segunda-feira, julho 31, 2017

Como sindicato “Solidarność” derrotou o comunismo (19 fotos)

O surgimento do sindicato polaco “Solidarność” (Solidariedade) faz parte de uma cadeia de eventos históricos, que, sem exagero, representaram a viragem da história no Leste Europeu e talvez no mundo, derrotando o comunismo na Polónia.

“Solidarność” surgiu em agosto-setembro de 1980, no estaleiro de Gdańsk (que naquela época era chamado de “Estaleiro “Lenine”) sob a liderança de Lech Wałęsa, na altura um simples eletricista. A “Solidarność” surgiu em resposta de uma oposição de longa data entre a sociedade polaca e o governo comunista e a razão formal foi a luta pelos direitos dos trabalhadores que perderam os seus empregos – pelas “actividades de oposição” foi despedida a operadora do guindaste e ativista do sindicato de origem ucraniana, Anna Walentynowicz. Os operários também protestavam contra a deterioração das condições de vida – nas vésperas dos protestos na cantina do estaleiro subiram, vertiginosamente os preços de refeições.

Muito provavelmente os operários de Gdańsk, que superaram o medo e saíram aos protestos em 1980, não faziam a mínima ideia do que a greve da sua empresa se transformará em um grande movimento social, e se espalhará, consequentemente ao resto da Polónia, e será um exemplo para os cidadãos de outros países da Europa do Leste e da URSS. Isso se tornaria claro muito mais tarde, mas no outono de 1980 as coisas poderiam acabar com as mortes dos manifestantes – como já aconteceu em Gdańsk em 1970.

Desde a criação da Polónia comunista em 1945, o regime comunista tinha encontrado uma resistência feroz da sociedade civil polaca. Contra os comunistas se iniciou uma luta armada, que foi totalmente dominada pelo novo “poder popular” apenas em 1957, quando, nos arredores de Łomża foi cercada e destruída a última unidade da guerrilha nacionalista (ex-combatentes da Armia Krajowa / Exército Nacional).

Para permanecer no poder, o regime comunista usava toques hábeis do nacionalismo polaco, alegando que apenas sob a liderança dos comunistas, a Polónia retomou ao seu controlo dos territórios do “grande Reich” alemão, além de que a propaganda tradicionalmente tentava contar com a “classe operária”. O resultado era bastante fraco, os trabalhadores polacos eram portadores do constante espírito patriótico e sentiam a forte influência da Igreja Católica nacional – que claramente não era amiga dos comunistas. Por sua vez, a propaganda comunista teve dificuldades de classificar os operários de “vagabundos e artistas, executando os planos americanos”.

A luta armada anti-comunista terminou em 1957, mas depois disso (e às vezes simultaneamente), Polónia viveu uma onda de greves – no verão de 1956 houve protestos em massa em Poznań, nos anos 1960 decorriam as manif dos estudantes, e no final de 1970 protestos chegaram ao Gdańsk...

02. O famoso estaleiro de Gdansk está localizado perto da estação ferroviária da cidade, chamada de “Gdańsk Principal” e hoje tem essa aparência:

03. Próximo da estação pode ser visto um arranha-céus de 90 metros de altura, que na Polónia comunista abrigava o Instituto de Pesquisa de Construção Naval e o Centro de Engenharia Naval. Os polacos chamavam este edifício de “Zelenjak” por causa dos seus painéis exteriores de cor verde.

04. Essa é aparência da estação e do Instituto de Pesquisa de Construção Naval à partir das alturas, ao seu lado estão situados os bairros residenciais comuns de Gdańsk. Antigamente o murro em torno do estaleiro de Gdańsk ia até ao “Zelenjak”, e o próprio edifício pertencia às empresas ligadas ao estaleiro.

05. Agora do antigo murro ficou apenas um fragmento de uma parede de tijolos, deixada como um sinal de memória em homenagem ao início do movimento de “Solidarność”. Uma pequena parte do caminho entre “Zelenjak” e entrada ao estaleiro se chama de “Caminho para liberdade”.

