quarta-feira, junho 29, 2016

O Festival ucraniano em Israel decorreu em clima de festa

As fotos @Shimon Briman
O Festival ucraniano “EtnoHutir” decorreu em Tel Aviv na presença de mais de mil participantes. O evento reuniu os judeus, ucranianos, lituanos e georgianos e se transformou na festa de amizade, escreve publicação online LB.ua

O Festival foi realização pelo segundo ano consecutivo, em 2016 atraiu duas vezes mais visitantes do que no ano passado, aumentando o número de jovens entre os israelitas de nascidos no país.
"O quiosque do Departamento do Estado"
No Festival foram apresentadas as cozinhas da Ucrânia, Israel e Geórgia. O enorme sucesso tiveram os pratos tradicionais, a feira de souvenirs e produtos artesanais, incluindo vestidos de marca/grife no estilo étnico.
Ballet georgiano "Sukhishvili"
No evento participaram os músicos da banda israelense “Gefilte Drive” e a banda popular “Saint-Tropez” da Ucrânia. O festival foi abrilhantado pelas danças quentes do ballet georgiano “Sukhishvili”, liderado por Tamaz Tsitsiashvili. O grupo de dança folclórica da Lituânia "Vij" mostrou aos presentes o folclore da Lituânia. O evento contou com as presenças dos embaixadores da Ucrânia e da Lituânia em Israel.
No Festival também decorreu uma exposição-venda de pintura e cerâmica criada pelos combatentes ucranianos da Operação Antiterrorista (OAT) durante o processo da reabilitação psicológica como parte do projeto “Aquece a alma” (ver as suas obras).
Todos os fundos recolhidos no Festival serão transferidos para ajudar às crianças ucranianas que estão em tratamento médico em Israel e aos orfanatos na Ucrânia. O festival étnico EtnoHutir é organizado pela ONG Israeli Friends of Ukraine (ISU) com apoio da iniciativa canadense Ukrainian Jewish Encounter.

terça-feira, junho 28, 2016

The Breaking Point: a guerra pela democracia na Ucrânia

O filme documental “Breaking point: The War for Democracy in Ukraine” é um trabalho impressionante do realizador americano, detentor dos três prémios Óscar do cinema documental, Mark Jonathan Harris, em colaboração com o diretor do cinema, músico e produtor ucraniano Oles Sanin, realizador de O Guia: as flores têm olhos.
Faça click na imagem para ver o trecho do filme
O filme retrata de forma profunda a luta da nação ucraniana pela sua Independência, pela sua terra e pelo seu futuro. A nação, o povo e o país que merecem um futuro muito melhor.

Poucos dias depois da Revolução de Dignidade (o movimento Maydan) derrubar o presidente Viktor Yanukovich, a Ucrânia foi invadida pela Rússia. Ucranianos de todas as origens uniram-se na defesa do seu país, no processo de criação de um novo sentimento de nacionalidade e da identidade nacional ucraniana. “Breaking Point” descreve esses eventos turbulentos, às vezes heróicos, às vezes trágicos, através dos olhos de pessoas que as viveram – um médico, um soldado, o diretor de teatro infantil, um rabino, um repórter investigativo.

Acho que este filme irá cativar os telespectadores em todo o mundo. Porque a película retrata a verdade, e a verdade é um bem maior, escreve no seu Facebook, o ex-primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk.

O título do filme, “o ponto de rutura” provêm de uma frase dita por um dos seus heróis: “em algum momento as pessoas perderam o senso de humor e praticamente no dia seguinte eles perderam o medo de morrer...

segunda-feira, junho 27, 2016

Ucrânia captura 8 e liquida 3 terroristas em Mariupol

Nos arredores de Mariupol, nas proximidades da localidade de Shyrokyne, um grupo de batedores voluntários, em conjunto com as Forças Armadas da Ucrânia (FAU), capturou 8 terroristas da dita “dnr” e liquidou outros 3, quando estes se recusaram à render.

