgamento ele admitiu parcialmente a sua culpa. Na colónia o ex-espião se dedica à construção de trilhos de cimento e barras de ferro.

O seu cúmplice mais novo, Ru Song Chol / X32 é perito em tecnologia, servia claramente o papel secundário; embora ele não confessou publicamente a sua participação nas atividades de espionagem, está detido numa colónia de regime mais brando, onde trabalho na construção de mobília.
X5 no trabalho prisional, fotografado pelas costas
Ambos dizem que querem voltar a Coreia do Norte, após cumprirem as suas penas prisionais. É quase certo que o regime norte-coreano tem as suas famílias como reféns e dois homens não têm qualquer escolha. Os oficiais ucranianos asseguraram à CNN que a dupla X5 e X32 são únicos espiões norte-coreanos, presos nas cadeias ucranianas de momento.

terça-feira, agosto 29, 2017

Liquidação dos terroristas em Luhansk e na Síria

Neste fim-de-semana em Luhansk foram liquidados logo dois “deputados” do “conselho popular” da dita “dnr”, ambos pertencentes ao “quadros” do grupo ilegal armado “Zoria”.
Os “deputados” liquidados são Inna Kuznetsova (24.03.1970 – 27-28.08.2017), a vice-chefe do departamento do pessoal do bando armado “Zoria” e Anatoliy Krivonosov (19.05.1956 – 27-28.08.2017), o chefe do departamento do pessoal e chefe interino do departamento financeiro do mesmo bando.
Uma breve análise OSINT dos seus dados pessoais permite concluir que os terroristas eram amantes, dado que viviam e estavam registados na mesma casa em Luhansk, na rua Ivan Turkeich № 75, alias, no local, onde foram abatidos pelos desconhecidos. 

O casal estava se dedicando, entre outras funções, aos pagamentos de indemnizações aos terroristas mortos e feridos, a posição que envolve a entrada e saída de avultados meios financeiros e grandes possibilidades de desvios destes mesmos fundos. As páginas separatistas escrevem dos conflitos que a dupla teve com o fuhrer da dita “lnr”, Ihor Plotnitsky, que se notabilizou no seio dos terroristas ao comando do mesmo grupo ilegal armado, “batalhão Zoria”, escreve a página ucraniana dn.depo.ua     
Em maio de 2016 Krivonosov ainda achava que “na República [dita “dnr”] há mais ordem do que na Ucrânia”.
Pois é...
Em 18.08.2017 na linha da frente foi liquidado o mercenário e cidadão russo Ievgeniy Ovchinnikov, natural da cidade russa de Barnaul, numa explosão da viatura.

... e na Síria
A imprensa regional russa informa que no dia 11 de agosto na Síria morreu e no dia 27 de agosto foi sepultado na cidade de Oremburgo o cidadão russo Alexander Iagofarov. A viatura em que seguiu o presumível mercenário foi atingida pela explosão de um obus. Além do Iagofarov morreram mais dois mercenários russos, os seus nomes por enquanto são desconhecidos, escreve a BBC.

O Ministério da Defesa russo negou ter quaisquer baixas na Síria nas respetivas datas. Por sua vez, na análise da página russa CIT, o grande intervalo de tempo entre a data da morte e do funeral (16 dias), bem como a ausência no perfil do mercenário de dados que, de alguma forma, indicariam o seu serviço nas fileiras do exército russo, sugerem que ele era um dos mercenários da EMP Vagner.

O que importa são as palavras de uma das suas conhecidas: “[ele] estava na Ucrânia antes da Síria. Possui as condecorações”.

Mais um que matava na Ucrânia foi liquidado na Síria.

Red Famine: a Guerra do Estaline contra Ucrânia

A historiadora americana de origem polaca, vencedora do Prémio Pulitzer, autora do “Gulag” e “Iron Curtain”, Anne Applebaum, lança o seu novo e importante livro dedicado ao Holodomor ucraniano.
Edição Kindle
Em 1932-33, quase quatro milhões de ucranianos (a estimativa de número de mortos varia entre 4 à 7 milhões de pessoas) morreram de fome, tendo sido deliberadamente privados de comida. É um dos episódios mais devastadores da história do século XX. Com autoridade e detalhes sem precedentes, Red Famine investiga como isso aconteceu, quem foi responsável e quais foram as consequências. É o relato mais completo publicado até agora desses terríveis acontecimentos.

