quarta-feira, novembro 28, 2012

Governo ucraniano negoceia com desconhecidos


O Governo ucraniano assinou o contrato no valor de 1 bilião de dólares com um alegado cidadão espanhol, representante alegado da empresa espanholaGas Natural Fenosa(alias “Gas Natural SDG, SA”; alias ENAGÁS SA”).

No dia 26 de novembro, em Kyiv, na presença do primeiro-ministro da Ucrânia Mykola Azarov e do ministro da Energia e da Indústria de Carvão Yuriy Boyko, foi assinado o Acordo de Gestão do Consórcio para construção do terminal de gás líquido no valor de 1,1 bilhões de USD. Da parte ucraniana o Acordo foi assinado pelo diretor da Agência Estatal de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais, Vladyslav Kaskiv e pela parte espanhola por Jordi Sarda Bovehi (nome desconhecido pelo Google), alegadamente, atuando em nome da “Gas Natural Fenosa”. Os problemas começaram quando a empresa espanhola declarou oficialmente que não conhece Jordi Sarda Bovehi, não lhe passou nenhuma procuração para agir em seu nome ou em nome das suas subsidiárias, escreve Pravda.com.ua.

O jornalista do Financial Times, Roman Olearchyk, escreve no seu blogue que o alegado representante da contraparte espanhola se expressava em espanhol durante a cerimónia da assinatura do contrato e que ele foi identificado pelos governantes ucranianos como Jordi Sarda Bovehi. Abordado na cerimónia da assinatura do Acordo, o próprio Jordi Sarda Bovehi recusou-se a falar com jornalistas.

A parte ucraniana insiste na ideia do que o Acordo foi oficialmente assinado com “Gas Natural Fenosa”, representada pelo Jordi Sarda Bovehi. Na opinião do Vladyslav Kaskiv “Gas Natural Fenosa” nega o seu envolvimento no negócio apenas por causa das “tecnicalidades por resolver”. Kaskiv também informa que os estudos da viabilidade económica do projeto foram efetuadas pela “Gas Natural Fenosa Engineering (ex-Socoin)”, a subsidiária da casa-mãe. Vladyslav Kaskiv também desvaloriza a posição da “Gas Natural Fenosa” e explica que prioridade para Ucrânia está no transporte da plataforma marítima até a costa ucraniana do Mar Negro e que está operação é assegurada pela empresa americana “Excelerate Energy LLC”.

Na página oficial do Governo ucraniano está escrito que o Acordo foi assinado pelo diretor-geral das relações exteriores da empresa “Gas Natural Fenosa” Jordi Garcia Tabernero (pessoa real, mas em nada parecida com o assinante do Acordo) e pelo vice-presidente sénior da “Excelerate Energy”, Edward ScottNa página da Agência Estatal de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais está escrito que pela parte espanhola o Acordo foi assinado pelo Jordi Sarda Bovehi.

Diversos órgãos da imprensa ucraniana informam que uma delegação conjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Agência Estatal de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais deslocou-se de urgência para Espanha para tentar minimizar os danos desta história verdadeiramente caricata.

No dia 17 de dezembro de 2010 Ucrânia criou a empresa “Projeto Nacional do Terminal de Gás Liquido”, que deveria assegurar a construção de um terminal marítimo com a capacidade de receber 10 biliões de m³ de gás natural em 2014. No dia 30 de janeiro de 2012 a empresa “Socoin” concluiu os estudos da viabilidade económica do projeto. Segundo o estudo, o projeto poderá ser concluído em 49 meses e as primeiras remessas do gás podem ser recebidas em 2016. O custo aproximado do projeto é de 846 milhões de Euros, a parte ucraniana é de 25% + 1 ação.

Fonte:

Blogueiro

Num país normal o caso poderia terminar com a demissão do chefe da Agência Estatal de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais e até do primeiro-ministro. Na Ucrânia, cujo presidente, Viktor Yanukovych é “académico” de uma academia virtual existente apenas no papel, isso não deverá acontecer tão já… 

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