quinta-feira, setembro 01, 2016

A guerra da Rússia na Ucrânia: as medalhas e os números traiçoeiros

O grupo de investigação internacional, Belligcat, publicou o seu novo relatório «A guerra da Rússia na Ucrânia: as medalhas e os números traiçoeiros». O relatório analisa o aumento substancial do número das medalhas russas, atribuídas pelas atividades militares, no período entre 2014 e 2016.

Belligcat nota que não existem os dados oficiais sobre a participação dos militares russos na guerra contra Ucrânia. No entanto, alguns militares russos publicaram nas redes sociais as fotografias das suas medalhas, que possuem o número da série. Estes dados permitiram ao Belligcat detetar o aumento substancial da entrega das medalhas em 2014-2016, comparando com as quantidades das medalhas entregues antes de 2014.

No total, pelos dados de Bellingcat, entre 7 de novembro de 2014 e 18 de fevereiro de 2016 foram entregues 4.300 medalhas «Pela Distinção Militar». O relatório informa que o maior número das medalhas foi entregue em novembro-dezembro de 2014 (mais de 60 medalhas por dia). Os militares russos recebiam quatro tipos de medalhas: «Pela Coragem», «Pela Distinção Militar», medalha “Suvorov” e medalha “Zhukov”.
“Os dados disponíveis indicam que mais de dez mil medalhas foram entregues no período em análise. Assim, podemos concluir que, em 2014 – 2015, milhares de militares russos participaram em combates e foram condecorados com as medalhas”, – diz o relatório.

Bellingcat também explica que nem todos os militares russos envolvidos na guerra contra Ucrânia foram condecorados pelo estado russo, o que significa que o número total dos militares russos que participaram nas atividades militares no leste da Ucrânia é superior às 10.000 pessoas.

Em abril de 2014 nas regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk da Ucrânia começaram os combates entre as Forças Armadas da Ucrânia e os terroristas russos, em nome das “repúblicas populares” de Donetsk e Luhansk. Ucrânia, os Estados Unidos, a NATO e o Conselho da Europa acusaram a Rússia em efetuar a intervenção militar no conflito – usando as suas tropas regulares em combate contra as forças ucranianas no lugar das “repúblicas” não reconhecidas. As autoridades russas continuam negando as evidências, defendendo a tese da “guerra civil na Ucrânia” e admitindo, apenas ultimamente, a participação na agressão militar dos cidadãos russos, alegadamente na qualidade de “voluntários” (@Bellingcat.com).

Ler o relatório completo da autoria do Klement Anders em inglês ou russo

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