quarta-feira, agosto 31, 2011

Cerveja, chocolate e café de Lviv

A cidade de Lviv, a capital informal da Ucrânia Ocidental, celebra o seu 767º aniversário. Apesar da agressão militar russa, é possível viajar à Ucrânia, visitar a Fábrica de Chocolate de Lviv, provar a cerveja no bar Kumpel e saborear o café no Mundo de Café (serve mais de 30 tipos de café).

Em 2012, nas vésperas do Campeonato / Copa da Europa de Futebol, a jornalista da BBC, Fiona Foster, visitou Lviv e descobriu uma cidade cheia de sabor e charme centro – europeu, apostado em aumentar a sua visibilidade. O resultado pode ser conferido AQUI

Bónus (os leitores perguntam):

Eu tenho muito interesse por essa região da Ucrânia (Galiza), dizem que é uma parte do país bastante Europeia: a arquitetura, cultura, história, religião e etc... Acho que é pelo fato dessa região ter pertencido a Polônia e depois ao Império Austro-húngaro. Há duas regiões que pertenceram tb a Romênia. Tudo isso torna essa parte da população mais propensa a Europa e ao Ocidente. É verdade que a região de Lviv é conhecida por sua produção local de chocolate? Eu li um artigo a respeito mas que não era muito elucidativo a esse respeito. São baratos?

Halychyna (Galiza Ucraniana) pertencia ao Império Austro – Húngaro até 19 de Outubro de 1918, dia em que foi proclamada a República Popular da Ucrânia Ocidental (ZUNR); desde 18 de Julho de 1919 foi ocupada pela Polónia e em 17 de Setembro de 1939 é invadida pela URSS.

Para saber mais sobre o chocolate de Lviv recomendo visitar a Fábrica de Chocolate de Lviv em inglês & ver fotos bonitas.

terça-feira, agosto 30, 2011

Três dias na Geórgia


O blogueiro russo Petr Lovigin passou três dias na Geórgia e fez uma bela reportagem fotográfica sobre o país, onde “qualquer edificação é do século IV D.C. 

Fotos © Petr Lovigin, 2011 (+22):

Euronews censura as notícias em favor de Yanukovich


O canal de notícias Euronews em língua ucraniana produz as notícias que divergem significativamente, na versão ucraniana e inglesa. 

Como se pode ver a partir do texto sobre a celebração do Dia da Independência da Ucrânia, o serviço ucraniano teve editá-lo em favor do Presidente Yanukovich. 

Assim, no texto em inglês sobre o Dia da Independência da Ucrânia, se notou que Viktor Yanukovich no seu discurso festivo não mencionou uma palavra sobre o processo contra Yulia Tymoshenko, que divide a opinião pública. Na versão ucraniana da notícia o assunto não é mencionado, mas se diz que Viktor Yanukovich depositou os flores aos monumentos. Também na versão ucraniana é dito sobre centenas de manifestantes no comício da oposição em 24 de Agosto, enquanto em inglês se fala sobre as milhares. 

Fonte:

segunda-feira, agosto 29, 2011

Crianças ucranianas de férias em Portugal


Várias crianças ucranianas passaram cinco semanas de férias em Portugal. Elas vieram de aldeias perto de Chornobyl, a cidade da Ucrânia onde em 1986 ocorreu o pior acidente nuclear da história mundial.

Ver a notíca na página da RTP (2'19''):

sábado, agosto 27, 2011

Independência da Ucrânia no Facebook II


O Concurso fotográfico da Embaixada dos EUA na Ucrânia para celebrar o aniversário da Ucrânia independente foi ganho pela Anna Andrievska com a foto “16 de Setembro de 2005. Dia de Memória do Georgiy Gongadze na Praça da Independência” (em Kyiv). 

Anna Andrievska ganhou o iPad2. 

Ucraniano chefe dos moicanos

O piloto – aviador ucraniano Ivan Datsenko escapou a repressão comunista no fim da II G.M., se tornando o chefe dos índios moicanos no Canadá, conhecido pelo nome indígena de Poking Fire (Aquele Que Furou o Fogo) e o nome inglês John McKnober. 

Ivan Datsenko nasceu em 29 de Novembro de 1918 na aldeia de Chernechiy Yar, distrito de Dikanka, província de Poltava na Ucrânia Central. Estudou na escola incompleta na aldeia de Velyki Budnysha, em 1937 se formou na escola técnica veterinária da localidade de Pysarivshchina. No mesmo ano foi chamado a cumprir o serviço militar no Exército Soviético. Em 1940 Ivan Datsenko se graduou na Escola de pilotos militares “Chkalov” em Orenburg. Desde o início da guerra germano – soviética o tenente Ivan Datsenko é comandante da asa do 10° regimento da 3ª divisão do 3° corpo de aviação do longo alcance. O piloto ucraniano efectuou diversos bombardeamentos dos alvos militares e industriais na retaguarda profunda da Alemanha nazi. Participou na batalha de Estalinegrado. Até o Agosto de 1943 efectuou 213 raids de combate na frente alemã, pelo que recebeu o patente do 1° tenente. Em 18 de Setembro de 1943 a Presidência do Conselho Supremo da URSS o patenteou com o título do Herói da União Soviética com atribuição da ordem “Lenine” e a medalha “Estrela Vermelha” (№ 1733). O respectivo Diploma do Conselho Supremo está conservado na escola veterinária de Pysarivshchina. 

