quinta-feira, dezembro 28, 2006

Nosso blog completou dois anos


No dia 15 de Dezembro de 2006, o nosso blog completou dois anos de vida, batalhando pela Ucrânia e pelo Moçambique. Neste período fomos visitados pelos 19.816 pessoas de todo o mundo (veja o mapa)

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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Carta ao Exmo. Sr. Dr. Eduardo J. Molembwe

Nº61620/34-110-496
Luanda, 05 de Dezembro de 2006

Exmo. Sr. Dr. Eduardo Joaquim Molembwe
Presidente da Assembleia
da República de Moçambique


Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia da República,

Cumprimentando atenciosamente V.Excia., gostaria de informá-lo que no dia 28 de Novembro de 2006, a Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia aprovou a Lei da Ucrânia “Sobre o Golodomor (Fome) na Ucrânia dos anos 1932-1933”, apresentada pelo Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko, com as modificações propostas pelo Presidente da Verkhovna Rada da Ucrânia Oleksander Moroz. De acordo com esta Lei, o Golodomor (Fome) é reconhecido como um acto de genocídio do Povo Ucraniano.
No preâmbulo da Lei está apresentada a definição do genocídio que corresponde a documentos legais internacionais. Adicionalmente, está constatado que “a negação pública do Golodomor dos anos 1932-1933 na Ucrânia reconhece-se como um insulto a milhões de vítimas da Grande Fome, como uma humilhação da dignidade do Povo Ucraniano e é ilegal”.
O Gabinete de Ministros da Ucrânia está encarregue de definir o estatuto e as funções do Instituto Ucraniano da Memória Nacional, assegurando o seu funcionamento a custa das verbas do Orçamento de Estado como um órgão do poder central que tutela todas as questões relacionadas com o Golodomor. O Governo Ucraniano, junto com a Administração Estatal da cidade de Kyiv, deverá também assegurar a construção do Complexo Memorial dedicado à memória das vítimas do Golodomor de 1932-1933 na Ucrânia, para ser construído na véspera do 75º Aniversário da tragédia.
Levando em consideração o acima referido, muito agradeceríamos receber a reacção oficial da Assembleia da República de Moçambique ao facto da aprovação da Lei da Ucrânia “Sobre o Golodomor na Ucrânia dos anos 1932-1933”.
Sem mais de momento, queira receber os meus melhores cumprimentos,

Volodymyr I. Lakomov
Embaixador da Ucrânia
EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
Tel.: (244) 912-337287
Tel.: (244) 912-340426
Fax: (244) 222-448467
e-mail: embucr@nexus.ao
Rua Companhia de Jesus, casa 35
Luanda 1000,
República de Angola

Carta ao MNE e Cooperação de Moçambique

A Embaixada da Ucrânia apresenta os seus melhores cumprimentos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, em ocasião de informar que no dia 28 de Novembro de 2006, a Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia aprovou a Lei da Ucrânia “Sobre o “Golodomor” (Fome) na Ucrânia dos anos 1932-1933”, apresentada pelo Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko, com as modificações propostas pelo Presdiente da Verkhovna Rada da Ucrânia Oleksander Moroz. De acordo com esta Lei, o “Golodomor” (Fome) é reconhecido como um acto de genocídio do Povo Ucraniano.
No preâmbulo da Lei está apresentada a definição do genocídio que corresponde a documentos legais internacionais. Adicionalmente, está constatado que “a negação pública do Golodomor dos anos 1932-1933 na Ucrânia reconhece-se como um insulto a milhões de vítimas da Grande Fome, como uma humilhação da dignidade do Povo Ucraniano e é ilegal”.
O Gabinete de Ministros da Ucrânia está encarregue de definir o estatuto e as funções do Instituto Ucraniano da Memória Nacional, assegurando o seu funcionamento a custa das verbas do Orçamento de Estado como um órgão do poder central que tutela todas as questões relacionadas com o “Golodomor”. O Governo Ucraniano, junto com a Administração Estatal da cidade de Kyiv, deverá também assegurar a construção do Complexo Memorial dedicado à memória das vítimas do “Golodomor” de 1932-1933 na Ucrânia, para ser construído na véspera do 75º Aniversário da tragédia.
A Embaixada da Ucrânia muito agradeceria receber a reacção oficial do Governo da Repùblica de Moçambique ao facto da aprovação da Lei da Ucrânia “Sobre o “Golodomor” na Ucrânia dos anos 1932-1933”.
A Embaixada da Ucrânia aproveita esta oportunidade para reiterar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique os protestos da sua mais elevada consideração.
“05“ Dezembro de 2006, № 61620/22-013-495
EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
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terça-feira, dezembro 05, 2006

Restaurante ucraniano abre-se em Maputo
















Lembro que uma vez li a frase, que me impressionou de certa maneira: “qualquer capital que se preze, deverá ter uma Chinatown”. Na altura achei muito bacana. Depois, as minhas prioridades mudaram e hoje em dia acho que qualquer capital que se preze, deve ter pelo menos um restaurante e uma discoteca ucranianos.

Mas infelizmente (e felizmente também), Maputo não é uma Nova York, nem Londres, nem uma outra mega metrópole, que existe neste mundo fora. Maputo é uma cidade pequena, bastante pacata (ainda bem que seja assim), e por isso, francamente falando, ainda não vejo o espaço possível para uma discoteca ucraniana à sério.

Mas o restaurante, este já temos. Chama-se “La bela muchacha” (os donos acharam por bem criar um nome mais internacional e caliente possível, como maneira simpática de cativar os clientes). Como já deviam perceber, não há tantos ucranianos em Maputo, para que uma casa poder sobreviver, trabalhando única e exclusivamente para a comunidade. Bom, nem este é o objectivo. Muito pelo contrário, seria muito agradável, passar o gosto das comidas ucranianos ao público: moçambicano, português, ou estrangeiro em geral. Porque é saboroso, porque é exótico, porque não é tão distante da cozinha luso – moçambicana, como alguém pode pensar.

O restaurante é gerido por uma simpática família multicultural: Dona Dina e sua filha Lecia são ucranianas, o seu marido Sr. João é moçambicano de gema. Casados e felizes durante muitos anos, neste momento a família Tengamaze embarcou nesta aventura gastronómica, que pode ser apreciada no recinto da Feira Popular de Maputo (baixa da cidade, Av. 25 de Setembro).

Alguém pode achar que o restaurante é bastante modesto. Pois será assim, a Roma também não se criou de um momento para outro. O mais importante é a qualidade de comida servida ao cliente, o calor humano do staff e perdoem me a repetição, a qualidade dos petiscos oferecidos ao gosto de freguês.

O nosso bom restaurante propõe várias delícias da cozinha ucraniana, entre elas podemos destacar:

Borsh ucraniano (sopa de legumes e carne, feita na base de beterraba http://en.wikipedia.org/wiki/Borsh). A beterraba, quem não sabe, é a cultura mais importante da Ucrânia, usada no fabrico de açúcar e de horilka (vodka tradicional http://en.wikipedia.org/wiki/Horilka ucraniana). Lembro que na capa portuguesa do filme “Little Odessa” (http://www.imdb.com/title/tt0110365/), era escrito “Little Odessa, o bairro nova iorquino, onde nos restaurantes bebe-se o borsh”. Peço que não sejam como aquele crítico sabichão, que afinal sabia pouco. Borsh ucraniano definitivamente come-se, nunca bebe-se.
Costeleta de Kiev (peito de galinha enrolado com ovo e outros ingredientes secretos do cozinheiro). Quem é que não lembra do famoso filme de acção de Arnold Schwarzenegger Red Heat (1988), onde o seu herói, capitão ucraniano de polícia moscovita, Ivan Danko explica ao seu companheiro americano, sargento Art Ridzik (James Belushi), que tornou-se verdadeiro cop na Academia de polícia de Kiev, sítio onde aprendeu conduzir os autocarros (daquela maneira louca).
Varenyky – massa folhada com variadíssimos tipos de recheio (queijo fresco, puré de batata, couve refogada, cerejas, etc). Varenyky é uma espécie de ravioli italiano, mas têm o triplo de tamanho e possuem a forma de meia – lua bem cheinha. Outros “primos” de varenyky são: jiaozi e wonton chineses, pelmeni russos, momo tibetianos e kreplachs judáicos. Veja: http://en.wikipedia.org/wiki/Vareniki
Oseledec pid shuboyu – uma salada de batata, beterraba, cenoura e peixinho salgado, tudo arrumado por camadas. Este prato não é genuinamente ucraniano, mas é apreciado e consumido na Ucrânia actual, nos ambientes festivos, como Ano Novo e outras festas de cunho mais citadino do que tradicional.