06. E aqui está a entrada ao famoso estaleiro – agora todo o espaço circundante é transformado em um museu ao ar livre. Não seria um exagero dizer que aqui, no final do século XX, se decidia o destino da Polónia e muitos outros países da Europa do Leste:

07. Fora da Polónia poucos se lembram disso, mas protestos Gdańsk, em 1980, não foram os únicos nesta praça, pela primeira vez, os trabalhadores de Gdańsk saíram aos protestos em massa em dezembro de 1970 – os trabalhadores estavam insatisfeitos com o aumento dos preços de alimentos, bens manufaturados e materiais de construção na ordem dos 30%. Os representantes dos manifestantes conseguiram chegar a um certo acordo com as autoridades locais, mas a alta liderança do Partido Operário Unificado Polaco (PZRP) apostou na supressão violenta de protestos – usando as forças militares e paramilitares (ZOMO, a unidade treinada especificamente na supressão de protestos sociais), os carrascos comunistas abriram fogo, matando 42 operários...
Agora em memória daqueles trágicos acontecimentos na praça em frente da entrada ao estaleiro foi erguido um monumento.

08. Em cinco línguas do monumento estão escritas as palavras: “Monumento aos trabalhadores caídos do estaleiro de Gdańsk, 1970. Aos caídos em sinal da memória. Aos no poder em sinal de alerta que nenhum conflito social deve ser resolvido pela força. Aos concidadãos em sinal de esperança de que o mal pode ser derrotado”.
O monumento foi construído antes do fim do comunismo polaco – a criação de um monumento memorial foi uma das demandas dos trabalhadores que vieram aos protestos em 1980.

09. Ao lado do memorial foi erguido um monumento de 42 metros de altura, exatamente de acordo com o número de operários mortos. O monumento tem a forma de três crucifixos que estão ligados por três âncoras.

10. Essa é aparência da praça onde ocorreram todos os protestos. No centro agora está erguido um monumento, e ligeiramente à sua direita fica situada a entrada principal do lendário estaleiro de Gdańsk.

11. Aqui está uma foto do arquivo que pode ser vista na Internet, alguém fotografou de cima o protesto de 1980, quando na praça se reuniram cerca de 17.000 pessoas. Na foto pode se ver a entrada ao estaleiro, a esquerda da qual existem alguns edifícios administrativos baixinhos.

12. A entrada histórica foi deixada inalterada – aqui ficaram as velhas portas e interiores da Polónia comunista.

13. As janelinhas serviam para verificar os crachás de todos os trabalhadores que entravam ao estaleiro:

14. E aqui ficavam os guardas/zeladores:

15. Os prédios administrativos, gravadas na imagem de 1980, agora não existem, no seu lugar foi construído um grande e moderno museu do movimento “Solidarność”:

16. Dentro, em várias salas os visitantes podem se familiarizar com a história do movimento e com os principais marcos históricos da história polaca do final do século XX.

17. Das paredes aos visitantes olham os trabalhadores que protestam, há também um monte de fotos antigas do Lech Wałęsa. Os polacos contam que os trabalhadores grevistas tinham muito medo de irem aos protestos em 1980, ainda eram frescas as memórias dos operários mortos em 1970. No dia 14 de agosto, no primeiro dia da greve, os operários estavam se reunindo junto ao portão principal do estaleiro, mas o organizador da greve, Lech Wałęsa, não vinha por algum motivo. Na multidão surgiram os rumores de que ele foi preso, os manifestantes começaram a vacilar, quando cerca de 11 horas da manhã, o povo viu Wałęsa correndo desde a entrada, ele saltou por cima de uma retro-escavadora e gritou ao diretor do estaleiro: “Você se lembra de mim? Eu era seu empregado, você me despediu em 1976!
Descobriu-se que não deixavam Lech Wałęsa à entrar no território do estaleiro, e ele teve que subir o muro. Quem sabe o que teria sido a história da Polónia, se Wałęsa não conseguiria, então saltar/pular a cerca/muro.