Do herói ao “inimigo do povo” 

Em 19 de Abril de 1944 o avião do Ivan Datsenko foi abatido pelo fogo antiaéreo alemão nas proximidades da estação ferroviária Lviv–II na Ucrânia Ocidental. O piloto ucraniano conseguiu se ejectar e foi capturado pelos alemães. A partir daquele instante, a sua história tem duas versões. Uma diz que ele fugiu do cativeiro nazi, ultrapassou a linha da frente e se apresentou na sua unidade militar. No dia seguinte foi preso pela contrainteligência militar soviética SMERSH e após um apressado julgamento foi enviado aos campos de concentração de GULAG. Algures pelo caminho Ivan Datsenko consegui fugir dos carrascos do NKVD, foi procurado, mas não achado...  

Outra versão diz que capturado pelos alemães, ele ficou preso nos campos de concentração nazis e no fim da guerra passou para a zona de ocupação americana, da onde, provavelmente, usando uma identificação alheia conseguiu emigrar para Canadá. Essa versão parece mais provável por causa de diversos factores. O livro soviético “Pela Bravura e Coragem”, editado em 1973, lista todos os heróis da União Soviética naturais da região de Poltava (233 pessoas no total). Na página 105 se escreve o seguinte: “No dia 18 de Abril de 1944 (...) durante a tarefa de combate o corajoso “falcão” morreu com a morte heroica”. No mesmo 1944 os seus familiares receberam a carta oficial das autoridades militares soviéticas que confirmava a morte do Ivan Datsenko. A prática comum daquela época ditava que no caso de “traição”, seria lhe retirado o título do Herói da União Soviética e até o seu nome seria apagado de todas publicações e dos registos de condecoração. 

O índio ucraniano
Ivan Datsenko (Pocking Fire) no meio da sua tribo
Em 1967 em Montreal no Canadá decorria a Expo-67. A URSS participou no evento com os Dias da cultura soviética, atendidas pelo dançarino checheno Mahmud Esambaev, que mais tarde quis ver as danças dos índios. Numa das reservas indígenas ele foi recebido por um homem alto e forte de pele clara, embora pintado e vestido a preceito tribal. Ao lado dele estava uma bela mulher índia. O índio fez a vénia e disse: “Bem-vindo! Por favor, entre na minha cabana.” Tudo isso em ucraniano puro. Assistindo a incredulidade do Esambaev, o índio explicou que ele é ucraniano, natural da região de Poltava e se chama Ivan Datsenko, mas que na tribo é conhecido pelo nome de Piercing Fire ou Pocking Fire (Aquele Que Furou o Fogo). Naquele encontro Ivan Datsenko mostrou-se grande apreciador do canto, ele cantou várias músicas populares ucranianas, incluindo “Rozpriahayte, hloptsi, koney”. Mais tarde ucraniano e checheno se tornaram amigos, chegaram a trocar a correspondência. 

Familiares na Ucrânia 

Depois de ler na imprensa o relato do Esambaev, a sobrinha do Ivan Dotsenko, Olga Ruban começou a procurar pelo tio. Alguns livros diziam que ele morreu em combate, outros relatavam que não voltou após uma missão. Até foi consultar os videntes, todos eles diziam, olhando para a foto do jovem Ivan, que ele estava vivo. Olga conseguiu localizar o colega do Ivan Datsenko no exército, Mykola Dzhugan, que também confirmou a sobrevivência do Ivan e o seu aprisionamento pelos nazis. Dzhugan disse que quando Ivan escapou dos nazis, ele, tal como outros ex-prisioneiros fui chamado de traidor. Depois disso, Datsenko fugiu da URSS... 

Olga Ruban escreveu aos jornais, contactou o programa da TV russa que procura as pessoas desaparecidas “Espere por Mim”, achou os contactos do Ensambaev. Mais tarde pediu ajuda do presidente ucraniano e da primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko. Ensambaev não a recebeu até a sua morte e o seu arquivo se perdeu em Grozni na 1ª guerra chechena. Apenas Yulia Tymoshenko tinha lhe respondido, mas disse que não podia ajudá-la. 

