segunda-feira, agosto 31, 2015

Provocação em Kyiv: 122 feridos

Cerca de 1 hora atrás, em Kyiv, na entrada do Parlamento da Ucrânia (Verkjovna Rada) contra os militares da Guarda Nacional da Ucrânia foi lançada uma granada. Mais de 120 militares foram feridos, quatro com gravidade, eles correm o perigo de vida, três deles morreram no hospital, apesar de todos os esforços de médicos para salva-los: Ihor Debrin (25) morreu, atingido com um disparo no coração (o que cria uma enorme confusão, pois significa que a sua morte não está relacionada com a granada lançada), Dmytro Slastnikov (21) e Oleksandr Kostyna (20).
Ihor Debrin, 25 anos, natural de Kherson
A polícia da Ucrânia iniciou imediatamente as ações de procura e detenção dos criminosos provocadores, escreve no seu Facebook o assessor do Ministro do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko. O autor do crime já foi detido, informou o ministo do Interior, Arsen Avakov.

domingo, agosto 30, 2015

RIP Anastasia “Lysa” Gorbachova

Recentemente, no leste da Ucrânia, morreu em combate a voluntária e batedora do Corpo Voluntário Ucraniano “Setor da Direita” (DUK PS), Anastasia (Nastia) “Lysa” (Raposa) Gorbachova. Na guerra ela teve duas contusões, criou uma família e esperava uma criança...

O perfil da patriota caída é traçado pela sua amiga e companheira de armas, também voluntária do DUK PS e famosa blogueira ucraniana, Olena Bilozerska.
Morreu Nastia Gorbachova, a nossa amiga “Lysa”. Uma batedora absolutamente doida, que durante todo o outono e inverno, todos os dias, passeava nos campos minados do inimigo, como se fosse no parqué. Uma alma simples e boa. Apesar da doença cardíaca congénita, alta e magra, “Lysa-Raposa” possuía a resistência pouco feminina. Com uma carga de 25-30 kg calmamente andava dezenas de quilómetros. Ela sabia ANDAR – um valor inestimável e, em geral, o mais importante para o batedor militar. Era uma atleta, em particular, fazia biatlo, por causa disso era capaz de atirar muito rapidamente e com a precisão. No entanto, não foi para os franco-atiradores, por causa do seu caráter forte, tornou-se uma paramédica-atiradora.
Atrás do seu capacete Nastia usava a cauda de raposa. Uma vez essa cauda salvou várias vidas. Os batedores ucranianos foram à uma missão, e deveriam ser recolhidos por uma companhia do exército, com blindado ligeiro (BTR), que também levou dois voluntários do DUK PS, um dos quais era “Lysa”. A condutor do BTR errou o caminho e apareceu perante os batedores no momento e na hora inesperados. Os batedores pensaram que são separatistas e o comandante do grupo quase que aniquilou o BTR com lançador de granadas. No último momento, uma fração de segundo antes do disparo, viu que um dos combatentes tinha a cauda vermelha no seu capacete.
“Lysa” sobreviveu às duas contusões. A primeira no outono de 2014, quando foi atingida por mísseis “Grad” na região de Vodiane, segunda vez foi no inverno de 2015, no aeroporto de Donersk, durante um ataque contra a nossa base. Nastia teve uma vida dura. O seu pai morreu quando ela era nova, a mãe, tendo a família numerosa e vivendo na pobreza, foi forçada à colocar os seus filhos no colégio interno, onde os visitava no fim-de-semana. Já adulta, Nastia trabalhou como enfermeira, depois vendedora no mercado, nos últimos anos teve que cuidar da mãe gravemente doente. Antes da guerra, a sua mãe morreu. Nastia sentiu muito essa morte.
Na frente, “Lysa” encontrou o seu amor, criou uma família, esperava uma criança... Nos primeiros meses de gravidez ainda ia às missões ao território temporariamente ocupado pelo inimigo. Ela foi absolutamente doida, não tinha medo do nada e não se preocupava com a sua própria saúde. Várias vezes dizia que iria morrer jovem e que isso não a entristecia. Mas acreditava que irá sobreviver à guerra, mais de uma vez sonhou que nós todos iremos se encontrar depois da guerra, em uma casa no alto dos Cárpatos... Mas aconteceu que não se encontraremos.

