terça-feira, março 19, 2013

Assinatura que custou 138 vidas


Estranhamente ou não, os crentes neo-estalinistas continuam com a sua crença do que, ora na URSS não havia as repressões, ora Estaline desconhecia a sua existência. É muito difícil discutir com as pessoas que negam o evidente. Os documentos existem, são perfeitamente conhecidos e bem claros, de maneira que os comentadores não têm muita coisa para adicionar.

por: Jan Rachinski, sociedade Memorial (Facebook)  

Eis a nota que o camarada-chefe do NKVD, Nikolay Yezhov, apresentou ao camarada Estaline no dia 26 de julho de 1938: “Ao camarada Estaline. Envio a lista dos detidos, sujeitos ao julgamento do Colégio Militar na primeira categoria”.

E eis a resolução do camarada Estaline: “Pelo fusilamento (assim no original) de todos 138 pessoas”. Mais em baixo a assinatura do segundo carrasco mais importante – Molotov.

Inicialmente a lista continha 139 nomes, Estaline riscou (até a segunda ordem), o nome do marechal Alexander Yegorov e emendou a cifra 139 para 138, significa que leu a lista.

A lista continha os nomes dos: 9 chefes das circunscrições militares, chefes da Força Aérea e da Frota militar, 5 Comissários de povo e uma dúzia de vice-comissários, diretor do Instituto Central de Aerodinâmica (TsAGI) e diretor da fábrica de aviação, 2 chefes do Planeamento estatal, chefes dos Departamentos do Comité Central do PC(b), primeiros secretários do partido comunista na Quirguízia e Arménia, secretários distritais dos comités do partido e até o comandante do Kremlin…

Todos eles tiveram o mesmo destino: o “processo” no Colégio Militar durou cerca de 10 minutos (sem presença de advogados, testemunhas e direito ao apelo) e fuzilamento. Camarada Vasiliy Ulrikh executava as ordens do ditador soviético de uma maneira extremamente operativa: 45 pessoas foram condenadas e executadas já no dia 28 de junho, no dia seguinte foram outros 67 e mais 14 no dia 1 de agosto. Nove pessoas viveram até dia 19 de agosto, um até 10 de setembro e mais um até o dia 3 de março de 1939. É desconhecido apenas o destino do Trofim Chubar, irmão do membro do Bureão Político, Vlas Chubar (ele próprio fuzilado em fevereiro de 1939).

O marechal Yegorov, retirado da lista, foi fuzilado (ou morreu na cadeia?) em 23 de fevereiro de 1939 (acusado de espionagem e participação na preparação do golpe do estado). É preciso notar, que todas as pessoas da lista foram mais tarde reabilitadas, menos três oficiais do NKVD, corresponsáveis pelos crimes estalinistas: Agranov, Bulakh e Leplevski.

Fonte:

Ver o autógrafo em formato maior:

1 comentário:

João Nobre disse...

Publiquei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/03/assinatura-que-custou-138-vidas.html