segunda-feira, agosto 22, 2005

Ucrânia, 14° aniversário da Independência

No dia 24 de Agosto, a Ucrânia comemora o seu 14° aniversário como país independente. Uma Nação com mais de mil anos de história, mas com apenas 14 anos da Independência política. Isso é pouco ou muito? Depende de como contar. Porque as privações e perdas que a Ucrânia tive que suportar, principalmente nos cem últimos anos, dariam para vários países e para vários livros da história. Embora é um tema, que nunca se esgota, hoje preferia fornecer aos leitores apenas factos. Depois, cada um poderá ajuizar por si mesmo.

U C R Â N I A / У К Р А Ї Н А

Nome oficial: Ucrânia
Área:603.700 km2
Localização geográfica: Centro de Europa
Limites: Ao norte a Ucrânia faz fronteira com a Belarus, a nordeste e leste com a Federação Russa, a sudoeste com Roménia, Moldova e Hungria, a oeste com a Eslováquia e a Polónia. Ao sul a Ucrânia é banhada pelo Mar Negro e pelo Mar de Azov. A extensão de suas fronteiras é de 6.500 km, incluindo 1.050 km de fronteiras marítimas.
População: 46,996,765 milhões (estimativa de 2005)
Capital: Kyiv (2,6 milhões)
Cidades principais: Kharkiv (1,6 milhões), Dnipropetrovsk (1,2 milhões), Odessa (1,2 milhões), Donetsk (1,1 milhões), Lviv (0,8 milhões)
Densidade: 80 /km²; 27º país mais populoso do Mundo
Fuso horário: UTC +2
Hino nacional: “Sche ne vmerla Ukrayina”
TLD (Internet): UA
Código telefónico: +380

Sistema de Governo: República Presidencial e Parlamentarista
Sistema Legislativo: Verkhovna Rada (Parlamento) com 450 membros eleitos pelo voto directo.
Língua oficial: Ucraniana
Moeda: Hryvnya (UAH), US$/UAH = 5,05 em Maio de 2005
PIB: US$ 59 bilhões (2004)
PIB agro-pecuária: 23%
PIB indústrias: 42%
PIB serviços: 35%
Exportação: US$ 38,0 bilhões (2004)
Importação: US% 31,1 bilhões (2004)
Taxa de desemprego:3,6% (2004)
Chefe de Estado: Presidente - Viktor Yushchenko, eleito em Dezembro de 2004 por um mandato de 5 anos
http://www.yuschenko.com.ua/eng/ - página pessoal do Presidente da Ucrânia
Chefe de Governo: Primeira - Ministra Yulia Timoshenko
Chefe do Parlamento: Volodymyr Lytvyn
Divisão Administrativa: 24 províncias, subdivididas em Municípios e a República Autónoma da Crimeia.
As cidades de Kyiv (capital) e Sebastópol (porto no Mar Negro) são subordinadas directamente ao Governo central.
Constituição: foi promulgada em 28 de Junho de 1996
Grupos étnicos
Ucranianos 77.8%
Russos 17.3%
Belarusos 0.6%
Moldovos 0.5%
Tártaros da Crimeia 0.5%
Búlgaros 0.4%
Húngaros 0.3%
Romenos 0.3%
Polacos 0.3%
Judeus 0.2%
Outros 1.8% (2001)
Religião:
52,2% (14.935 comunidades) pertencem à Igreja ortodoxa;
28,7 % (7.389 comunidades) pertencem às Igrejas evangélicas e associações;
12,7 % (3.340 comunidades) pertencem à Igreja ucraniana grego - católica;
3,5 % (863 comunidades) pertencem à Igreja católica romana