Varenyky com queijo fresco (receita simples)
Massa folhada: 3 copos de farinha de trigo, 3/4 copo de leite ou água, 1 ovo, 1/2 colher de chá de sal. Para recheio: 800 gr de queijo fresco, 1/2 como de açúcar, 2 ovos, sal.

Modo de preparação
Uma parte de farinha é misturada com água ou leite a ferver (1/3 de toda a água), depois misturam bem, acrescentando na massa o resto da água /leite de temperatura ambiente, sal, ovo (melhor a gema), o resto de farinha e preparam a massa, deixando-a para crescer durante uns 40 min. Queijo fresco misturam com o sal, açúcar e ovos crus. Massa folhada é cortada aos circuitos, dentro de cada circuito é colocado o recheio, as extremidades de cada circuito são juntados com as mãos. Depois os varenyky são postos um por um na água salgada à ferver, onde são cozidos durante 5-7 min. Os varenyky cozidos podem ser regados com azeite, também se comem com as natas.

UPD: o restaurante foi encerrado há bastante tempo, o artigo fica no nosso blogue apenas para a memória.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Alla Horska foi assassinada há 51 anos

Alla Horska, desenhada pelo seu marido, pintor ucraniano Victor Zaretsky
No dia 28 de novembro de 1970, na região de Kyiv, em circunstâncias não esclarecidas até hoje foi assassinada a artista plástica e uma proeminente dissidente ucraniana, Alla Horska. A sua história trágica, possivelmente, foi uma das primeiras publicações legais sobre as figuras do movimento dissidente ucraniano, permitidas, na ainda comunista Ucrânia soviética. 

Este artigo foi planeado desde então. Mas sempre aparecia alguma coisa mais urgente ou mais importante. A morte, em 2006, de Aleksander Litvinenko, ex-agente de FSB (ex-KGB) russo e ucraniano de origem, envenenado pelo isótopo radioactivo “Plutónio - 210” em Londres, e todas as outras mortes que se seguiram apressaram a escrita do texto. Parece que o mundo está outra vez entrar na guerra fria, onde a KGB friamente assassinava os inimigos do Estado soviético. Lev Trotsky era “saneado” (no NKVD-MGB-KGB não se dizia “assassinar”, mas sim “sanear”) com uma picareta, ucranianos Yevhen Konovalets com uma bomba e Stepan Bandera com o veneno binário. Em 2004 o futuro presidente ucraniano, Viktor Yushenko, foi envenenado por uma toxina...

Dia 28 de novembro de 1970. Muito cedo, Alla Horska saiu da sua casa na rua Repin № 25, apartamento 6 (agora rua Tereshinkivska) em Kyiv, para visitar a casa do sogro na cidadezinha de Vasylkiv (40 km de Kyiv). Ela combinou com o sogro, que iria buscar uma maquina de costura, “Zinger”, do início do século – uma relíquia familiar. No dia 2 de Dezembro de 1970, Alla Horska foi encontrada morta, com o crânio rachado, na cave da casa do seu sogro – Ivan Zareckiy. Golpe foi feito por detrás, com um objecto pesado (martelo encontrado em casa do Zareckiy). Próprio Ivan Zareckiy, que não era visto desde 28 de Dezembro, foi encontrado no dia 29 de Novembro, na linha de comboio interurbano Kyiv – Fastiv, numa distância de cerca de 35 km da sua casa. Ivan Zareckiy estava deitado na linha de comboio, a sua cabeça era decepada. A procuradoria provincial de Kyiv, muito rapidamente, chegou a conclusão do que Ivan Zareckiy matou a nora por “desavenças pessoais” e suicidou-se. Já no dia 23 de janeiro de 1971 o caso foi dado como encerrado.
Alla Horska: "Retrato da mulher com lenço kerchief"
Alla Horska nasceu aos 18 de setembro de 1926 numa família pertencente à elite soviética. O seu pai, Oleksander V. Gorskiy sobreviveu os anos do estalinismo trabalhando como director dos Estúdios cinematográficos de Yalta (1931), Leninegrado (1933), Kyiv (1943), Odessa (1953-1961). No início da II G.M., ela viveu no Leninegrado, com a sua mãe, Olena Horska que era estilista de roupa para cinema. Nesta cidade elas passaram dois invernos de fome rigoroso, onde as pessoas morriam todos os dias. Na primavera de 1943, o seu irmão Arseniy, 10 anos mais velho, morreu combatendo os nazis e no verão do mesmo ano, Alla e sua mãe, são evacuados para a cidade de Alma-Aty (Casaquistão), onde o seu pai trabalha no Estúdio Conjunto de Cinema.

No fim de 1943, a família Horsky muda-se para o Kyiv, entretanto já retomado dos nazis pelo exército soviético. Alla Horska estuda na Escola de Artes Visuais (1946 – 1948, graduada com a medalha de ouro), frequentando o curso de Volodymyr Bondarenko. Em 1952 casa-se com colega de faculdade, Viktor Zareckiy e em 1954 é graduada pelo Instituto de Artes de Kyiv, onde os seus professores eram Mihaylo Sharonov e Serhiy Hrigoryev.

Nos anos 60-ta trabalhou nas aldeias de distrito de Chornobyl, onde criou os quadros: “Pripyat. Ferry-boat”, «Abecedário», «Pão». Usando a técnica de litogravura combinada com o desenho fiz os retratos de Taras Shevchenko, A. Petryckiy, Vasyl Symonenko. Cria uma série de retratos dos escritores e poetas: Boris Antonenko – Davydovych, Vasyl Symonenko, Ivan Svitlichniy, Yevhen Sverstyuk. Através das técnicas novas e revolucionárias tratava a imagem do poeta ucraniano Taras Shevchenko ou cineasta Oleksander Dovzhenko. Usando a técnica mais tradicional pintou os quadros: "Auto – retracto", "Mãe", "Aldeia". A pintora criou as decorações para os espectáculos «Faca no Sol» baseado no poema de Ivan Drach, «Assim morreu Guska» de Mykola Kulish, «Verdade e mentira» de Mykola Stelmakh (realizador era o jovem diretor teatral e futuro dissidente Les Tanyuk). As peças teatrais, já prontas para o palco, foram proibidas: a peça do escritor Kulish foi banida em Lviv e de Stelmakh em Odessa. Alla Horska também criou vários composições de mosaica e mais importante, deixou a memória de uma Pessoa e Artista.

Ao mesmo tempo, Alla Gorska aprendeu a língua ucraniana por opção política e estética, embora provinha de uma família onde se falava unicamente a idioma russo.
Foto da artista, década de 1960
Horska foi uma dos organizadores do Clube da juventude criativa “Suchasnyk” (Contemporâneo). Clube foi aberto em 1962 por feliz acaso, já que uma delegação dos comunistas canadianos foi visitar a Ucrânia, manifestando o desejo de conhecer a juventude ucraniana (em 1964 o Clube foi fechado). Em 1962—1963 junto com o Vasyl Symonenko e Les Tanyuk ela participou em buscas de campas de pessoas assassinadas pela NKVD nos anos 30-40 e sepultados em segredo nos cemitérios de Kyiv e na zona de Bykivnia (arredores de Kyiv). Como resultado destas buscas, os jovens ucranianos prepararam um documento intitulado “Memorando № 2”, que foi entregue ao Conselho municipal de Kyiv. Provavelmente naquele tempo, Alla Horska começou a ser vigiada pela KGB. O seu amigo Vasyl Symonenko foi várias vezes espancado pela polícia e morreu de nefrite em 1963.