Como informa no seu blogue ex-líder do Setor da Direita, Dmytro Yarosh “Yastrub”, o grupo de batedores do 8º Batalhão do Exército Voluntário Ucraniano (UDA), liderado pelo comandante “Cherven”, apoiado pelos militares do 54º Batalhão de batedores das FAU, estava engajado em um raide de patrulhamento nas proximidades de aldeia de Shyrokyne. O objetivo da missão era a verificação do regime do cessar-fogo na área, segundo as recomendações da OSCE. Em resultado do patrulhamento foi avistado um agrupamento armado ilegal, que em violação dos acordos de Minsk-2 se encontrava na zona desmilitarizada, atirando contra as posições ucranianas.
No âmbito do humanismo, para não violar o acordo do cessar-fogo, os militares ucranianos não abriram o fogo, propondo aos indivíduos desconhecidos se render. Oito terroristas, percebendo o seu erro, se renderam imediatamente, os três bandidos abriram o fogo, atentando contra a vida dos cidadãos da Ucrânia, em resultado obrigaram as forças ucranianas os abater imediatamente com o fogo em resposta. Em resultado deste curto combate os ucranianos capturaram uma grande quantidade de armas ligeiras e as respetivas munições, todos fornecidos aos terroristas da federação russa.
O blogueiro ucraniano Kirill Danilchenko esclarece que os terroristas estavam plantando as minas PMN, tentando criar uma armadilha contra os ucranianos. No local foram abatidos três terroristas, outros 6 foram levados ao estado-maior para as interrogações. Foram capturadas as minas PMN, RPG-7 e as suas recargas de fragmentação OG-7V, assim como as armas ligeiras. Todos de fabricação russa. Os terroristas capturados são tipos bem interessantes para a possível troca de prisioneiros. Os vídeos de interrogações ainda não podem ser revelados. O mais importante que não houve baixas entre as forças ucranianas. Essa informação é confirmada pela blogueira ucraniana Lilia Ukrayinska, que também informa que em resposta os terroristas começaram alvejar as posições ucranianas. Também sem fazer as vítimas.

Todos os terroristas pertencem ao bando russo “dnr”, tentando, de forma consciente, provocar a violação do cessar-fogo. Seguramente, estamos perante mais um caso de violação grosseira, por parte dos terroristas russos, de acordo de Minsk-2, facto que deve ser analisado pela comunidade internacional e pelas organizações internacionais. As testemunhas de mais um crime terrorista – tentativa de atentar contra a vida dos militares ucranianos foram capturadas com as armas nas mãos. 
  
O mais importante – graças ao sistema de reconhecimento e boa preparação do pessoal, graças à boa tática escolhida e iniciativa do competente comando “Mariupol”, as forças ucranianas não tiveram baixas, nem mesmo ligeiras. Foi uma das operações de reconhecimento com mais êxito em 2016, contando pelo número dos terroristas capturados.

Outro aspeto importante é o papel dos militares voluntários, que estão na linha da frente pela vontade de defender a Pátria. Esperamos que pelo seu heroísmo, e ainda mais importante, pelo profissionalismo no desempenho das suas tarefas na luta bem-sucedida contra os violadores do cessar-fogo na zona desmilitarizada, toda a equipa que participou na operação, incluindo os militares voluntários, receberá as condecorações militares. Neste caso, os militares ucranianos implementaram adequadamente a decisão do Supremo Comandante da Ucrânia sobre a “cessação da desestabilização contínua na zona de OAT”, e são dignos de condecorações mais importantes, escreve o jornalista ucraniano Yuriy Butusov.