UCRÂNIA - CARACTERÍSTICAS E POTENCIALIDADES

A Ucrânia é um país que resistiu por séculos a todas as tentativas de absorção e assimilação de outras culturas. Um povo que mantém, através dos confins que os dividem, a unidade de língua, literatura e de espírito. Que defendeu sempre, com sacrifícios de homens e bens, o ideal pátrio, em todo e mais longínquo ponto de seu território étnico. Hoje a Ucrânia é novamente um país livre. A Ucrânia é uma nação eslava situada, em linhas gerais, entre os Mares Negro e o Azov e o Rio Prypyat, entre as Planícies Húngaras, a Foz do Danúbio e o Rio Don. Os Rios Dnipro e o Dniester são, e sempre foram, os limites geográficos centrais da Ucrânia. A cidade de KYIV é a velha capital e o centro da vida cultural ucraniana. Sendo assim, a Ucrânia confina ao sul com os mares Negro e Azov ; a sudoeste com a Moldova, Roménia, Hungria e Eslováquia; a oeste com a Polónia e Belarus; ao norte com a Rússia; a leste o limite da Ucrânia atinge quase as estepes do Volga e a região caucásica. Estendendo-se por um território geográfico de 603 700 km2 e um território etnográfico misto de 945 000 km2, a Ucrânia é o segundo maior país da Europa (apenas ficando atrás da Rússia). Estando situada entre os paralelos 43o e 53o do Polo Norte, seu clima, nas regiões setentrionais, é temperado frio. Seus invernos são longos e rigorosos, com solo recoberto de neve. Na primavera os rios correm gorgolejando a água do degelo. No sul o clima é mais ameno. O estio é mais longo. O solo se aquece. O clima torna-se mediterrâneo. O Mar Negro se anuncia com suas praias piscosas com as “flechas’’ de areia e de saibro retendo por vezes, atrás de si, pântanos salgados. Só se encontram montanhas na cordilheira ocidental dos Cárpatos, dos quais o pico mais alto é o Hora Hoverla com 2,061 m, e na península da Crimeia no extremo sul, ao longo da costa. A Ucrânia tem um clima temperado continental, embora se encontre um clima mais mediterrâneo na costa sul da Crimeia. A precipitação está distribuída de maneira desproporcional: é maior no oeste e no norte e menor no sul e no leste. Os invernos variam de frescos ao longo da costa do Mar Negro a frios no interior. Os verões são mornos na maior parte do país, mas em geral quentes no sul.

Economia da Ucrânia

Na produção de trigo, cevada e beterraba, a Ucrânia ocupa o terceiro lugar no mundo. Outros cultivos importantes são: cevada, milho, leguminosas, batata, aveia, centeio, painço e trigo sarraceno. As maiores culturas industriais são as de beterraba e de semente de girassol. Cultivam-se frutas e hortaliças nos arredores das grandes cidades. A criação de gado bovino e suíno é praticada em todo o pais.
A Ucrânia conta com ricas jazidas de minério de manganês no Donbass. Essa região é o centro industrial do país e um dos principais complexos minero - metalúrgicos e de industria pesada da Europa. A Ucrânia é também um importante produtor de gás natural e de petróleo, embora as reservas desses combustíveis fósseis tenham sido excessivamente exploradas durante o período soviético. O Donbass apresenta também indústrias metalúrgicas altamente desenvolvidas, que produzem ferro e aço em grandes quantidades.

