sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Inauguração do presidente minoritário

Ontem, dia 25 de Fevereiro de 2010, a capital ucraniana, cidade de Kyiv viveu uma discreta cerimónia de inauguração do 4° Presidente da Ucrânia pós – comunista, ViktorproFFessorYanukovych.

A Câmara Municipal mandou fazer a limpeza das ruas e praças da cidade, alguém desconhecido se aplicou em envenenamentos dos cães vadios (a Câmara negou o seu envolvimento na “iniciativa”).

A inauguração contou com as presenças dos representantes dos países amigos do novo presidente ucraniano: Rússia, China e Belarus. A cerimónia também foi abençoada pelo chefe da Igreja Ortodoxa Russa, patriarca Cirilo, alegado informador da KGB "Mikhailov", isso, durante o já longínquo período soviético. De nome secular Vladimir Gundyayev (dai o pedido especial, Gundyayev, cala a matraca!), o patriarca tem um gosto especial pelos produtos de luxo, segundo o jornal moscovita The Moscow News, estima-se que o património de Cirilo totalizava 4 bilhões de dólares em 2006.

No entanto, estes dias a cidade viveu um acontecimento místico, a queda do monumento dos fundadores míticos de Kyiv irmãos Kyi,_Schek_e_Khoryv e da sua irmã Lybid. Argumenta-se que os pais – fundadores da nossa capital manifestaram o seu próprio sentimento em relação à toda essa inauguração minoritária, que ainda por cima conta com o envolvimento dos ex-agentes da ex-KGB à mistura (dizem os sábios, que os agentes nunca são –ex–). Erguido em 1982, para comemorar os 1500 anos de fundação de Kyiv, 28 anos depois, o monumento simplesmente desabou, embora apenas parcialmente. Exactamente nas vésperas de inauguração do presidente, conhecido pelo seu passado altamente prisional, pelo presente buçal e pela absoluta falta de cultura.

Cada um poderá tirar as ilações que quiser...

p.s.

Uma das primeiras medidas desta criatura sinistra, desculpem, mas hoje não encontro nenhuma outra palavra mais simpática para Yanukovich, foi a retirada clandestina da página oficial do Presidente da Ucrânia do capítulo dedicado à memória das vítimas do Holodomor na Ucrânia (http://www.president.gov.ua/content/golodomor_75.html).

Se tem algo a dizer a esta criatura sem raízes nem memória, poderá usar os seguintes endereços:

Administração do Presidente da Ucrânia,
01220, Kyiv, rua Bankova, № 11


ou então deixe a sua opinião on-line na página do Yanukovich na Internet: http://yanukovych.com.ua/makepost.html

E por fim, a última anedota triste, Yanukovich discursa sobre os seus gostos “literários”: - “Gosto muito de Gogol, é o meu motor de busca preferido...”

Morreu Yaroslav Dashkevych

No dia 25 de Fevereiro, aos 84 anos de idade, morreu o famoso historiador ucraniano, Yaroslav Dashkevych, um dos fundadores do Centro dos Estudos do Movimento de Libertação (da Ucrânia).

Doutorado em História, Yaroslav Dashkevych nasceu em 1926 em Lviv. O seu pai, Roman Dashkevych, destacava-se como activista político e social ucraniano, era o chefe da sociedade desportiva “Luh”, tenente – coronel dos Atiradores Ucranianos de Sich, mais tarde tenente – general do exército da República Popular Ucraniana (UNR). A sua mãe também fazia parte das unidades femininas de Atiradores Ucranianos de Sich.

Yaroslav Dashkevych escreveu mais de 1.000 trabalhos históricos, em 1996-1997 ele chefiava a Comissão dos peritos das ciências históricas da Academia das Ciências da Ucrânia. Dashkevych também foi um dos fundadores do Centro dos Estudos do Movimento de Libertação (Exército Insurgente Ucraniano e outras formações nacionais que lutavam contra Alemanha Nazi e a URSS Soviética), era membro do Conselho Directivo do Museu Nacional de Memória das Vítimas dos Regimes de Ocupação “Cadeia na rua Lonckoho” (http://www.lonckoho.lviv.ua/).

Yaroslav Dashkevych será sepultado em Lviv, no cemitério de Lychakivske.

Fonte:
http://unian.net/rus/news/news-364715.html

p.s.

Conheci pessoalmente Yaroslav Dashkevych em uma conferência histórica em Kyiv, onde alguém lhe fez a pergunta difícil e até provocatória:

– Diga, por favor, o que acha do slogan “Ucrânia para os ucranianos”. Parecia um slogan xenófobo e o auditório “gelou” por instante. Apenas Yaroslav Dashkevych ficou absolutamente calmo, respondendo desta maneira: “Meu caro, nos últimos 400 anos Ucrânia era para os não ucranianos. Acha que é uma boa ideia?” Ninguém teve qualquer argumento a contrapor.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Natalie Umbruglia em Kyiv

Apresento o vídeo musical Shiver, que a cantora australiana, Natalie Imbruglia, gravou na capital da Ucrânia, cidade de Kyiv.