O livro baseia-se em material de arquivo e nos testemunhos em primeira mão, apenas disponíveis desde o fim da União Soviética, bem como no trabalho de estudiosos ucranianos em todo o mundo. Inclui relatos sobre a fome por aqueles que sobreviveram, descrevendo o que os seres humanos podem fazer quando são levados aos extremos pela fome. O livro descreve como o estado soviético usou implacavelmente a propaganda para transformar os vizinhos uns contra outros, a fim de expurgar elementos supostamente “anti-revolucionários”. Ele também registra as ações de indivíduos extraordinários que fizeram tudo o que puderam para aliviar o sofrimento humano.

A fome foi rapidamente seguida por um ataque à liderança cultural e política da Ucrânia – e, em seguida, por uma negação total daquilo que tinha acontecido. Os relatórios dos recenseamentos foram falsificados e a memória foi suprimida. Alguns jornalistas ocidentais vergonhosamente usaram a linha soviética de propaganda; outros a rejeitaram corajosamente e foram prejudicados e assediados.

As autoridades soviéticas estavam determinadas, não só em obrigar Ucrânia abandonar as suas aspirações nacionais, mas que a verdadeira história do país deveria ser enterrada junto com as suas milhões de vítimas. Red Famine, um triunfo de erudição e simpatia humana, é um marco na recuperação dessas memórias e da história. Em um momento de crise entre a Rússia e a Ucrânia, também mostra até que ponto o presente é moldado pelo passado.

domingo, agosto 27, 2017

A vida na URSS nos quadros naïve da Zoya Cherkassky-Nnadi

A pintora israelita Zoya Cherkassky-Nnadi nasceu em Kyiv na Ucrânia em 1976 e aos 15 anos emigrou com a sua família ao Israel. Hoje, Zoya é uma pintora famosa, com o seu próprio estilo facilmente reconhecido. Os seus quadros é uma espécie de “máquina de tempo”, que leva os espectadores aos anos finais da existência da União Soviética. 

A pintora mantém uma página na Instagram, é de notar que a sua visão da vida em Israel também é bastante negativista, a sua série Alia-91 é classificada por muitos de “trágica e caricaturada”.

02. Verão típico de uma família soviética à beira-rio. É de notar que a classe média-baixa do espaço pós-soviético continua seguir os mesmos padrões do veraneio, embora a sua mesa, hoje em dia, é bastante mais farta.

03. Almoço na cozinha. Mãe ou avó prepara o jantar, na URSS o almoço e jantar eram, muitas vezes, preparados nas vésperas, depois os alimentos eram apenas aquecidos. A pintora retrata pequenos pormenores bastante típicos do quotidiano soviético — paredes, pintados até o meio com a tinta azul e uma outra parte com o cal, toalha plástica aos quadradinhos na mesa, as tampas de panelas na parede, junto à janela. Na mesa está um aluno com a idade de 12-14 anos [aos 14 anos as crianças soviéticas entravam mais ou menos compulsivamente na juventude comunista Komsomol e deixavam de usar a gravata vermelha de jovens pioneiros]. No telhado do prédio ao lado está escrito “Glória ao Trabalho!”

04. A parte final de uma festa em um apartamento, quando as visitas já se foram. Este tipo de festas eram bastante populares na URSS, pois [em casas particulares as pessoas podiam falam de forma mais sincera do que nos locais públicos; a abertura, que por vezes aproveitada pelo KGB para gravar as conversas dos certos intelectuais ou dissidentes], além disso na URSS havia grande falta de cafés e os restaurantes eram caros e exigiam um certo dress code, fato/terno e vestidos femininos à condizer. No fundo esta o aparador de madeira polida, lá eram colocadas as coisas “mais valiosas”, como jogos de loiça e vasos de cristal. O guitarrista parece com o cantor, compositor e ator soviético Vladimir Vysotsky.

05. Quadro se chama “Break baixo” e retrata a discoteca escolar [o jornal da parede se chama “Chamas”]. A julgar pela popularidade do break dance, legins com padrão de “leopardo”, a camisola “BOYS” do rapaz e jeans “Mawin” de uma das meninas estamos em 1989-1990.

06. Os netos recebem a avó, um quadro bastante tocante — é uma tarde, avó veio cuidar dos netos na ausência dos pais. Menina abraça a avó, o rapaz espreita na sua pasta, querendo saber se avó lhes trouxe algo saboroso.
Os paletós azuis, com golos de pele barata, muitas vezes, eram produzidos sob a medida e depois usados anos sem fio, por vezes durante décadas.

07. Outono no parque, as alunas de escola estão unir as folhas de ácer, talvez para um herbário escolar, talvez pelo puro prazer.