História da Ucrânia

As mudanças democráticas da Ucrânia coincidem com aquelas do mapa geopolítico da Europa. No dia 24 de agosto de 1991, a Ucrânia proclamou a sua Independência. É de se
ressaltar que a Ucrânia conseguiu a Independência pela terceira vez na sua longa história.
Dentro da ramo indo-europeu de povos (que hoje habita todo velho continente, península indica e porções diversas da Ásia), existe um grupo numeroso chamado eslavo. Os eslavos aparecem no cenário da história, no começo de nossa era, inclusos no contexto das grandes migrações de povos. Inicialmente ocupam extensas faixas de terra entre o mar Negro e as florestas situadas além das estepes ucranianas. Depois, iniciam fluxos migratórios que os conduzem ao litoral dos mares Báltico, Adriático, Egeu e aos maciços alpinos. Entre os séculos IV e VI, os eslavos começam a fundar pequenos estados efémeros nos territórios hoje compreendidos pela Ucrânia, Belarus, Rússia, República Checa e Eslováquia, Polónia, Eslovénia, Macedónia, Croácia, Sérvia, parte da Alemanha, Hungria, sul da Áustria, norte da Albânia e invadem a Grécia.
Comprimidos entre os Impérios Franco e Bizantino, os eslavos formam o primeiro grande estado oriental, conhecido como Rus de Kyiv por volta do século IX. Há diversas teorias a esse respeito; a mais difundida, narrada pela Crónica de Nestor dá conta do facto de que guerreiros nórdicos da Escandinávia, conhecidos sob o nome de variegues, teriam penetrado pelos grandes rios até a costa do mar Negro, e em simbiose com a população local, teriam fundado o Estado de Kyiv, cuja capital era a cidade de Kyiv, antigo centro do reino dos Khazares, cuja extensão territorial ia dos Montes Cárpatos ao norte do Cáucaso.
Em breve, a população da Rus de Kyiv integra o reino de Oleg (879 – 914), que alarga as fronteiras de seu estado até o rio Don, a leste, sob a influência da cultura bizantina, Sviatosláv, o conquistador (964 – 972) chega a ameaçar com suas tropas, a cidade de Constantinopla. Volodymyr, o Grande (979 - 1015), desposa a irmã do imperador bizantino, Anna e converte-se ao cristianismo, que se torna a religião oficial do Estado. A obra de Volodymyr tem continuidade durante o reinado do filho, Yaroslav, o Sábio (1019 – 1054), que transforma Kyiv numa grande metrópole, constrói igrejas, funda bibliotecas e estabelece a Rúska Pravda, primeiro código de leis do mundo eslavo.
O cristianismo triunfa sob o reinado de Volodymyr, mas o príncipe considerava importante a existência de padres que falassem seu idioma e Bizâncio não os podia fornecer, fato que os conduz à formação de uma igreja nacional, com clero autónomo. O Estado de Kyiv torna-se um dos centros cultuais mais importantes da época. O reinado de Yaroslav dá lugar a um período de grande instabilidade dentro da Rus de Kyiv, pois as invasões tártaro - mongóis no século XIII, fizeram com que o Estado Ucraniano fosse dividido em vários estados.
Nos séculos XVI e XVII, renasceu, como a República dos Cossacos, o país mais democrático da Europa daquela época. Seria suficiente frisar que o seu Hétman (Presidente militar), o Pylyp Orlyk serviu de modelo ao redigir-se a carta magna dos Estados Unidos da América. Na República Cossaca a alfabetização era geral, sendo obrigatória e gratuita. Publicavam-se livros, florescia a arte, organizavam-se teatros e museus. Em 1632 em Kyiv foi fundada a Universidade (Academia Kyiv Mohyla), esta logo tornou-se importante centro de educação na Europa daqueles tempos. A Ucrânia dispunha de um magnífico exército, cuja táctica de combate era reconhecida por toda a Europa. Não é nada casual que o Hétman da Ucrânia tenha sido nomeado o comandante – em - chefe das tropas unificadas de todos os exércitos da Europa, na luta com antigo Estado Turco.
A partir da segunda metade do século XI, com a invasão mongol, dá-se início ao deslocamento da vida cultural da Ucrânia para oeste, nas regiões conhecidas como Galiza e Volyn. A Galiza, um principado autónomo, cuja capital Galych tem um elevado desenvolvimento durante o período de Yaroslav Osmomysl (1152-1187), contudo as dissidências entre a nobreza local, tiveram como consequência a anexação da Galiza pelo principado da Volyn, cujo apogeu ocorre sob o reinado de Danilo (1205 – 1264), Rei da Galiza – Volyn. Danilo torna-se um importante monarca europeu, mas o avanço tártaro - mongol coloca os ucranianos sob tutela asiática. No final do século XIV, os ucranianos se livram do julgo mongol, mas suas terras são divididas: a Lituânia ocupa a Volyn e Kyiv; a Polónia anexa a Galiza, que se libertaria da tutela polaca somente em 1772, com a divisão da Polónia.
A Volyn e o restante das terras ucranianas, após as disputas entre polacos e lituanos, integrou a Polónia até o final do século XVIII, quando então passou ao domínio do império russo e, em 1921 pelo tratado de Riga, foi novamente dividida entre russos e polacos, retornando ao domínio Soviético em 1939.