A vida no Canadá 

No Canadá Ivan Datsenko trabalhou na construção civil na região de Montreal. Apaixonou-se por uma mulher índia, filha do chefe de uma das reservas indígenas. Pediu a mão da sua futura esposa e foi aceito como membro da tribo. Serviu a tribo como gestor de visitas turísticas e após a morte do sogro, que não teve filhos varões, se tornou o chefe tribal. Tudo indica que Ivan Datsenko morreu em 2002. O lugar do chefe da tribo foi ocupado pelo seu filho John. Hoje as reservas indígenas já não existem no Canadá. Os netos do Ivan Datsenko, John (Ivan) e Nina vivem na região de Ottava. Parece que John é polícia e Nina é jornalista. Até agora Olga não conseguiu contacta-los, desconhecendo o seu destino... 

O programa “Espere por Mim” organizou a análise comparativa entre as fotos do Ivan Datsenko e as fotos do chefe índio Piercing Fire (Pocking Fire) no Instituto de Examinação Forense de Moscovo. A análise computorizada revelou a correspondência total (contando com o envelhecimento) dos diversos elementos da face, como nariz, linhas da boca, sobrancelhas e queixo, que permite concluir que o piloto ucraniano Ivan Datsenko e o chefe índio Piercing Fire (Pocking Fire) são a mesma pessoa. 

Fonte:

Fotos do Ivan Datsenko & chefe Piercing Fire (Pocking Fire):

Em 2011 a história do Ivan Datsenko deu a origem ao filme ucraniano do realizador Mykhailo Illyenko (irmão do Yuri Illienko), chamado “Fire Crosser” (Aquele Que Furou o Fogo). 

Doze anos depois, em Janeiro de 2023, o protagonista do filme, ator, dublador e militar ucraniano Dmytro Linartovych foi ferido perto de Soledar, na região de Donetsk, e gravou uma mensagem de vídeo para os ucranianos: «Saudações, amigos! Eu sou o ator ucraniano Dmytro Linartovych, soldado das tropas de assalto aerotransportadas. Em Soledar. Sou a «carga-300» (ferido). Lembrem-se de que estamos na terra dada por Deus. Nunca seremos quebrados! Nós vencemos! Glória à Ucrânia!»

sexta-feira, agosto 26, 2011

Austrália dedica selo à Independência da Ucrânia


A Sociedade dos Colecionadores Ucranianos da Austrália (ISCA) de Adelaide e o Conselho da União das Comunidades Ucranianas de Nova Gales do Sul (NSW) estamparam o envelope especial e o selo dos correios australianos dedicados ao 20º aniversário da Renovação da Independência da Ucrânia.


Glória à Ucrânia!
Glória aos Heróis!

Setembro de Ouro: As Crónicas da Galiza


O filme documentário ucraniano “Setembro de Ouro: As Crónicas da Galiza 1939-1941” retrata a ocupação da Ucrânia Ocidental pelas tropas soviéticas (parte do Pacto Molotov-Ribbentrop), em 1939. Os territórios ocupados da Galiza, incluindo Lviv, foram incorporados na República Socialista Soviética da Ucrânia.
O filme é baseado nos depoimentos das testemunhas de comunidades ucraniana, polaca e judaica, que até o início da década de 1940 representavam os principais grupos étnicos de Halychyna (Galiza). Noticiários e os comentários dos estudiosos e historiadores são referenciados ao longo do documentário.
O director do filme é Taras Khymych, estúdio Invert Pictures, actores: Galyna Dalyavska, Yuri Khvostenko, Lev Rega, Volodymyr Pravosudov, Natalya Lisova, participação musical  Pikkardiyska Tertsiya.
Comprar o filme em DVD na Amazon, Ebay ou Spheremaster    
Ver o trecho no YouTube:

quinta-feira, agosto 25, 2011

Euronews em ucraniano desde 24 de Agosto


O canal da TV Euronews anunciou que lançará em 24 de Agosto de 2011 o serviço completo dedicado ao mercado ucraniano e mais geralmente a todos os telespectadores de língua ucraniana em redor do mundo.
À partir da data de lançamento, Euronews em ucraniano estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. A versão ucraniana de Euronews será produzida em cooperação entre duas equipas de 40 profissionais em Lyon na França e em Kyiv na Ucrânia.
Pela primeira vez, Euronews irá produzir programas locais relacionadas às notícias nacionais. Uma equipa conjunta da NTU e Euronews baseada em Kyiv irá trabalhar em estreita colaboração com o serviço ucraniano com base na sede da Euronews, em Lyon. Juntos, eles vão produzir boletins de notícias ou programas durante todo o dia sobre temas ucranianos para os telespectadores da Euronews na Ucrânia.
Euronews será responsável pela distribuição da nova versão ucraniana em todo o mundo, enquanto NTU vai fazer com que esta nova versão seja disponível em toda Ucrânia. Como parte do acordo entre NTU e Euronews, será criada uma janela de anúncios para o mercado ucraniano. Esta será a oportunidade para que todos os anunciantes ucranianos pudessem chegar aos espectadores no estrangeiro, desenvolvendo a sua estratégia de marca.
O serviço ucraniano já é disponível na Internet, juntamente com outros dez existentes (em árabe, inglês, francês, alemão, italiano, espanhol, persa, português, russo e turco).
Neste e-mail Euronews recebe as notícias sobre a cultura para o seu programa diário “Rendez-vous”.

terça-feira, agosto 23, 2011

Porque Ucrânia não é Rússia?