O pedido das desculpas do Erdogan
Dado que se sabe que não se pode confiar na imprensa russa nem na questão da previsão do tempo, importa saber o que realmente Erdogan escreveu na tal carta de desculpas pelo abatimento do Su-24 russo. Eis o texto original: “Hayatını kaybeden Rus pilotun ailesine bir kez daha acılarını paylaştığımı belirtmek ve taziyelerimi sunmak istiyorum; kusura bakmasınlar diyorum”. A tradução: “Eu mais uma vez repito que compartilho a dor da família do piloto russo que perdeu a vida e gostaria de oferecer lhes às minhas condolências; digo-lhes que lamento”. Além disso, o porta-voz do presidente turco já desmentiu uma outra pretensão russa do que, alegadamente, a Turquia pretendia indemnizar a federação russa no valor do avião abatido.

domingo, junho 26, 2016

Festival “Dias da Ucrânia no Porto”

Nos dias 25 e 26 de junho no Pink Market (Edifício Transparente) na cidade do Porto decorre o festival “Especial Ucrânia”, onde é possível conhecer tudo sobre a moda, beleza arte e cultura ucranianas. Além disso, o festival terá as atuações de música, dança, workshops, exposições de pintura e fotografia, sessões de cinema e muito mais.

Domingo dia 26 de Junho

11h00 Iryna Belyaeva, especialista em tratamentos de beleza irá contar as dicas e truques de beleza
12h00 Exposição de quadros bordados manualmente de Hanna Nadurak
13h00 Atuação do guitarrista Igor Yurkovskyi
14h00 Atuação de “Olhos Negros”, o trio de instrumentos tradicionais ucranianos
15h00 Exibição do cinema – 1ª sessão – “Ilovaisk, cavaleiros do céu” intercalado com workshop de bonecas e penteados ucranianos
16h00 Desfile de moda, roupas tradicionais e atuais da Ucrânia
17h00 Exibição do cinema – 2ª sessão – “Ilovaisk, cavaleiros do céu”
https://www.youtube.com/watch?v=Cv1xJc8q6Sg

sábado, junho 25, 2016

Edward Snowden contra o Big Brother russo

No dia 24 de junho, a Duma estatal (Câmara baixa do parlamento russo) aprovou o projecto final de várias leis ditas antiterroristas, apresentadas pela deputada Irina Yarovaya. Embora os legisladores tinham removido, no último minuto, muitas das alterações mais odiosas desta nova legislação, a nova lei emenda dezenas de leis existentes de formas que podem ter as consequências profundas na vida das pessoas que vivem na Rússia. Para que a “legislação da Yarovaya” se tornar a lei, o Conselho da Federação deve aprova-la, e, em seguida, o presidente Putin precisa de promove-la. Não há dúvida de que isso irá acontecer. A página Meduza oferece um breve resumo da nova legislação que chama de “leis mais repressivas da história pós-soviética”.

A nova legislação, diga-se de passagem, recebeu a desaprovação mais que veemente do Edward Snowden que escreveu no seu twitter: “A nova lei Big Brother da Rússia é inviável, uma violação injustificável de direitos que nunca deveria ser assinada”.
Dado que o ex-administrador de sistemas da CIA e ex-contratado da NSA que denunciou as práticas muito mais liberais dos EUA, se encontra em asilo na Rússia, ele já recebeu algumas ofertas dos internautas que seguem o seu microblogue. Por exemplo, como escreve Prophet of [OMITTED] “Bro, se você acabar no meu país como resultado deste tweet, eu tenho um quarto vago”.
Falta de comunicação de um crime
À partir do dia 20 de julho de 2016 “a falha de denunciar um crime” se tornará, por si só, uma ofensa criminal. Os russos serão obrigados a informar as autoridades sobre qualquer coisa que sabem sobre os preparativos dos ataques terroristas, rebeliões armadas e mais de meia dúzia de crimes diferentes. Qualquer um que não denunciará tais atividades, poderá ser condenado à pena prisional de até um ano de prisão.

Justificando o terrorismo na mídia social
A publicação de incitações ao terrorismo online, ou mesmo expressão da aprovação do terrorismo na Internet, será equiparado, legalmente, à publicação de tais comentários na mídia geral, sujeitando os indivíduos às mesmas penalidades rigorosas agora impostas aos meios de comunicação social. A pena máxima por incitar ou justificar o terrorismo publicamente é de sete anos de prisão.

