segunda-feira, abril 23, 2012

As raízes históricas da russificação

"Hoje eu falei em letão"
Hoje em dia existem diversos estudos sobre a perseguição histórica das línguas nacionais em África e Austrália, no Brasil e em Canadá. No entanto, a russificação forçada dos povos no império russo, na época czarista e durante a era dos sovietes, quase sempre foi um assunto pouco estudado e documentado na historiografia soviética e ocidental.

O facto que permite o surgimento da teoria segundo qual ninguém na Rússia – URSS perseguia e proibia o belaruso e ucraniano, o letão e o tártaro. Alegadamente, a própria sociedade “preferia” esquecer as suas línguas nacionais para passar a utilizar a língua russa.

O Museu Nacional da História da Letónia tem no seu extenso leque de exposições e amostras uma exposição permanente, situada na “Sala escolar do museu” (Muzeja skolas klase), que conta a história da educação escolar da Letónia…

Após a anexação da Letónia pelo Império russo no início do século XVIII, as escolas do país passaram à dependência do Ministério da educação da Rússia. Após 1888 começou a implantação da política de russificação forçada da população – a língua letã foi proibida não apenas no ensino, mas como o instrumento de comunicação, os alunos eram estritamente proibidos de usa-la nas conversas no recinto escolar. 

“Hoje eu felei em letão”, os quadros pejorativos deste tipo eram colocados nos pescoços das crianças nas escolas da Letónia na época do czar russo Alexandre III (o pai do último rei russo, Nicolau II), para desencorajar o uso da língua letã pelos letões...

Após a proclamação da Independência em 1918, a educação popular na Letónia se torna obrigatória e em língua nacional. Depois da perda de independência em 1940 e novamente em 1944, o ensino mais uma vez passa, maioritariamente, para a língua russa, baseando-se nas ideias de marxismo – leninismo cuja meta era educação dos jovens no espírito da sociedade comunista…

Fonte:

A russificação da Ucrânia

Sensivelmente na mesma época no Império russo foi emitido o Decreto de Valuev (1863), que proibia a publicação de livros religiosos, científicos e educacionais em língua ucraniana, permitindo contudo a publicação de obras literárias, definitivamente proibidas pelo Decreto de Ems (1876). O novo decreto secreto proibia quase a totalidade das edições em língua ucraniana, nunca foi revogado, embora deixou de ser oficiosamente aplicado após 1905. 

2 comentários:

Europeísta disse...

E sobre a russificação da Ucrânia, poderia escrever algo a respeito? Se já escreveu, poderia indicar o post?

Jest nas Wielu disse...

Oi, meu querido leitor mais assíduo, creio que não escrevi, mas podes ler este artigo (problema que o herói morreu em vez de levar consigo algum inimigo, é por isso gosto da nossa Galiza) http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2006/11/esquecido-heri-da-ucrnia.html