quarta-feira, junho 03, 2009

Comunismo ruiu na Polónia há 20 anos atrás

Amanha, toda a Polónia vai comemorar 20 anos do fim do comunismo e da ocupação soviética do seu país. No dia 4 de Junho de 1989, nas primeiras eleições parcialmente livres após a II G. M., venceu Solidarność, o sindicato dos operários portuários que ditou o fim da ditadura comunista na Europa Central. Um ano mais tarde, o sindicato elegeu o seu líder histórico, Lech Wałęsa, como o Presidente da Polónia Livre.

A jovem Marta Ciemniewska tinha em 1989 apenas 15 anos e nunca podia imaginar que testemunhava à queda do comunismo no seu país. 20 anos depois, o jornal Gazeta Wyborcza encontrou aquela menina com a imagem da campanha do sindicato Solidariedade de 1989, eis a sua história.

A fotografia – símbolo daquele ano de mudanças foi feita pelo fotógrafo Andrzej Stawiarski, em 4 de Junho de 1989, na rua Sienna, junto à sede do Clube de Inteligência Católica, em Cracóvia. Naquele dia a estudante cracoviana do primeiro ano do I Liceum Ogólnokształcącego de Cracóvia recebeu de sua irmã mais velha, Dorota, o placar que empenhava nas ruas de Cracóvia, chamando a população para votar numa nova Polónia Livre. A menina Marta distribui panfletos e acreditava que estava fazendo um trabalho de cidadania.

Hoje ela está casada, mora em Varsóvia e trabalha como gerente num grande banco. Sua família sempre esteve engajada em movimentos políticos. Sua avó, Izabella Alszer trabalhava como voluntária na KIK e seu pai Maciek Krakowski no Comité Cracoviano de Cidadania. Seus avôs Mieczysław e Czesława Krakowski foram soldados da AK – Armija Krajova durante a segunda guerra mundial.
"Naquele dia não preguei os olhos. Na tensão à espera dos resultados daquela votação informal e quando minha foto apareceu nos jornais a alegria aumentou ainda mais e fiquei sem dormir de novo", diz Marta em meio a sorrisos de recordação.
Aquele carnaval eleitoral virou fascínio pela política. Já na escola, Marta começou a participar da Juventude Democrática da República. O estudo das actividades dos partidos legais tomou a maior parte do seu tempo. Manifestações com cartazes e participações em debates, reuniões com os activistas, não a impediram contudo de estudar e se formar. Sua militância política culminou com o ingresso na política partidária nas eleições de 1997. Marta foi a candidata mais jovem de Cracóvia. Não foi eleita para o parlamento. Os seus 1100 votos foram um dos melhores resultados entre os candidatos de Cracóvia. Ao entrar para a Universidade de Varsóvia, Marta começou a se afastar da política. Formou-se, casou e assumiu a educação de seus dois filhos.
"Aquela eleição de 4 de Junho de 1989 ficou para trás mais ainda remete a doces pensamentos. Claro, numa democracia você pode organizar tudo bem melhor, ainda mais quando vivemos em um belo país como o nosso", acredita Marta.

Fonte:
http://iarochinski.blogspot.com/2009/06/menina-marta-de-20-anos-atras.html
Fotos 2: Michal Lepecki

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