Em 1964, preparando-se para comemorar 150 anos do nascimento de Taras Shevchenko, Alla Horska, juntamente com artistas plásticos Opanas Zalivakha, Lioudmila Semykina, Galina Zubchenko e Galina Sevruk criaram na Universidade de Kyiv o vitral “Shevchenko. Mãe”. (Vitral mostrava Taras Shevchenko irritado, que com uma mão abraçava uma mulher – Ucrânia injustiçada e com outra mão levantada bem alto, segurava o livro. A figura era acompanhada pelo dizer: "Engrandecerei os pequeninos, aqueles servos mudos, e na vigia junto deles, eu colocarei uma palavra"). Vitral foi destruído pela calada da noite de 8 à 9 de março pela administração da Universidade, a mando do secretário da ideologia do comité do partido comunista de Kyiv, Boychenko. Uma comissão de inquérito, chamada a intervir posteriormente, estudou os estilhaços e chegou a conclusão que vitral era “ideologicamente desordenado”. Alla Gorska foi expulsa da União dos Pintores da Ucrânia, embora mais tarde readmitida nesta organização profissional.
Horska, 1ª à esquerda e poeta ucraniano Vasyl Stus, último à direita.
Vasyl Stus morreu no campo de concentração soviético em 4 de setembro de 1985... 
Agosto – Setembro de 1965. Uma onda de prisões da KGB atingiu os intelectuais da Ucrânia. Alla Horska era várias vezes chamada a depor. No dia 16 de dezembro de 1965 ela apresenta uma queixa a Procuradoria da República. Mais tarde, em 1967 ela participa no processo de Vyacheslav Chornovil em Lviv, onde assinou uma carta colectiva denunciando as fraudes processuais do caso.

Alla Horska também trocava a correspondência com os prisioneiros políticos do regime. Em abril de 1966 ela assinou uma petição para defesa do Opanas Zalivakha. Vários prisioneiros políticos, combatentes de OUN – UPA, depois de cumprir as condenações injustas, recorriam à sua ajuda, encontravam um lar temporário na sua casa. Todos estes encontros decorriam numa atmosfera festiva e optimista. KGB criou um sistema terrível para “educar” as pessoas a sua maneira, mas uma simples pintora estragava todo o “trabalho”...

Em 1968 Horska assinou uma carta aberta ao Leonid Brezhnev, Aleksey Kosygin e Nikolay Podgorniy com exigência de parar a prática de processos políticos ilegais. Carta, conhecida como “Carta de protesto de 139” foi escrita usando uma linguagem muito branda, tolerante e cuidadosa. Carta falava do esquecimento das deliberações do XX Congresso da PCUS (Congresso onde Khrushev denunciou o culto de Stalin), chamava a atenção sobre as violações sistemáticas de “legalidade socialista”.
Alla Horska: "Menino"
O poder comunista tomou uma pequena pausa, depois começaram as repressões contra os assinantes da carta. Em Kyiv e em toda a Ucrânia foram postos circular os rumores da existência de “um grupo terrorista dos seguidores de Stepan Bandera”, coordenado pelos “serviços secretos ocidentais”. Alla Horska era tida como “um dos chefões do grupo”.

Agora se sabe, que depois de Primavera de Praga de 1968 e da posterior invasão de Checoslováquia, o comité central de PCUS tomou uma deliberação secreta de “reforçar o trabalho ideológico e propagandista”. Os estalinistas voltaram ao Kremlin e KGB foi encarregue de reforçar a luta contra os dissidentes.

Desde a segunda metade de 1968 Alla Horska e seu marido Viktor Zareckiy passaram a ser seguidos, muitas vezes de maneira abertamente visível. O casal recebia as ameaças, os peões na rua ou cidadãos “anónimos” no transporte público diziam: “Vocês vão ver as suas brincadeiras, vocês vão ter o troco” e outras coisas. A sua casa era muitas das vezes vigiada, Alla Horska era constantemente convocada para “conversas de família” no KGB. Que a pedia “repensar a sua vida antes de ser muito tarde”, mudar a sua visão do poder soviético, explicavam: “você involuntariamente trabalha para os nossos inimigos no estrangeiro”, etc. Depois as conversas tomavam um tom mais ameaçador, KGB tentava quebrar artista psicologicamente.

Os seus vizinhos, Ada e Yakiv Chervinski conseguiram emigrar para o Israel em 1975. Só naquela altura eles confessaram que desde 1964, KGB usava o apartamento deles para através de um potente microfone escutar as conversas na casa de Horska. O telefone dela também estava sob escuta.

Em 1970 Horska foi chamada a depor para o interrogatório na cidade de Ivano – Frankivsk, no caso do historiador e dissidente Valentyn Moroz. Ela recusou-se a comparecer, mas escreveu um protesto para o Tribunal Supremo da Ucrânia sobre a ilegalidade e brutalidade de sentença.

Alla Horska em conjunto com o seu marido Viktor Zareckiy (1925—1990), outros artistas plásticos: Hrygoriy Synycia, Gennadiy Marchenko, Borys Plaksiy, Galina Zubchenko criaram na segunda metade dos anos 1960-ta um conjunto de obras monumentais nas cidades de Donetsk, Kyiv, Krasnodon. Era um pequeno nicho dentro da arte oficial. Por isso Alla Gorska tinha em seu poder certos valores monetários, que usava para ajudar os prisioneiros políticos ou os seus familiares. Provavelmente ela era a “caixa” dos dissidentes em Kyiv. De vez em quanto ela também recebia encomendas de Canada e EUA. Ela também costumava comprar 30-40 livros do romance «Sobor» de Oles Honchar ou «Malvy» de Ivanchuk e oferecia ou emprestava às pessoas de confiança. Estes livros não eram proibidos, mas eram indesejáveis, ignorados. Outros livros, «História da Ucrânia», já dava o “direito” de prisão e condenação, pois era editada em 1942 em Lviv, quer dizer durante ocupação nazi. Alla Gorska, Ivan Svitlychniy, Vyacheslav Chornovil faziam parte desta rede de resistência organizada ao regime e claro, KGB não queria tolerar a afronta tão grave. Por isso, ou talvez por causa de alguns outros aspectos de actividade de Alla Horska, poder comunista decidiu assassina-la, insinuando “desavenças pessoais” com o sogro. O mais provável, que a decisão foi tomada em Moscovo, pois o sistema era brutalmente centralizado e as estruturas locais de KGB não tinham o direito de tomar essa iniciativa. Na verdade, não é possível dizer com a segurança que Alla Horska foi assassinada pelos operativos do KGB. Não sabemos se foi a KGB, se foi o GRU (inelegância de exército) ou se foi um outro grupo de extermínio (ou assassino individual) às ordens do KGB, e este, às do Comité Central do PCUS.

Todos os amigos de Alla Horska, que participaram no seu enterro no dia 7 de dezembro de 1970, no cemitério de Berkivtsi (arredores longínquas de Kyiv): Yevhen Sverstyuk, Vasyl Stus, Ivan Gel, Oles Serhienko foram presos à seguir. O mundo soube da sua morte pelo “Ukrayinskiy visnyk №4” (Informe Ucraniano), jornal clandestino redigido pelo dissidente Vyacheslav Chornovil, que contava a verdade sobre as violações de direitos humanos na Ucrânia soviética.

A neta dum dos maiores poetas da Ucrânia do século XX, Ivan Frankó, conseguiu a autorização para sepultar o corpo de Alla Horska no cemitério de Baykove (cidade de Kyiv). Mas no último momento a autorização foi anulada, o dia do enterro transferido de 4 de dezembro (sexta – feira) para 7 de dezembro (segunda – feira) e artista foi sepultada no cemitério de Berkivtsi (para que o seu enterro não se transformar numa manifestação contra o regime).

Ano 1972 era o ano trágico para a elite intelectual da Ucrânia, os dissidentes eram presos e condenados aos longos anos de prisão, geralmente eram 7 anos de cadeia e 5 anos de deportação. Era o início de um circuito infernal: Ivan Svitlichniy voltou para Kyiv gravemente doente, Vasyl Stus voltou em 1989 já no caixão, começaram as falsificações dos processos, os dissidentes eram condenados pelos supostos roubos ou estupros. Outros eram enviados para os hospitais psiquiátricos, onde sadicamente eram “curados” pelos “psiquiatras” soviéticos.

Então, voltaremos ao dia negro de 28 de novembro de 1970. Alla Horska saiu de casa para visitar o sogro e não voltou mais. No dia seguinte, o seu marido, Viktor tentou marcar uma conversa telefónica com ela nos correios de Vasylkiv. Mas ninguém veio para os correios. No dia 1 de dezembro, Viltor Zareckiy foi à casa do seu pai, que entretanto estava vazia. Milícia (polícia) local disse que não irá abrir a casa, pois tinham que arranjar os testemunhos, mas já era noite...