Ucrânia como país independente completou 20 anos da sua história. As diferenças entre Ucrânia e Rússia vistas pelo académico russo de origem ucraniana. 


Para a elite política russa Ucrânia se torna um ponto de rotura, anti-ego, no principal alvo da agressão da inconsciência colectiva. O primeiro – ministro russo discursa sobre Ucrânia na campa do general Denikin, chamando o país vizinho da “Pequena Rússia” e apelida de “criminosos” todos aqueles que a querem separar da Rússia (esquecendo que exactamente essa posição ditou a derrota do Denikin). [...] Ucrânia como anti – Rússia substitui gradualmente os EUA no retrato maniqueísta do mundo dos habitantes do Olimpo político russo. 

E não apenas porque a contraposição Rússia – EUA, apesar do seu prestígio parece cada vez mais cómica para um país que não consegue realizar o objectivo proclamado publicamente, de alcançar Portugal. Entre os criminosos e outros grupos desviantes frequentemente existe a proibição de saída. Os criminosos matam os renegados, alcoólicos (e drogados) tentam novamente seduzir aqueles que superaram o vício. A elite política russa fica extremamente emocionada: “Vocês são tão soviéticos como nós, apenas provinciais! Como vocês querem entrar na Europa?!” [...] 

Em 1991, 90,32% dos cidadãos da Ucrânia apoiaram a Independência estatal no referendo popular, cerca de 8% eram contra. Dados do serviço da pesquisa sociológica “Centro Razumkov”, apontam que em 2009 a Independência era apoiada por 52%, ¼ votariam contra, 23% ou não decidiram ou não votariam. No Ocidente da Ucrânia a Independência é apoiada por 86% contra 4%, a correlação no Centro é de 52% / 25%, no Leste 41% / 32% e no Sul 36% / 32%. [...] 

Mas se perguntar Ucrânia sobre aquilo que o país quer hoje, os dados serão diferentes. A maioria esmagadora dos ucranianos não quer a restauração da união com Rússia de nenhuma forma. Os dados do Instituto Gorshenin mostram que apenas 9,3% dos ucranianos querem ter a moeda comum com Rússia, 8,1% querem ter a legislação comum, 7,6% gostariam ter os órgãos comuns do poder estatal e 5,1% o exército comum. [...] 

Qualquer um que ganhe as eleições irá continuar o projecto Ucrânia, o curso de integração na Europa e não se integrará na Rússia. Pois Ucrânia já é diferente. Claro, que ela não é Anti – Rússia. Ela é Não – Rússia. Isso é o resultado da sua maioridade separada. 

Uma das diferenças visíveis entre Ucrânia e Rússia é existência das eleições na Ucrânia e a sua ausência na Rússia. Segunda diferença – o pluralismo da imprensa e a liberdade de expressão na Ucrânia e a ausência de tudo isso na Rússia. Terceiro: o mundo empresarial não é perseguido, tal como na Rússia. Não existe nada parecido com a “ausência da lei” por parte da polícia. A polícia de trânsito não conta, são como baratas, não é possível elimina-los. (Geórgia provou que isso é perfeitamente possível).  

Também existem muitas parecenças. Corrupção. Promiscuidade entre o mundo empresarial e o poder. A cultura empresarial, salvo erro, é pior do que na Rússia. Nas aldeias bebem menos e não existe a falta de esperança gritante, como nas aldeias russas. Talvez por isso a esperança da vida dos homens é maior. Embora em geral, os ucranianos hoje são tão soviéticos como russos [...] devem “espremer” o seu sovietismo nos próximos 15 anos, não menos do que isso. [...] 

Provavelmente a maior diferença entre dois países, é o facto da Rússia continuar considerar-se como império. Os russos, na sua maioria, estão prontos perdoar ao poder a limitação dos seus direitos em troca da grandeza aparente do país. Os cidadãos da Ucrânia certamente não estão prontos para isso. O complexo imperial russo se situa mais profundamente do que o imperialismo britânico, francês ou alemão. O imperialismo alemão foi eliminado em dois tempos. Totalmente e para sempre. Os britânicos e franceses o perderam e se não sem a sangue, certamente de forma consciente. Praticamente todas as nações imperiais já “espremeram” este seu imperialismo. [...] 

