quarta-feira, outubro 27, 2010

12 perguntas à Yanukovich

As estudantes ucranianas da Faculdade de Jornalismo da Universidade Nacional de Kyiv fizeram 12 perguntas fotográficas bastante incómodas ao presidente da Ucrânia Victor Yanukovich.

No seu Manifesto as activistas do projecto explicam que o objectivo da iniciativa consiste em defender a honra da profissão; recordar aos media que estes não exercem a função da crítica e do controlo; perguntar ao presidente aquilo, que pretende perguntar qualquer jovem ucraniano.

Entre as perguntas mais incómodas se podem destacar as seguintes:

Fevereiro / O que fazer com o Presidente que não cumpre as suas promessas? / Yaroslava Kutsay, 3º ano
Abril / Quando os funcionários públicos serão responsabilizados por aceitarem os subornos? / Hrystyna Surzhenko, 2º ano
Junho / Onde está a infra-estrutura do Euro-2012? / Irina Belyakova, 3º ano
Agosto / Porque Ucrânia caiu no índice de liberdade da imprensa para a 131ª posição? / Karina Shypilo, 3º ano
Setembro / Quem matou Georgiy Gongadze? / Daryna Rohachuk, 3º ano

Página oficial do projecto:
http://12q.in.ua

Comprar o calendário:
+ 380 63 260 50 50
e-mail: oleksandrpontoklimashevskyyarrobagmailpontocom

Bónus:

Os seus colegas da faculdade de jornalismo de Kharkiv também criaram um calendário. Os temas das perguntas são parecidos: corrupção; falta de alternativas políticas e de liberdade da imprensa; violência policial; morte do Georgiy Gongadze.

Ver fotos:
http://avramchuk.livejournal.com/46544.html

segunda-feira, outubro 25, 2010

Mistério da morte do Roman Shukhevych

No dia 5 de Março de 1950, os serviços secretos soviéticos lançaram a operação especial para aprisionar o Comandante-chefe do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), o General Roman Shukhevych.

O General Shukhevych vivia em uma das últimas casas seguras de resistência ucraniana, situada na aldeia de Bilhorosha (hoje a área faz parte da cidade de Lviv), quanto foi involuntariamente traído por uma das suas estafetas.

O General insurgente decidiu furar o cerco, mas foi gravemente ferido e não querendo cair vivo nas mãos do inimigo, suicidou-se com um tiro na têmpora.

O seu corpo foi reconhecido por alguns membros da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e pela família. Depois disso, ninguém mais viu o seu corpo, os seus restos mortais foram secretamente destruídos pelos bolcheviques, em um local desconhecido.

Na sua última casa, os soviéticos encontraram vários objectos do uso pessoal, que pertenciam ao General Shukhevych: rádio e peças de rádio; mapas; dinheiro; relógio; bússola; peças de higiene pessoal; boné ucraniano com o tryzub e boné soviético com a estrela vermelha. Máquina de escrever tinha as letras russas e ucranianas; existiam os produtos químicos para a impressão de fotografias. Para a legalização do pessoal, a resistência ucraniana usava os departamentos de educação popular e até o departamento de lavandarias estatais, possuindo os seus carimbos e o papel timbrado. A resistência possuía os meios para fabricar os documentos e carimbos, sabiam como fazer a tinta de escrever. O General Shukhevych sofria de problemas do miocárdio, reumatismo e hipertonia: os agentes soviéticos encontraram na sua última casa os comprimidos de Metrozol, Digalen e Prontosil (um dos primeiros antibióticos). O comandante do UPA possuía os livros: “Às pegadas dos heróis. Série das edições para juventude”, “Sobre a liberdade de imprensa na URSS”, “UPA in Western Europe”, “A inconsciência chauvinista e a febre de russificação dos imperialistas bolcheviques”.

A sua foto póstuma foi feita pelo fotógrafo em serviço do NKVD / MGB. A marca da bala na têmpora – gravemente ferido pela rajada de metralhadora, General Roman Shukhevych teve tempo de se suicidar.

Todas as fotografias fazem parte do seu processo individual, aberto pelo NKVD / MGB soviético, que hoje está guardado no Arquivo Estatal do Serviço de Segurança da Ucrânia.