Viktor Zareckiy voltou para Kyiv com o último autocarro e logo recorreu aos amigos. No dia seguinte, ele foi a Vasylkiv junto com amigos íntimos de Alla, jornalista Nadía Svitlichna e poeta e crítico literário Yevhen Sverstyuk. Eles obrigaram a policia abrir a casa, numa cave pouco profunda foi encontrado o corpo de Alla Horska. Mais tarde, um dos amigos da Alla, Mykola Hryshko encontrou no quintal da casa uns bigodes postiços, eventualmente usados pelo assassino. Policia prendeu Viktor Zareckiy, tentando o obrigar à confessar que matou a esposa por causa dos ciúmes, depois foi inventada uma outra versão, de desavenças pessoais entre Ivan Zareckiy e Alla Horska. Alguns semanas mais tarde, quando Viktor Zareckiy foi chamado ao Ministério do Interior provincial, o investigador, Sr. Cherniy devolveu uma parte dos pertences pessoais de Alla e dois pares dos óculos pertencentes ao Ivan Zareckiy, dentro de estojo. Viktor perguntou se a sua esposa sofreu na hora de morrer. Oficial respondeu: “foi assassinada com uma única pancada, de maneira profissional”. Isso é muito importante, pois Ivan Zareckiy, considerado único culpado do crime, toda a sua vida trabalhou como contabilista. Também era estranho que os dois pares de óculos, que Sr. Zareckiy usava, sobreviveram a colisão com comboio. É muito difícil imaginar, que a pessoa tira os óculos, guarda os no estojo e só depois deita-se direitinho na linha férrea...

Depois disso, ninguém da família de Alla Horska recebeu alguma informação sobre o andamento do processo, reconhecimento do corpo pelos familiares não foi feito, os resultados de análise do medico legista não foram conhecidos. Policia não fiz nenhuma busca na casa de Ivan Zareckiy. Também não se percebe como os operacionais da KGB, que andavam atrás de Alla Horska por todo o lado, não viram o assassino.

A família decidiu não recorrer à justiça soviética, a “mais justa em todo o mundo”. O pai de Alla, Oleksandr achava que isso não é apenas inútil, mas também é perigoso, situação na Ucrânia parecia com as purgas de 1937 – 1939.

Em 1991 cineasta ucraniano Serhiy Dudka fiz o filme documental sobre a Alla Horska. Em 1990—1991 organização da defesa dos direitos humanos «Memorial» e o seu filho, Oleksiy Zareckiy recorreram a procuradoria provincial de Kyiv. A procuradoria respondeu (12 de abril de 1990 e 19 de Setembro de 1991) — “o caso é uma morte quotidiana, por causa das desavenças pessoais”, carta também dizia que Alla Horska não participava em nenhuma actividade política, foi expulsa da União de pintores por razões artísticas (Sic!)

O seu caso, sob o número 10092 ficou arquivado vários anos na procuradoria provincial de Kyiv. Muito mais tempo, do que é articulado nos termos da Lei (apenas 15 anos, depois caso é destruído). Junto com a advogada Lioudmila Vonsonova, Oleksiy Zareckiy preparou um a carta para o Procurador – Geral da Ucrânia onde eram citados vários atropelos do código penal, cometidos na condução deste processo. Mas nem a ajuda do deputado do Parlamento ucraniano Les Tanyuk, mereceu qualquer resposta da procuradoria da Ucrânia (inquérito № 06—13/23—477 de 22.10.91). Mais tarde, um grupo dos cidadãos notáveis da Ucrânia, em 15 de Março de 1992, portanto já no país independente, escreveram uma carta ao Procurador – Geral da Ucrânia Viktor Shishkin e para o chefe do SNBU/SBU (ex-KGB ucraniano) Yevhen Marchuk e também não houve nenhuma resposta.

Ministra de Cultura, Larisa Khorolec telefonava para o Procurador – Geral, pedindo ao Viktor Shishkin controlar o caso pessoalmente. Sem nenhum resultado. O investigador, que preparou a primeira resposta, desligava o telefone na cara de Olexiy Zareckiy. Nem os materiais do caso conseguiu ver o filho de Alla Horska, o seu pedido neste sentido foi negado.

Jornalista Serhiy Bilokin fiz a sua própria investigação criminal, ele era consultado por um criminalista muito experiente, Conselheiro da justiça Borys Timoshenko, que fiz uma peritagem criminalística geral do caso. Borys Timoshenko encontrou várias disparidades na versão sobre o suicídio do Ivan Zareckiy. Não foram feitas as desinências para encontrar o comboio que matou o Sr. Ivan, não fizeram as análises de sangue da vítima (se o corpo foi deitado na linha férrea, é bem possível que primeiro essa pessoa foi drogada), não foram inquiridos as testemunhas. Não foi feita a perícia trassológica das gotas de sangue de Alla Horska, isso podia permitir determinar a posição do seu corpo no momento da pancada fatal. Sr. Ivan tinha 69 anos, sobreviveu um infarte, tinha arritmia no coração, andava devagarinho, usando uma bengala. Seria muito difícil ele conseguir fazer uma pancada à uma pessoa forte, de 41 anos e depois atirar o corpo à cave. E outra coisa, embora o crime foi logo qualificado como “costumeiro”, desde início ele tinha num controlo especial.

Neste momento, Oleksiy Zareckiy conseguiu abrir duas placas comemorativas em memória da sua mãe: em casa onde a família vivia e da onde Alla Horska saiu para nunca mais voltar e em casa onde ela foi assassinada pelo regime soviético em Vasylkiv. No museu nacional da Ucrânia foi organizada a exposição dos trabalhos de artista. Em 1996 foi editado o livro «Alla Horska. A sombra vermelha de kalyna», sobre a sua vida e a trágica morte. No início de 2000, jornalista Olena Levchenko terminou a montagem de um filme documental, que durante 1,5 horas conta a vida desta artista.

É bem possível que alguns organizadores e participantes deste crime ainda estão vivos. Embora é completamente irrisório esperar a sua confissão voluntária, Ucrânia não têm nenhuma “comissão de verdade e reconciliação” e os carrascos vivem bem, recebendo as reformas chorudas do estado ucraniano, que combateram durante toda a sua vida. Já citado jornalista Serhiy Bilokin, no início de 2000, conseguiu uma entrevista com um dos investigadores do caso Gorska. Hoje, reformado, ex - funcionário da polícia teimava em defender as sentenças produzidas pelos investigadores de 1970—1971. Pelos dados obtidos através dos oficiais de SBU (ex-KGB ucraniana) no anonimato, o caso Horska, conservado nos arquivos de SBU, levou no início dos anos 1990 uma limpeza profunda dos documentos. Isso quer dizer que SBU tinha razões para evitar contactos com os familiares de Alla Horska.

Oleksiy Zareckiy escreveu a carta ao Presidente da Ucrânia, Viktor Yushenko, solicitando a reabertura do processo da sua mãe. O novo poder ucraniano têm a oportunidade de conhecer os métodos de falsificações, de sonegação de arquivos. O circuito fechado de mentiras e mais – verdades terá que ser rompido. A mentalidade soviética, mentalidade prisional em muitos dos aspectos ficou conservada na Ucrânia actual, mas a Nação terá lutar contra esta herança. Ou pelo menos tentar livrar-se dela.

Ler mais: http://www.zerkalo-nedeli.com/nn/show/542/49794/ (em ucraniano)
http://memorial.org.ua/education/draw/6/1.htm (em ucraniano)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Genocídio conta a nação ucraniana


Associação dos Ucranianos em Portugal
Associação dos Ucranianos em Portugal "Sobor"

Convidamos todos os ucranianos e amigos do povo ucraniano a participarem na homenagem às vítimas do Genocídio contra o povo da Ucrânia Holodomor (Grande Fome) de 1932-33. A Fome artificialmente criada pelo regime soviético que ceifou a vida de entre 7 à 10 milhões de pessoas.