Fonte:

Bónus
A dança do “carrasco” ucraniano (que se tornou viral na Internet) após a liquidação frutífero dos “libertadores” russo-terroristas (as imagens iniciais são do filme soviético-ucraniano Apenas os velhos vão ao combate, um drama de 1973, ambientado na II G.M., que tem como o pano de fundo a libertação da Ucrânia do julgo nazi):
https://www.youtube.com/watch?v=8Te52tdJXsQ 
Bónus II
O pugilista ucraniano, radicado na Crimeia, Oleksandr Usyk, venceu hoje em Kyiv, no 3º assalto, o sul-africano Johnny “The Hurricane” Muller, defendendo pela 3ª vez o seu cinturão intercontinental na versão de WBO.

sábado, agosto 29, 2015

Ucrânia reduz a sua dívida externa em 20%

Ucrânia chegou finalmente à acordo com os credores internacionais para a reestruturação da dívida externa, em 20%, após seis meses de negociações durante as quais foi dificil estabelecer uma base de entendimento. Ucrânia conseguiu alcançar um acordo e evitar o incumprimento dos compromissos assumidos, para além de poupar cerca de 3,6 bilhões de dólares.

A ministra das finanças da Ucrânia, Natalie Ann Jaresko, explica os pormenores do acordo na sua página do Facebook.
O anúncio de um acordo histórico de reestruturação da dívida com o Comité Ad Hoc de Credores de hoje é um passo importante para alcançar a sustentabilidade da dívida e um retorno à prosperidade económica para Ucrânia. Este sucesso não teria sido possível sem o apoio activo do Presidente, Primeiro-Ministro e do Parlamento da Ucrânia, bem como dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais internacionais.

Seis meses atrás, quando começamos as negociações com nossos credores, ninguém acreditava que seremos bem-sucedidos. Mas com muito trabalho, conseguimos alcançar o resultado desejado. Fizemos todos os esforços para evitar a default. Nós acordamos um corte de divida no valor de até 3,6 bilhões de dólares, ou seja, 20% do valor total da dívida (ucraniana) a ser negociado. Estes 3,6 bilhões que salvaguardamos ao povo ucraniano. Estes fundos podem ser canalizados ao financiamento das áreas mais importantes de nosso estado hoje – gastos sociais e de defesa nacional. Este acordo põe Ucrânia em uma posição especial: apenas um pequeno número de países foram capazes de chegar à acordo sobre a redução da dívida em uma situação similar.

Os pagamentos principais (cerca de 11,5 bilhões de dólares) foram adiados para o fim do programa do FMI de quatro anos e só vamos começar a fazer esses pagamentos em 2019. Este é o dinheiro real, que hoje podemos colocar a trabalhar para revigorar a economia da Ucrânia. Reduzir a nossa carga de dívida global irá reforçar a estabilidade macroeconómica da Ucrânia, acelerar nossa recuperação económica e fazer da Ucrânia um destino de investimento mais atraente.

Com o acordo a que chegámos com os nossos credores, o nosso país vai obter alívio financeiro significativo e ser capaz de voltar mais rapidamente ao crescimento económico sustentável.

De nossa parte, nós concordamos em aumentar ligeiramente o cupão, ou seja, a percentagem de pagamentos de juros sobre nossa dívida, de 7,2% para 7,75%. Mesmo após este pequeno aumento, a taxa de juros sobre nossa dívida continuará a ser consideravelmente menor do que dos empréstimos negociados pelo governo do Yanukovych. Por exemplo, em julho de 2012 ele recebeu um empréstimo de credores privados no valor de 2,6 bilhões de dólares à uma taxa anual de juros de 9,25%.