18. Museu possui uma loja de souvenirs dedicados ao “Solidarność”.

19. No centro de exposições podem se ver os itens que os polacos associam aos últimos anos da Polónia comunista – o raríssimo papel higiénico e balança vermelha de feixe:

20. Vista ao museu das alturas. Se observar o telhado atentamente, poderá ver que este abriga um pequeno parque verde:
Texto e fotos @Maxim Mirovich

Ucrânia liberta os reféns em poder dos bandos armados ilegais

Em 29 de julho de 2017, com a ajuda do grupo voluntário “Patriot” e Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), ao território da Ucrânia continental volaram dois reféns ucranianos da dita “lnr”, o Juiz do Tribunal de Recurso da região de Luhansk, Vitaly Rudenko e blogueira Lyudmyla Surzhenko.
Durante nove meses (Sic!) ele foi ilegalmente detido e torturado pela dita “mgb” da dita “lnr”, sempre na esperança de um dia poder voltar à Ucrânia livre.
A liderança do SBU já informou o Presidente da Ucrânia sobre a libertação do juiz.

À Ucrânia livre também retornou a outra refém dos terroristas, Lyudmyla Surzhenko. Deficiente auditiva desde criança, Lyudmyla foi acusada pela “mgb” da dita “lnr” em espionagem à favor dos militares ucranianos e submetida às torturas. Ambos os reféns, juiz Rudenko e blogueira Surzhenko estavam nas listas dos reféns ucranianos que devem ser libertados, segundo os acordos de Minsk. As autoridades ucranianas desde sempre lutaram pela sua libertação. O trabalho ativo da libertação dos reféns e POW ucranianos continua, informa o serviço de imprensa do SBU.

A blogueira ucraniana Lyudmyla Surzhenko que escreve sob o pseudónimo de Mill(k)a Yasna(ya) foi raptada pelos terroristas da dita “lnr” no dia 13 de julho de 2017, por não cumprir uma ordem de terroristas no posto de controlo na vila Stanitsa Luhanska (Lyudmyla é deficiente auditiva e o seu aparelho de audição estava com a pilha descarregada).
Posteriormente, a “mgb” da “dnr” exercia coerção contra a referida cidadã, incluindo usando a tortura, com alicate foi danificado o dedo numa das mãos, para força-la a gravar um vídeo das suas “confissões” do trabalho aos serviços secretos ucranianos”, – contou o vice-chefe da Administração estatal de Luhansk, Yuriy Klymenko.

Lyudmyla Surzhenko foi libertada no dia 29 de julho, ela chegou sozinha ao território livre da Ucrânia. O estado psicológico da mulher foi bastante grave, ela recebeu os cuidados médicos necessários. Yuriy Klimenko explicou que o caso de tortura contra Lyudmyla Surzhenko será apresentado, pela Ucrânia, às organizações e tribunais internacionais.

domingo, julho 30, 2017

An-74 ucraniano sofre acidente em São Tomé, tripulação sobrevive

O avião cargueiro ucraniano An-74TK-100 da companhia CAVOK Air se acidenta em São Tomé e Príncipe, neste sábado, felizmente a sua tripulação sobreviveu, embora sofreu os traumatismos, informa o vice-ministro da Infra-estrutura da Ucrânia, Yuriy Lavrenyuk.
“Pela informação preliminar é [resultado] da colisão com um bando de pássaros que atingiram o motor direito durante a descolagem. Todos os membros da tripulação estão vivos, mas sofreram os traumatismos. A situação está sob controlo”, – escreveu o vice-ministro ucraniano.
Mais tarde Yuriy Lavrenyuk informou que os 6 membros da tripulação ucraniana receberem os primeiros socorros no hospital local, de onde saíram no mesmo dia e se dirigiram ao hotel para descansar.
O avião, pertencente à empresa privada de transporte estava descolar vazio, quando colidiu com um bando de pássaros e foi obrigado a efetuar a travagem de emergência. A manobra foi praticamente bem conseguida, mas a extensão da pista não ajudou, aparelho saiu fora e caiu de um pequeno precipício. Neste momento no terreno está se organizar a questão de guarnecer o local do acidente, para o preservar até a chegada dos peritos de aviação civil que irão investigar o caso.
CAVOK Air – companhia privada ucraniana, fundada em 2011 em Kyiv. Em 2012 obteve a certidão do Serviço Estatal de Aviação da Ucrânia. Efetua os diversos tipos de transporte de carga, informa agência de notícias Interfax Ucrânia.
Blogueiro: alguns jornais portugueses, que estavam à dormir profundamente nos últimos 26 anos, escreveram que avião era russo, embora, se calhar, a culpa é das suas fontes são-tomenses...
O aparelho ucraniano em Lisboa, foto do Facebook do @Salviano Pereira Bano
O aparelho ucraniano no transporte de cavalos, foto do Facebook da @Sara Havers
O aparelho ucraniano, foto do Facebook do @Paul Hol

