terça-feira, julho 01, 2014

Karma is a bitch! (2)

O operador do Canal Um russo, Anatoly Klian, com AK-74 nas mãos pousa perante a bandeira ucraniana,
atirada à lama por forças de ocupação russas algures na Crimeia...
Tudo indica que o Karma não é simplesmente uma ganda put@. É possível concluir que por vezes pode ser uma mega-put@. Que aparece quando menos se espera. Vejamos isso no exemplo de criação das “notícias” no atual jornalismo militante russo.

No dia 29 de junho em Donetsk, nas circunstâncias não totalmente esclarecidas, morreu o operador do Canal Um da TV russa, Anatoly Klian. As versões da sua morte diferem, desde o ferimento de bala até o enfarto, mas as circunstâncias da morte são mais importantes e muito mais cínicas.

Anatoly Klian (68), juntamente com um grupo de jornalistas russos foi levado pelo “serviço de imprensa” dos terroristas da rp de Donetsk, para filmar a rendição propagandista da unidade militar № 1428, localizada nos arredores da cidade de Donetsk.

Escreve o jornalista russo Orhan Djemal:

A próxima tentativa de tomar a unidade militar ucraniana parecia já não como a operação militar, mas como a provocação. Os armazéns militares ainda ardiam (minados pelos militares ucranianos), quando o serviço de imprensa da rp de Donetsk começou ligar aos jornalistas. Todos foram reunidos ao lado do edifício da administração estatal (no poder dos terroristas).

Perante os reunidos discursou um jovem, que se apresentou à maneira militar, como “Gyurza” (Macrovipera lebetina):

“Agora vocês e as mães dos soldados irão à uma unidade militar na aldeia de Spartak (os subúrbios de Donetsk). Nesta unidade há uma grande quantidade de armas de defesa aérea, mas o pessoal não ultrapassa as 50 pessoas: os oficiais e soldados contratados que guardam os equipamentos. Com o comandante da unidade já foi alcançado o acordo de se render sem a resistência. As mães dos soldados vão lá com os cartazes para a pressão moral adicional, e vocês poderão fazer um material sensacional. As negociações serão conduzidos por mim, eu tenho essa experiência”.

[...]

É de notar que quando eu “cavei” o tema mais fundo (descobri) que as mulheres não eram mães de soldados que serviam naquela unidade, como foi anunciado. Eram umas ativistas que andavam à volta do Comité das Mães dos Soldados. Por algum capricho eu decidi ir até as negociações não juntamente com todos (no autocarro), mas no táxi com colegas de “LifeNews”. Chegamos mais cedo e /.../ apenas três minutos (mais tarde) da unidade militar foi aberto um fogo pesado de metralhadoras, partindo os (nossos) vidros. /.../ No céu foram disparados os foguetes de iluminação e o carro foi alvejado com as lança-granadas.

Enquanto isso, na auto-estrada se deu a parte principal da tragédia /.../ chegando o autocarro com os jornalistas. O motorista (do autocarro) /.../ imediatamente ficou sob o fogo pesado. Enquanto tentava conduzir para um lugar seguro, o motorista ficou ferido. Foi mortalmente ferido o operador do Canal Um Anatoly Klian. A bala entrou no lado esquerdo do peito, logo abaixo do coração.

Provavelmente agora haverá alegações maciças sobre a desumanidade de fascistas de Kiev que atiram contra os jornalistas. Apesar que todos aquele que estavam envolvidos no caso entendem que nós simplesmente fomos colocados sob o fogo das balas. Não é à toa que esta guerra é chamada de “maioritariamente informativa”, o autocarro metralhado com os jornalistas – também é um feitio propagandista, e nada pior do que uma unidade militar que se rendeu.

Fonte:

O mesmo Orhan Djemal conta ao jornal russo Novaya Gazeta que o jovem “Gyurza” soltava todas as suas deixas na presença do vice-chefe do “parlamento” separatista Vladimir Makovich e da secretária de imprensa da rp de Donetsk, Klaudia Kulbatskaya. Na mesma noite, Alexander Boroday (jornalista russo e “primeiro-ministro da rp de Donetsk”) veio ter com os jornalistas e disse lhes que entende que (o caso) foi uma provocação. Neste momento os terroristas tentam apresentar o caso como a iniciativa pessoal dos seus militantes: http://www.novayagazeta.ru/inquests/64234.html

A morte do enfarto

O blogueiro ucraniano v-n-zb reuniu os diversos dados que lhe permitem afirmar: existe a possibilidade de Anatoly Klian morrer do enfarto, nomeadamente:

Em vez de dizer: “foi ferido”, “não consigo andar”, ou simplesmente perder os sentidos, Klian disse: “me doí a respiração”. Além disso, ele deixou o autocarro andando com o próprio pé, embora ajudado pelos colegas, com as roupas limpas, sem nenhum vestígio de sangue. E sem receber nenhum analgésico para isso. Em reportagens iniciais das televisões russas era possível ver uma espécie de massagem cardíaca que os colegas faziam ao jornalista. Nas reportagens posteriores estas partes já foram censuradas. Mas os vídeos continuam à não mostrar a sangue. A primeira mancha de sangue apareceu já depois da morte do Klian.

Talvez nunca saberemos se houve a falsificação, mas após as “notícias” da imprensa russa sobre o uso de “bombas de fósforo” em Sloviansk, sobre “chacinas em massa” e as “cidades chacinadas”, no mínimo devemos desconfiar de qualquer informação desta mesma imprensa.

E claro, devemos fazer perguntas aos terroristas, que reunindo os “cidadãos pacíficos e os jornalistas”, de acordo com a deixa do sr. Putin preferida em março de 2014, mandaram o autocarro com os suicidas na sua frente (!) à unidade militar cercada por todos os lados.   

Fonte:
http://v-n-zb.livejournal.com/7211209.html

1 comentário:

Dym disse...

A impressa Russa me da nojo! Parece que eles ainda vivem na era soviética.