Os registos telefónicos e os SMS, o acesso policial à estes dados
Uma parte da legislação da Yarovaya que passou pela Duma quase sem revisões foi a criação de novos requerimentos de armazenamento de dados de telecomunicações. Agora, empresas de telefonia móvel russas terão armazenar os registos de todas as chamadas e mensagens de texto trocadas entre os clientes por um período de seis meses. E por três anos, as empresas terão de manter os metadados sobre todas as chamadas e mensagens de texto (a informação de quando e entre quem as mensagens foram trocadas, mas não o conteúdo real das mensagens). As mesmas regras se aplicam aos “organizadores da distribuição de informação na Internet”. (Os reguladores estaduais irão identificar os recursos da Web que se qualificam como “organizadores de divulgação da informação”). Enquanto as empresas de telecomunicações terão de armazenar os metadados por três anos, “os organizadores” só precisarão manter a informação durante um ano.

A encriptação de dados
Há uma outra alteração importante destinada a “organizadores de distribuição de informação na Internet”: se um serviço online, um aplicativo messenger, uma rede social, um cliente do e-mail, ou mesmo apenas um sítio criptografa os seus dados, os seus proprietários serão obrigados, ao pedido do Serviço de Segurança Federal (FSB), à decifrar qualquer mensagem enviada por seus usuários. A multa por se recusar a cooperar pode ir até um milhão de rublos (mais de 15.000 dólares).

O trabalho missionário
A legislação da Yarovaya aperta regulamentos na esfera da vida religiosa da Rússia, criando uma definição completamente ampla do trabalho missionário, que à partir de agora será praticamente impossível de exercer por qualquer um que não seja formalmente afiliado às organizações ou grupos registados. E qualquer tipo de trabalho missionário será agora restrito à áreas especialmente designadas. As multas por violar estas novas regulamentações podem chegar à 1 milhão de rublos.
Agente estrangeiro! A inscrição na perede do escritório da ONG "Mulheres do Don" (Rússia) encabeçada pela Valentina Cherevatenko, acusada oficialmente de "recusa aguda" de cumprir os requisitos da lei sobre os "agentes estrangeiros".
As punições mais duras contra o extremismo
A nova legislação prevê que as pessoas condenadas por extremismo irão para a prisão mais vezes e com as penas mais longas. Aqueles que não vão acabar atrás das grades vão pagar as multas maiores. Em alguns casos, as mudanças são extraordinárias. Por exemplo, pessoas que atualmente são condenadas por financiar as atividades extremistas (artigo 282.3 do código penal russo), recebem as penas até três anos de prisão, nem sempre estas penas são efetivas. A nova legislação prevê a pena máxima de oito anos e a pena mínima de três anos.
"O meu bisavô foi preso por uma anedota, eu serei presa por uma repostagem",
atualidade, piquete solitário, Rússia, cidade de São Petersburgo
Induzindo as pessoas a aderir à agitação em massa
A legislação da Yarovaya introduz um novo artigo do código penal que proíbe “induzir, recrutar ou de outra forma, envolver” outros na organização de distúrbios em massa. A pena máxima por desobedecer essa lei é de dez anos e a pena mínima é de cinco anos.

A responsabilidade criminal à partir de 14 anos de idade
A legislação da Yarovaya expande a responsabilidade penal dos adolescentes com mais de catorze anos. Atualmente, as pessoas nessa faixa etária podem ser processadas ao abrigo de 22 artigos diferentes do código penal russo. O número subirá para 32. Será possível processar os jovens de 14 anos de idade pelo terrorismo internacional, a participação em comunidades terroristas, organizações terroristas e grupos armados ilegais; pela participação nos campos de treino terrorista, por participar na agitação em massa, por atentar contra a vida de um oficial do estado, por atacar um funcionário ou a unidade que goza de protecção internacional. A legislação diz mesmo o jovem de 14 anos de idade pode ser processado por não denunciar um crime.

O terrorismo internacional
O código penal russo também está recebendo um novo artigo “contra o terrorismo internacional”, que os promotores podem usar contra as pessoas acusadas de realizarem ataques terroristas além das fronteiras do país, em qualquer ataque que matou ou feriu cidadãos russos. A lei também se aplica à qualquer pessoa acusada de atos de financiamento do terrorismo. Este crime prevê a pena máxima de prisão perpétua.

