segunda-feira, abril 01, 2013

Propaganda antirreligiosa na URSS

Em 1933, a editora soviética IZOGIZ * (Editora Estatal de Artes Plásticas), através do seu departamento Utilburo (Bureau de Utilizáveis), publicou o “Alfabeto antirreligioso”, obra propagandística, pensada nas crianças.

O autor dos textos e desenhador do álbum é Mikhail Cheremnykh (1890—1962), gráfico e cartunista, ilustrador livreiro e prémio Estaline do 2º grau de 1942. Especializava-se na propaganda antirreligiosa e anticlerical.

Entre os alvos da propaganda antirreligiosa da época estão diversos sacerdotes, alta burguesia, curandeiros, Mahatma Gandhi, Henry Ford, entre outros.

A luta sem quartel do poder soviético contra a religião tradicional é bastante compreensível. O poder comunista apostava tudo para substituir a fé cristã (e em menor grau a muçulmana e judaica), por uma nova fé de teor perfeitamente religioso, a fé comunista. Como tal, todos os “concorrentes” dessa fé eram ferozmente combatidos e de preferência eliminados.
"Desmascarado por eles, o nome do traidor" 
Curiosos são os aspetos da propaganda anti-Gandhi, pois a sua política de não-violência não agradava a liderança da URSS. Por essa razão, na União Soviética, Gandhi passou de “traidor” à “progressista” apenas na década de 1950, já após a sua morte em 1948.
"Fabricante Ford fortaleza do fascismo"
Não menos interessante é a propaganda anti-Ford, pois em 1929, Henry Ford aceitou o convite de Estaline para construir a fábrica automóvel de NNAZ (hoje GAZ), na cidade de Gorky (Níjni Novgorod), e enviou engenheiros e técnicos americanos para ajudar a instalá-la. Este acordo foi firmado por nove anos e assinado em 31 de maio de 1929.

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* A editora IZOGIZ existiu entre 1930 e 1938, com sedes em Moscovo e Leninegrado.

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