Ver as fotografias (+12):
http://www.istpravda.com.ua/artefacts/2010/10/18/621

quinta-feira, outubro 21, 2010

Espanha e Ucrânia trocam cartas de condução

No dia 31 de Outubro de 2010 entra em vigor o Acordo entre Ucrânia e Espanha relativo ao reconhecimento mútuo e a troca de cartas de condução nacionais.

No âmbito deste acordo os cidadãos da Ucrânia que tenham autorização de residência em Espanha, desde o dia 1 de Novembro podem fazer os pedidos nos Departamentos de Polícia de Trânsito de Espanha nas suas áreas de residência, solicitando a troca de carta de condução ucraniana por uma carta de condução espanhola.

O Protocolo sobre aplicação do Acordo entre Ucrânia e Espanha relativo ao reconhecimento mútuo e a troca de cartas de condução nacionais, informa que:

“Os titulares de cartas de condução emitidas pelas autoridades competentes das Partes, poderão solicitar a sua troca em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Acordo”.

Para o efeito, os candidatos podem agendar telefonicamente ou através da Internet um encontro com as autoridade espanhóis, à fim de tratar de troca da carta, precisando apenas indicar o número do certificado de identidade do estrangeiro (Autorização de Residência), emitido pelas autoridades espanholas, o nome da província da sua residência na Espanha, o número de passaporte ucraniano, o número de identificação da carta de condução ucraniana e o local & data da emissão desta carta.

Ler o texto integral do Acordo no site Ucranianos en Madrid, a página da Associação “Comunidade Ucraniana da Espanha pelos Direitos, Honra e Dignidade dos Ucranianos”.

terça-feira, outubro 19, 2010

Ucranianos entre os Justos Entre as Nações

Durante a II Guerra Mundial, os 2.691 (Outubro de 2023) ucranianos arriscaram as suas próprias vidas para salvarem os judeus. Ucrânia é o 4º país ao nível mundial em número dos Justos entre as Nações.

Em 18 de abril de 2007, na escola secundária № 5, da cidade ucraniana de Nikopol, foi inaugurada a placa memorial em honra daqueles que salvavam os judeus da cidade durante a ocupação nazi.
Abertura da placa comemorativa na escola secundária № 5.
Ucrânia, cidade de Nikopol, 18 de abril de 2007 | www.bizslovo.org
As pessoas que salvavam os judeus arriscando a sua própria vida também são conhecidos como Justos entre as nações e no caso da célula de resistência anti-nazi de Nikopol, todos os seus membros militavam activamente na Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN). Em consequência, o líder do grupo diretor da escola, Fedir Vovk e a sua esposa, professora Maria Mizina passaram 20 anos nos campos de concentração soviéticos.
O membro da OUN, o Justo Entre as Nações, ucraniano Fedir Vovk
Todas as despesas relativas à placa memorial foram custeadas pela comunidade judaica de Nikopol.

Blogueiro: os ucranianos não podem esquecer e não devem permitir que outros “esquecem”, que entre os Justos entre as nações a Ucrânia é o 4° país com o maior número de Justos que salvavam os judeus. Na lista da Yad Vashem se encontram os nomes dos 2.673 (Janeiro de 2022) ucranianos, apenas Polónia, Holanda e França fizeram mais.

Na próxima vez, quando uma pessoa mal intencionada tente vós impingir algo sobre o nosso “antissemitismo natural”, perguntem quantos Justos entre as nações possui o seu país e porque. Em termos de comparação, a Rússia inscreveu na lista 215 nomes, enquanto a pequena Lituânia pode se orgulhar dos seus 918 Justos...

Bónus
Ler a história do militante da OUN, judeu ucraniano Lejba-Itzik Dombrowski

sábado, outubro 16, 2010

Covil do lobisomem na Ucrânia

Nos arredores da cidade ucraniana de Vinnytsia (na vila de Stryzhavka), no território do sanatório abandonado foi aberto ao público o museu do quartel – general Wehrwolf (Lobisomem), que Hitler usava nas suas visitas à frente Leste durante a II G. M.

O museu foi aberto no fim do mês de Agosto de 2010 e exibe a maquinaria militar restaurada pelos entusiastas do KAISA (Clube dos apreciadores dos carros antigos de Vinnytsia). Um dos projectos especiais do Clube é o restauro do tanque alemão Panzerkampfwagen VI «Tiger I», embora a sua base real é o tanque – anfíbio soviético.