sábado, julho 29, 2017

Ataque contra a embaixada dos EUA em Moscovo em julho de 1958

As tecnologias dos “protestos populares” eram criadas, aprimoradas e usadas pela União Soviética praticamente desde a sua fundação. Organizados, financiados, controlados e dirigidos pelas autoridades soviéticas, estes protestos eram de violência muitíssimo controlada e pretendiam mostrar aos “capitalistas” o tamanho da fúria potencial do cidadão soviético em defesa de “paz, socialismo e progresso”.
Os populares em "ação de indignação" pelas ações americanas
Em 1958 o mundo testemunhava a Crise do Líbano, na sequência da Crise de Suez e das relações tensas entre Líbano e Egito. O presidente libanês Camille Chamoun, cristão e pró-ocidental, pediu a intervenção dos EUA, face à tentativa de iniciar a guerra civil, desencadeada, pelo então, primeiro-ministro sunita Rashid Karami que contava com apoio do nacionalismo árabe.
A polícia moscovita em fardas brancas e a tropa do Ministério de Interior à cavalo
Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower autorizou a operação militar “Blue Bat” que se iniciou em 15 de julho de 1958. A operação envolveu cerca de 14.000 homens, incluindo 8.509 pessoas do Exército (contingente da 24ª Brigada Aerotransportada da 24ª Divisão de Infantaria com sede na Alemanha) e 5.670 oficiais e soldados do Corpo de Fuzileiros Navais. A presença das tropas reprimiu com sucesso a oposição e os EUA retiraram as suas forças em 25 de outubro de 1958.
"Mãos fora do Líbano"; "... pela Paz"; "Mãos fora do Iraque"
No fim da manif, os populares simplesmente abandonaram os seus dísticos
em frente do edifício onde se situava a embaixada americana em Moscovo
Retaliando, a “humanidade progressista soviética”, em uníssono, se manifestou contra a intervenção militar “armamentista” americana!
"Mãos fora do Líbano!"; "Mãos fora do Iraque"; "Mãos fora da Jordânia"; ...Paz..."
(notável que após a manif os cartazes foram simplesmente abandonados na rua...)
As forças americanas tiveram 4 baixas durante toda a operação: três soldados faleceram em acidente de viação e mais um foi vítima do fogo do franco-atirador (fontes @clio.eu; cont.ws; wiki).
A manif "espontânea" e "anti-sionista" num kolkhoze do interior soviético, 1967 (?)