Inspirado no filme “A Supremacia do Bourne”, o vídeo começou ser produzido em Fevereiro de 2005 pelo realizador Jake Nava (que já dirigiu o vídeo da Britney Spears, My Prerogative e da Holly Valance, State of Mind).

Ler mais sobre o vídeo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Shiver_(Natalie_Imbruglia_song)

Obrigado ao alex-glbr

Bónus:

E já ouviram falar do grupo do punk – rock Billy Talent? Embora a Wikipédia diz que o seu baixista, Aaron Solowoniuk, é polaco, nos sabemos, que rapaz é ucraniano, sim senhora.

p.s.
O nosso rapaz é aquele que tem muitas tatoos nos braços...

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Blogue – amigo em Portugal

Amigos, proponho vós visitar o blogue “Ucrânia online”, que recentemente foi criado em Portugal por Andriy, jovem ucraniano de 22 anos, natural da cidade de Ivano – Frankivsk. Nos três últimos anos Andriy estuda em Coimbra. O blogue é bastante interessante, escrito em óptimo português, sugiro que o coloquem na lista dos vossos favoritos, algo que já fizemos neste blogue.

Endereço:
http://ucraniaonline.blogspot.com/

terça-feira, fevereiro 16, 2010

“Geórgia”: brevemente nos cinemas

Finalmente é possível assistir o primeiro trecho do filme “Geórgia”, sobre a guerra e a invasão russa perpetuada contra Geórgia em Agosto de 2008.

O filme tem como o pano de fundo os factos verídicos, que aconteceram na Geórgia em Agosto de 2008. A história se desenrola com a presença dos jornalistas estrangeiros em um típico e belíssimo casamento georgiano, que tem o lugar em uma aldeia nos arredores de cidade de Tshinvali. Quando começa a guerra, os jornalistas, sem assim desejarem, se vêem no meio dos acontecimentos trágicos.

Assistindo as imagens disponíveis, fiquei com a sensação do que o realizador finlandês Renny Harlin conseguiu fazer um trabalho notável, abrilhantado pelas estrelas da primeira linha de Hollywood, casos de Andy Garcia ou Val Kilmer.

Pessoalmente, gostei muito aquilo que vi, até ficava arrepiado, vendo a brutalidade dos separatistas ossetas e dos seus “patrões”, mas também torcia pela rapaziada de tropas especiais georgianas, etc.

Até um encontro nos cinemas, que para já está programado para o Maio de 2010.

Aconselho ver este filme, que quase certamente será proibido na Rússia…

Ver o trecho:
http://www.youtube.com/watch?v=jPPlO1UdbpQ
http://www.youtube.com/watch?v=vOIFp-9jf0k
http://www.youtube.com/watch?v=tezZKvFDv1U

Patinagem ucraniana em Vancouver

Pelos resultados do programa curto em patinagem artística nos JO em Vancouver, o par ucraniano, Tetiana Volozhar e Stanislav Morozov, ocupam a 9ª posição.

Fonte & Foto:
http://border-incident.livejournal.com/55793.html

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Guardian: na Ucrânia ganhou marginal

O britânico Timothy Garton Ash, o historiador, jornalista e colunista do jornal Guardian, afirma nas páginas do periódico, que as recentes eleições ucranianas foram ganhos por um marginal.

- Yulia Tymoshenko não deve contestar os resultados, deve começar a sua campanha para ganhar em 2015.

- Não há evidências, que os oligarcas que apoiam Yanukovich desejam o fim da independência ucraniana. Eles têm o interesse para jogar com os dois lados, com a Rússia e com a União Europeia.

- Mesmo para os padrões da política pós – comunista, Yanukovich é um marginal. Apesar do trabalho pesado do consultor político americano, Paul_Manafort (próximo do partido republicano), os seus discursos são pesados como a gordura. Ela chama a poetisa russa Anna_Akhmatova (ucraniana Anna Gorenko) de Anna AkhmEtova (o seu principal padrinho é o oligarca Rinat Akhmetov).

Ler o artigo original:
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2010/feb/10/ukraine-victor-eu-yanukovych-europe/print

p.s.
No seu último “trocadilho”, Yanukovich, falou sobre “poeta ucraniano Tchékhov”… Será no foro íntimo, o marginal pró – russo é um nacionalista ucraniano?
p.p.s.
Essa g@ja será a nossa futura primeira dama:

A revista Juliette digital

A revista de cinema “Juliette” está de casa nova, com críticas inéditas, entrevistas, notícias, indicações de lançamentos e livros, tal qual a revista impressa. Para a visitar acesse: http://www.julietterevistadecinema.com.br/

Destaques de estreia: entrevista exclusiva com o diretor chileno Sebastián Lelio, cujo filme Navidad (2009) participou da Quinzena dos Realizadores do último Festival de Cannes, por Regiane Ishii; crítica de Invictus, por Josiane Orvatich; Os famosos e os duendes da morte, por Natalia Barrenha; Sherlock Holmes, por Isadora Rupp; Mutum, por Rafael de Andrade; A Saga Crepúsculo, por Rodolfo Stancki; O lobo da estepe, por Mariana Sanchez. E mais...