25 de Novembro de 2006
"Acender a vela" - o dia em que os ucranianos de todo Mundo acendem as velas em homenagem às vítimas do Holodomor *

26 de Novembro de 2006
Desfile de Homenagem, em Lisboa (começará pelas 12.00 horas no Martim Moniz e prosseguirá até a Capelania Ucraniana de Rito Bizantino Greco-Catolíco na rua Quirino da Fonseca, 2ª - Praça de Chile)
Missa (a seguir ao desfile às 13.30 horas na rua Qurino da Fonseca, 2ª - Praça de Chile). Exibição de um filme e exposição (às 15.00 horas no Espaço Municipal de Flamenga, linha vermelha de metro, estação Bela Vista, Lisboa) **

Com apoio:
Embaixada da Ucrânia em Portugal, Igreja Greco-Católica Ucraniana, Câmara Municipal de Lisboa, ACIME


* Presidente da Ucrânia fará o discurso e convidará todos a acender velas às 14h00 (hora de Portugal, 15h00 em Angola e 16h00 em Moçambique) no dia 25/11/06
** Para mais informação: hldmr.ucranianos.pt@gmail.com
Em Argentina: Domingo, 26 de Novembro de 2006, às 15 horas, em Catedral Metropolitana de Buenos Aires - calle Rivadavia 450. Acção organizada pela “Representación Central de la Colectividad Ucrania en la República Argentina”

domingo, novembro 19, 2006

Morreu o Oscar ucraniano


O actor norte – americano Walter Jack Palance (18 de Fevereiro de 1919 – 10 de Novembro de 2006) era conhecido pela sua voz grave e uma cara enrugada de um “cowboy macho”.

Nascido como Volodymyr Palahniuk (Володимир Палагнюк) na parte mineira da cidade de Hazle Township, estado de Pennsylvania, Palance, de origens modestos era filho de Ivan e Hanna Palahniuk que vieram para os EUA da aldeia de Ivano-Zolote (província de Ternopil). Ivan Palahniuk trabalhava como mineiro, mas também era o secretário da Sociedade ucraniana local.

Na sua juventude Volodymyr também trabalhou como mineiro, antes de se tornar pugilista nos anos 1930. Combatendo com o nome de Jack Brazzo, Palance alcançou o recorde de 15 vitórias consecutivas, 12 deles pelo knockout, antes de perder perante futuro campeão dos pesos pesados, Joe Baksi.

Com o início da II G.M. Palance deixa o boxe e entra na aviação militar, onde era o piloto de B-24 Liberator. Numa das missões de treino, o avião de Palahniuk ardeu, daí as marcas na cara do futuro actor, que depois de várias cirurgias plásticas foi desmobilizado do exército em 1944.

Palahniuk foi graduado pela Universidade de Stanford em 1947 com o grão de Bacharel de Artes em Drama. Durante os anos de estudo, ele trabalhou como ajudante do cozinheiro, servente, vendedor de refrescos, nadador – salvador na praia de Jones Beach State Park, também era o modelo profissional.

Careira

A sua carreira de actor começou no filme “O eléctrico chamado desejo”, onde ele era duplo de Marlon Brando. Em 1947, Palahniuk fiz a sua estreia no Broadway e três anos mais tarde, a sua estreia no cinema no filme Panic in the Streets (1950). Já no seu terceiro filme, Sudden Fear, ele recebeu a nomeação para o Oscar pelo papel de Lester Blaine. A sua segunda nomeação para o Oscar aconteceu em 1953, pelo papel de um destemido pistoleiro Jack Wilson em Shane.

Depois seguiram-se vários filmes western, embora Palahniuk também fiz papeis tão distintos e variados como de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Dracula, Attila, o Huno ou de F. Castro no filme Che! (1969).

Em 1957, Palahniuk ganhou o Prémio Emmy como Melhor Actor pelo papel de Mountain McClintock no filme Requiem for a Heavyweight de Rod Serling. Em 1963 Jean-Luc Godard filmou o Palahniuk na película Le Mépris, onde actor ucraniano concatenou com Brigitte Bardot e Michel Piccoli. Nos anos 1980, Palahniuk participou na série televisiva Ripley's Believe It or Not junto com a sua filha Holly Palance. Palahniuk também aparece no filme Young Guns (1988) e no Batman (1989) de Tim Burton. No total, Volodymyr Palahniuk participou em 126 filmes e séries televisivas.

As nomeações de Academia

Volodymyr Palahniuk ganhou o seu Oscar como Melhor Actor Secundário em 30 de Março de 1992, pelo seu desempenho como cowboy Curly Washburn na comédia City Slickers (1991). Palahniuk sempre tinha orgulho de ser ucraniano, ele tinha recusado o Oscar, porque os organizadores anunciaram-no como “actor de descendência russa”. Sr. Palahniuk disse que “não tem nada a ver com a Rússia, e que é um ucraniano”. Quando um outro actor, o famoso Dustin Hoffman (1937), no seu discurso mencionou que os seus antepassados são da “cidade russa de Kiev”, Volodymyr Palahniuk pediu que Hoffman estudasse melhor a geografia e também estudasse melhor a história dos seus antepassados.

1952 – Nomeação – Melhor Actor SecundárioSudden Fear

1953 – Nomeação – Melhor Actor Secundário – Shane

1992 – Ganhou – Melhor Actor Secundário – City Slickers

Caminho de Fama de Hollywood

A estrela de Palahniuk no Caminho de Fama de Hollywood têm o número de 6608 no Hollywood Boulevard. Em 1992, ele também foi nomeado para a Sala de Fama dos Actores de Western no Museu Nacional dos Cowboy & Western Heritage na Cidade de Oklahoma, Estado de Oklahoma.

Vida pessoal

Palahniuk era casado com a Virginia Baker de 1949 à 1966. Eles tiveram três filhos: actriz Holly Palance (1950), Brooke Palance (1952) e Cody Palance (1955-1998). Cody Palance, também actor, aparece no filme Young Guns, junto com o pai. Ele morreu aos 42 anos de idade de melanoma maligna em 1998. Em memória do seu filho, Jack Palance fundou o Torneio Clássico do Golfe Cody Palance, para arrecadar os fundos para o centro de tratamento de cancro em Los Angeles. Palahniuk casou-se pela segunda vez com a Elaine Rogers em Maio de 1987.

Volodymyr Palahniuk também dedicava-se a pintura e poesia, ele editou uma colectânea poética intitulada “The Forest of Love”, publicada pela Summerhouse Press em 1966.

Volodymyr Palahniuk morreu em 10 de Novembro de 2006 de uma causa natural, na sua casa em Montecito, California no condado de Santa Barbara.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Jack_Palance

http://www.bbc.co.uk/ukrainian

Vasyl Makukh: o esquecido herói da Ucrânia


No mundo é amplamente conhecido o nome do estudante checo, Jan Palach (11.08.1948 - 19.01.1969), que no dia 16 de janeiro de 1969, protestando contra a ocupação da Checoslováquia palas tropas do Pacto da Varsóvia, imolou-se na praça Wenceslas (junto ao Monumento de São Wenceslas) na cidade de Praga. Mas o jovem checo tinha um exemplo a seguir – ucraniano Vasyl Makukh queimou-se vivo no dia 5 de novembro de 1968 na capital da Ucrânia, cidade de Kyiv. 

por: Guennadiy Sakharov

Vasyl Makukh protestava contra a ocupação de Checoslováquia pelos países socialistas, mas também contra ocupação da Ucrânia pelo regime soviético, contra a russificação total, à favor da independência da Ucrânia.


O manual publicado pela Universidade de Lviv, tem pouca informação sobre o herói ucraniano:
 
«Makukh, Vasyl (14.11.1921 - 06.11.1968) – activista dos direitos humanos ucraniano. Nasceu na aldeia de Kariv, conselho de Sokal, província de Lviv. Desde 1944 era membro de Exército Insurgente da Ucrânia (UPA), fazia parte de inteligência militar. Em fevereiro de 1946 foi ferido em combate e preso pela NKVD. Condenado à 10 anos de campos de concentração e 5 anos de deportação. Depois de cumprir a pena, foi impedido de voltar a sua Galiza natal, escolheu viver na cidade de Dnipropetrovsk. Participou no movimento ucraniano de defesa dos direitos humanos nos anos 1960. No dia 5 de Novembro de 1968, Vasyl Makukh, protestando contra o sistema comunista totalitário, estatuto colonial da Ucrânia, política da russificação e agressão da URSS contra a Checoslováquia, perpetuou o acto de auto – imolação na avenida Khreshatyk em Kyiv.»

