sábado, agosto 31, 2013

101 razão de amar Ucrânia

O projeto “101 razão de amar Ucrânia” já está disponível em inglês. A página reúne os museus virtuais, iconografia, história, artefatos, tradições, lugares e personalidades.

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terça-feira, agosto 27, 2013

Ucrânia sob comunismo: década 1930

Destruição da aldeia ucraniana, 1930
Recentemente, o Instituto da Memória Nacional da Ucrânia preparou o Livro da memória nacional, uma coletânea de fotografias, que reúne as fotos das décadas de 1920-1930, tiradas nas vésperas e durante a coletivização e Holodomor.

Diversas fotos são não são documentais, as pessoas pousavam para o fotógrafo que fotografa apenas aquilo que interessava à propaganda estatal.

As crianças são indoutrinadas nas escolas contra a fé religiosa e contra a igreja, essa indoutrinação recebe contornos mais visíveis nas vésperas das festas religiosas, como Páscoa, Natal, etc. Crianças de idade escolar são usadas como a mão-de-obra semiescrava na lavoura nos kolkhozes, pois não são pagos e não podem recusar o trabalho.

As igrejas são profanadas, os sinos e crucifixos confiscados e destruídos, os edifícios transformados em museus (por vezes de “Propaganda antirreligiosa”), armazéns, planetários, clubes ou simplesmente dinamitados. A religião não foi proibida totalmente (neste aspeto a URSS nunca se transformou em Albânia), mas é fortemente desencorajada, os funcionários públicos podem perder o seu emprego (e não arranjar nenhum outro) se seguir a religião publicamente (ter ícones em casa, ir a missa, participar nas festividades ou cultos tais como batismos, missa de corpo, casamentos religiosos, etc.).

O Estado leva último aos camponeses, através do empréstimo estatal, pago em gêneros alimentícios, recusa significa que camponês pode ser considerado kurkul (mais conhecido pelo termo russo kulak) camponês abastado, que por sua vez pode significar o confisco de todos os seus bens e deportação.

Na foto em cima: a família camponesa após de dekurkulização, aldeia de Vdale, província de Donetsk, na porta da sua casa que eventualmente foi confiscada pelo poder comunista, década 1930. Como é possível ver na foto, as vítimas não são nenhuns “latifundiários”, são apenas camponeses que tiveram um pouco mais do que a média dos seus vizinhos mais próximos.  

Mais fotos:
http://journal.foto.ua/kunstkamera/maloizvestnye-fotografii-ukrainy-1920-30-x-godov-istoriya-v-fotografiyax.html

domingo, agosto 25, 2013

Pela vossa e nossa liberdade! A manif em Moscovo...

Cartaz com o slogan: "Pela vossa e nossa liberdade"
No dia 25 de agosto de 1968, oito dissidentes soviéticos se manifestaram pacificamente na Praça Vermelha em Moscovo contra a invasão de Checoslováquia pela URSS e pelo Pacto de Varsóvia, ocorrida na noite de 20 à 21 de agosto de 1968. Todos eles pagaram bastante caro pela sua posição cívica pública...

Os dissidentes simplesmente sentaram-se no local, chamado Lobnoye Mesto (literalmente Local da Testa), para evitar ao máximo acusação de violação de ordem pública. Oito ativistas: Larisa Bogoraz, Konstantin Babitsky, Vadim Delaunay, Vladimir Dremliuga, Pavel Litvinov, Natalya Gorbanevskaya, Viktor Fainberg e Tatiana Baeva seguravam a bandeira de Checoslováquia e cartazes com diversos slogans:

“Nos perdemos melhores amigos”; “Ať žije svobodné a nezávislé Československo!” (Longa vida a Checoslováquia livre e independente), “Vergonha aos ocupantes!”; “Mãos fora da ČSSR!”; “Pela vossa e nossa liberdade”; “Liberdade ao Dubchek!”

