sábado, fevereiro 13, 2016

Os crimes russos da guerra no leste da Ucrânia

O militar ucraniano no cativeiro dos terroristas da "lnr"
A deputada do parlamento polaco, Małgorzata Gosiewska (partido PiS), apresentou publicamente o relatório dedicado aos crimes da guerra russos, cometidos no leste da Ucrânia contra os civis e militares ucranianos. O jornalista polaco Wojciech Pięczak do jornal “Tygodnik Powszechny” conversou sobre a investigação com Adam Nowak (pseudónimo), o investigador do grupo, ex-oficial do Bureau Central de Investigação (CBS) da Polónia.

por: Wojciech Pięczak (versão curta, +16, o texto contém as descrições de tortura)

— Quantas pessoas foram entrevistadas?
— Quase 70. Apenas dois na Polónia, os restantes na Ucrânia. É apenas um fragmento daquela realidade. À partir do momento em que terminou a colheita de informações e começou o seu processamento nós sempre recebemos os dados de outras pessoas que querem dar o seu testemunho. Mas nós já não somos capazes de usá-los, porque, neste caso, o trabalho será adiado por mais um ou dois anos. É claro, se o tribunal de Haia mostrar interesse na matéria (e espero que isso irá acontecer, porque lá já começou um estudo preliminar sobre a situação na Ucrânia, e enviamos o nosso material como parte deste tema em particular), vamos fornecer [ao tribunal de Haia] as informações de contato de outras testemunhas.

— Porque as testemunhas são citadas no relatório de forma anónima?
— Preservação do anonimato é um procedimento padrão em tais investigações. Todas as vítimas aparecem no documento sob os números C-1, C-2, e assim por diante. «C» do inglês «case» – o caso. Se o Tribunal Penal Internacional começará o caso, nós iremos conectar os investigadores com as vítimas. No entanto, um par de pessoas já pode ser identificado, por exemplo, através dos fotografias contidas no relatório. Eles concordaram com isso, eles próprios já falam publicamente, falando abertamente sobre aquilo que lhes aconteceu.

— Você se lembra da sua primeira conversa?
— Era o voluntário do batalhão "Donbas". Ele caiu no cativeiro russo no cerco de Ilovaysk, foi torturado. Ele telefonou para seus companheiros que também passaram pelo cativeiro, estes enviaram-nos aos outros. Nós íamos de pessoa à pessoa. Os contactos úteis foram nós cedidos pela Małgorzata Gosiewska e pelos voluntários ucranianos.

— Todos estavam preparados para falar?
— Alguns não. Nós, infelizmente, não conseguimos documentar o caso de uso de tanta crueldade que foi absolutamente incrível, mesmo no contexto de tudo o que tínhamos ouvido. Uma jovem mulher concordou, mas depois não conseguiu falar.

— O que aconteceu com ela? Onde ela está agora?
— Ela tinha 22 anos. Ela caiu nas mãos dos mercenários chechenos que lutaram ao lado dos russos. Ela foi cativa durante cerca de duas semanas. Provavelmente, não é preciso explicar mais. [De momento ela] está num hospital psiquiátrico. Não se sabe se ela jamais sairá de lá.

— No vosso relatório nada se diz sobre os estupros.
— Não conseguimos obter os testemunhos de mulheres que sofreram a violência. Talvez, se passássemos mais tempo lá, teria sido diferente. Éramos apressados pelo tempo. Às vezes, íamos de uma vítima para outra durante a noite, para ganharmos o tempo. [Małgorzata] Gosiewska dirigia a viatura, nós dormíamos, depois nas manhas nós recolhíamos os depoimentos e ela dormia.

— Como se sabe que houve os estupros?
— Através das pessoas que cuidavam dessas mulheres, ou das testemunhas que viram essas cenas.