Depois de ser preso pela NKVD, Vasyl Makukh passou pelos campos mortíferos da Mordóvia, estive preso na Sibéria. Proibido de voltar a Galiza, viveu nos arredores da cidade de Dnipropetrovsk, aldeia de Klochko, rua de Pozhezhna, onde casou com a Lídia, mulher que conheceu durante a sua deportação. Lídia, presa aos 17 anos de idade, também passou 10 anos nos campos de concentração e 5 anos de deportação na Sibéria, mas saiu em liberdade dois anos mais cedo. A sua culpa? Durante a II G.M. fazia parte de um agrupamento cultural, que actuava perante as tropas alemãs e dos seus aliados.
 
Casal Makukh tive duas crianças: filho Volodymyr e filha Olha. Vasyl primeiro trabalhava como serralheiro, estudando a noite, depois entrou no ensino médio. Mas logo foi expulso, quando alguém denunciou o seu passado político. Continuava estudar sozinho. Visitando a família na Galiza, Vasyl Makukh falava sobre a política anti – ucraniana das autoridades estatais do leste da Ucrânia, a política de russificação total de toda a vida social, sobre o seu desejo de tornar-se mártir em nome da Ucrânia.

No outono de 1968, Vasyl Makukh foi mais uma vez à Galiza, para visitar a família. Antes de ir à Lviv, disse a esposa: “Se algo me acontecer, saibam que amo vós todos, amo muito”. Já estando na Galiza, escreveu algumas cartas aos amigos de Nikopol, Kyiv, Dnipro, duas cartas para a esposa. Todas elas terminavam: “Glória à Ucrânia!” Viajou para Kyiv, não levou a mala, apenas algumas maças e um recipiente, para a sobrinha Yaroslava Osmylovska disse que era sumo. Depois, descobriu-se que desapareceu o bidão de gasolina da garagem...

7 de novembro de 1968. Poder comunista preparava-se para o desfile militar, dedicado à aniversário da revolução bolchevique de 1917. A oposição nacional preparava a demonstração do protesto contra a invasão da Checoslováquia. Mas os organizadores foram traídos e Vasyl Makukh ficou sozinho. No dia 5 de Novembro de 1968 ele queimou-se publicamente na rua Khreshatyk, regando-se com a gasolina. A chama humana ardia em Kyiv, as últimas palavras do Vasyl Makukh eram: “Fora os colonos! Viva a Ucrânia livre!”. No dia 6 de Novembro, Vasyl Makukh morreu num hospital de Kyiv, na unidade de queimados. Uma testemunha conta, que alguém do pessoal médico disse a Vasyl: “você tornou os seus filhos órfãos”. Vasyl, recuperando os sentidos por breves estantes respondeu com muita dignidade: “neste momento nós todos somos órfãos”.

Lídia foi avisada sobre a morte do marido pelos desconhecidos. Quando ela e o cunhado Ivan Cipukh, foram buscar o corpo do Vasyl em Kyiv, ambos foram presos pela KGB, encarcerados durante uma noite e levados à casa mortuária sob vigia, apenas no dia seguinte. Ambos eram constantemente vigiados, para não pudessem falarem com ninguém, os nomes de todas as pessoas que participaram na cerimónia do enterro do Vasyl, foram anotados pelos agentes da KGB. A irmã do Vasyl, que vivia na Galiza, já no dia 7 de novembro foi chamada ao KGB do seu conselho, onde foi brutalmente espancada, morrendo em consequência dessa violência dois anos depois. Lídia Makukh foi despedida do serviço, durante alguns anos ela não conseguia encontrar nenhum emprego, para sobreviver foi obrigada a vender todos os haveres da família.

Em 2006, Lídia Makukh, já com 80 anos de idade recebia a reforma estatal e mais uma pensão pequena pelo seu marido. Vasyl Makukh têm uma campa muito simples na aldeia de Klochko, longe da sua Galiza amada.

A Organização dos ex-prisioneiros políticos e vítimas das repressões, outras organizações políticas da cidade de Dnipro, endereçou a petição ao Presidente da Ucrânia, na altura Viktor Yushenko, para que o Vasyl Makukh pudesse ser condecorado ao titulo póstumo, com a medalha de Herói da Ucrânia. O Conselho municipal de Dnipro recebeu a proposta de atribuir o nome de Vasyl Makukh à uma das avenidas da cidade. Também podia-se pensar em erguer o monumento do homem – chama em Dnipro.
A ponte pedestre em Praga chamada em memória do Vasyl Makukh em 2018.
foto @Embaixada da Ucrânia na República Checa

Ler mais:
http://tema.in.ua/article/?id=956 (em ucraniano)

quinta-feira, novembro 16, 2006

MENSAGEM DA COMUNIDADE UCRANIANA DE PORTUGAL AO POVO PORTUGUÊS

A Ucrânia e as suas comunidades de emigrantes espalhadas pelo Mundo, irão comemorar em 2007-2008 o 75.º aniversário de um dos mais trágicos acontecimentos do século XX: a “Grande Fome de 1932-1933”, também designada de Golodomor.

Morreram entre 3 a 6 milhões de ucranianos - sobretudo camponeses - em consequência de uma fome artificialmente provocada pelo regime soviético dirigido por Estaline.

Este genocídio teve como principal objectivo “castigar” os camponeses - a base social da nação ucraniana - devido à sua resistência à colectivização da agricultura e ao apego que manifestavam pela cultura e tradições nacionais. Numa clara demonstração dos seus intentos criminosos, o Governo da União Soviética executou de forma implacável as seguintes medidas:

  • confiscação das colheitas e das reservas alimentares dos camponeses ucranianos, recorrendo a todo o tipo de violências e abusos e colocando em grave risco a sua sobrevivência;
  • repressão de qualquer forma de resistência (deportação de populações; detenção em campos de concentração e fuzilamentos);

· encerramento, pela polícia, das fronteiras da Ucrânia, impedindo que os camponeses procurassem alimentos na Rússia e em outras regiões, ou os transportassem para a Ucrânia;

· proibição da venda de bilhetes de comboio e instalação de barreiras policiais nas estações ferroviárias e nas estradas que levavam às cidades. Centenas de milhar de famintos foram assim obrigados a regressar às aldeias, morrendo de fome;

· revogação dos direitos de autonomia cultural, linguística e política da nação ucraniana, incluindo as comunidades que viviam nas outras regiões da União Soviética;

· repressão da elite cultural e política (escritores, sacerdotes, dirigentes políticos, artistas, etc.), sob a acusação de nacionalismo.

O regime soviético, enquanto ia exportando para o estrangeiro milhões de toneladas de cereais, rejeitava as informações transmitidas pela imprensa ocidental, bem como as ofertas de auxílio humanitário.

Durante mais de 50 anos a diáspora ucraniana procurou divulgar a verdade sobre o Golodomor. Com esse objectivo, apoiou a investigação realizada por diversas entidades académicas, tais como a Comissão do Congresso dos Estados Unidos da América, presidida pelo historiador James Mace (1988) e a Comissão Internacional de Inquérito da Fome de 1932-1933 na Ucrânia, dirigida pelo jurista Jacob Sundberg (1990).

Só depois da desagregação da União Soviética e da recuperação da independência nacional ucraniana (1991), foi possível romper com o silêncio e a mentira. Foi instituído, no quarto sábado do mês de Novembro, o “Dia da Memória das Vítimas da Fome e das Repressões Políticas” e aprovada uma declaração do Parlamento da Ucrânia.

Os órgãos de soberania de diversos países (E.U.A., Canadá, Estónia, Argentina, Austrália, Itália, Hungria, Lituânia, Geórgia ou Polónia) já reconheceram o carácter genocidário do Golodomor. Por sua vez, na 58.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (2003) foi elaborada uma declaração, com o apoio de 63 estados-membros, prestando homenagem à tragédia nacional do povo ucraniano.

Mais recentemente, o Presidente Viktor Yuschenko (Novembro de 2005) e os participantes do 4.º Fórum Mundial dos Ucranianos (Agosto de 2006) apelaram à comunidade internacional para reconhecer o Golodomor como um acto de genocídio.