A manifestação durou apenas alguns minutos, os ativistas foram espancados e detidos pelos agentes do KGB, a bandeira checoslovaca foi rasgada e os cartazes confiscados. Os dissidentes convenceram a jovem estudante Tatiana Baeva (1947), de dizer que estava no local por acaso e assim ela foi liberada (mesmo assim expulsa da Instituto de Arquivos Históricos sem direito de recuperação da matrícula; emigrou aos EUA em 1992). Os cartazes foram considerados pelo KGB como anti-soviéticos.
Tatiana Baeva, aos 21 anos
Em resultado do processo criminal os ativistas foram condenados aos diversos termos de prisão e degredo, cadeia, campos de concentração e tratamento compulsivo em hospitais psiquiátricos:

Konstantin Babickiy (15/05/1929 — 14/09/1993) — linguista, tradutor, foi condenado aos 3 anos de deportação pela “difamação do sistema soviético” e “atividades de grupo que violam a ordem pública de forma aguda”. Após sua libertação não foi lhe permitido o regresso à linguística, trabalhou como carpinteiro, fazia traduções da poesia romena. Nunca emigrou.
Konstantin Babitsky, em 1972
Larisa Bogoraz (8/08/1929 — 6/04/2004) — nascida na Ucrânia, linguista, professora de língua ucraniana, com doutoramento em linguística (1965), pela sua ação foi condenada à quatro anos de degredo na província russa de Irkutsk (1968—1971). Nunca emigrou. 
Larisa Bogoraz, aos 39 anos
Natalya Gorbanevskaya (26/05/1936 — 29.11.2013) – poetisa, tradutora, dissidente, por ser mãe recentemente foi presa apenas em dezembro de 1969, em abril de 1970 foi lhe diagnosticada a “esquizofrenia atónita  (sem apontar nenhum sinal da suposta doença), durante 2 anos e dois meses foi submetida ao tratamento compulsório em um hospital psiquiátrico do tipo prisional. A cantora Joan Baez dedicou lhe uma canção chamada “Natalia”, do álbum “From Every Stage” (1976). Em dezembro de 1975 migrou para França, desde 2005 vivia na Polónia, obtendo a nacionalidade polaca/polonesa. 
Natalya Gorbanevskaya, aos 32 anos 
Vadim Delaunay (22/12/1947 — 13/06/1983) – foi condenado aos 2 anos e 10 meses de campos de concentração, acusação nos termos do artigo 190-1 da RSFSR (“Divulgação de invenções, à priori falsas, que difamam o sistema estatal e social soviético”). Emigrante na França desde 1975, poeta e dissidente morreu aos 35 anos de idade.
Vadim Delaunay, aos 20 anos
Vladimir Dremliuga (19/01/1940 — 26/05/2015) – estudante de História, historiador, pela sua atividade política foi expulso da universidade, trabalhou como eletricista, pela sua ação em Moscovo se tornou prisioneiro político entre 1968—1974, desde 1974 foi obrigado à emigrar aos EUA (sob ameaça de ser novamente preso e condenado).
Vladimir Dremliuga, aos 28 anos
Pavel Litvinov (6/06/1940) – físico, neto do comissário do povo soviético dos Negócios Estrangeiros Litvinov, pela sua ação passou meio ano na cadeia, depois deportação à província russa de Chita, onde entre 1968 e 1972 trabalhou como eletricista nas minas de urânio, na emigração nos EUA desde 1974.
Pavel Litvinov durante a sua deportação forçada
Viktor Fainberg (26/11/1931, de Kharkiv, Ucrânia  2/01/2023) – crítico de arte, filólogo, compulsivamente internado no hospital psiquiátrico especial de Leninegrado entre janeiro de 1969 à fevereiro de 1973. O famoso dramaturgo britânico Tom Stoppard dedicou ao Viktor Fainberg a sua peça Every Boy Deserves Favour («Cada menino merece o favor»). Desde 1974 é emigrante na França, juntamente com a sua esposa Marina Vaikhanska, a médica psiquiatra que ajudava aos dissidentes e que foi despedida do seu emprego por causa disso.
Informação do KGB ao CC do PCUS sobre a manifestação (5.IX.1968):
http://psi.ece.jhu.edu/~kaplan/IRUSS/BUK/GBARC/pdfs/dis60/kgb68-5.pdf

sábado, agosto 24, 2013

EUA congratulam Ucrânia pela Independência nacional

O oitavo embaixador dos EUA na Ucrânia, o recém-chegado Geoffrey R. Pyatt, que entrou no desempenho das suas funções menos de 3 semanas, surpreendeu os ucranianos, felicitando os pelo dia da Independência em ucraniano.

