segunda-feira, agosto 18, 2008

Ucrânia defenderá a Europa

Ucrânia admite disponibilizar radares de defesa anti – míssil aos países ocidentais

A Ucrânia, que tal como a Geórgia ambiciona integrar a NATO, admite colocar os seus radares de defesa anti - míssil à disposição do Ocidente e expulsar a frota russa da base alugada por Moscovo em Sebastopol, na Crimeia.
Depois de a Rússia ter denunciado o acordo de cooperação para a utilização conjunta dos radares de Mukatchevo (Oeste) e Sebastopol (Crimeia), a Ucrânia admite a “possibilidade de estabelecer uma cooperação activa com os países europeus, bem como com Estados estrangeiros interessados na [recolha] de informação espacial”, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, divulgado hoje.
Estes radares estão situados em locais estratégicos, mas os analistas lembram que entraram em funcionamento em 1979, razão por que deixaram de ser considerados úteis por Moscovo. Contudo, a simples sugestão desta cedência ao Ocidente deverá contribuir para aumentar a tensão entre os dois países.
A proposta de Kyiv surge dois dias depois da conclusão de um acordo para a instalação de parte de um sofisticado escudo anti – míssil norte-americano na Polónia – uma iniciativa há muito em debate mas que acabou por ser precipitada pelo conflito no Cáucaso.
A guerra entre as tropas da Geórgia e da Rússia por causa do controlo da região separatista da Ossétia do Sul veio aumentar a tensão entre Moscovo e o Ocidente e levou vários países do Leste da Europa a reafirmarem a sua aliança com Washington.
“A declaração de Kyiv está directamente ligada à intervenção das forças russas na Geórgia”, explicou à AFP Volodymyr Sessenko, director do centro de investigação política ucraniana Penta. O perito sublinha que a entrada das tropas russas na Geórgia fez a Ucrânia a temer um gesto idêntico em regiões pró – russas do país e por isso vem “reafirmar o desejo de aderir a um sistema de segurança apoiado pelo Ocidente”. A proposta surge dias depois de a Ucrânia ter imposto restrições à movimentação da frota russa no mar Negro, obrigando os navios a pedirem autorização, com 72 horas de antecedência, para entrar ou sair do porto de Sebastopol. Esta instalação foi cedida a Moscovo ao abrigo de um contrato de concessão por vinte anos, com fim previsto para 2017, mas Kyiv pretende denunciá-lo o quanto antes.
Moscovo reagiu com duras críticas à decisão de Kyiv, o que terá levado o Presidente pró – ocidental ucraniano, Victor Yushchenko, a anunciar esta nova medida.

Fonte:

Sem comentários: