quinta-feira, agosto 24, 2006

Ucrânia: 15° aniversário da Independência


No dia 24 de Agosto, a Ucrânia comemorou o seu 15° aniversário como país independente. Uma Nação com mais de mil anos de história, mas com apenas 15 anos da Independência política. Infelizmente, este facto não é de estranhar, pois o maior problema da elite nacional ucraniana é a incapacidade tremenda de saber colocar os interesses da NAÇÃO acima dos seus próprios interesses, ou dos do seu meio. Algo, que aconteceu de novo neste ano...

U C R Â N I A / У К Р А Ї Н А
Nome oficial: Ucrânia
Área: 603.700 km2
Localização geográfica: Centro de Europa
Limites: Ao norte a Ucrânia faz fronteira com a Belarus, a nordeste e leste com a Federação Russa, a sudoeste com Roménia, Moldova e Hungria, a oeste com a Eslováquia e a Polónia. Ao sul a Ucrânia é banhada pelo Mar Negro e pelo Mar de Azov. A extensão de suas fronteiras é de 6.500 km, incluindo 1.050 km de fronteiras marítimas.
População: 46,996,765 milhões (estimativa de 2005)
Capital: Kyiv (2,6 milhões)
Cidades principais: Kharkiv (1,6 milhões), Dnipropetrovsk (1,2 milhões), Odessa (1,2 milhões), Donetsk (1,1 milhões), Lviv (0,8 milhões)
Densidade: 80 /km²; 27º país mais populoso do Mundo
Fuso horário: UTC +2
Hino nacional: “Sche ne vmerla Ukrayina”
TLD (Internet): UA
Código telefónico: +380
Sistema de Governo: República Presidencial e Parlamentarista
Sistema Legislativo: Verkhovna Rada (Parlamento) com 450 membros eleitos pelas listas partidárias. Chefe do Parlamento: Volodymyr Moroz
Chefe de Estado: Presidente - Viktor Yushchenko, eleito em Dezembro de 2004 por um mandato de 5 anos, http://www.yuschenko.com.ua/eng/
Chefe de Governo: primeiro – ministro “proFFessor” Viktor Yanukovich
Breve história da Ucrânia
No dia 24 de Agosto de 1991, a Ucrânia proclamou a sua Independência. É de seressaltar que a Ucrânia conseguiu a Independência pela terceira vez na sua longa história.Dentro da ramo indo-europeu de povos, existe um grupo numeroso chamado eslavo. Os eslavos formam o primeiro grande estado oriental, conhecido como Rus de Kyiv por volta do século IX. Em breve, a população da Rus de Kyiv integra o reino de Oleh (879 – 914), que alarga as fronteiras de seu estado até o rio Don, a leste, sob a influência da cultura bizantina, Sviatosláv, o Conquistador (964 – 972) chega a ameaçar com suas tropas, a cidade de Constantinopla. Volodymyr, o Grande (979 - 1015), desposa a irmã do imperador bizantino, Ana e converte-se ao cristianismo, que se torna a religião oficial do Estado. A obra de Volodymyr tem continuidade durante o reinado do filho, Yaroslav, o Sábio (1019 – 1054), que transforma Kyiv numa grande metrópole, constrói igrejas, funda bibliotecas e estabelece a Rúska Pravda, primeiro código de leis do mundo eslavo.Mas o reinado de Yaroslav dá lugar a um período de grande instabilidade dentro da Rus de Kyiv, pois as invasões tártaro - mongóis no século XIII, fizeram com que o Estado Ucraniano fosse dividido em vários estados.Nos séculos XVI e XVII, renasceu, como a República dos Cossacos, o país mais democrático da Europa daquela época. Seria suficiente frisar que o seu Hétman (Presidente militar), Pylyp Orlyk serviu de modelo ao redigir-se a carta magna dos Estados Unidos da América. Na República Cossaca a alfabetização era geral, sendo obrigatória e gratuita. Publicavam-se livros, florescia a arte, organizavam-se teatros e museus. Em 1632 em Kyiv foi fundada a Universidade (Academia Kyiv Mohyla), esta logo tornou-se importante centro de educação na Europa daqueles tempos. A Ucrânia dispunha de um magnífico exército, o Hétman da Ucrânia tenha sido nomeado o comandante – em - chefe das tropas unificadas de todos os exércitos da Europa, na luta com antigo Estado Turco.A partir da segunda metade do século XI, com a invasão mongol, dá-se início ao deslocamento do povo ucraniano para as estepes do baixo Dnipró, organizando em 1552 uma fortaleza que seria conhecida pelo nome de Zaporijska Sich, sob a liderança de Ostap Dachkévytch e Dmytro Baida - Vychnevétzky. O Estado cossaco era quem organizava incursões militares em defesa do povo ucraniano, e em 1648, sob a chefia do Hetman Bohdan Hmelnytzkiy, os ucranianos derrotam os polacos e conseguem estabelecer