segunda-feira, abril 29, 2013

Tragédia ucraniana da ação comunista polaca Akcja Wisła

Exército polaco deporta os camponeses ucranianos | reprodução: Wojciech Surdziel / Agencja Gazeta
No dia 28 de abril Ucrânia recorda Akcja Wisła (Operação Vístula), ato de limpeza étnica perpetuado pelo estado comunista polaco contra a população ucraniana que após o fim da II G.M., vivia nos territórios etnicamente ucranianos da República Popular da Polónia.

Antecedentes da operação

Em setembro de 1944, o Comité Polaco de Libertação Nacional (governo comunista de-facto), assinou os acordos com Ucrânia, Belarus e Lituânia soviéticos sobre a “troca” de populações, que permitia transformar as novas fronteiras políticas em fronteiras etnográficas. Nesta base, entre outubro de 1944 e agosto de 1946 cerca de 482 mil ucranianos foram repatriadas da Polónia para Ucrânia e cerca de 788 mil polacos saíram da Ucrânia para a Polónia.

Akcja Wisła (Operação Vístula)
A foto tirada na mesma ocasião e do mesmo ângulo | | reprodução: Wojciech Surdziel / Agencja Gazeta
Não satisfeito com os resultados desta limpeza étnica, em 28 de abril de 1947, o poder comunista polaco lança a Operação Vístula, durante a qual o exército polaco deportou cerca de 140,5 mil ucranianos.

A Operação Vístula era acompanhada pela violência da guerrilha nacionalista polaca (principalmente grupos NSZ e NOW, mas também algumas unidades de Armija Krajowa) contra as populações ucranianas. Apenas o grupo Liberdade e Independência (WiN), saído de AK, se opunha ao terror contra os ucranianos, chegando efetuar as operações militares conjuntas com Exército Insurgente Ucraniano (UPA).

Embora em 1990 a Operação Vístula foi condenada pelo Senado polaco e em 1997 pelo presidente Aleksander Kwasniewski, mesmo nos dias de hoje não existe na sociedade polaca a atmosfera favorável à uma correção mínima dos males infringidos aos ucranianos.


Bónus

Paweł Smoleński [8/03/2017]: pela primeira vez desde 1989, o governo [polonês/polaco] não concedeu subsídios aos ucranianos polacos/poloneses para recordar o aniversário da Ação/Operação Wisła – as deportações do povo ucraniano e [do sub-grupo] lemko.

(como a atual sociedade polaca vê o legado da Operação Wisła, ler mais em polaco/polonês).

Ler mais sobre o tema:

2 comentários:

Anónimo disse...

Sim Jest realmente é muito triste isso e nao foi só com os ucranianos,foi ainda muito pior com os alemães. Estima-se que mais de 10 milhoes de alemaes saíram de suas terras na Silésia, em Kinigberg e em quase toda a parte ocidental do que hoje é a polonia. Agora, por outro lado, a Polonia tb sofreu. Vamos ser honesto mas a URSS roubou quase a metade de seu território. Praticmante a metade da Bieolrussia, o que hoje é a parte mais ao Oeste do país, pertencia a Polonia. E a regiao da Galícia, onde fica a cidade de Lviv, tb pertencia ao estado polaco. A segunda guerra serviu tb de pretexto pra URSS rouber território polaco.

Jest nas Wielu disse...

Estimado, Anônimo,

a própria Polônia obteve a sua independência na sequência da desintegração do império russo e austro-húngaro, não esquecer que Varsóvia pertencia ao império russo até 1917.

Embora alguns territórios da atual Belarus e Ucrânia pertenciam à 2ª república polaca, também é verdade que os polacos eram maioria nas cidades, em geral na Galiza e Volyn não ultrapassavam 20% da população (salvo erro).

Portanto, se a URSS foi responsável pelos terríveis genocídios dos ucranianos e em menor grau belarusos, os polacos tb não eram bem comportados na matéria (comparando com a Europa civilizada e não com URSS).