[As torturas sofridas pelos ciborgues]
— Por exemplo, o grupo dos ciborgues (militares que defendiam o aeroporto de Donetsk) que caíram no cativeiro [...] eles todos estão numa condição física e mental terrível. Eles eram [torturados] com o derramamento da água fervente, queimados com os ferros de engomar.
O ciborgue ucraniano assassinado no aeroporto de Donetsk (o militar tem as mãos atados atrás das costas)
foto @Channel 4 News (Alex Thompson)
— Quais as outras situações que você se lembra mais?
— A conversa com um ciborgue. Eu não posso esquecê-la, embora tento manter uma distância psicológica. Ele caiu no cativeiro ferido, cheio de estilhaços. Ele contou que os russos, em vez de lhe ministrar algum curativo, começaram à torturá-lo. Uma enfermeira russa tentou convencer os seus colegas para que ele seja castrado. Felizmente, isso não aconteceu. Ou uma outra história: o soldado ucraniano contou como ele foi feito prisioneiro pelos chechenos e [estes] perguntaram o que ele preferia: que eles lhe cortaram o coração, os órgãos genitais ou ouvido? Ele escolheu ouvido. E eles o cortaram. Eles mataram o seu colega ferido. Depois veio uma espécie de comandante e proibiu matar os restantes. O homem sobreviveu, eu falei com ele. Sua imagem está no relatório. Ele realmente não tem a orelha.

[O objetivo do relatório]

— Identificar os criminosos e documentar as suas ações na base dos depoimentos de testemunhas e vítimas. [Foram identificados] várias dezenas [de criminosos]. Alguns parcialmente: temos o nome ou uma alcinha, uma descrição. Mas alguns [são identificados] na íntegra: temos apelidos, datas de nascimento, os locais da sua atuação e dos crimes cometidos.

— Faz sentido a publicação das alcunhas?
— Sim, porque o texto do relatório está disponível na Internet, e nós esperamos que este será lido pelas pessoas, que pelas descrições e alcunhas reconhecerão os criminosos, e, depois entrem em contato connosco. Se temos uma descrição de um homem chamado David, cuja vítima disse que antes da guerra, este trabalhou como chefe de subdivisão na polícia de Donetsk, e o relatório será lido por ex-policiais de Donetsk, há uma chance de que alguém o reconhecerá e ganhará a coragem para passar nos a informação. Pelo menos anonimamente, via e-mail.

— Vocês identificavam os criminosos baseando-se nas fontes abertas?
— Sim, nós não tínhamos acesso à qualquer informação classificada. Muito útil foi nós a informação da Internet ucraniana: há páginas [https://psb4ukr.org] locais onde as autoridades e os voluntários publicam diversos dados sobre a situação de Donbas, incluindo sobre o que está acontecendo do outro lado, escrevem quem é quem. No entanto, um monte de pessoas suspeitas por nós de crimes de guerra, não esconde nada. Pelo contrário, eles se gabam nisso na Internet russa, nas redes sociais.

— Pode dar algum exemplo?
— Por exemplo, um homem, que ainda não está presente na lista de criminosos, porque não conseguimos chegar às suas vítimas que sobreviveram. Nós seguimos o princípio de incluir na lista apenas aqueles que aparecem nos depoimentos recebidos. O seu nome é Alexey Milchakov, russo de São Petersburgo. Vinte e poucos anos. É um monstro com as características didáticas de um serial killer. A sua presença nas redes sociais, ele começou fotografado com um cachorrinho, em seguida, cortou sua garganta e comeu, para mostrar que é um verdadeiro homem. Ele se voluntariou no Donbas, tornou-se o comandante da unidade no batalhão “Rusich” – são os nacionalistas russos com a inclinação eslava – fascista. No Facebook, ele publicou as suas fotos com os corpos esfolados. O tipo de psicopata pervertido. Na Rússia, ele é homenageado como um herói, é convidado à TV como um especialista em temas ucranianas. [No nosso relatório] aparece apenas nas notas.
— Vocês não acharam as suas vítimas?
Vivas não. Nós ainda temos apenas as descrições dos assassinatos cometidos por ele.