A Rússia consumiu a droga imperial em jejum, praticamente na meninice, antes de se tornar o estado nacional. Em apenas um instante histórico, entre o Ivan I e Ivan III, a Moscóvia engordou 30 (!) vezes. Somos maiores e mais grandiosos do mundo! Nesta frase, o sentido “MAIS” foi cristalizando antes de se formar o sentido de “NÓS”. Não importa quem somos! Importa que somos MAIS! Somos – Horda? Boa. Importante que somos horda superlativa. Somos o Império russo? Optimamente. Somos URSS! Belo! Importante que outra vez somos maiores e todos nós temem. Rússia – é o supra estado energético? Mas será que MAIOR? Sim, maior, não se preocupem. OK! Serve! 

Espremer o imperialismo será difícil para Rússia também porque do ponto de vista russo [...] o império é quando (o imperialista) tem o chapéu de coco e os locais são espancados com a chibata. Pelo contrário, o camarada Sukhov libertava as mulheres da Ásia Central. Como isso pode ser o império? [...] A fronteira entre a metrópole e a colónia não passa pelo mar, nem pela terra, mas passa entre a elite e a população. Nestes condições imperialismo é extremamente pegajoso. [...] 

Tudo supracitado permite tirar algumas conclusões. 

Primeiro, a julgar pelo comportamento das elites, nossos países entraram no seu 20° aniversário não como maiores de idade, mas como jovens problemáticos, que não conseguem superar os seus complexos. 

Segundo, as trajectórias da vida dos países separam-se cada vez mais. Rússia outra vez aquece o caldeirão da nação imperial. Ucrânia já rastejou fora dele e não pretende voltar. 

Terceiro, simplesmente é chato quando as pessoas [...] se tornam reféns dos políticos incapazes de crescer até a alcance das tarefas colocadas pela época.  

Fonte:
http://ej.ru/?a=note_print&id=9407

Wikipédia sobre Igor Yakovenko

Recordar vítimas do comunismo e nazismo


O dia 23 de Agosto é o Dia Europeu da Memória das vítimas do comunismo, o nacional-socialismo e outras ideologias totalitárias. Este dia é celebrado na União Europeia desde 2009, assim como nos EUA, Canadá e América Latina (ver mais).  

No dia 23 do Agosto também será recordado o 72º aniversário da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, acordo secreto entre a Alemanha nazi e a URSS comunista, que dividiu a Europa entre duas potências totalitárias. 

A crónica alemã datada de 27 de Setembro de 1939 mostra as imagens da ocupação da Polónia; o filme retrata a parada militar conjunta nazi & soviética. Acho que não é preciso recordar que os inimigos não fazem as paradas conjuntas... 

Ver no YouTube:
 

Aconselhamos visitar o Museu memorial “Território do Terror” (Cadeia de Transferência №25 / Guetto de Lviv), cidade de Lviv, Ucrânia:

Também aconselhamos assistir o filme documental “The Soviet Story, realizado pelo director letão Edvīns Šnore. O autor demorou mais de dez anos na pesquisa dos arquivos, as filmagens tiveram lugar na Rússia, Ucrânia, Letónia, Alemanha, França e Bélgica. Em 2008 o filme ganhou o prémio Mass Impact Award no Festival de Cinema de Bóston (EUA).

O filme, dividido em 9 partes pode ser visto no YouTube (legendado em português):

segunda-feira, agosto 22, 2011

Finalmente Tripoli!




Filme Banderivtsi versão integral


O filme é dedicado à luta de libertação nacional no Oeste da Ucrânia nos anos 1918 – 1950, o enredo se baseia na história da vida do Antin Horbach, um dos comandantes regionais do Exército Insurgente Ucraniano (UPA).

As filmagens decorreram nas cidades de Ucrânia Ocidental, nomeadamente em Lopatyn na região Lviv e na prisão em Komarno em Horodochchyna. O filme recebeu o apoio da União Ucraniana Svoboda (Lviv) e da Sociedade de busca das vítimas da guerra “Memória”.

Além da história do UPA, o filme também aborda os eventos associados à proclamação da República Popular da Ucrânia Ocidental (ZUNR), Holodomor de 1932-1933, crição da Divisão Ucraniana “Galiza”. No filme participaram cerca de 60 actores ucranianos não profissionais, membros da União Svoboda e da Sociedade “Memória”. O papel do Antin Horbach foi interpretado pelo seu neto, Lyubomyr Horbach (realizador do filme e presidente da Sociedade “Memória”). Os cineastas filmaram o depoimento de sua esposa Maria, ela lembra-se do último adeus do marido no Verão de 1945, quando Antin disse profeticamente, que “a morte andava atrás dele.” Em breve, Antin morreu em combate contra as topas do NKVD. Os ocupantes pretendiam manter o seu corpo em frente da administração da aldeia, a fim de assustar as pessoas, mas UPA consegui recuperar o corpo de seu comandante e ele foi sepultado de maneira digna.