sua independência, que no entanto teria curta duração. Em 1654 Hmelnytzkiy conclui com a Rússia o tratado de Pereyasláv, que deveria avalizar a independência ucraniana. O czar russo, no entanto, traindo o acordo, assina com os polacos, em 1667, um tratado que resulta em nova partilha das terras ucranianas.A liquidação do Estado ucraniano, seria realizada durante o reinado de Catarina (1729-1796), que expande o império russo e coloca os ucranianos, dominados antes pela Polónia, sob o domínio russo - austríaco.O movimento nacionalista ucraniano continua a desenvolver-se, e com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, num cenário de grande devastação, em março de 1917, os ucranianos formam um Parlamento próprio dirigido por historiador Mykhailo Hruchevskiy (1866 – 1934). Em 23 de Junho de 1917, a Ucrânia proclama sua Independência, sendo presidida por Myhaylo Hruchevskiy, tendo como primeiro - ministro escritor Volodymyr Vinnychenko (1880-1951) e Comandante das Forças Armadas, Simon Petliúra (1879-1926), mais tarde assassinado em Paris por um agente soviético.Em 1918 as populações ucranianas do império austro - húngaro (Galiza, Bucovyna, Bessarábia e Transcarpátia), conseguem autonomia e formam a República Popular da Ucrânia Ocidental, que em 22 de Janeiro de 1919 se une a República Popular da Ucrânia. Após o armistício de Outubro de 1919 (final da Primeira Guerra Mundial), o império austro - húngaro é liquidado e as terras da República da Ucrânia Ocidental são divididas entre Polónia, Roménia e Checoslováquia. Através do tratado de Riga em 1921, a independência da Ucrânia Central acaba sendo anulada, porque o país sucumbiu do exercito comunista russo.Em Setembro de 1938, a Alemanha nazista invade a Checoslováquia e a Hungria fascista anexa em 1939 a Ucrânia Carpática, assim com excepção de Kholm e alguns distritos ao sul na Polónia (ocupada pelos alemães) e da Ucrânia Carpática (ocupada pelos húngaros), todos os ucranianos passam para a tutela soviética, já que a Roménia cedeu a Moscovo a Bukovyna e a Bessarábia. A luta dos nacionalistas continua nas terras ocupadas pela Polónia, Roménia e na Ucrânia soviética; a Organização Militar Ucraniana (UVO), chefiada pelo coronel Evhen Konovaletz (1891 – 1938), assassinado pela NKVD em Roterdão, é formada, na sua maioria de jovens guerrilheiros.Em 1938 tem início a Segunda Guerra Mundial, a URSS, junto com a Alemanha, invade a Polónia, anexando a Galiza à República Socialista Soviética da Ucrânia; a Roménia devolve a Bessarábia e Bukovyna, e as populações não ucranianas dessas regiões, formam a República Moldova.Em 1941, a Alemanha invade a URSS, sendo a Ucrânia a primeira a ser ocupada, e em 30 de Junho de 1941 a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) proclama a Independência em Lviv. No dia seguinte, todo o governo e os seus líderes Stepan Bandera e Jaroslav Stetskó, são presos e, sem julgamento, enviados ao campo de concentração de Buchenwald onde permanecem até 1945.O OUN organiza resistência sob o comando do General Roman Chukhévych (pseudónimo Tarás Chuprynka, 17.7.1907 – 5.3.1950) e luta ao mesmo tempo contra dois ocupantes, a Alemanha nazi e a URSS comunista. A luta continua até 1956, 11 anos após o término da Segunda Guerra Mundial. A repressão comunista era muito forte: centenas de milhares de ucranianos são enviados para os GULAGS de Sibéria, poucos conseguem sobreviver e o processo de russificação, que continua até os anos 90.Os sentimentos patrióticos são reacesos e em 1990, o Parlamento de maioria comunista da Ucrânia, proclama a soberania. Em 24 de agosto de 1991, com o fracasso do golpe do Estado em Moscovo, a Ucrânia se desliga da URSS e declara sua Independência, que aprovada em plebiscito pela população no dia 1 de dezembro do mesmo ano, obtendo o reconhecimento internacional.Primeiras eleições presidenciais, em Dezembro de 1991, foram ganhos pelo Leonid Kravchuk. Em 1994 segundas eleições são ganhas pelo ex-primeiro-ministro Leonid Kuchma. Em 2004, depois de um processo de falsificações e através de um protesto maciço, conhecido como Revolução Laranja, eleito novo Presidente da Ucrânia – banqueiro de profissão, Viktor Yushenko.

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