08. Manha. Menina adolescente se prepara para ir à escola. Na parede está pendurado um tapete caro, um tapete mais simples, de fabrico industrial está no chão. O quarto tem uma mesa de escrever, a cadeira giratória com as rodinhas e uma cadeira normal, com estofo vermelho. Possivelmente assim era o quarto da própria pintora [o segundo quadro é mais eleborado tecnicamente].

09. Salão de corte (com a inscrição em ucraniano “Перукарня”). A dama está fazendo a corte muitíssimo popular na década de 1980, “Cascade” (Cascada).

10. Espaço infantil num dos pátios de prédios de habitação. As meninas bebem vinho [provavelmente um “porto” soviético barato e de baixa qualidade], rapaz com as calças “Adidas” [o sonho dos sonhos da época] se exercita. O quadro se chama “Caraté”.

11. As meninas fumam, escondidas atrás de garagens individuais [o sonho de qualquer automobilista soviético].

12. Cozinha. Os meninos comem a melancia. Slogan em cima do prédio diz “Paz ao Mundo!”

13. Mais uma cozinha, casa de campo ou casa na aldeia, o processo de salmoura de tomate em frascos de 3 litros.

14. A família numa tarde em frente da TV — um vaso em cima do televisor (por vezes debaixo do vaso estava um guardanapo tricotado), cómoda de madeira polida, tapete pendurado na parede, cuecas “familiares” e óculos de armação com padrão de “tartaruga” do chefe da família. A TV mostra o início do programa “Projetor de Perestroika” [que 10 minutos antes do telejornal das 21h00 o programa vomitava por cima do telespectador as histórias daquilo que “ainda existe na União Soviética, mas não deveria existir”, casos de burocracia, desperdício material, roubos e desvios, entre outros. Toda a atmosfera do quadro indica que estamos perante uma família judaica de classe média-média].

15. Uma festa familiar. No centro da mesa um frango assado — isso é, frito ou feito no forno, que nos últimos anos da existência da URSS aparecia apenas em principais feriados. Entre as bebidas podemos ver a vodca “Stolichnaya”, um vinho qualquer e garrafa de “Pepsi-cola” que entrou na União Soviética apenas em 1974.

16. Almoço na cantina de uma unidade fabril.

17. Aula de educação física na escola.

18. A fila no departamento lácteo de uma mercearia.

19. Inverno num bairro ou cidade industrial. O quadro retrata os “rapazes do bairro”, uma forma de pequena criminalidade, própria à todas as cidades industriais soviéticas [na Ucrânia Soviética era bastante presente nas regiões do leste].

20. Os homens jogam dominó. Na URSS planificada as pessoas não tinham quase nada para fazer após a sua reforma, dado que empreendedorismo era proibido por lei. Praticamente, uma vez reformado, o cidadão era “riscado” da vida ativa e tinha que gastar os anos restantes nas atividades pouco gratificantes, como dominó ou pesca. No marvado Ocidente aos 60-65 o mesmo cidadão tinha a oportunidade de reunir um certo valor monetário, para começar um negócio próprio, conseguindo um passatempo mais interessante.

21. O quadro se chama “Duas irmãs e amiga”. A aluna da escola primária veste o fardamento escolar e gravata de jovem pioneira, as alunas do secundário já parecem jovens-mulheres com cabelo caprichado, maquilhadas e com as roupas do padrão ocidental. [A propaganda monumental diz: “A URSS é a base da paz”].

22. Discoteca caseira. Os cartazes com os ídolos musicais da juventude soviética do final da década de 1980 — Depeche Mode, Viktor Tsoi e mais alguém, parecido com Konstantin Kinchev.

23. Quotidiano soviético num apartamento T0. O quarto é cortado ao meio com aparador, do lado dos pais é criada uma espécie da sala, do outro lado um jovem adolescente fã do rock metaleiro se prepara para ir à uma festa juvenil.

24. [O quadro se chama “Se esqueceu colocar a saia!” e retrata as babushkas sentadas na entrada de um prédio de apartamentos que, sem fazer mais nada, se dedicam ao fofocar sobre os moradores deste e talvez até de prédios vizinhos].

Texto @Maxim Mirovich e [@Ucrânia em África]
"Lambada": a dança super-mega-popular na URSS
Casamento: o momento de beijar a noiva
Cozinha típica soviética: na parede um rádio com os canais pré-programados (entre 1 à 3).
Os programas começavam às 6h00 e terminavam à meia-noite, nas províncias, por vezes, a emissão
era cortada às 23h00, para que o cidadão soviético descanse em paz...