Na vila de Lopatyn as filmagens decorreram junto aos três poços, onde depois da II Guerra Mundial os carrascos do NKVD atiravam os corpos dos insurgentes ucranianos. Em um desses poços, com 30 metros de profundidade, foram descobertos os restos mortais de 49 combatentes do UPA. Filme “Banderivtsi” usa os documentos pouco conhecidos da II Guerra Mundial, relatos de testemunhas, crónica documenal e fotos antigas, escreve no seu comunicado a União Svoboda de Lviv

Ver a versão integral do filme (1.03'41'') no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=YB5clCHXYbc&NR=1


domingo, agosto 21, 2011

Museus de Guerra Fria abrem na República Checa


Recentemente na República Checa foram abertos ao público dois novos museus dedicados à Cortina de Ferro, um na fronteira com Áustria e outro na antiga fronteira germano – checa, ambos geridos pela Fundação de Cortina de Ferro. 

Um dos museus se situa no edifício antigo de guardas de fronteira entre a localidade de Valtice (República Checa) e Schrattenberg (Áustria). O museu pretende recordar o passado da era comunista no país, contando essa experiência às novas gerações que não presenciaram aquela época, disse Michaela Cibulkova, uma das curadoras da exposição. 

Os visitantes podem ver armas e as uniformes de guardas de fronteira da Checoslováquia. Uma sala é dedicada às pessoas que perderam a vida na fronteira entre o Leste e o Ocidente. Entre os nomes dos falecidos, além das pessoas que tentavam fugir do país, também constam os guardas mortos em tiroteios. 

Michaela Cibulkova disse que o mais emocionante para os visitantes é a sala em que uma parte da Cortina de Ferro foi recriada, incluindo os seus sons, para levar as pessoas de volta a fronteira fortemente guardada antes da queda do regime comunista da Checoslováquia em 1989. 

Outro Museu da Cortina de Ferro foi inaugurado no escritório das autoridades aduaneiras na antiga fronteira germano – checa em Rozvadov, informou Vaclav Vitovec da Fundação da Cortina de Ferro. 

O museu, situado à apenas 50 metros de fronteira que no passado dividia o bloco oriental e ocidental, deve lembrar os marcos importantes da Guerra Fria. Museu oferece centenas de exposições, fotografias da época, algumas inéditas, e ainda, as cópias de importantes documentos históricos.  

O Museu conta a história do século XX através dos eventos mais importantes, começando pela I Guerra Mundial, explica o curador Milan Linhart. Embora a maior parte da exposição se concentra na era da Guerra Fria, o museu também lembra as guerras da Coreia e do Vietname, a crise cubana, a supressão da revolução anti-comunista na Hungria em 1956 e a invasão das tropas do Pacto de Varsóvia da Checoslováquia em 1968. 

A exposição mostra os dispositivos técnicos das escutas telefónicas e as fotografias das câmaras escondidas. Entre as peças originais está o telefone pessoal do último presidente da Checoslováquia Gustav Husak (1913-1991), o aparelho original que estava ligado directamente ao Kremlin. 

O período do comunismo (1948-1989) é evocado por livros ideológicos, imagens e citações. Uma parte separada da exposição centra-se na ameaça de um conflito nuclear durante a Guerra Fria. Os visitantes também testemunham o colapso dos regimes comunistas, como a queda do Muro de Berlim e a corte de arame farpado na fronteira da Checoslováquia – RFA. 

O painel final menciona os lugares do mundo onde as pessoas ainda estão divididos por muros e cercas. “As pessoas não aprenderam uma lição e as cortinas de ferro ainda estão sendo usados ​​– entre Israel e Palestina, entre a Coreia do Norte e do Sul, no Chipre, a cortina económica entre os Estados Unidos e México", conclui Vaclav Vitovec. 

