sexta-feira, março 12, 2010

O martírio da Igreja Grego – Católica Ucraniana

Nos dias 8 – 10 de Março de 1946, um “grupo de activistas”, controlado e dirigido pelos órgãos do partido comunista soviético e os serviços de segurança (NKVD), convocou em Lviv o Concílio da Igreja Grego – Católica Ucraniana.

Através da intimidação, do terror e do assassinato puro e simples dos sacerdotes particularmente teimosos, foram formados grupos de participantes do Concílio, constituídos por 216 sacerdotes (na Galiza ucraniana serviam 1270 sacerdotes) e 19 leigos. Na lista dos presentes foram identificados pessoas, que naquela data já estavam falecidos.

No dia 9 de Março de 1946, o Concílio, apesar de falta absoluta de legitimidade (ausência total de bispos da Igreja UGKC canónica), decretou a abolição da União de Brest de 1596, e a “reunificação” com a Igreja Ortodoxa Russa (IOR). Naturalmente, o governo soviético considerou a Igreja Grego – Católica Ucraniana extinta e começou a eliminação de suas paróquias e igrejas.

Em resultado de Concílio de Lviv, cerca de mil padres foram presos, condenados a longas penas de prisão ou a deportação. E só uma pequena parte dos sacerdotes, incapaz de suportar a pressão psicológica e física, formalmente passou à Ortodoxia.

Cerca de 200 sacerdotes iniciaram a construção de uma estrutura da Igreja Grego – Católica Ucraniana na clandestinidade (igreja de catacumbas). Durante mais de 40 anos, os sacerdotes, a Igreja e os fiéis foram obrigados a observar secretamente os rituais e as comemorações de sua fé, foram vítimas de perseguição religiosa e da repressão por parte das autoridades soviéticas.

No Ocidente, o Concílio de Lviv foi considerado não canónico e a liquidação de UGKC ilegal (encíclica papal “Igreja Oriental” de 15.12.1958).

A Igreja Grego – Católica Ucraniana formalmente saiu de clandestinidade apenas em 1 de Dezembro de 1989.

Fonte:
http://dajan-kg.livejournal.com/81978.html

Blogueiro: portanto, quando hoje os padrecos russos reclamam que a “sua propriedade” na região da Galiza foi “ocupada ilegalmente” pelos ucranianos no início da década de 1990, eles se referem à propriedade da Igreja Grego – Católica Ucraniana, que foi abocanhada pela IOR em 1946 com a cumplicidade total do estado soviético.

3 comentários:

Anónimo disse...

é verdade que a Polonia brutalizou a Galicia ucraniana e a igreja ortodoxa?

Jest nas Wielu disse...

Durante o processo de polonização, a Polónia brutalizou sim, a igreja ortodoxa ucraniana, mas também a igreja grego – católica ucraniana (maioritária na Galiza ucraniana). Veja o artigo na revista americana Time, publicado em 1938 (http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,883791,00.html).

Quando as atrocidades na ex – Jugoslávia, os chetniks sérvios também atacavam as populações não sérvias, por isso não podes pensar que eles eram vítimas inocentes.

Alias, veja o massacre de Srebrenica, entre 8.000 a 10.000 homens e rapazes muçulmanos foram chacinados pelos sérvios e não me lembro que a igreja ortodoxa sérvia emitisse qualquer juízo de valor sobre este genocídio.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Srebrenica

Jest nas Wielu disse...

O artigo na revista americana Time, publicado em 1938 (http://www.time.com/time/
magazine/article/0,9171,883791,00.html)