Também concordamos com nossos credores que, se depois de 2021 a economia da Ucrânia irá crescer mais do que nas previsões nossas e do FMI (mais de 3-4% ao ano), os credores participantes receberão pagamentos adicionais da Ucrânia. Ucrânia vai emitir novos títulos anexados ao crescimento do seu PIB. Estes títulos só serão aplicados à partir de 2021 e podem ser considerados uma ferramenta adicional para atrair os investimentos estrangeiros para a nossa economia. É uma (estratégia) "win-win" para a Ucrânia e para os nossos credores.

Como todos os ucranianos sabem, o ano 2014 e o primeiro semestre de 2015 foram extremamente difíceis para a nossa economia. Ucranianos pagaram um preço muito elevado por antigo regime repressivo e pela agressão russa em curso. O acordo de hoje com os credores é uma forma justa de compartilhar o fardo da dívida do país com os nossos parceiros e assegurar a participação de todos. Este acordo é um marco no caminho da Ucrânia à recuperação e marca o início de um novo período favorável ao desenvolvimento da nossa economia, criando as condições para o crescimento económico. Além disso, o negócio da dívida será uma ferramenta poderosa para estabilizar ainda mais a nossa moeda. Finalmente, este acordo nos dará tempo para continuar a implementar o programa ambicioso de reformas do nosso Governo.

Estou grata à minha equipa pelo seu trabalho extremamente duro e dedicação, cujo resultado é a assinatura deste importante acordo!

Ler a explicação mais detalhada do acordo em inglês:

Ucrânia multi-cultural

No dia de Independência da Ucrânia, no último 24 de agosto, no centro de Kyiv foram vistos os ucranianos de diversas origens étnicos e culturais que coloriram a festa do 24º aniversário da soberania do país (fotos@FB).

sexta-feira, agosto 28, 2015

Solidariedade para com o cineasta Oleg Sentsov

A Academia Portuguesa de Cinema vem por este meio manifestar a sua solidariedade para com o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, detido em Maio de 2014 na sua casa de Simferopol e levado para Moscovo, onde aguardou julgamento durante um ano. O veredicto será conhecido amanhã e a acusação pede 23 anos de prisão para Sentsov. O cineasta de 39 anos é acusado pelas autoridades russas de “crime de terrorismo” por ter criticado a anexação da Crimeia pela Federação Russa. Apesar da principal testemunha do processo ter retirado o seu depoimento, a acusação manteve-se inalterável.

A Academia Portuguesa de Cinema junta-se desta forma à Academia Europeia de Cinema, que enviou uma carta ao Presidente Vladimir Putin e às autoridades russas a pedir a imediata libertação de Oleg Sentsov. À Academia Europeia juntaram-se várias outras academias, incluindo as da Polónia, Alemanha, Áustria, República Checa e ainda a União dos Realizadores Russos. A carta já soma mais de mil assinaturas.

Saiba como pode assinar e veja quem já assinou aqui:

(In)justiça dos ocupantes
O tribunal militar russo, na cidade russa Rostov-no-Don, condenou os cidadãos da Ucrânia, cineasta Oleg Sentsov e ativista Oleksandr Kolchenko aos 20 e 10 anos da prisão severa, respetivamente.

A defesa dos arguidos pediu o tribunal absolvição dos seus clientes, devido a falta absoluta de objetividade do processo. Em Kyiv, em frente da embaixada russa, os ucranianos se manifestaram em apoio dos ativistas condenados na base das acusações inventadas e confissões implantadas sob torturas.
  
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, chamou a atenção sobre a injustiça do tribunal russo: “Concordo com as palavras do Oleg Sentsov – o tribunal dos ocupantes não pode ser justo, a priori. Aguente, Oleg. Chegará a hora e os que organizaram a sua condenação, eles próprios, sentarão no banco dos réus!”, escreveu ele na sua página do Facebook.

Na sua última palavra no tribunal, Oleg Sentsov disse: “Quero desejar aos russos não ter medo!”. 
No fim, Sentsov e Kolchenko cantaram o hino da Ucrânia.
https://www.youtube.com/watch?v=tdVtBjZHkRE

Recentemente, o Centro russo da defesa dos direitos humanos, “Memorial” considerou Oleg Sentsov e Oleksandr Kolchenko os prisioneiros políticos.