Fontes:
Museu na fronteira alemã  
Museu na fronteira austríaca

sábado, agosto 20, 2011

Desconhecidos bandeirantes ucranianos


Durante longo período da ocupação soviética da Ucrânia, a bandeira nacional ucraniana era proibida e a sua posse ou exposição pública era sentenciada com a pena de morte ou a prisão nos campos de concentração.
por: Andriy Kvyatkovskiy *
Na Ucrânia o Dia da Bandeira Nacional é celebrado duas vezes, no dia 24 de Julho apenas em Kyiv (por ocasião do içamento da bandeira nacional na Câmara Municipal de Kyiv em 1990) e no dia 23 de Agosto, festa nacional estabelecida pelo Decreto presidencial de 2004 (o içamento da bandeira nacional no parlamento ucraniano em 1991). Mas nem sempre foi assim...
Em 1958 na aldeia de Verbytsya no distrito de Khodoriv na província de Lviv foi criado um grupo clandestino que içava as bandeiras nacionais e divulgava os folhetos anti-soviéticos. Em 1962 (durante a “primavera” de Khrushev!), o líder do grupo, Fedir Protsiv foi sentenciado à morte, outros 6 resistentes receberam as penas de prisão entre 8 à 15 anos.
Em Novembro de 1961 na aldeia de Vytvytsya na província de Ternopil, o miliciano soviético Mykhaylo Dyak içou a bandeira ucraniana. Ele não foi descoberto e serviu de inspiração para a criação da Frente Nacional Ucraniana, organização clandestina activa até 1967.
No dia 1 de Maio de 1966 dois jovens operários ucranianos, o serralheiro Georgiy Moscalenko e trabalhador da construção civil, Viktor Kuksa trocaram a bandeira soviética vermelha pela bandeira ucraniana no edifício do Instituto da Economia Popular de Kyiv (onde desde os anos 1960 estudavam os bolseiros da África lusófona). A bandeira ucraniana continha tryzub e as letras do Hino nacional ucraniano (também proibido na URSS). Quase um ano o grupo especial do KGB procurou pelos autores do acto corajoso, no fim eles foram sentenciados à 2 e 3 anos da prisão nos campos de concentração em Mordóvia. A procuradoria geral da Ucrânia já independente dificultou o processo de reabilitação do Georgiy Moscalenko e Viktor Kuksa, mas acabou por ceder perante a pressão da sociedade civil.
Para comemorar o 55° aniversário da proclamação da República Popular da Ucrânia Ocidental (ZUNR), na noite de 22 de Janeiro de 1973 na vila de Chortkiv, província de Ternopil, foram içadas 4 bandeiras nacionais e espalhados diversos folhetos. O povo repetia a frase do guarda do cinema local, onde foi hasteada uma das bandeiras: “Á noite olho – a vossa bandeira, de manha vejo – a nossa bandeira”. A acção era da autoria dos 9 jovens activistas da aldeia vizinha de Rosokhach, quase todos eles foram presos e enviados aos campos de concentração da Mordóvia.
O aposentado ucraniano Borys Zakharovych Nebesnyuk também tem uma história ímpar. O seu pai era camponês, em 1958 passou um ano na prisão pelo roubo de um saco de feno no kolkhoz. Tio – Vasyl Nebesnyuk foi membro da OUN desde década 1930, comandava uma unidade do UPA e morreu em combate em 1948.
Em 1964 Borys Nebesnyuk foi graduado pela escola de enfermagem de Kharkiv e enviado ao kolkhoz para ajudar na lavoura de repolho na província de Dnipropetrovsk (prática comum na URSS). Na escola de enfermagem, ele fazia parte de um grupo patriótico clandestino de 11 estudantes, chefiado pelo professor Hryhoriy Pysarenko. Professor Pysarenko pertencia à uma família ucraniana patriótica, alegadamente, ele manteve os contactos directos com os dissidentes ucranianos em Kyiv.
Juntamente com Nebesnyuk, foram enviados ao kolkhoz mais dois membros do grupo, Vasyl Osadchuk e Dmytro Sobolyuk, ambos tiveram os familiares a lutar no UPA. Nas vésperas do aniversário do golpe comunista de 1917, celebrado anualmente no dia 7 de Novembro, eles decidiram trocar a bandeira vermelha do clube local pela bandeira ucraniana. Compraram quatro camisas checoslovacas de nylon, duas azuis e duas amarelas, pediram sua amiga local, Zina, para fazer a bandeira. A rapariga não sabia o que fazia, disseram que era a bandeira estudantil. Zina não foi descoberta, ninguém do grupo denunciou-a. Os nossos “bandeirantes” nem sabiam direito a ordem da colocação das faixas na bandeira, que ficou “amarela e azul”, em vez de azul e amarela.
Quando a bandeira foi hasteada, o chefe do comité local do partido comunista avisou o KGB. Dois rapazes foram presos imediatamente, Borys Nebesnyuk fugiu, mas também foi rapidamente detido. A investigação se desenrolou em Kharkiv, ninguém denunciou os restantes colegas do grupo clandestino. O julgamento público decorreu no recinto da fábrica Malyshev em Abril de 1965. Os estudantes locais eram obrigados assistir o julgamento e gritar “Fu-zi-lar! Fu-zi-lar! Ban-deris-tas!”
Primeiramente, a sua sentença era de apenas 2 anos da cadeia, ao abrigo do artigo 140 do código penal ucraniano (“Roubo”), foram acusados de roubar as camisas compradas legalmente. Apenas dois meses antes do fim da pena foi feito o novo julgamento, eles foram acusados ao abrigo do artigo 142, parte 3 (“Roubo à mão armada que causou danos físicos severos”). Foram sentenciados à pena capital, que após apelação ao procurador – geral da URSS foi comutada para 15 anos da cadeia, mais 5 anos de degredo. Desta vez os amigos foram separados e Borys Nebesnyuk desconhece o seu destino. Ele cumpriu a pena em Kharkiv, em 1967, por ocasião do 50° aniversário do poder soviético foram lhe “perdoados” 4 anos, em 1970 (100° aniversario do nascimento do Lenin) “perdoaram” lhe dois anos do degredo. Também foram contabilizados dois anos da primeira pena. Assim Borys Nebesnyuk saiu em liberdade em 1972.
Viveu o degredo na república autónoma russa de Komi. Só em 1975 voltou para Ucrânia sem direito de viver nas grandes cidades (a regra do “101° quilómetro”). Trabalhou na construção civil. Aposentado desde 2006, a sua pensão é de 287 UAH (36 USD). Não foi reabilitado, pois era condenado pelos artigos “criminais”. A prática soviética e ucraniana determinava que os dossiers dos casos criminais (diferentemente dos casos políticos), eram guardados nos arquivos do Ministério do Interior durante um certo período de anos, depois eram destruídos. No caso do nosso “bandeirante”, desde a sua detenção já decorreram 47 anos...
Fonte: 