No âmbito do Artigo 93.º da Constituição da Ucrânia, em Novembro de 2006, o Presidente Viktor Yushchenko apresentou ao Parlamento (Verkhovna Rada) o Projecto-Lei “Sobre o Golodomor de 1932-1933 na Ucrânia” e salientou a necessidade urgente da sua aprovação, com vista ao reconhecimento do Golodomor, enquanto acto de genocídio contra o povo ucraniano

A aprovação deste diploma, reveste-se de um significado político, social e moral de extrema importância, nas vésperas do 75.º aniversário do Golodomor de 1932-1933, pretendendo contribuir para o estabelecimento da justiça histórica, para a divulgação das causas e das consequências do genocídio do povo ucraniano, para a unidade do povo ucraniano em torno dos valores da tolerância e da paz, e para o reforço do prestígio internacional da Ucrânia.

Com vista a esse reconhecimento, a comunidade ucraniana em Portugal irá desenvolver várias iniciativas de divulgação e de sensibilização, dirigidas à sociedade civil e às instituições políticas portuguesas.

Por tudo isto, fazemos um apelo à vossa solidariedade, em nome dos ideais humanistas que partilhamos enquanto nações livres e dignas!

Comunidade Ucraniana em Portugal: hldmr.ucranianos.pt@gmail.com

terça-feira, novembro 14, 2006

Postais da Ucrânia combatente


Nesta página poderão ver vistos os postais do Exêrcito Insurgente da Ucrânia (UPA), exêrcito clandestino dos patriotas ucranianos, que combateu primeiro os nazis, e depois os soviéticos nos territórios da Ucrânia Ocidental entre 1942 – 1956.
http://ov.ottawa-litopys.org/poshtivkyupa/


sábado, novembro 11, 2006

Combate Volodymyr (Wladimir) Klitschko vs. Calvin Brock


Não esquecem de ver o combate do Volodymyr Klichko amanha e apoiem o campeão ucraniano!

EUA, HBO WBC

Sábado, Novembro, 11
10:00 PM ET/7:00 PM PT - Live transmission

UCRÂNIA, Telechannel "Studio 1+1"

Domingo, Novembro, 12
07:00 - The delayed transmission
23:05 - Rebroadcast

RÚSSIA, Telechannel "Sports"

Domingo, Novembro, 12
09:10 - Live transmission
20:30 - Rebroadcast

ALEMANHA, Telechannel

Domingo, Novembro, 12
04:00 - Live transmission
11:05 - Rebroadcast

Fonte: http://www.klitschko.com/news/index.php3?read=200611009&part=en
Mais info: http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2006/10/ucranianos-investem-na-educao-em.html

segunda-feira, outubro 30, 2006

Vera Farmiga – ucraniana em Hollywood


Vera Ann Farmiga, a segunda entre as sete crianças numa família tradicional católica ucraniana, nasceu em 6 de Agosto de 1973, no Condado de Passaic, New Jersey, EUA. Não falava inglês até aos seis anos de idade e foi criada e educada pelo pai Mykola Farmiga e a mãe, Lyubov Farmiga. Frequentou a escola católica ucraniana, a seguir foi estudar numa escola pública, onde era uma miúda tímida, por causa da sua fraca visão. Mas ela praticava o piano, e dançava, usando para o efeito os lentes de contacto. Na adolescência, Farmiga também dançava numa companhia folclórica ucraniana.
Em 1991 Vera, graduou-se na escola regional de Hunderton e sonhou inicialmente de se tornar optometrista, mas mudou de ideias e começou estudar na Escola Universitária de Siracusa de Arte Teatral (Syracuse University's School of Performing Arts). Começou sua carreira profissional activa em 1996, estreando-se na Broadway na peça teatral “Taking sides”. Depois seguiram-se as performances em peças como “The Tempest”, “The Glass Menagerie”, “Hamlet” e “Second-Hand Smoke” (1997). Ao mesmo tempo fiz a sua estreia na TV, no papel de menina Catlin na série televisiva da aventura "Roar" (1997) da canal Fox, contracenando com Heath Ledgerie.
Em 1998, Farmiga fiz a sua grande estreia no cinema no drama Return to Paradise (1998), depois vieram numerosos papeis de “filhas”. Primeiro de Christopher Walken no The Opportunists (2000), depois do Richard Gere no Autumn in New York (2000). Mais tarde, fiz papel de uma mãe da classe operária que esforça-se para manter a sua vida e o seu casamento, escondendo os seus problemas como a dependência da droga no Down to the Bone (2004), com qual ganhou o prémio da Melhor Actriz de 2004 do Festival de Sundance (Sundance Film Festival) e da Associação dos Críticos da Cinema de Los Angeles. O talento de representar da Vera Farmiga brilhou no seu papel da filha do senador no The Manchurian Candidate (2004) e na pela de uma paciente de asilo mental em Neverwas (2005). Além disso, Vera Farmiga fiz o papel da esposa de um bandido (Paul Walker) em Running Scared (2006). Os seus últimos trabalhos cinematográficos são a interpretação de papel de uma prostituta bem humorada em Breaking and Entering (2006) e de uma médica em The Departed (2006).
Farmiga era casada com actor Sebastian Roache, com quem se contracenou na série “Roar”, e casou-se nas Bahamas, quando a série terminou em 1997. O seu casamento acabou em divórcio em 2005. Agora a Vera Farmiga divide a sua residência entre a New Jersey e Los Angeles, Califórnia. Os seus hobbies são leitura, tocar o piano e brincar com o seu gato de raça angora, uma paixão que ela têm desde a criança.

Fonte: http://www.amazon.imdb.com/name/nm0267812/
Mais informação: http://www.superiorpics.com/vera_farmiga/ (inglês)
Vera Farmiga on-line: http://www.vera-farmiga.com/

sexta-feira, outubro 27, 2006

Grupo Greenjolly no Vaticano


No dia 22 de Outubro, o grupo ucraniano Greenjolly (Ґринджоли) tocou as suas músicas no Vaticano, em recordação da memória do Papa João Paulo II, durante os festejos do 25-to aniversário da Fundação João Paulo II em Itália.
A Fundação foi criada pelo Decreto papal em 16 de Outubro de 1982, como uma ONG religiosa, educativa, não lucrativa e dedicada às boas causas. Hoje, a Fundação têm 42 representações e associações de amigos em 16 países do mundo. Neste ano, entre os músicos convidados para tocar na cerimónia, estavam os representantes do mundo inteiro: EUA, Itália, França, Reino Unido, Brasil, Indonésia, Escócia, Polónia, etc. A Ucrânia era representada pelo grupo Greenjolly, que tornou-se famoso durante a Revolução Laranja (2004), pois foram eles, os autores do hino da Revolução - “Razom nas bahato”.

Os festejos de celebração decorreram na Filarmónia de Roma, entre os convidados estavam presentes os cardeais do Vaticano, representantes da Igreja, diplomatas, os dirigentes da Fundação João Paulo II.

“Para o grupo Greenjolly é muito honroso participar nesta celebração em representação da Ucrânia. Tínhamos uma maravilhosa oportunidade de recordar à Comunidade Europeia, que a Ucrânia é uma parte integrante da Europa” – disse Roman Kalyn, líder do grupo Greenjolly.

Entre várias canções do grupo, os organizadores escolheram a mais famosa – “Razom nas bahato” (Juntos somos muitos – não seremos vencidos). Fala Roman Kostyuk: “Apesar do que neste momento na Ucrânia aumentou a fadiga das pessoas em relação à política, para muitos dos europeus essa canção tornou-se o símbolo da mudança democrática”.

Depois do concerto, os convidados tiveram a oportunidade de conversar com o Papa Bento XVI e receber a sua benção. O próprio Bento XVI agradeceu à presença de toda a gente que estive em Roma para a celebração do 25-to aniversário da Fundação João Paulo ІІ.

As fotografias do Grupo em Vaticano e Roma podem ser vistas aqui:
http://www.cfc.com.ua/greenjolly/IMG_0076.jpg
http://www.cfc.com.ua/greenjolly/IMG_0029.jpg
http://www.cfc.com.ua/greenjolly/IMG_00261.jpg
http://www.cfc.com.ua/greenjolly/DSC02031.JPG

Para receber qualquer informação adicional, pode-se recorrer à Marina Skomorokhova, Tel: +380 506115241 ou pelo e-mail: ms@cfc.com.ua
Downloads das musicas do grupo http://www.youtube.com/results?search_query=GreenjollyDow

terça-feira, outubro 24, 2006

Estudantes do ISPU visitam o Parque Kruger



Grupo de estudantes do ISPU, finalistas do 6° Semestre, decidiu comemorar o fim do seu semestre, com uma viagem ao Parque Kruger. Adiada por uma semana, a viagem realizou-se com razoável aderência das pessoas (dos cerca de trinta inscritos para fazer parte do itinerário, saíram das instalações do ISPU no dia 21 de Outubro de 2006 os 15 valentes). Adiante, a nossa viagem ao reino animal, anotada ao estilo do diário de bordo...