O museu possui muitos adereços da época que podem ser experimentados e apalpados: é possível sentir o peso de uma metralhadora, sentar-se no selim da mota BMW R75 1940, entrar no tanque, sentindo-se o seu condutor. Por acaso, o tanque funciona mesmo!

No museu os entusiastas reuniram uma parte daquilo, que os moradores da região retiraram do quartel quando os alemães bateram em retirada em 1944. São os utensílios alemães, o material de escritório, artigos de higiene pessoal, muitos folhetos propagandísticos. É possível segurar nas mãos o ausweis (BI alemão da população ucraniana) da época.

Além dos artefactos alemães, o museu reuniu muitas fotos e cartas dos soldados soviéticos. Um jovem trouxe ao museu o fonógrafo de seu bisavô, que estava com ele durante toda a II G. M., voltando depois para Stryzhavka natal.

Neste momento o museu funciona na base do entusiasmo de algumas pessoas e precisa de financiamento e de um certo distanciamento histórico em relação ao passado. O preço do bilhete é simbólico – 20 UAH (2,52 USD / 1,79 Eur).

As ruínas do Wehrwolf

Hoje o sítio exacto do quartel Wehrwolf está preenchido pelo forte cheiro dos pinheiros. Tudo o que restou do quartel – geral do Hitler não passa dos restos do concreto e o ferro de armação rasgado.

É ideal se você chegue no local durante o tempo chuvoso e nublado. Naquele momento o concreto e metal se tornam estranhamento claros, como que se apenas ontem fossemos quebrados pelas explosões.

Única preocupação durante o passeio no antigo quartel são minas que estão em toda a parte! E claro, não esquecer a piscina do Hitler, cujo rico forro de mármore após a guerra foi usado para a construção de túmulos nos cemitérios locais.

Fontes & Fotos:
http://community.livejournal.com/ua_travels/1495609.html
http://community.livejournal.com/ua_travels/1495822.html
http://akimboyko.in.ua/2009/03/stavka_wehrwolf_vinnica

sexta-feira, outubro 15, 2010

Geórgia como estado policial

Uma polícia corrupta é um sinal sistémico de qualquer país subdesenvolvido. Geórgia, antes da presidência do Mikheil Saakashvili era um deles. Após a Revolução Rosa o novo poder georgiano dissolveu de vez o seu velho Ministério de Interior, onde imperava o espírito da milícia soviética; criando um novo e moderno Ministério de Segurança Interna.

E os resultados? Na Geórgia a utopia “ultraliberal” funcionou em pleno e funciona bem.

Entrevista que se segue foi concedida em 6 de Outubro deste ano pelo Ministro de Segurança Interna da Geórgia, Sr. Ivane (Vano) Merabishvili ao portal russo RIA Novosti.

por: Dmitri Vinogradov

O novo edifício do Ministro de Segurança Interna inaugurado apenas alguns anos atrás, se tornou uma das notoriedades da capital georgiana. O edifício foi construído nos confins de Tbilisi, no antigo terreno baldio, talvez para frisar a vontade de começar tudo a partir de zero. O edifício é simbolicamente construído de vidro e é quase transparente, para que os cidadãos puderem ver o que fazem os polícias. Pelo mesmo princípio em todo o país são construídas as esquadras de polícia. Mais dois pormenores significantes: em redor do Ministério não existe nenhuns muros, apenas os relvados simpáticos. E em todos os lugares se encontram as bandeiras da UE, embora Geórgia não é o seu membro, mas muito gostaria de ser. As bandeiras iguais estão içadas em todas as esquadras, ao lado da bandeira nacional.

— A sociedade sente que a sua salvação é se tornar a parte da civilização europeia, diz Ivane Merabishvili. – Para dizer verdade, a maioria dos georgianos têm grandes dificuldades para se tornar europeus. Grande papel é desempenhado pelas ligações familiares e outros traços orientais, do quais nós pretendemos se livrar através das nossas reformas. E da herança da URSS – “ladroes em Lei”, corrupção, polícia de trânsito.

— Também achei que os vossos polícias novos, principalmente os cadetes da academia são os europeus em uma Geórgia ainda não europeia.

— Nenhum deles chegou do estrangeiro. São georgianos normais, 99% deles nunca antes trabalharam na polícia. Os 90% dos meus vice – ministros e os chefes dos departamentos não eram polícias ainda cinco – sete anos atrás.