A revista foi nós indicada pelo nosso grande amigo Guto Pasko do GP7Cinema.

domingo, fevereiro 07, 2010

As eleições ucranianas

As últimas informações indicam que Viktor Yanukovich, proFFessor autoproclamado, pessoa “não condenada duas vezes”, poderá se tornar o novo presidente ucraniano. Se este cenário se concretizar, Yulia Timoshenko será obrigada a passar para a oposição, lutando pelos ideais pró – ucranianos de centro – direita e pró – Ocidentais (entrada na NATO e UE, etc). Algo que Timoshenko e seu partido BYUT não eram capazes de fazer nos anos anteriores.

Por último, estamos próximos da mais uma pequena catástrofe, mais uma Aljubarrota perdida, mas por outro lado, se a calhar, nós devemos passar por este tipo de privações, até que morra o último da geração daqueles que viveram a escravidão comunista soviética.

a máquina de fazer espanhóis já nas livrarias

“a máquina de fazer espanhóis” é o título do novo romance do nosso grande amigo, valter_hugo_mãe, o quarto, depois de «o apocalipse dos trabalhadores» (2008), «o remorso de baltazar serapião» (2006) e «o nosso reino» (2004).

O protagonista do novo romance chama-se António Silva, um homem de 84 anos derrotado pela morte da mulher e que acredita tanto em Deus como no Peter Pan.

À partida, o leitor incauto poderá pensar que não lhe interessa a história de um velho triste, depositado pelos filhos no «lar da feliz idade» e que quer também ele desistir da vida por achar que ela não existe para além do amor. Mas depressa mudará de ideias: as peripécias do senhor Silva e dos companheiros também de apelido Silva que com ele contracenam ao longo das quase 300 páginas do livro (editado pela Objectiva, com a chancela Alfaguara, ISBN 9789896720162), são tão profundamente trágicas, expondo as suas fragilidades de velhos, como lúcidas e, a espaços, hilariantes mesmo.

valter hugo mãe: «Eu usei a literatura para perceber o que é que faltou ao meu pai, no que respeita aos sentimentos ou à aventura da idade e, ao mesmo tempo, através desse exercício, para efabular acerca de alguma coisa que eu não tenho a garantia de poder vir a experimentar. E por isso, fica experimentada desta forma, não factualmente mas por intensificação dos sentimentos».

Assim foram surgindo, às vezes para surpresa do autor, os companheiros do senhor Silva nesta aventura da última fase da vida, uma data de Silvas, a começar pelo Silva da Europa – o tal que defende, num dos seus discursos incendiários, que Portugal é uma máquina de fazer espanhóis, porque todos os portugueses lamentaram já uma vez ou outra o facto de serem independentes e desejaram que Espanha os reconquistasse «desta vez para sempre e para salários melhores».

Mas temos ainda o senhor Pereira (que tem o Silva lá pelo meio do nome), o Anísio (da Silva) Franco – que é uma pessoa real e que, tal, como no livro, é o curador do Museu Nacional de Arte Antiga, só que «é bastante mais novo, tem quarenta e tal anos», explicou o escritor – e o Esteves que, além de se chamar também Silva, é o Esteves sem metafísica do poema Tabacaria de Fernando Pessoa, que valter hugo mãe achou «irresistível» incluir na história.

«É, são todos Silva. Eu não sou Silva, por acaso, mas somos todos um bocadinho Silva. Isso, depois, já é o delírio da ficção, que permite que generalizemos alguns tiques e que achei interessante. A generalização do nome alude à questão da igualdade e é um bocado uma provocação para que entendamos que, enquanto cidadãos, enquanto portugueses, nos devemos encarar assim, como iguais, e partir desse pressuposto para algo melhor, mas para algo melhor para todos».

Lusa / SOL:

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Stalin condenado na Ucrânia

Já começam a surgir as notícias em português (pode ver no Svit) sobre a condenação de Stalin pelo tribunal ucraniano em Kyiv.

Mais de 70 anos após a tragédia do Holodomor, o Tribunal de Apelações de Kyiv, com a base em informações do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), condenou a liderança comunista da URSS da época, nomeadamente: Iosif Stalin, Vyacheslav Molotov, Stanislav Kosior, Vlas Chubar, Lazar Kaganovich e Mendel Khatajevich pelo crime de genocídio contra o povo ucraniano.

Ao que foi apurado, 3 milhões e 941 mil pessoas foram diretamente mortas nesse crime. Além disso, foram contadas mais 6 milhões e 122 mil mortes de bebês que estavam para nascer.

Fonte:
http://sombra-ucraniana.blogspot.com/2010/01/condenacoes-sobre-o-holodomor.html

Mais desenhos sobre o Holodomor
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