Piloto ucraniano da “AtlasGlobal” salva a vida das 127 pessoas

O piloto ucraniano Oleksandr Akopov, capitão da companhia aérea turca “AtlasGlobal”, salvou a vida das 127 pessoas à bordo, conseguindo efetuar aterragem no aeroporto “Atatürk” em Istambul, absolutamente “às cegas”, quando o granizo muito forte danificou severamente o seu avião.
No dia 27 de julho, a cidade de Istambul foi fustigada pelo furacão com granizo forte, de tamanho de um ovo de galinha. Voando numa altitude de 4.000 pés, o avião da “AtlasGlobal”, pilotado pela tripulação ucraniana, foi atingido, em pleno, pela intempérie. Como resultado, no aparelho foi muito danificado o cockpit, a janela frontal, foram atingidos o piloto automático, autotrust e direct low.
Os pilotos ucranianos e duas hospedeiras turcas mostram o sangue-frio absoluto. O capitão, Oleksandr Akopov, efetuou a manobra de alta pilotagem, numa altitude já extremamente baixa, criando, “às cegas” um ângulo de inclinação, que lhe permitiu observar a pista de aterragem, pela janela lateral e conseguir aterrar o enorme Boeing de forma segura e com o sucesso absoluto.
O piloto ucraniano Oleksandr Akopov
Após a aterragem, todos os presentes no aeroporto “Atatürk” bateram lhe as palmas. Os pilotos de outras companhias faziam sinais luminosos e simplesmente vinham para lhe apertas as mãos. Todas as televisões turcas mostraram o momento de aterragem, quando a tripulação veio ao hotel para descansar, eles novamente foram recebidos como heróis.
Faça click para ver o vídeo
No vídeo acima as pessoas gritam em turco: “ele não irá aterrar, não conseguirá”. Mas capitão ucraniano conseguiu, salvando a vida dos 121 passageiros e 6 tripulantes.
Todos os meios de comunicação social turcos escrevem sobre Oleksandr Akopov. Mencionam que ele foi formado na Ucrânia, com as tradições da melhor escola de pilotos em todo o espaço pós-soviético. Até agora, capitão Akopov já fez 13908 horas de voo [aos 20.000 os pilotos e pessoal da cabine podem se reformar], escreve o jornalista ucraniano Osman Pashaev, citado pela página ucraniana Censor.net.ua

sexta-feira, julho 28, 2017

«Arbeit macht frei»: o caso soviético


Na foto estamos a ver os funcionários de um Instituto de Pesquisa Científica (NII) de Moscovo, na triagem de repolho, sujo e podre, numa base horto-frutícola, provavelmente no outono de 1982.
A caso dos NII´s soviéticos é bastante interessante. Os institutos existiam na URSS aos milhares, tinham ligação bastante fraca às indústrias, eram centros de pesquisa fechados em si, as suas criações e pesquisas pouquíssimas vezes foram aproveitadas pela máquina industrial soviética.

Como um dos últimos atavismos soviéticos da “união entre cidade e o campo”, os funcionários destes institutos, algumas vezes por ano, eram enviados, de forma compulsiva, aos kolkhozes para auxiliar na safra ou então, às bases horto-frutícolas, para ajudar na triagem de repolho, batata ou outros leguminoso de baixo valor comercial (portanto nada de bananas ou laranjas) geralmente bastante sujos e já meio podres. Escusado de dizer que este trabalho era pouco apreciado pelos cientistas, mas não podia ser recusado, sob pena de sanções disciplinares. A única maneira de escapar da união kolkhoziana, era através da apresentação do boletim médico ou da deliberação médica, que livrava o seu portador dos trabalhos braçais.
   
Os salários dos funcionários dos NII´s também eram bastante baixos, em média cerca de 150 rublos mensais antes de impostos (254 dólares ao câmbio oficial da época), apenas dois salários mínimos. Como tal, a motivação também era baixa e em cada departamento havia diversos funcionários que nada ou quase nada faziam, enquanto todo o trabalho científico e de pesquisa, por vezes era de responsabilidade de um(a) ou outro(a) trabalhador(a) compulsivo(a).
Crachá do membro da Equipa Popular Voluntária de Defesa da Ordem Pública (DND)



Os restantes funcionários resolviam as palavras cruzadas, trocavam as receitas de doces e salgados, dormiam, se engajavam nas atividades sindicais e de diversas outras associações supostamente cívicas e na realidade estatais, tais como Sociedade Voluntária de Auxílio ao Exército, Aviação e Armada (DOSAAF) ou Equipas Populares Voluntárias de Defesa da Ordem Pública (DND), que patrulhavam as ruas das cidades soviéticas em auxílio da milícia (polícia de segurança pública). Basta dizer que em 1984 na URSS existam 13 milhões (!) de membros dessas unidades “voluntárias”.