— Os assassinos que foram identificados, quem são estas pessoas?
— São bem diferentes. O grupo mais horrível são mercenários das repúblicas do Cáucaso. Os chechenos e ossetas, mas também os cossacos do Don da Rússia. Eles se caracterizam pela extrema crueldade. Mas outros grupos divergem deles em muito pouco. Há, por exemplo, uma organização chamada Exército ortodoxo russo – são voluntários da Rússia [composto pelos membros da organização neo-nazi russa RNE]. Eles se distinguem pela agressividade especial contra os “infiéis”, ou seja, aqueles que não pertencem à Igreja ortodoxa russa do Patriarcado de Moscovo. [Eles consideram que] “os infiéis” podem ser mortos. O mais severamente eles perseguem os protestantes ucranianos. Antes da guerra, havia [na Donbas] uma pequena comunidade protestante. Eles mataram vários padres, em alguns casos juntamente com as suas famílias. Outros foram torturados com extrema crueldade. Houve situações em que as suas ações, por exemplo, os ataques contra as igrejas protestantes, eram abençoados pelos padres ortodoxos. Quando eu ouvia os depoimentos sobre este “exército”, tinha a impressão de que são simplesmente os jihadistas ortodoxos. Na Internet encontrei os vídeos deles, por exemplo, com as instruções de como limpar as armas de maneira “ortodoxa”, para durarem mais tempo.

— E havia “bons russos”?
— Havia. Temos o testemunho de um homem que foi torturado durante várias horas, e depois, quando ele voltou à sua cela, alguém, em segredo, lhe trouxe os analgésicos. Então, não é possível dizer que do outro lado estão apenas os psicopatas. No entanto, houve um consenso social sobre a prática de tais atos, que são considerados crimes no direito internacional. Incluindo o consentimento do topo. Temos exemplos de torturas terríveis, eu diria, as torturas profissionais, que eram feitas pelos funcionários da inteligência militar russa – GRU.

— Como se sabe que eram realmente GRU?
— Primeiramente, eles próprios assim se apresentavam. Em segundo lugar, eles torturaram os oficiais profissionais do exército ucraniano, que anteriormente serviram no exército ainda soviético, passaram pela guerra no Afeganistão: eles conhecem este ambiente e os seus métodos.

— Como decorriam estas torturas?
— Por exemplo, com aquecedor de água queimavam a boca, debaixo das unhas eram marteladas as peças finas, com as facas eram perfurados os joelhos, se faziam as incisões musculares, as feridas eram polvilhados com o sal. Para obter informações também foram usadas as substâncias químicas.
Ler o relatório completo (em inglês, francês e polaco): http://www.donbasswarcrimes.org/report
Consultar os dados na rede Facebook:

1 comentário:

Anónimo disse...

HAH, como sempre:

http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/7492-katyn-massacre-comunista-e-midia-amestrada.html

http://noitesinistra.blogspot.com.br/2013/03/holodomor-genocidio-ucraniano-e-os-atos.html

http://2.bp.blogspot.com/_YYMeAu4i7gA/TSAaVauE_jI/AAAAAAAAJyM/eupAFbfVhp0/s1600/russian-army-raped-german-women-second-world-war.jpg

http://historyimages.blogspot.in/2011/10/mass-rape-german-women-red-army.html

http://www.amazon.com/gp/product/3902475781?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=3902475781&linkCode=xm2&tag=incrwarimag-20

https://youtu.be/TsOouDLL_EA

https://youtu.be/5hEu1oL5uOc

https://youtu.be/2B7kWIL55b8

https://youtu.be/dQWv9KpDWEg


Ótima iniciativa! Espero que consigam investigar, incriminar, e condenar todos esses comunistas tolos... Sucessso!!!


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