segunda-feira, maio 22, 2017

Hanna «Malva» Komar: sonho do primeiro dia após a guerra

«Malva» é o nom de guerre de uma ucraniana frágil – Hanna Komar. Quando começou a agressão militar russa no Leste da Ucrânia, Hanna deixou as aulas na Faculdade de Física e Matemática na Universidade Estadual de Uzhhorod, e se alistou, como voluntária do batalhão “Karpatska Sich, como a enfermeira no pelotão médico. Tinha acabado de completar 19 anos.
por: Anatoly Stefan e Arkady Radkivskyy, Narodna Armia (Exército Popular)

– Meu pai e minha mãe são profissionais de saúde, por isso a minha escolha foi óbvia. Eu tinha certeza que no pelotão médico farei a maior diferença benéfica, – conta a jovem.
O rebentamento da primeira mina atirou Hanna ao turbilhão da guerra.

– Aconteceu em Pisky (arredores do aeroporto de Donetsk) – se lembra ela – eu saí de abrigo e foi buscar água, e de nas proximidades explodiu uma mina. De forma automática me atirei ao chão. Recuperei os sentidos e rapidamente corri ao abrigo e só lá reparei nos meus joelhos feridos, como na época quando era uma criança.
Depois vieram os primeiros feridos. Hanna recorda mais do combatente Vasyl, com a hemorragia arterial. Após aplicação dos primeiros socorros, ele, acompanhado pela Malva foi evacuado para a cidade do Dnipro.

– Em algum lugar no meio do caminho, o militar recuperou a consciência e pediu água, e então ele disse as palavras que eu me lembrarei em toda a minha vida: Você olha para mim como a minha mãe”. Ouvindo essas palavras, os meus olhos ficaram com as lágrimas – retendo as emoções, se lembra Hanna.
Vasyl foi levado ao hospital, onde os médicos continuaram a lutar por sua vida. Mas ele ficou grato para sempre à uma menina frágil com grandes olhos bonitos. Infelizmente, havia aqueles que não puderam ser salvos. Hanna prefere não pensar nisso, e apenas diz que é a sua dor que vai ficar com ela para sempre.

Juntamente com os seus companheiros Malva participou na libertação e na defesa de Dobropillia, Vodiane, Pisky, Zaitseve e outros pontos quentes de Donbas.

Em maio de 2016, Hanna Komar assinou o contrato com as Forças Armadas da Ucrânia, agora ela serve numa das baterias de morteiros de uma das brigadas mecanizadas.
Em momentos de calmaria essa menina sonha sobre o primeiro dia após a guerra. Como ela vestirá um belo vestido, calçará os sapatos de salto alto, dos quais sente as saudades, e será novamente parecida com os seus pares. Pelo menos exteriormente, porque o que ela tinha visto e vivido na guerra mudou para sempre o seu mundo interior.

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