Inspeções de encomendas postais
A legislação vai obrigar “os operadores postais” (o serviço russo de correios e todas as empresas postais privadas) à garantir que eles não estão enviando nada de ilegal. A lista de itens proibidos inclui dinheiro, armas, narcóticos, venenos, produtos perecíveis e as substâncias que possam prejudicar os funcionários do serviço postal ou danificar outras encomendas. Os custos da realização dessas inspeções cairá sobre os operadores postais.

O que foi excluído desta legislação?
A revogação da cidadania das pessoas. No texto inicial, Yarovaya e os seus co-autores propuseram vários motivos para revogar a cidadania russa. Este acto teria sido aplicado em várias circunstâncias, incluindo à qualquer um condenado por crimes terroristas ou extremistas, e mesmo aos russos que cooperariam com certos tipos de organizações internacionais.

A revogação do direito dos cidadãos a deixar o país. A primeira proposta da legislação também proponha a proibição de viagem ao exterior ao qualquer um que recebeu a “advertência oficial” sobre “a inadmissibilidade de ações ilegais cometidas”. Isso deveria ser aplicado extrajudicialmente. Na proposta final os legisladores mudaram a alteração, propondo restrições de viagem ao estrangeiro só para os cidadãos russos com as condenações pendentes ou não prescritas dos certos crimes (o terrorismo e o extremismo). No final, a Duma decidiu abandonar estas emendas.

Para já não há nenhuma explicação das razões por que que estas alterações foram introduzidas na primeira proposta da legislação para depois desaparecerem da proposta final.

Blogueiro: analisando a nova legislação draconiana russa, se pode chegar a simples conclusão que o país, está, lentamente, mas seguramente, derivar ao novo e profundíssimo totalitarismo estalinista. A nova legislação permite, de forma legal, condenar quase qualquer um, por quase por qualquer coisa. Ora vejamos: “a falta de comunicação de um crime” permite condenar qualquer pessoa da lista dos contactos de qualquer um que cometeu um “crime extremista” de postar na rede social qualquer publicação em apoio da Ucrânia no âmbito da atual guerra russo-ucraniana. Basta recordar o caso da cidadã russa Yekaterina Vologzhennikova (a terrorista russa das redes sociais), que foi condenada à 250 horas de trabalhos forçados pelo “incitamento de ódio por motivos étnicos contra os grupos sociais, voluntários-milicianos da Rússia que lutam de lado das milícias (Sic!) e por [incitamentos contra] às autoridades atuais da Rússia”. Tudo isso, pela postagem de 6 (seis) publicações em apoio da Ucrânia na sua página da rede social “VK”.
O artigo contra “o terrorismo internacional” seguramente poderá ser aplicado contra qualquer ucraniano, civil ou militar, que no decorrer da Operação Antiterrorista liquidar algum terrorista russo. Por exemplo, caso as forças ucranianas liquidarem Igor “Strelkov” Girkin ou famigerado Arseniy “Motorola” Pavlov que já mataram ou mandaram matar os cidadãos ucranianos na Ucrânia, estes serão acusados ao abrigo da nova lei russa. Não é preciso dizer que nem Girkin, nem Pavlov, nem outros 7291 terroristas russos que vieram a Ucrânia para matar os ucranianos não são e não serão perseguidos pela justiça russa, nem com a legislação corrente, nem com a nova...

quinta-feira, junho 23, 2016

Ocupação soviética da Ucrânia: 24.000 assassinatos na Galiza ucraniana

No dia 23 de junho Ucrânia recorda solenemente a memória das vítimas dos fuzilamentos em massa dos prisioneiros políticos ocorridos nas cadeias de NKVD no território da Ucrânia Ocidental, em junho-julho de 1941.
Os moradores de Lviv à procura dos seus entes queridos na entrada da cadeia № 1 de Lviv, 3/07/1941
Com início da guerra nazi-soviética, em 22 de junho de 1941, as cadeias da Ucrânia Ocidental, sobrelotadas de prisioneiros políticos se tornaram uma preocupação para o poder soviético. Principalmente as cadeias situadas na linha da frente. O poder soviético decidiu “resolver o problema” à maneira muito característica do comunismo soviético.
Os moradores de Lviv procuram os seus entes queridos entres os prisioneiros fuzilados pelo NKVD,
pátio interior da cadeia na rua Lonckoho, junho de 1941