O mais importante é que as nossas reformas começaram em todos os domínios. Podem visitar qualquer ministério na Geórgia e poderão ver as mudanças importantes que lá aconteceram.

No Ministério da Justiça existe um órgão especial – Registo Citadino – ele emite os passaportes (BI’s). O sistema é tão transparente como a emissão das cartas de condução no Ministro de Segurança Interna. O nosso sistema de registo de imóveis é o melhor do mundo, (facto) reconhecido pelo Banco Mundial. Todos os imóveis são registados no Registo Predial, é possível entrar lá à partir de qualquer computador, verificando quem é o proprietário do qual prédio. É possível registar qualquer edifício ou escritório em questão de segundos. Mesmas coisas acontecem com o registo das empresas.

O orçamento do estado nos últimos 7 anos aumentou em cerca de 25 vezes.

— Como surgiu a ideia de dissolver a polícia de trânsito e passar as suas funções ao Serviço de Patrulha? E até que ponto essa ideia funcionou?

— Nos deixamos todos os antigos funcionários da polícia de trânsito ir para casa. Pois o sistema apodrecido é mais difícil de curar, do que substituir. No seu lugar recrutamos da sociedade civil as pessoas novas, que acreditaram que eles serão bons polícias. E provaram isso à sociedade. Agora 82% dos georgianos confiam na polícia.

Antigamente os polícias georgianos eram chamados de “tshagel”, em georgiano significa algo como cão ou cachorro. Agora já muito tempo não oiço essa palavra. Nós escutamos os telefones dos criminosos e mesmo eles já não falam assim.

— Não havia medo de apostar nas pessoas completamente novos? E como vai a experiência, profissionalismo, conhecimento das leis? Agora na vossa academia da polícia os cadetes estudam 7 – 8 semanas, no lugar dos antigos quatro anos – durante este tempo é possível aprender apenas as bases.

— Quando tens pretensões limpas, você sempre poderá corrigir os seus erros. No que toca o profissionalismo, isso é um mito, pois não existe nenhum profissionalismo em um sistema corrupto. 99% daquilo que faz um polícia não é uma investigação, mas casos rotineiros. Se a pessoa em primeiro lugar tem os interesses particulares e ele pensa não sobre o trabalho, mas como irá alimentar a família e pagar ao (seu) superior, o valor do seu profissionalismo é zero.

Qualquer motorista – amador pode regular o trânsito. Isso até é válido para o serviço da contra inteligência – eu era o ministro de Segurança (Estatal). Nós também deixamos ir para casa descansar todos os antigos KGBistas, os profissionais entre as aspas. E trocemos nova (gente) – maioria das organizações sociais, jornalistas, etc. Eles dão conta das suas obrigações 10 vezes melhor do que os antigos profissionais.

É preciso coração. É necessária a educação. É necessário intelecto. Quando você pode escolher entre os cinquenta, você escolha um intelectual talentoso. Ele será 10 vezes mais efectivo do que um canalha bem treinado.

— Qual é a idade média de um polícia?

— 23 – 24 anos. O chefe do departamento é de 31 – 32 anos.

— O seu filho mais velho agora tem 10 anos. Logo ele terá a mesma idade – o vão aceitar no serviço?

— Até que ele crescer, eu já sairei. Mas enquanto serei ministro, claro, ele não trabalhará no Ministério. Nenhum familiar meu trabalha no Ministério. É uma norma conjunta do nosso governo. Pelo contrário, nós queremos destruir este sistema dos clãs, libertar a sociedade destas tradições velhas, quando as pessoas trazem os seus amigos e familiares ao serviço e resolvem os seus problemas. Recentemente, até introduzimos uma nova norma, que proíbe aos polícias exibir o seu crachá fora do serviço. Nenhum polícia deve se sentir “seguro” perante a Lei.

— Se acreditar em si, a polícia georgiana vive uma situação idílica. Mas como fazer com que este idílio não degrade? A Inspecção-geral (segurança interna) zela por isso?

— Para isso as mudanças devem ser irreversíveis. Temos 25 mil polícias e apenas 47 inspectores gerais. E não me recordo de nenhum caso em que uma violação grave de Lei tivesse lugar e a inspecção não sabia sobre isso. Não há nenhuma dificuldade em saber quem aceitou o suborno.