No vídeo, que embaixada dos EUA em Kyiv divulgou na sua página oficial do YouTube, o Embaixador e os funcionários da Embaixada, vestindo as tradicionais camisas bordadas vyshyvanky, felicitaram os ucranianos pela sua Independência nacional.

No momento em que o território desta mesma independência está diminuir, em que o primeiro-ministro da Ucrânia não sabe falar ucraniano, é uma boa notícia, para variar…

sábado, agosto 17, 2013

Filmes ucranianos a não perder em 2013

Em 2013 os cinematógrafos ucranianos planeiam exibir 12-15 filmes novos. Parcialmente serão financiados pelo Estado, parcialmente produzidos pelas produtoras ucranianas em conjunto com estúdios estrangeiros.

“Irmãos. Confissão final”

O drama psicológico que se baseia no romance do sueco Torgny Lindgren, chamado Sweetness e que conta a história de dois irmãos que partilham a mesma esposa. A realizadora ucraniana, Victoria Trofimenko, que nesta película também foi autora do guião, colocou a história nos Cárpatos ucranianos, onde dois irmãos hutsulos dividiam tudo: mãe, brinquedos, o direito de ser considerado melhor, uma mulher e um filho. Um dia, nas suas vidas aconteceu algo que fez com que deixaram de falar um com outro por 40 anos.

No filme os atores comunicam em fala regional hutsul, as loiças, espelho gasto, pilão, camisas, faca tudo é autenticamente hutsul e foi recolhido junto com as pessoas comuns. Coprodução da Ucrânia, Suécia e Dinamarca.  

“Tribo” (Plemya)
O filme mudo do realizador ucraniano Myroslav Slaboshpytskiy conta a história dramática do primeiro amor do Serhiy, rapaz surdo-mudo, que se matricula na 11ª classe de internato para as crianças deficientes.

No outro filme do mesmo realizador, a curta Lixo Nuclear (2012), filmado em Chornobyl também não se pronuncia nenhuma palavra, mesmo no episódio do sexo entre os funcionários da zona de exclusão. O filme ganhou “Leopardo de Prata” no festival de Locarno na Suíça.

O filme “Prajanov” é escrito e produzido pela ucraniana Olena Fetisova; dirigido pelos Serge Avedikian e Olena Fetisova. O franco-arménio Serge Avedikian também faz papel do próprio realizador ucraniano-arménio Sergei Parajanov, que ele chegou a conhecer pessoalmente.
Ele dividia as pessoas em “g” e “m”, génios e merda. Caso achava que certa pessoa pertencia à esta segunda categoria, dizia isso na cara”, recorda o estilo do Parajanov outro realizador ucraniano-arménio, Roman Balayan. Coprodução entre Ucrânia e canal de cinema Arte France Cinema, escreve Texty.org.ua

domingo, agosto 11, 2013

Revolução bolchevique: o nascimento do terror

Uma série de documentários produzidos pelo Smithsonian Channel explica como as palavras de ordem sobre liberdades e garantias sociais rapidamente se transformaram na maior distopia e reino do terror na história da humanidade.

“Paz, Terra, Pão” foi o slogan da revolução russa, mas a experiência social idealista estava condenado desde o início. Em três primeiros anos sob o regime bolchevique de Lenine, milhões foram mortos, e dentro de uma geração, quase um terço da população mundial vivia sob a sombra do comunismo. Esta série de duas partes examina este evento político tumultuado, detalhando o seu crescimento, desde um protesto pacífico pela falta do pão até a convulsão social em plena escala.

Ver mais:
http://www.smithsonianchannel.com/sc/web/series/1000215/russian-revolution-in-color