Com a União de Lublin em 1569, os polacos anexam todas as terras ucranianas, submetendo-as a um acelerado processo de polonização sem sequer se importar com a defesa dos ucranianos das sucessivas invasões asiáticas. Diante disso, o povo ucraniano começa a retirar-se para as estepes do baixo Dnipró, organizando em 1552 uma fortaleza que seria conhecida pelo nome de Zaporijska Sich, sob a liderança de Ostap Dachkévytch e Dmytro
Baida - Vychnevétzky. O Estado cossaco era quem organizava incursões militares em defesa do povo ucraniano, e em 1648, sob a chefia do Hetman Bohdan Hmelnytzkiy, os ucranianos derrotam os polacos e conseguem estabelecer sua independência, que no entanto teria curta duração.
Em 1654 Hmelnytzkiy conclui com a Rússia o tratado de Pereyasláv, que deveria avalizar a independência ucraniana. O czar russo, no entanto, traindo o acordo, assina com os polacos, em 1667, um tratado que resulta em nova partilha das terras ucranianas.
A liquidação do Estado ucraniano, seria realizada durante o reinado de Catarina (1729-1796), que expande o império russo e coloca os ucranianos, dominados antes pela Polónia, sob o domínio russo - austríaco.
O movimento nacionalista ucraniano continua a desenvolver-se, e com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, num cenário de grande devastação, em março de 1917, os ucranianos formam um Parlamento próprio dirigido por historiador Mykhailo Hruchevskiy (1866 – 1934). Em 23 de Junho de 1917, a Ucrânia proclama sua Independência, sendo presidida por Hruchevskiy, tendo como primeiro - ministro escritor Volodymyr Vinnychenko (1880-1951) e Comandante das Forças Armadas, Simon Petliúra (1879-1926), mais tarde assassinado em Paris por um agente soviético.
Em 1918 as populações ucranianas do império austro - húngaro (Galiza, Bucovyna, Bessarábia e Transcarpátia), conseguem autonomia e formam a República Popular da Ucrânia Ocidental, que em 22 de Janeiro de 1919 se une a República Popular da Ucrânia. Após o armistício de Outubro de 1919 (final da Primeira Guerra Mundial), o império austro - húngaro é liquidado e as terras da República da Ucrânia Ocidental são divididas entre Polónia, Roménia e Checoslováquia. Através do tratado de Riga em 1921, a independência da Ucrânia Central acaba sendo anulada, porque o país sucumbiu do exercito comunista russo.
Em Setembro de 1938, a Alemanha nazista invade a Checoslováquia e a Hungria fascista anexa em 1939 a Ucrânia Carpática, assim com excepção de Kholm e alguns distritos ao sul na Polónia (ocupada pelos alemães) e da Ucrânia Carpática (ocupada pelos húngaros), todos os ucranianos passam para a tutela soviética, já que a Roménia cedeu a Moscovo a Bukovyna e a Bessarábia. A luta dos nacionalistas continua nas terras ocupadas pela Polónia, Roménia e na Ucrânia soviética; a Organização Militar Ucraniana (UVO), chefiada pelo coronel Evhen Konovaletz (1891 – 1938), assassinado pela NKVD em Roterdão, é formada, na sua maioria de jovens guerrilheiros.
Em 1938 tem início a Segunda Guerra Mundial, a URSS, junto com a Alemanha, invade a Polónia, anexando a Galiza à República Socialista Soviética da Ucrânia; a Roménia devolve a Bessarábia e Bukovyna, e as populações não ucranianas dessas regiões, formam a República Moldova.
Em 1941, a Alemanha invade a URSS, sendo a Ucrânia a primeira a ser ocupada, e em 30 de Junho de 1941 a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) proclama a Independência em Lviv. No dia seguinte, todo o governo e os seus líderes Stepan Bandera e Jaroslav Stetskó, são presos e, sem julgamento, enviados ao campo de concentração de Buchenwald onde permanecem até 1945.
O OUN organiza resistência sob o comando do General Roman Chukhévych (pseudónimo Tarás Chuprynka, 17.7.1907 – 5.3.1950) e luta ao mesmo tempo contra dois ocupantes, a Alemanha nazi e a URSS comunista. A luta continua até 1953, 8 anos após o término da Segunda Guerra Mundial.
A repressão é muito forte; centenas de milhares de ucranianos são enviados para os GULAGS de Sibéria, poucos conseguem sobreviver e o processo de russificação continua até os anos 90.
Os sentimentos patrióticos são reacesos e em 1990, o Parlamento de maioria comunista da Ucrânia, proclama a soberania. Em 24 de agosto de 1991, com o fracasso do golpe do Estado em Moscovo, a Ucrânia se desliga da URSS e declara sua Independência, que aprovada em plebiscito pela população no dia 1 de dezembro do mesmo ano, obtendo o reconhecimento internacional.
Primeiras eleições presidenciais, em Dezembro de 1991, foram ganhos pelo Leonid Kravchuk. Em 1994 é eleito o ex-primeiro-ministro Leonid Kuchma. Em 2004, depois de um processo de falsificações e através de um protesto maciço, conhecido como Revolução Laranja, eleito novo Presidente da Ucrânia – Viktor Yushenko.
A nova constituição, aprovada em 1996, estabelece que o poder executivo que é exercido pelo presidente, eleito directamente por voto universal para um mandato de 5 anos, com possibilidade de reeleição. O congresso (Verhovna Rada), é composto de 450 deputados eleitos por votos distritais para um mandato de 4 anos.