Fonte:

quinta-feira, agosto 27, 2015

Rússia revela as suas perdas militares na Ucrânia

Os dados OSINT, publicados pela edição on-line russa bs-life.ru, revelaram uma sensação: até 1 de fevereiro de 2015, as forças armadas russas já perderam na Ucrânia mais de 2.000 militares mortos e outros 3.200 militares foram gravemente feridos, considerados inválidos.
Embora o artigo, intitulado “Aumento dos salários aos militares em 2015” (na imagem em cima) foi rapidamente censurado, a edição ucraniana nr2.com.ua guardou a web cache do artigo original. Eis os segredos revelados, propositadamente ou não, pelos jornalistas russos:

As compensações aos militares que participaram nas ações militares na Ucrânia em 2014-2015

Além disso. O Governo da Rússia tomou a decisão sobre a compensação financeira aos militares que participaram nas ações militares no leste da Ucrânia.

Assim, às famílias dos militares mortos que participaram nas ações militares na Ucrânia, a compensação monetária será de 3 milhões de rublos (cerca de 50,000 USD), aos aqueles que se tornaram inválidos durante as ações militares – 1,5 milhões de rublos (cerca de 25,000 USD). Além disso, está previsto o pagamento aos (militares) contratados os (valores) “de combate” por cada dia da presença na zona do conflito militar no valor de 1800 rublos (30 dólares).

No total, até 1 de fevereiro de 2015, já foram pagas as compensações monetárias às mais de 2.000 famílias dos militares e aos 3.200 militares que receberam os ferimentos graves e foram considerados inválidos.


Os sovietólogos encontravam muitos segredos da URSS, vasculhando a imprensa soviética e revistas técnicas e de comércio financeiro. Os militares mortos e inválidos, à receberem as compensações, ​​devem ficar registados em algum lugar nos orçamentos. Conforme relatado pela publicação russa, os pagamentos de compensação aos russos mortos e inválidos na Ucrânia chegou à quase vinte milhões de dólares, não é uma grande despesa do orçamento de defesa russo, de aproximadamente 50 bilhões de dólares, mas é suficientemente grande para aparecer em uma subcategoria orçamentária apropriada.
A revelação da “Delovaya Zhizn” destrói o mito de Putin sobre “um pequeno número de mortes de patriotas russos que defendem os russos na Ucrânia”. De acordo com Putin, se houver os combatentes russos na Ucrânia eles “se demitiram do exército e foram como voluntários”. No entanto, os militares russos sob contrato, no jargão militar russo, kontraktnik(i), são contratados para servirem um determinado período de tempo no serviço militar, geralmente três anos, em troca de remuneração e outros benefícios. A cláusula de pagamento aos soldados sob contrato cria um enorme embaraço à narrativa oficial do Kremlin sobre a “não participação” dos seus militares na agressão contra Ucrânia.
Os terroristas russos liquidados em Donetsk em maio de 2014
Os censores russos removeram rapidamente a informação incriminatória. O Kremlin vai alegar que o material da cache web é uma falsificação. Os números, no entanto, fazem sentido e confirmam o que deveria ser óbvio para todos: as tropas russas estão no leste da Ucrânia e recebem os fornecimentos de armas pesadas, efetuados pela Rússia. As batalhas mortíferas, tais como do aeroporto de Donetsk e de Debaltseve resultaram em baixas pesadas para cada lado. Sabemos também que os mortos russos são secretamente transportados de volta à Rússia para os enterros clandestinos.
Apesar desta série de evidências, apenas um quarto dos russos acredita que a Rússia tem tropas suas na Ucrânia. Será que a presença de 3.200 inválidos de guerra e mais de 2.000 famílias enlutadas corroerá a crença de que a Rússia não está conduzindo uma guerra com as suas próprias tropas contra Ucrânia? Parece que o tempo e os eventos irão aumentar o número de russos que acreditarão na verdade.