Posso contar demoradamente como fazemos isso, mas o mais importante não apenas verificar, mas também confiar. Quando confias na pessoa, quando lhe delegas as responsabilidades na tomada das decisões e ele se torna responsável por isso – ele ganha o sentido de responsabilidade.

Quando as próprias chefias da base acreditam nas nossas ideias, quando o superior não extorque o dinheiro dos seus subordinados, acredite em mim, nenhum subordinado irá aceitar o suborno. E se aceitar, o seu superior imediato facilmente saberá.

A Inspecção Geral aqui não é o mais importante. O mais importante que o polícia tem a dignidade, orgulho. Antes de aceitar o suborno, ele pensará dez vezes. Para ele aceitar o suborno é um stress, uma quebra. Quando você recebe o suborno você se humilha. Quando lhe dão o suborno – já o olham de cima. Atiram como um osso ao “tshagel”.

— Destas 25.000, quantas pessoas foram despedidos por causa das violações diversas?

— Minimalmente dois – três mil foram despedidos ou saíram sozinhos. Trezentos polícias foram presos por causa dos crimes diversos. E condenados judicialmente. Só neste ano já foram 35 pessoas. Não passa uma semana, sem que a Inspecção Geral não apanha alguém. Nós divulgamos isso abertamente, todos sabem como isso acontece.

Neste momento a situação na Geórgia permite, que no caso de um polícia cometer um crime, a Inspecção Geral facilmente saberá disso. Porque é um acontecimento tão raro, que toda a gente fala sobre isso. Quando antigamente na Geórgia se pagava um suborno ao polícia de trânsito, dois minutos mais tarde se esquecia disso. Agora, se isso acontecer, pessoa irá contar (a história) durante uma semana.

Se você tem os informadores e você dá o prémio pela informação – (a informação) chegará até nos muito rapidamente.

— E da própria Inspecção-geral apanham alguém?

— Expulsamos um ou dois inspectores – havia desconfiança sobre eles. Porque todo o resto do Ministério de Segurança Interna não gosta de Inspecção-geral, sabemos muito rapidamente sobre qualquer violação (praticada) por eles.

— E como fazer com que o próprio ministro também não aceite os subornos?

— Como em qualquer país democrático estamos na mira do controlo parlamentar. Existe a opinião pública, imprensa livre.

Quando crias o sistema, onde ninguém aceita os subornos, isso dá as garantias, do que os dirigentes não podem praticar o suborno. Pois o ministro não consegue receber o suborno sem a colaboração do seu próprio ministério.

— Eu me encontrei com a oposição parlamentar democrata – crista. Eles dizem que a Geórgia se transforma em um país policial, os comícios da oposição são dispersados, as cadeias estão cheias... [...] Após a revolução (rosa) o número dos presos aumentou cinco vezes, de 6 para 30 mil.

— E em 5 ou 7 vezes diminuiu a quantidade de crimes. Perguntem qualquer cidadão: quando pela última vez ele foi assaltado, foi roubado o seu carro, arrancado o seu casaco de cabedal ou o seu telemóvel? Parem mil pessoas e perguntem: ele próprio ou seus amigos foram assaltados no ano passado? Na Geórgia não existe o conceito de agiotagem. Não existe o crime organizado. Na Geórgia não raptam as pessoas, não roubam os carros.

Nos últimos quatro – cinco anos não aconteceu nenhum assassinato encomendado. Se isso se chama o estado policial, então eu tenho orgulho que Geórgia construiu o estado policial. Se os melhores membros da sociedade querem ser polícias, se temos um grande concurso, entre 100 pessoas escolhem 1, depois ele não aceita os subornos, então temos o orgulho de sermos o estado policial.

— Como a polícia georgiana irá se desenvolver no futuro?

— Reforma não é apenas um passo. Isso é um melhoramento contínuo. [...] O processo de educação dos polícias deve se tornar contínuo. Aumento de qualificação – uma vez em 6 meses. Estudo de línguas, estudo de tecnologias de informação, cada vez maior automatização do sistema.

Daqui a um ano queremos revogar a obrigação de porte obrigatório da carta de condução. Patrulha irá perguntar o nome e apelido e pelo computador olhar para a foto da pessoa – confere ou não. Mais um passo para a diminuição da burocracia estatal. Pois quando menos o estado se mete na vida privada do cidadão, tanto melhor para toda a sociedade.

