quarta-feira, abril 28, 2010

Resolução da Assembleia Popular ucraniana em Lisboa

Ao Presidente do Conselho Supremo da Ucrânia,
Aos Deputados do Povo do Conselho Supremo da Ucrânia,
Ao Tribunal Constitucional da Ucrânia,
À Procuradoria-geral da Ucrânia


Apesar das repetidas ameaças à segurança na Ucrânia por parte dos altos dirigentes da Federação Russa, caso a Ucrânia decida avançar com a sua adesão à NATO, o Presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, ultrapassando a autoridade que lhe foi conferida pela Constituição Ucraniana e pelos ucranianos (a saber: o artigo 17° estabelece que: "No território Ucraniano não é permitida a localização de bases militares estrangeiras”, e que: "A protecção da soberania e a integridade territorial da Ucrânia, a garantia de segurança económica e informacional são as funções mais importantes do Estado perante todo o povo ucraniano), assinou com o presidente russo, Dmitriy Medvedev, em Kharkiv, a 21 de Abril de 2010, um acordo sobre a extensão da Frota russa do Mar Negro na Crimeia de 2017 à 2042.

Esta não é a primeira ocasião em que o recém-eleito Presidente destabiliza a situação política, fomenta o potencial de confrontos étnicos em diferentes regiões do país, e põe em risco a integridade da Ucrânia.

O presidente V. Yanukovich é renitente na sua intenção de introduzir o russo como segunda língua oficial da Ucrânia, o que, sem dúvida, contribuirá para a destruição da nação ucraniana, ele também ignora e desrespeita a Lei da Ucrânia № 376-V sobre o Holodomor (Holocausto conduzido pela fome), reduzindo os programas de investigação sobre os crimes cometidos sob liderança da União Soviética, com uma postura anti-ucraniana sobre o papel da UPA na luta pela libertação nacional e a independência, etc. Tudo isto, não é, senão uma destruição da soberania ucraniana, planeada em prol dos planos imperiais de um Estado estrangeiro, que pretende anexar o Estado-nação “Ucrânia”.

Em vez de apresentar um programa claro de combate a crise económica da Ucrânia, Viktor Yanukovich apoia os passos que o Governo da Ucrânia dá, liderado por Mykola Azarov, respondendo aos requisitos políticos de outros estados, em troca de benefícios económicos estrategicamente duvidosos, traindo, assim, os interesses nacionais da Ucrânia em geral.

Nós, ucranianos, devido a condições socioeconómicas, vivemos agora em território português, mas mantemos connosco o estatuto de cidadãos da Ucrânia, e investimos no nosso país a maior parte do dinheiro dificilmente ganho, desejando, no futuro, voltar para a nossa Pátria. Como cidadãos ucranianos, condenamos as acções do actual Presidente da Ucrânia, do Governo, e da oposição do Tribunal Supremo da Ucrânia, que juntamente com as forças anti-ucranianas conduzem à entrega parcial da soberania da Ucrânia (mantendo quase eternamente a base militar russa na Ucrânia).

Apoiando a iniciativa das forças democráticas da Ucrânia, requeremos: iniciar o processo de reeleição do Presidente da Ucrânia, do Conselho Supremo, e o processo de demissão do Governo da Ucrânia.

Exigência apoiada pela Assembleia Popular, realizada a 28/4/2010, na sede da Embaixada da Ucrânia em Portugal.

Associação dos Ucranianos de Portugal
Associação Ucraniana de Portugal “Sobor”
Movimento Cristão dos Ucranianos em Portugal

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