No total, o poder soviético fuzilou naqueles dias, apenas na Ucrânia Ocidental, cerca de 24.000 prisioneiros: judeus, polacos e ucranianos. Hoje, a sua memória é recordada solenemente ao nível das suas comunidades. O Instituto Ucraniano da Memória Nacional (Memory.gov.ua) exorta à honrar a sua memória, assim sugere a cobertura deste evento ao nível nacional.
O interior de uma cela prisional da cadeia de Lonckovo em Lviv, onde NKVD matava os prisioneiros,
atirando as granadas por dentro das celas ou metralhando as pessoas através das vigias, 1/07/1941

terça-feira, junho 21, 2016

Euro 2016: a despedida da Ucrânia

Sem brilho e sem glória a seleção da Ucrânia se despediu do Euro 2016, após averbar três derrotas em outros tantos jogos. No entanto, e como em muitas outras ocasiões, a estima do país foi salva pelas fãs ucranianas, poucas seleções poderiam ganhar Ucrânia neste capítulo.
Por outro lado, a derrota na Euro será bastante benéfica, pois novamente poderá recordar aos ucranianos esquecidos (nomeadamente à um grande grupo de deputados do Parlamento que foram à França para assistir os jogos), que o país está em guerra e as reformas não podem esperar até o fim do campeonato.
Além disso, hoje em, a verdadeira beleza e a verdadeira vitória da Ucrânia podem ser vistos nas outras paragens, na zona de Operação Antiterrorista (OAT)!

Bónus
O terrorista russo, Aleksey Okulov aka “Akula” (Tubarão), nascido na cidade russa de Krasnodar aos 10/2/1984 foi liquidado na zona industrial de Avdiivka no último dia 13 de junho. O “irmão russo” fez todo o caminho até o Donbas para participar no “safari aos ucranianos”, como testemunha a foto na qual ele se aparece com uma pá. Agora a pá será precisa para enterrar mais um canalha que veio à Ucrânia com a espada e da espada morreu...

Glória à Ucrânia!

Destruição parcial da base militar russa “Ashuluk”

No dia 20 de junho, às 9:20 hora moscovita, o polígono militar russo “Ashuluk”, pertencente à força antiaérea e situado na região de Astrakhan, na fronteira com Cazaquistão, foi fustigado pelo incêndio de grandes proporções, seguido de uma série de explosões.

Graças ao operário da empresa russa OOO FNK Engeneering que participava na execução dos trabalhos de construção dos edificações militares no local, foi possível ver o vídeo do incêndio, produzindo o fumo, que, segundo as testemunhas chegava aos 100 metros da altura.
https://www.youtube.com/watch?v=KZ7CJ7glwvM
A informação sobre os resultados do incêndio é censurada pelos serviços secretos russos, no entanto, graças à informação OSINT é possível identificar os meios técnicos destruídos pelo incêndio e pelas explosões e a sua localização exacta.        
Nas imagens publicadas no nosso blogue podemos ver a localização cartográfica e geográfica dos equipamentos destruídos, chamados de “posição “Kama”. É uma estação de radar 5N64C (custo aproximado de 40 milhões de dólares), parte integrante do complexo de mísseis S-300PT, além das estações queimadas de fornecimento de energia elétrica do mesmo radar.
A versão oficial russa dos acontecimentos fala sobre “incêndio do motor de arranque do míssil do sistema S-75”. Possivelmente se incendiou não um, mas vários “motores de arranque”, pois a base “Ashuluk” é o local de armazenamento de componentes de lançamento dos mísseis S-75.
No comunicado de imprensa o Ministério da Defesa russo afirma que não houve baixas, nem evacuação da base. Algo difícil de acreditar, pois quase no epicentro da explosão, cerca de 300 m à norte, está situada a casa da guarda e o edifício de preparação dos alvos aéreos na base dos mísseis soviéticos antiaéreos antiquados. Tendo em conta o tamanho da base e o número das edificações, a guarda do polígono deveria ser composta por um mínimo de 20-25 militares do exército russo (fonte). 