Nós já conseguimos que dentro do Ministério é proibido enviar quaisquer documentos em formato impresso. Dentro do Ministério trocamos a informação apenas em formato electrónico.

— Não têm medo, do que as vossas redes (de informação) serão violados pelos hackers russos que vão partir tudo?

— A melhor maneira de esconder a informação é a abertura total de toda a informação. Pois a escolha entre um milhão de informações daquela que é necessária ao agente secreto – isso é extremamente difícil.

Fonte:
http://cyxymu.livejournal.com/810154.html

Página oficial da Polícia georgiana:
http://police.ge/index.php?m=2

Esquadras da Polícia georgiana (14 fotos):
http://blumgardt.livejournal.com/483.html

Filme do Renny Harlin “Geórgia: Agosto Vermelho”, outro título 5 dias em Agosto: http://www.youtube.com/watch?v=UwDcAyO7PKo

quinta-feira, outubro 14, 2010

Liberdade para Liu Xiaobo e Liu Xia!

O Comité Norueguês do Prémio Nobel atribuiu o Prémio Nobel da Paz de 2010 ao intelectual e activista dos direitos humanos da China, Liu Xiaobo, autor e organizador da Carta 08.

Embora a China comunista insiste em chamar Liu Xiaobo de “criminoso”, o seu único “crime” conhecido, pelo qual ele cumpre a sentença de 11 anos é de organizador a Carta 08, que é um manifesto assinado por oito mil pessoas para promover a reforma política e a democratização na República Popular da China. Além disso, Liu Xiaobo é conhecido pelo seu envolvimento em luta não violenta pelo respeito dos direitos humanos e liberdades individuais na China.

Sem saber como reagir ao sucedido, o Governo comunista da China colocou sob a prisão domiciliar a esposa do Liu Xiaobo, a poetisa Liu Xia, não permitindo os seus contactos com os jornalistas estrangeiros. O serviço de telemóvel de Liu Xia foi desligado mas ela consegue manter as actualizações via Twitter (a sua conta é http://twitter.com/liuxia64), embora de forma intermitente.

A imprensa chinesa ignora a atribuição do Prémio Nobel ao seu compatriota, permitindo apenas criticar a Noruega e o Comité Nobel; algo que faz lembrar a mesma postura totalitária da URSS que proibiu ao escritor soviético Boris Pasternak de receber o Prémio Nobel de Literatura em 1958. Única diferença com qual não contaram as autoridades chineses é a existência de twitter…

Traduzir as postagens da Liu Xia do cantonês para português:
http://translate.google.com/#kapt

Ler mais:
http://www.reuters.com/article/idUSTRE6971XZ20101008
http://www.publico.pt/Mundo/mulher-do-nobel-da-paz-esta-em-prisao-domiciliaria_1460379

Assinar a petição pela libertação do Liu Xiaobo:

http://www.thepetitionsite.com/1/free-the-nobel-peace-prize-laureate-liu-xiaobo


domingo, outubro 10, 2010

Quem tem medo do Popoyoski?!

Neste domingo no programa CASOS E CAUSOS irá no ar mais uma co-produção GP7 e RPCTV, com a direcção do realizador ucraniano – brasileiro Guto Pasko.

Neste episódio Guto Pasko se inspirou nas experiências da sua própria infância em Prudentópolis. Toda criança tem um “bicho-papão”, recurso muito utilizado pelos pais quando os argumentos normais não surtem efeito na hora de fazer os filhos obedecerem. No caso de Markó, uma criança criada na tradição ucraniana, o tal bicho papão tem nome: Popoyoski. E segundo sua mãe, é um velho assustador que vive perambulando pela floresta, para sequestrar as crianças desobedientes, que fazem a bagunça e não querem orar...

Crente na ameaça e nas palavras de sua mãe, Markó nunca brinca longe de sua casa e procura manter a distância segura do bosque da região. Mas uma certa manhã a cadela do menino foge e ele tem que entrar na floresta para resgata-la.... Será que Markó terá que enfrentar o Popoyoski?

“Quem tem medo do Popoyoski?!” é uma história para celebrar a inocência e as fantasias que povoam a cabeça de todas as crianças...