Qual é a importância da Ucrânia independente?

Primeiro, deve-se mencionar que, numa situação geográfica muito favorável, localizada no centro da Europa, com magníficas condições climáticas, com uma população actual de cerca de 46 milhões e com um território superior a 600 mil quilómetros quadrados, a Ucrânia possui as fabulosas terras negras com o húmus natural mais fértil do planeta (quase 25 % das reservas mundiais), grandes reservas de carvão, minério de ferro, níquel, titânio, manganês, urânio, etc. Com o seu potencial económico e técnico - científico, a Ucrânia é um dos países mais desenvolvidos da Europa. As estatísticas da UNESCO revelam que o complexo técnico - científico ucraniano constitui 6,5% do mundial, enquanto que a sua população corresponde a 0,1% do mundo. Na ciência, ocupa as primeiras linhas no desenvolvimento da tecnologia de construção de aviões e navios, na solda eléctrica, cibernética e em outras áreas.
Possui bem formada infra-estrutura moderna. Nas costas do Mar Negro e do Mar de Azov encontram-se os complexos portuários de Odessa, Ilichivsk, Mykolayiv, Khersón, Mariupol, que asseguraram aproximadamente 20% de todas as exportações da ex - URSS. Pelo território da Ucrânia passam vias fluviais e férreas, assim como estradas internacionais, 5 oleodutos e gasodutos trans - europeus, linhas de transmissão eléctrica de alta tensão, o que dá ao País a possibilidade de ser considerado como uma espécie de ponte de ligação entre o Leste e o Ocidente da Europa.
Na ex - URSS, a Ucrânia produzia cerca de 40% de todo o volume do ferro fundido, do minério de ferro, do manganês e do carvão, 30 % de toda a construção de maquinaria pesada (mísseis, aviões de carga de grande porte, navios, locomotivas, tractores e retroescavadeiras), uma parte considerável do equipamento metalúrgico e energético (turbinas) e aproximadamente 50 milhões de toneladas de grãos anualmente. Produzia ainda 25% de todo o material bélico da ex - URSS. É por isso que hoje, é de suma importância para a Ucrânia solucionar o problema da conversão e reorientação de sua indústria militar.
Todo o exposto demonstra que a Ucrânia é um parceiro atraente para a cooperação económica, sendo também um mercado de grandes possibilidades para os produtos estrangeiros. A economia nacional está em condições de satisfazer aproximadamente 80% de suas necessidades, com produção e reservas próprias, mas depende da importação de petróleo e gás (actualmente consome até 45 milhões de toneladas de petróleo, sendo a produção nacional de aproximadamente 8 milhões de toneladas). Em seu território, que constituiu 3% da ex - URSS, eram produzidos mais de 40 % de todos os produtos do Estado soviético.
Exportações: maquinaria pesada, manufacturados de metal, produtos petroquímicos, minério de ferro, ferro - gusa, laminados, tubos de aço, adubos minerais, concreto, locomotivas, carvão, alimentos, açúcar, bens de consumo.
Importações: computadores, instrumentos de alta precisão, café, gás, petróleo, madeira, algodão, bauxitas, soja, herbicidas.