segunda-feira, junho 20, 2016

Grécia recebe Concílio pan-ortodoxo boicotado por Moscovo

O Patriarca Ecuménico Bartolomeu I de Constantinopla
Nos dias 19-26 de junho, na ilha grega de Creta, na cidade de  Heraclião, decorrerá o Concílio pan-ortodoxo, sob a liderança do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I de Constantinopla, boicotado pela Igreja Ortodoxa Russa e pelos seus satélites.

O atual Concílio da liderança da igreja ortodoxa é histórica – os representantes das diversas Igrejas Ortodoxas se encontram juntos pela primeira vez desde a cisão da igreja que ocorreu há mais de 1200 anos atrás (desde 1054). No entanto, nas vésperas do início do Concílio, os representantes da Igreja Ortodoxa Russa (IOR), a Igreja Ortodoxa da Geórgia, da Bulgária e Patriarcado de Antioquia, leal ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, se recusaram à tomar parte no encontro. Neste momento o Concílio conta com a participação dos mais de 170 bispos, informa a agência KNA.
Foto @GOA/DIMITRIOS PANAGOS
Apesar de, previamente concordar em participar no Concílio, no dia 13 de junho  Moscovo e os seus satélites decidiram boicotar a reunião magna das igrejas ortodoxas por causa de “algumas questões” que teme serem abordados no evento. Em resposta, o Patriarca Ecuménico, Primaz da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, Bartolomeu I disse que o Consílio pan-ortodoxo será realizado, apesar da recusa de Moscovo à participar nele. Os participantes do Consílio ortodoxo devem discutir seis temas: a relação da Igreja Ortodoxa com o resto do mundo cristão, jejum, casamento, a missão da Igreja no mundo moderno, a tutela dos ortodoxos na Diáspora, os meios da proclamação da autonomia da Igreja Ortodoxa. A sexta questão é importante para Ucrânia que pede Autocefalia (independência religiosa), querendo afastar-se da influência de Moscovo, escreve a página NV.ua

No dia 16 de junho, o Parlamento da Ucrânia aprovou por uma maioria de 245 votos um Apelo ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu para conceder o poder Autocéfalo à Igreja Ortodoxa na Ucrânia (retirado no anos 1686 à favor de Moscovo).

As circunstâncias especiais que se criaram na vida da Ucrânia instaram nos à se dirigirem ao chefe da Santa Igreja de Constantinopla, o Patriarca Ecuménico... Nas circunstâncias atuais, o povo da Ucrânia já não aceita a ideia da unidade da Igreja com a Sua Beatitude o Patriarca Kirill de Moscovo, que não apenas não defendeu os cristãos ortodoxos da Ucrânia face à agressão russa, mas também se tornou um dos principais ideólogos do “mundo russo” e, consequentemente, um dos arquitetos da guerra híbrida atual contra a Ucrânia”, – diz a declaração.

O documento nota que o estatuto da Autocefália da Igreja Ortodoxa da Ucrânia poderá se tornar a base para superar o cisma da igreja que agora existe no país que possui três principais igrejas ortodoxas. O Parlamento também pede para convocar sob os auspícios do Patriarcado Ecuménico o Concílio pan-ucraniano da unidade ortodoxa que decidiria todas as questões controversas e uniria a igreja ortodoxa ucraniana, informa Ukrpress.info

Como informa no seu Facebook o Arcebispo da Igreja Ortodoxa da Ucrânia – Patriarcado de Kyiv, Arcebispo de Chernihiv e de Nizhyn, o chefe do Departamento de Informação do Patriarcado de Kyiv, Yevstratiy (Zoria), 10, de 14 de primatas das igrejas ortodoxas vieram à ilha de Creta para participar no Grande Consílio.
Estão presentes estão o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I; o Metropolita Sawa de Varsóvia (Igreja Ortodoxa Polaca); o Arcebispo de Chipre Chrysostomos; o Patriarca Sérvio Irineu; o Patriarca Theodore da Alexandria; o Patriarca Theophilos de Jerusalém; o Patriarca Daniel da Roménia; o Arcebispo Jerome de Atenas (Igreja Ortodoxa da Grécia); o Arcebispo Anastasios da Albânia; o Metropolita de Prešov Rostislav (Igreja Ortodoxa Checa e Eslovaca), informou Yevstratiy (Zoria).