Fonte:

A nova polícia ucraniana de Lviv: cabo Kulchytska

No último dia 23 de agosto, na cidade de Lviv, prestou o juramento solene a nova polícia ucraniana. Entre os patrulheiros estava Iryna Kulchytska, a nora do major-general Serhiy Kulchytskiy que morreu em combate contra os russo-terroristas em 29 de maio de 2014.

Natural de Lviv, o major-general Serhiy P. Kulchytskiy, era bem conhecido e amado pelos militares da Guarda Nacional da Ucrânia (NGU). Durante o decorrer da OAT, o general estava na linha da frente da luta das forças ucranianas contra os ocupantes e terroristas russos, que tinham ocupado as regiões do leste da Ucrânia.

O militar de carreira, Serhiy Kulchytskiy, morreu nos arredores da cidade de Sloviansk, quando o helicóptero em que segui com outros militares e polícias ucranianos foi atingido pelo fogo dos russo-terroristas (na altura comandados pelo cidadão russo Igor Girkin). O general Kulchytskiy foi condecorado, à título póstumo, com a medalha do Herói da Ucrânia, decisão do presidente Petró Poroshenko.
O monumento de São Jorge na entrada ao MINT de Lviv
Em Lviv, à lançar a nova polícia de patrulha, o Ministério do Interior (MINT) da Ucrânia conta com o empenho da Iryna Kulchytska, a nora do major-general Kulchytskiy. Passando todos os níveis de triagem muito severa, a cabo Kulchytska ganhou o direito de se tornar a vice-chefe do 3º pelotão do 1º batalhão da nova polícia em Lviv. A polícia que trouxe a nova qualidade de serviço à comunidade, polícia que veio à servir e defender o cidadão.

É a tal ligação entre as gerações que torna o nosso país invencível!”, - escreveu no seu Facebook o ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov.

Glória à Ucrânia!

Bónus
O músico ucraniano Oleg “Fahot” Mykhailiuta, da banda do hip-hop TNMK, apresentou a sua nova composição à solo, chamada “Mantra”, dedicada à luta entre o bem e o mal. Além disso, o músico foi co-responsável pela realização do vídeo musical e até participou no vídeo como ator, fazendo o papel do baterista. 
https://www.youtube.com/watch?t=218&v=1tc8TaADb4E

quarta-feira, agosto 26, 2015

«Lenine», «Estaline» e «Kaganovich» ao serviço dos nazis

Cruzador auxiliar da Kriegsmarine HK Komet
Em agosto de 1940, já após o início da II G.M., a URSS providenciou três dos seus mais potentes navios quebra-gelo: “Lenine”, “Estaline” e “Kaganovich”, ao dispor do corsário cruzador auxiliar nazi Komet que se dirigia ao Pacífico para se dedicar à pirataria.

O cruzador auxiliar era um eufemismo alemão para designar a forma de guerra naval afim da pirataria. A Kriegsmarine teve em ação nove destes navios mercantes armados, que navegavam sob bandeira e nomes falsos e tinham por missão afundar ou aprisionar, à má-fé, navios mercantes aliados.

Como as águas do Atlântico eram intensamente patrulhadas pela marinha britânica, a marinha alemã achou mais prudente enviar o Komet para o Pacífico através da mais improvável das rotas: a Passagem Nordeste, ao longo da costa norte da Sibéria e entrando no Pacífico pelo Estreito de Bering. A missão do corsário seria colocar as minas navais junto à Austrália e atacar a navegação no Pacífico.