A IMIGRAÇÃO UCRANIANA NO BRASIL

Por volta de 1890, os primeiros imigrantes ucranianos vieram ao Brasil, onde se fixaram no Paraná. Perfaziam ao todo, de 25 a 30 famílias vindas da Galiza (Ucrânia Ocidental). Esses primeiros imigrantes foram atraídos por alqueires de terra fértil que o Império do Brasil oferecia para quem quisesse se estabelecer na província do Paraná. Em 1895-1896, devido a intensa propaganda, cerca de 5 mil famílias abandonaram a Ucrânia Ocidental e vieram povoar o Paraná, sobretudo por aquele estado ter um clima semelhante ao europeu.
A partir de 1908, ocorreu a segunda etapa da colonização ucraniana, durante a construção da Estrada de ferro Paraná - Rio Grande do Sul - Santa Catarina. O Governo brasileiro, no intuito de atrair os interessados para essa grande obra, pagava as passagens de navio e as despesas com mantimentos. Milhares de ucranianos foram se instalando nas margens da ferrovia que construíram, em Iratí, Ponta Grossa, Mallet, Dorizon, Paulo Frontin, União da Vitória. Essa segunda etapa se prolongou até a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Muitos ucranianos emigraram, motivados principalmente por já ter parentes no Paraná. Actualmente no Brasil, há cerca de 500 000 ucranianos e seus descendentes, dos quis, 90% estão no Paraná.

Sites no Internet sobre a Comunidade Ucraniana no Brasil:

http://sites.uol.com.br/ucranianos (Sociedade Ucraniano - Brasileira Unificação)
www.netpar.com.br./poltava (Associação da Juventude Ucraniano - Brasileira)

A CULTURA UCRANIANA NO BRASIL

Desde a chegada dos primeiros imigrantes ucranianos ao Brasil, existe um trabalho de preservação das tradições legadas pelos seus antepassados. Através do folclore se divulga a cultura e são transmitidas aos jovens as tradições ucranianas. Os dois maiores grupos folclóricos, “Barvínok“ e “Poltava “ (ambos de Curitiba) maravilham os espectadores com a agilidade dos famosos cossacos e com a delicadeza das lindas bailarinas ucranianas. O grupo Barvínok já esteve inclusive participando por várias oportunidades como convidado especial em apresentações no exterior (Canadá, Estados Unidos).
O artista plástico Miguel Bakun (falecido), a poetisa Helena Kolodiy, a pianista Larissa Borushenko, realizador do cinema Hector Babenko, enfim, vários artistas brasileiros de origem ucraniana, enaltecem a cultura, preservam com amor e carinho as tradições dos seus antepassados.
As tradições de Natal e Páscoa são consagradas como exemplos de dedicação e beleza, sendo que as famosas Pysancas (ovos artisticamente pintados) simbolizam a Páscoa e a Ressurreição.

Site no Internet sobre este Arte Folclórico tradicional ucraniano:

http://www.pessanka.hpg.com.br

No dia 25 de Outubro de 1995, foi inaugurado em Curitiba o Memorial Ucraniano como um reconhecimento da prefeitura daquela cidade à etnia que contribuiu grandemente para o crescimento do estado e do Brasil.

www.memorialdoimigrante.sp.gov.br (Memorial do Imigrante)

Organizações ucranianas em Portugal

ASSOCIAÇÃO DOS UCRANIANOS EM PORTUGAL
Rua Jardim das Oliveiras, nº 21, Lugar Pinheiria
2495-184 Santa Catarina da Serra
mist.portugal@gala.net

EMBAIXADA DA UCRÂNIA NO BRASIL

No dia 10 de Julho de 1995, chegaram a Brasília os primeiros funcionários da embaixada da Ucrânia. Em Agosto de 1996 foi instalado o Consulado da Ucrânia em Curitiba e em fevereiro de 2002 - o Consulado Geral da Ucrânia na cidade de Rio de Janeiro. Desde meados do ano 2000 está funcionando o Escritório da Embaixada da Ucrânia na cidade do Rio de Janeiro.
No período 25 – 27 de Abril de 2005, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia Borys Tarasyuk visitou o Brasil outra vez e declarou que a disposição do novo Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko é de aprofundar a cooperação bilateral entre Ucrânia e Brasil.

O endereço da Embaixada da Ucrânia no Brasil:

SHIS - QI 5, conjunto 4, casa 2,
CEP 71615-040, Brasília -DF.
Tel: (061) - 365-1457/3889;
Fax: (061) - 365-2127.
E-mail: brucremb@zaz.com.br

Fonte: Wikipedia

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