Blogueiro: estamos perante uma situação de significado muito especial. A Igreja Ortodoxa Russa se rebeldia abertamente contra a primazia da Igreja Ortodoxa Ecuménica, exerce a pressão separatista sobre outras igrejas ortodoxas, o que poderá levar à uma nova cisão no mundo ortodoxo. A recusa da igreja Ecuménica à ceder a chantagem moscovita é inevitável, desde a démarche do patriarca Kirill em se encontrar com o Papa Francisco, em alegada representação do mundo ortodoxo, posição que nunca ocupou, não ocupa e nunca poderá ocupar na hierarquia da igreja ortodoxa Ecuménica.
A propaganda anti-Concílio distribuída em Moscovo
Em termos profanos, estamos perante um caso de redistribuição do poder da influência geopolítica na ala ortodoxa do mundo cristão. Caso a Igreja ortodoxa ucraniana receber a sua Autocefália, isso é, a independência do Patriarcado de Moscovo, Ucrânia ortodoxa passará à subordinação direta de Constantinopla e, assim, torna-se igual entre outras igrejas ortodoxas iguais. De uma vez por todos será reparada a injustiça contra a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, cometida mais de 300 anos atrás.

Lyudmila Pavlichenko no romance gráfico americano

A franco-atiradora ucraniana-soviética Lyudmila Pavlichenko (1916-1974), detentora do melhor desempenho da história mundial entre as mulheres snipers, foi, recentemente, eternizada no romance gráfico americano da autoria do grupo dos artistas Rejected Princesses, publicado na página do Facebook da editora Postize.
A filha do oficial do NKVD, nascida na cidade de Bila Tserkva, Lyudmila Pavlichenko se mudou para Kyiv, onde ingressou na Universidade Taras Shevchenko, estudando a história. Com início da guerra nazi-soviética, Pavlichenko se alista como voluntária no Exército Vermelho e participa na defesa da Odessa. É creditada com 309 mortes, entre eles 36 franco-atiradores e mais de 100 oficiais nazis, embora não existem as provas documentais destes números. Gravemente ferida em junho de 1942, ela nunca mais voltou ao campo de batalha. Pavlichenko foi usada na campanha das RP soviéticas nos EUA e no Canadá, advogando a abertura urgente da famosa 2ª frente americana contra os nazis. Promovida ao major, se tornou a instrutora e treinou franco-atiradores do RKKA até o fim da II G.M. Depois da guerra, ela terminou seus estudos na Universidade de Kyiv e começou a carreira como historiadora. De 1945 à 1953, foi assistente de pesquisas no Quartel-General da Marinha Soviética. Morreu em Moscovo de cerrose de fígado.
Em apenas três dias a publicação da Postize ganhou 18 curtidas e foi repostada por mais de 50.000 usuários. É de notar que ne vida real Pavlichenko nunca tive a alcunha “Senhora Morte”, é apenas uma invenção do filme ucraniano Inquebrável (título internacional: Batalha pela Sebastopol), informa a TV ucraniana 5ua.
Blogueiro: outro ponto interessante, ucraniana de origem e militar soviética, Pavlichenko lê o discurso, aprovado até o última virgula pela censura soviética, afirmando: “como militar russa, quero dizer...”. A frase diz muito sobre o internacionalismo real que reinava na União Soviética.
Ver Lyudmila Pavlichenko, discursando em Nova Iorque:
https://www.youtube.com/watch?v=jDO6n7GuslA
A batalha pela Sebastopol, o filme