Para abrir passagem para o Komet através dos mares de Barents, Kara, Laptev e da Sibéria Oriental, a União Soviética pôs à disposição dois quebra-gelos, o “Lenin” e o “Estaline” – na fase final da viagem, foi escoltado por um terceiro quebra-gelos, o “Kaganovich”, mas o gelo não se revelou suficientemente espesso para requerer a intervenção deste.
Pacto entre Alemanha nazi e a URSS: Molotov, Estaline e von Ribbentrop em Moscovo
A viagem teve vários contratempos, mas a 2 de setembro de 1940 o Komet tinha pela sua frente águas livres de gelo, pelo que dispensou o “Kaganovich” e seguiu viagem sozinho – três dias depois cruzava o Estreito de Bering e começava a busca as vítimas incautas. Afundaria sete navios e apresaria um, num cômputo total de 52.130 toneladas. O auxílio dos quebra-gelos soviéticos não foi totalmente desinteressado: o 3º Reich pagou 950.000 marcos (130.000 dólares da época) pelos seus serviços.


Curiosidade: em 1941, na sua caminhada de volta à Alemanha, o corsário Komet, tinha assumido a identidade falsa do cargueiro português “São Tomé”.

domingo, agosto 23, 2015

Novo exército da nova Ucrânia na Maydan de Kyiv

A marcha militar dedicada ao 24º aniversário da Independência da Ucrânia, será efetuada sem uso de equipamentos blindados. Mas a preparação à marcha enche o olho...

por: Yuriy Butusov (jornalista)

As unidades muito bem equipadas e constituídas de todos os ramos das Forças Armadas da Ucrânia: infantaria, pára-quedistas, fuzileiros navais, Guarda Nacional. É verdade, nem todas as unidades da frente possuem este tipo de equipamentos. Mas os participantes na marcha irão para a zona de OAT já equipados. Este é o exército que Ucrânia nunca teve em 23 anos anteriores da sua independência, este é o exército que enche de orgulho os cidadãos do país e os amigos da Ucrânia.
Na esquina da avenida Khreshatyk e rua Prorizna uma centena de bocas gritou como uma só pessoa: “Glória à Ucrânia – glória aos Heróis! Glória à Nação – morte aos inimigos! Ucrânia acima de tudo!” É a famosa 24ª companhia do batalhão voluntário “Aydar”, conhecida como “afegã”. Quase todos são gente nova, dos heróis de agosto de 2014 no ativo ficaram poucos. Mas o espírito combativo é altíssimo.
Comandante "Shturm", batalhão "Aydar"
O comandante “Saide” (na 1ª foto deste artigo), combateu nos arredores de Luhansk, passou pelo inferno dos combates de agosto de 2014. Na outra foto aparece o comandante do pelotão “Shturm”, já desmobilizado... Muitos outros veteranos do “Aydar”, que se desmobilizaram vieram à Khreshatyk para ficar ao lado dos seus camaradas.
Quando eu contemplava os militares ucranianos à gritarem os slogans do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), eu me lembrei a conhecidíssima frase do Stepan Bandera sobre a chegada do dia em que os milhões irão gritar “Glória à Ucrânia” no centro de Kyiv.
Na avenida Khreshatyk marcha o exército que jamais permitirá a nova escravidão dos ucranianos. Espero que o presidente irá se lembrar dos heróis que lutaram na linha da frente em 24 de agosto de 2014, para permitir aquela primeira parada da liberdade. Precisamos de agradecer aos que estão neste momento na frente, em trincheiras e blindagens, debaixo do fogo inimigo. Agradecer aos combatentes voluntários, não apenas das unidades do exército, mas também dos batalhões “Azov” e do Corpo Voluntário do “Setor da Direita”. É muito importante não esquecer aqueles que foram à guerra sem ordens, nem alistamentos.
O tenente da 28ª Brigada das FAU: Oleksiy Lytovchenko
Senti uma energia sem igual na Khreshatyk. Sim, ainda não é o Dia da Vitória. Precisamos de alcança-la. Mas já temos os soldados da Vitória. Os soldados que são esperados na linha da frente e a marcha para eles é uma honra, não é uma obrigação. Isso vale à pena testemunhar ao vivo.
A reportagem fotográfica e em vídeo:
Inimigo às portas

Aldeia de Pokrovskoe, província de Rostov, Rússia, estação ferroviária de Neklinovka: os blindados russos na sua marcha assassina na direção à Ucrânia (FONTE).