quinta-feira, dezembro 22, 2011

Fábrica soviética da morte: uso de carrinhas de gás

As famosas carrinhas de gás (em uso nazi: gaswagen), foram inventadas e pela primeira vez usadas na URSS em 1936. O seu criador, Isai Davidovich Berg, o Chefe administrativo do NKVD da província de Moscovo, foi fuzilado em março de 1939, mas reabilitado em 1962 como a “vítima das repressões estalinistas”.
As camionetas soviéticas com inscrição "Pão" que eram usadas como carrinhas de gás (gaswagen)
No início das purgas soviéticas dos anos 1930, os condenados ao fuzilamento em Moscovo eram sepultados em pequenas covas individuais. Estas sepulturas estão espalhadas em todo o polígono de Butovo. Mas desde o Agosto de 1937 os assassinatos em Butovo tomaram as proporções tão grandes que a “tecnologia” do extermínio comunista tinha que mudar.
As camionetas soviéticas conhecidas como "corvo negro", usadas para o transporte dos prisioneiros
Com ajuda de uma retroescavadora, foram cavados vários poços de grande porte, com o cumprimento de cerca de 500 metros, a largura de 3 metros e uma profundidade de 3 m (as valas podem ser vistas nas fotografias aéreas que foram feitas pelo organismo de gestão de solos ao pedido do NKVD).
Oficial do NKVD Isai Berg, fuzilado aos 34 anos
No polígono de Butovo, a execução dos condenados à morte por famosas “tróicas” estava ao cargo do Isai Davidovich Berg que desde 1934 era o Chefe da unidade administrativa e económica do departamento do NKVD da província de Moscovo. Nascido em Moscovo no seio de uma família judia, em 1920 se alistou no Exército Vermelho, em 1925 já comandava um pelotão. É membro do PCUS desde 1930.
Dado que NKVD tinha que exterminar muita gente em um curto período de tempo, Berg apresentou a sua invenção tecnológica: as pessoas nus, amordaçadas, com mãos e pés amarrados, eram colocados em camiões fechados, 20-30, por vezes até 50 pessoas, até o ponto de não conseguirem se mexer. Dentro do camião, que se parecia com o de transporte do pão, colocava-se o tubo de escape, que sufocava as pessoas até a morte com os produtos de combustão. Se a vítima não morria asfixiada, ficava em um estado semiconsciente, facilitando o seu extermínio. Pela primeira vez foi usado pelo NKVD em 1936.
Imprensa russa (1993) à citar as fontes oficiais da Direção Geral de Proteção que confirmam o caso Berg
O próprio Berg foi preso em agosto de 1938, acusado de pertencer à organização terrorista trotsquista dentro do NKVD e fuzilado em março de 1939. Foi reabilitado, na qualidade de vítima das repressões estalinistas, ao título póstumo, em 6 de junho de 1962.
Isai Berg após a sua prisão pelo NKVD
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