* Sobre o autor: jornalista, editor do jornal ucraniano lendário “Post-Postup”, co-autor do livro “Cemitério de Lychakiv” (ISBN 9667188280).

sexta-feira, agosto 19, 2011

KGB nos Países Bálticos

Cave do NKVD em Tartu

A ideia de crir o arquivo do KGB nasceu há muito tempo, mas não foi finalizada até 2006, quando os historiadores da Letónia, Estónia e Lituânia reuniram-se em Vilnius. O projeto teve como objetivo tornar públicos os documentos do KGB sobre a ocupação dos três Países Bálticos.
Havia mais motivos para criar uma página on-line. Primeiro de tudo, os historiadores dos três países sempre foram incomodados pela propaganda russa do que nunca houve qualquer ocupação de qualquer um dos três Estados Bálticos. Muitos historiadores estavam cansados ​​de entrar em polêmicas com a imprensa russa e os representantes de mídia de radiodifusão, supostamente apartidários sobre este assunto. Mais, por vezes os argumentos e comentários dos historiadores eram apresentados fora de contexto ​​de acordo com o cenário útil à propaganda de Moscovo...
O arquivo apresenta os documentos do NKGB 1940-1941, MGB 1943-1953 e KGB 1954-1991.
Estónia

O Museu do KGB em Tartu (Estónia) está situado na “casa cinzenta”, que na década de 1940-1950 abrigou o NKVD / KGB. A cave com as células para os presos está aberta aos visitantes. Parte das células, lock-ups e o corredor da cave foram restaurados na sua forma original. Os restantes células da ex-casa abrigam a exposição da história do Movimento de Resistência da Estónia e os crimes do regime comunista. Na exibição, é possível encontrar planos traçados pelas autoridades soviéticas para a realização de operações de deportação, folhetos distribuídos por organizações clandestinas nas escolas, os objetos dos campos de prisioneiros de GULAG, bem como um grande número de outras fotos e documentos que ilustram a recente história da Estónia.
Na Estónia, o número total de pessoas que foram vítimas de repressões comunistas ascendeu a cerca de 122 mil e mais de 30.000 delas perderam a vida.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Faleceu Lecia Bandera

Lecia Bandera, primeira a esquerda
Em Toronto aos 64 anos de idade faleceu Lecia Bandera, a filha mais nova do líder do movimento nacionalista ucraniano Stepan_Bandera.

A edição on-line da página ucraniana IstPravda, cita o neto de Stepan Bandera, também ele Stepan Bandera que informou que sua tia faleceu no dia 16 de Agosto de 2011 em Toronto no Canadá.
Lecia Bandera nasceu em 1947 na Alemanha, onde viveu com a sua família. O líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), Stepan Bandera teve três filhos – Natalia, Andriy e Lecia. O pai do Stepan Bandera – padre grego-católico Andriy Bandera foi assassinado pela NKVD em Kyiv no Verão de 1941.
No entanto, a família Bandera teve a continuação, em 5 de Outubro de 2010, Stepan Bandera (Neto) viu nascer o seu primeiro filho, Andriy Bandera, fruto do casamento com uma ucraniana – canadense de Winnipeg.
Vários fotos inéditos do Stepan Bandera e da sua família:
http://newzz.in.ua/foto/1148865638-oni-borolis-za-ukrainu.html