6.30 – primeiros viajantes chegam ao local.
7.00 – saída programada, mas algumas pessoas atrasam, por isso esperamos.
7.54 – finalmente saímos para abastecer as viaturas. Faz-se uma contribuição e temos a viagem aos preços democraticamente razoáveis.
8.17 – abastecemos e começamos a sair da cidade (últimas compras nas bombas de combustível: sumo, bolachas, etc).
8.25 – alguém se esqueceu do passaporte (fui eu J ) , temos que passar pela casa, para buscar o documento (aproveito para levar uns latas de Red Bull e pacote de bolachas).
8.40 – 29°C, muita sol, estamos andar em direcção da fronteira, aos dois lados da estrada vemos muitos pássaros a voarem, parecem pelicanos.
9.35 – chagamos a fronteira de Ressano Garcia, a fila para carimbar os passaportes não é muito grande.
10.07 - 36°C, saímos da fronteira.
10.10 – chegamos a Komati Poort, fronteira sul – africana. Quando os condutores dos veículos preenchem os documentos, resto do pessoal descobriu a balança e anda pesar-se. Parece que engordei um pouco...
10.29 – 38°C, saímos da fronteira.
10.37 – entramos na vila de Komati Poort, que foi estabelecida em 1887, percorremos algumas lojas em busca de comes e bebes. Não tivemos muita sorte, pois o super – mercado está fechado para a remodelação. Optamos pelo fast - food.
11.05 – paramos mais uma vez, para combinar o itinerário. Os mais espertos aproveitam para comprar mais alguma comida (estamos junto à um restaurante).
11.28 – saímos do Komati Poort, do restaurante levamos o folheto que publicita a empresa que promove os passeios em cima dos elefantes. Parece interessante. A nossa volta campos e campos de cana doce, geralmente sem nenhuma cerca. Mas também passamos uma farma, que têm o sistema de vigilância vídeo. Uma placa diz “Crocodile bridge gate”.
11.45 – chegamos ao tal Crocodile Bridge Gate. É um dos portões do Parque Kruger, junto às margens do Rio dos Crocodilos (Crocodile River) que abre-se aos 05.30 e fecha-se aos 18.00, quem chegar atrasado, paga a multa, pois é proibido andar no parque depois da hora do fecho.
12.02 – pagamos as nossas entradas. Cidadão moçambicano paga 30 randes, os passaportes portugueses pagam um autêntico balúrdio, 120 (!) ZAR, discriminação positiva. Crianças pagam à partir dos dois anos de idade, o preço é mesmo ao do adulto.
12.40 – começamos a andar, o calor aperta, os animais escondem-se e não estamos ver nada. Passamos um marco de água e um bebedouro para os animais, que foram construídos por dinheiro doado pelos alunos da escola John Vorster em 1970.
13.02 – passamos por várias impalas (Apyceros melampus) que escondem-se na sombra, nem comem, coitadas.
13.21 – vimos uma manada dos elefantes (Loxodonta africana), 4 bebes e 6 adultos, andavam numa das margens do rio Sabie, que fica a nossa direita.
13.37 – a partir da ponte sobre o rio Sabie, vimos os focinhos de mamã hipopótamo (Hippopotamus amphibius) e quatro filhotes seus num canto do rio e outros 3 – 4 focinhos dos hipopótamos adultos no outro canto. Os turistas sul – africanos parece que ficaram mais encantados fotografando um Giant Kingfisher (Ceryle maxima), um pássaro solitário, que alimenta-se dos peixes, caranguejos e sapos.
13.45 – passamos pequeno riacho, onde vimos grande grupo de hipopótamos (20 – 25 cabeças), também emergidos na água e deparamos com a “cara” de um crocodilo, à um metro da margem. Uns dois metros adiante, bem escondidos dentro de um arbusto majestoso, estava um grupo de galinhas de mato, dez pássaros sentadinhos num único galho.
13.55 – 45°C, vimos mais um grupo de elefantes nas margens do rio, estavam escondidos debaixo de uma arvore, nem se mexiam de tanta calor.
13.59 – pela primeira vez vimos um búfalo (Syncerus caffer), era o tipo solitário, estava deitado dentro da água, a abanar cabeça tempo a tempo.
14.13 – 40°C, vimos duas grandes vacas de mato, Kudus ou Tragelaphus strepsiceros.
14.35 – 38°C, vimos um grupo de 30 – 40 impalas.
15.01 – entramos em “Nkuhlu”, um ponto de observação que tem algumas facilidades, como compra de souvenirs e refrescos, WC e possibilidade de fazer o seu próprio churrasco, pagando 12,5 ZAR pelo fogão à gás alugado. O sítio está cheio dos alunos das escolas, alguns jovens usam os WC para tomar o banho, quase à macua, limpar os dentes, etc. A uma distância de uns dez metros, pasta-se mais um búfalo bem grande.
15.24 – saímos para continuar ronda pela estrada. Em todo o parque a velocidade máxima permitida é de 50 km/h, mas recomenda-se a andar à 25 km/h e prestar atenção aos carros parados na estrada. Um carro parado é sinal do que os seus ocupantes viram algum animal. Embora as vezes é uma vulgar impala, no fim de viagem, já nem olhávamos para elas, é a espécie mais comum no parque, em 2005 eram 101.000.
15.26 – deparamos com um grupo de 14 elefantes à beira rio.
16.10 – ficamos um pouco perdidos, vimos imensas impalas.
16.15 – 36°C, fotografamos uma grande manada dos elefantes a cruzar a estrada e juntar-se à uma outra manada, que estava rodear o seu líder um pouco adiante. Juntos, deveriam ser uns 25 paquidermes.
16.47 – 42°C, pela primeira vez vimos 3 zebras (Zebra de Burchelli ou Zebra de planalto, Equus burchelli antiquorum) a pastar.
16.47 – uma girafa (Giraffe camelopardalis) solitária cruza o nosso caminho.
16.55 – 35°C passamos mais um ponto de observação, “Afsaal”, mas não paramos.
17.01 – uma pequena ponte de betão armado, num dos lados, uma cruz de madeira ornamentada pelos flores. Acho que alguém morreu aqui...
17.14 – 36°C, começa a chuviscar, faltando apenas um quilómetro para fim da nossa viagem, o Portão de Malelane (Malalane Gate). Num dos cruzamentos vimos duas girafas, talvez um casal, com uma girafa bebé, coisa linda, tinha não mais que 1,5 m de altura. Nem os corninhos ainda cresceram.
17.19 – perdemo-nos de novo, falhamos a tal curva para o Malelane Gate.
17.21 – fizemos a inversão de marcha para voltar, chove fortemente.
17.28 – saímos do Parque Kruger.
17.31 – passamos pela Pestana Kruger Lodge e Leopard Creek Country Club.
17.51 – entramos na vila de Malelane e fomos directamente para o super – mercado, para fazer algumas compras.
18.45 – 33°C, saída do super – mercado, começamos a viagem à fronteira.
19.15 – 22°C, chuva fica mais forte, todo o céu é cortado pelos enormes relâmpagos.
19.20 – 24°C chegamos a fronteira moçambicana, no meio de todo o processo para carimbar os passaportes, a energia eléctrica vai-se abaixo (nunca vi uma coisa parecida no local), gerador demorou pegar cerca de 10 minutos, mas depois a corrente foi restabelecida e podemos terminar as formalidades.
20.05 – saímos da fronteira.
21.00 – chegamos ao início da viagem, ao nosso querido ISPU, daí cada um pega o seu carro e vai a sua vida.
00.30 – ainda tive tempo de ir a uma discoteca....

P.S. E claro, também vimos as cabras Nyalo (Tragelaphus angasii), macacos babuínos (Papio ursinus), macaquinhos (Cercopithecus aethiops), porco selvagem (Phacochoerus aethiopicus) e Antílope Gnu (Connochaetes taurinus). Os dois últimos apenas um único animal.