Apresentação no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=Mct5Vrh8spw

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ver o episódio na RPCTV (Globo/PR), segue o link para assistir o episódio no site da emissora:
http://www.rpctv.com.br/revista-rpc-tv/2010/10/quem-tem-medo-de-popoyoski

Hacker ataca ucranianos em Portugal

No dia 28 de Setembro foi atacada e na noite de 28 para 29 de Setembro destruída a WEB página da Associação dos Ucranianos de Portugal, em especial a sua estrutura em língua ucraniana. O hacker da Arábia Saudita (?) deixou a seguinte mensagem "Hacked By r00t-x r00t3d greetings From ksa".

O ataque aconteceu imediatamente após a colocação no site do vídeo do encontro entre os ucranianos de Portugal e o Presidente do Congresso Mundial Ucraniano (UWC), Sr. Eugene Czolij.

Durante a reunião com a comunidade ucraniana de Portugal, realizada no auditório do complexo paroquial da Igreja de São Domingos de Benfica, em Lisboa, o presidente Eugene Czolij apresentou o documento, onde debruçou-se sobre os últimos acontecimentos perturbadores na Ucrânia contemporânea, fazendo um apelo aos ucranianos residentes em Portugal:
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Primeiro: reforçar a sua relação com o povo ucraniano da Ucrânia, apoiando todas as forças nacionais e democráticas no seu esforço para estabelecer a soberania da Ucrânia;
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Segundo: auxiliar os países democráticos na sua percepção da Ucrânia como um país europeu com um grande potencial intelectual, científico e técnico; difundir a percepção do que uma Ucrânia independente é uma garantia de estabilidade na Europa, e não olhar para Ucrânia através do prisma da Rússia; exigir que a Rússia respeite as suas obrigações internacionais, não violando o estatuto da independência da Ucrânia; monitorizar as estruturas de poder da Rússia e da Ucrânia no capítulo das violações dos direitos humanos e liberdades fundamentais.
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Terceiro: chamar a atenção do público sobre a realidade ucraniana através das seguintes acções:
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Condução de acção internacional “Vela de Oração” para o reconhecimento do Holodomor como o genocídio contra o povo ucraniano;
No dia 10 de Dezembro de cada ano (Dia Internacional dos Direitos Humanos), monitorar o nível do respeito dos direitos humanos e nacionais dos ucranianos na Ucrânia e no exterior;
No dia 21 de Fevereiro de cada ano (Dia Internacional da Língua Materna), preparar as acções com intuito de proteger e melhorar o nível de língua ucraniana na Ucrânia e na Diáspora;

No dia 28 de Junho de cada ano, preparar as acções adequadas para exigir que as autoridades governativas da Ucrânia respeitem a Constituição da Ucrânia.

Neste momento estão decorrer os trabalhos de recuperação de dados perdidos, a página da Associação está off-line.

Conselho da Associação dos Ucranianos em Portugal / http://www.spilka.pt / (351) 967 135 885

Canal da Associação no YouTube:
http://www.youtube.com/user/spilkapt#g/c/C19634E0D005316B

quinta-feira, outubro 07, 2010

Gastonomia ucraniana em Maputo

A Comunidade Ucraniana de Moçambique tem o prazer de o convidar a visitar o Balcão Ucraniano na Feira Gastronómica Internacional.

Data: 9.10.2010 (Sábado)
Local: Escola Internacional de Maputo
Início: 11h00


Endereço: Maputo, Rua de Nachingueia № 389, recinto da Escola Internacional de Maputo (perto do Hotel Cardoso e Museu da História Natural).

A sua presença terá o nosso maior apreço!

Faça um click no convite para o ver no tamanho maior.

terça-feira, outubro 05, 2010

Cinema: Praça Kalinovski

Aconselho ver o filme “Praça Kalinovski” (“Kalinovski Square” / “Плошча”), do realizador belaruso Yuri Chashchevatskiy, película exibida no passado Domingo pelo canal Aljazeera English no seu programa “Witnesses Special”.

O filme é uma história reveladora sobre Belarus antes e após a eleição presidencial do Aliaksandr Lukašenka. O país se tornou uma paródia de si mesmo, com a população empobrecida à mercê de quase total controlo Estatal e da propaganda governamental.

Página oficial do filme:
http://www.kalinovskisquare.com